terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Chiaki Ishii é homenageado pela CBJ e recebe a comenda da Ordem do Mérito do Judô Brasileiro


O pioneiro judoca brasileiro Chiaki Ishii recebeu, neste sábado, 30, em Balneário Camboriú, a inédita comenda da Ordem do Mérito do Judô Brasileiro, homenagem outorgada pela Confederação Brasileira de Judô em reconhecimento ao primeiro medalhista olímpico e mundial da modalidade no Brasil. 

A medalha e o diploma foram entregues pelo presidente da CBJ, Silvio Acácio Borges, que destacou a importância de Ishii na história do judô brasileiro e o significado da condecoração criada em 2019 como parte das comemorações de 50 anos de fundação da Confederação. 

"Nós estamos resgatando as raízes do judô brasileiro com essa homenagem ao sensei Ishii, que muito me honra. A CBJ está muito feliz com esse momento de poder agraciar com a primeira comenda da Ordem do Mérito uma das personalidades mais importantes do judô e do esporte do Brasil", afirmou o presidente da CBJ, Silvio Acácio Borges.  

Ao receber a comenda, Chiaki Ishii agradeceu à Confederação pelo reconhecimento e não segurou a emoção. 

"Minha vida toda foi só treinar judô, tudo pelo judô. Fico muito emocionado de receber esse diploma e a medalha. Gostei muito da homenagem", resumiu Ishii, que veio a Camboriú acompanhado por sua esposa, seu genro e sua filha Vânia, também ex-atleta da seleção brasileira de judô. 

"Falando em nome da família Ishii, é uma grande emoção estarmos recebendo essa comenda que faz jus ao meu pai, o primeiro medalhista olímpico do judô brasileiro. Fico muito feliz e muito agradecida. Há um tempo, meu pai ficou doente e, só neste ano, se recuperou. E, com essa homenagem, ele deu uma florescida e o ânimo voltou. É uma alegria vê-lo desse jeito e recebendo esse reconhecimento", comentou Vânia. 

A cerimônia de outorga do Mérito da CBJ a Chiaki Ishii foi prestigiada por Danys Queiroz, vice-presidente da CBJ; Icracir Rosa, presidente do Conselho de Graduação da CBJ; Michiharu Sogabe, membro do Conselho de Graduação da CBJ; Edison Minakawa, coordenador nacional de arbitragem; Rioiti Uchida, coordenador nacional de Kata; por coordenadores de arbitragem de diversos estados; e pelos presidentes Moisés Penso (SC), Marcelo Ornellas (BA), Paulo Cézar Ferreira (RR), Alessandro Puglia (SP), Rodolfo Leiete (MA), Alcindo Campos (PA) e Luiz Gonzaga Filho (DF). 

Após o evento, Ishii seguiu para o ginásio Multieventos Sergio Lorenzato, onde acontecem as disputas do Campeonato Brasileiro Sênior de Judô, e acompanhou, empolgado a cada ippon, os combates ao lado dos técnicos da seleção brasileira, Luiz Shinohara e Mario Tsutsui, além do bicampeão mundial, João Derly, que também prestigiou o evento neste sábado. 

Ordem do Mérito CBJ - A Ordem do Mérito da Confederação Brasileira de Judô, instituída pelo presidente da CBJ, Silvio Acácio Borges, em 2019, ano de comemoração do Cinquentenário dessa instituição, tem por finalidade agraciar com uma insígnia personalidades ou instituições, nacionais ou estrangeiras, que tenham se destacado por suas atividades em seu ramo ou prestado relevantes serviços ao judô brasileiro, bem como em outra atividade sociocultural e esportiva. A insígnia da Ordem do Mérito é constituída de uma cruz de cinco pontas, tendo ao centro a logomarca especial de 50 anos da CBJ.

Chiaki Ishii – Nascido em 1º de outubro de 1941 em Ashikaga, Japão, Chiaki Ishii chegou ao Brasil na década de 1960 em busca de uma nova vida após a frustração de perder a seletiva olímpica para representar o judô japonês nos Jogos de Tóquio 1964, quando o Judô entrou pela primeira vez no programa olímpico.

Influenciado pelos filmes de faroeste norte-americanos dos anos 50 e 60, Ishii tinha o sonho de ser fazendeiro, ou cowboy. Trabalhou em fazendas no interior de São Paulo, mas, com dificuldade para realizar o sonho no começo da jornada no Brasil, voltou-se para o esporte que havia treinado desde pequeno, na academia do avô, no quintal de casa. Além de ensinar judô, ele passou a desafiar judocas brasileiros em troca de recompensas, algumas vezes até por comida.

Chamava atenção sua técnica e a velocidade com que finalizava seus combates por ippon. Foi então que, a pedido de Augusto Cordeiro, então presidente da Confederação Brasileira de Pugilismo, que administrava o judô no Brasil, Ishii naturalizou-se brasileiro e, com isso, vieram títulos nacionais, sul-americanos, pan-americanos e os mais importantes: o bronze no Mundial de Ludwigshafen 1971 e o bronze olímpico em Munique 1972.

Até hoje, Ishii ainda usa a sua academia em São Paulo para passar o conhecimento para novas gerações de medalhistas olímpicos, como Rafael Silva, bronze em Londres 2012 e Rio 2016.

Tânia e Vânia, filhas do sensei, também levaram o sobrenome Ishii aos Jogos Olímpicos. Tânia foi a Barcelona 1992. Vânia representou o Brasil em Sydney 2000 e Atenas 2004.

Imparável, Ishii voltou às competições internacionais em 2016, e conquistou o ouro no Campeonato Mundial de Veteranos, na categoria meio-pesado M10, aos 75 anos.


Por: Assessoria de Imprensa da CBJ - Foto: Lara Monsores / CBJ

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