quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Rio de Janeiro: Ryan Conceição é "adotado" por técnica de projeto social e vira promessa para Paris

Ryan Conceição e Silvana Nagai no início da trajetória do menino e recentemente — Foto: Montagem com fotos de arquivo pessoal e da FERJ

Ao confirmar a vaga na seleção brasileira, Ryan Conceição ganhou um quimono. Era novinho, de um modelo superior, fabricado no Japão. De tão feliz ele abraçou a peça. Era a reação mais genuína e pura de um rapaz humilde, então com 19 anos, que foi "adotado" pela técnica e contou com muita ajuda para despontar como uma das maiores promessas de renovação do judô do Brasil para as Olimpíadas de Paris.

Ryan é a joia mais preciosa já lapidada pela Associação Nagai, um projeto social que atende a cerca de 150 crianças e adolescentes do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Desde os 10 anos, quando aprendeu as primeiras lições na casa que abriga o dojô, o menino se mostrou diferenciado. Não apenas por aprender rápido os golpes, mas pelo empenho em participar.

Judoca do Complexo do Alemão conquista vaga na Seleção Brasileira

- Ele chegou um dia com a mão cheia de moeda para pagar a inscrição de um campeonato pra ele. E eu falei: "Ué, Ryan, onde você conseguiu tanta moeda?" "Ah, sensei, eu fui tocar violino, as pessoas foram colocando moeda pra mim e aí eu consegui dinheiro pro campeonato." Caramba, quando eu escutei aquilo, meus olhos encheram d'água. Desde muito pequenininho o Ryan já demonstrava que queria ser campeão – disse a Sensei Silvana Nagai.

Ryan Conceição foi campeão dos Jogos Escolares da Juventude em 2016 — Foto: Arquivo pessoal

A conexão foi tão grande que Silvana assumiu responsabilidades para muito além dos treinamentos. A avó de Ryan, dona Cleide, era a grande incentivadora. O inscreveu tanto nas aulas de música quanto nas de luta, ambas em projetos sociais, esperançosa de ocupar o tempo do neto com algo produtivo. Quando ela morreu, em 2017, a Sensei assumiu esse papel.

Ryan tinha dificuldades para ganhar peso. Atleta do ligeiro (até 60kg), oscilava entre 55kg e 56kg. Quando foi convidado para passar alguns dias na casa de Silvana para fazer companhia ao sobrinho dela, da mesma faixa etária, rapidamente a balança indicou a evolução. E ela sentiu que, para a evolução dele no alto rendimento, o melhor seria apadrinhá-lo de vez.

- Só nesses quatro dias em que os dois ficaram aqui o Ryan logo bateu o peso. Vimos que estava faltando um pouquinho mais de atenção na alimentação dele e decidimos trazê-lo. Tem uma série de fatores também. Algumas vezes acontece tiroteio ou entrada da polícia na comunidade e tudo tem que parar. Isso atrapalha muito o desenvolvimento dele. Aqui no condomínio eu consigo fazer a preparação física dele.

Ryan com a avó, Cleide. Ela faleceu em 2017 — Foto: Arquivo pessoal

O carinho com que Silvana fala é o mesmo de uma mãe. Ela e a também Sensei Rejane Luna se desdobraram em vários empregos para custear material, alimentação e viagens. Quando as vaquinhas online e rifas não cobriram os gastos, acumularam as despesas no cartão de crédito. Todo o esforço para levá-lo ao alto rendimento é reconhecido pelo rapaz.

- As senseis passam a ser uma família para mim. Isso me ajudou a crescer bastante como cidadão. Ela (Silvana) é rígida mas sei que é para o meu bem. E aqui me sinto muito melhor porque eu posso treinar, eu tenho o direito ir e vir. Na comunidade eu não podia treinar porque tinha tiroteio, e eu via nas redes sociais o pessoal todo postando que estava treinando e eu em casa assistindo à violência passar.

Rumo ao Grand Slam de Tel Aviv

Ryan é o atual campeão brasileiro sub-21 e ficou em segundo lugar na seletiva para a seleção principal. A única derrota dele na competição foi para o experiente Allan Kuwabara, a quem ele mesmo havia derrotado poucas horas antes. As quatro vitórias impressionaram a comissão técnica da Confederação Brasileira de Judô (CBJ).

- Ele foi a grande surpresa. Tinha adversários muito duros, muito experientes. Ele é muito alto para a categoria, então ele tem uma envergadura que o auxilia nesse sentido. É destemido, (...) vai enfrentar com a mesma vontade independente de quem for o adversário dele. Há muito tempo não chega um atleta na equipe masculina com a idade que ele tem – disse o gestor de alto rendimento da CBJ, Ney Wilson.

O desempenho foi tão expressivo que Ryan, que ainda usava a faixa marrom, foi agraciado com a faixa preta por mérito, sem precisar passar por todos os trâmites e burocracias habituais. Silvana havia comprado em 2019, em uma viagem ao Japão, uma faixa preta. Mandou bordar o nome dele em japonês. Finalmente, toda orgulhosa, pode entregá-la ao pupilo.

A primeira oportunidade para Ryan treinar como atleta da seleção brasileira foi em janeiro. Mas pegou Covid-19 e ficou em isolamento enquanto os demais colegas faziam testes e trabalhavam no CT do Time Brasil, no Maria Lenk, no Rio de Janeiro.

Agora Ryan aguarda ansiosamente o embarque para Israel, onde disputará o Grand Slam de Tel Aviv e buscará os primeiros pontos no circuito adulto a partir de 18 de fevereiro. Será também a primeira vez que viajará com os custos cobertos pela Confederação, sem que Silvana ou Rejane precisem se desdobrar para pagar.

– Confesso que estou bastante nervoso. Todo dia que eu durmo eu queria que pulasse logo para a viagem. É muita ansiedade, a primeira vez que vou competir sênior internacional. (...) Fico pensando que aquele investimento que o pessoal fez em mim, que a gente trabalhou bastante, acho que não foi em vão. Agora vou ficar mais tranquilo viajando pela seleção. Eu conquistei isso, conquistei as viagens. E pretendo dar meu máximo.

Associação Nagai precisa de apoio
Chegar à seleção é, além de uma conquista, um alívio no aspecto financeiro, mas não dá a Ryan total tranquilidade. Isso porque hoje ele conta apenas com uma pequena ajuda de custo via Bolsa Atleta. Os custos com pelo menos uma viagem internacional e com todas as nacionais, além de material, seguirão sendo custeadas pela Associação Nagai.

Os esforços de Silvana e Rejane para manter o projeto funcionando são colossais, mas infelizmente insuficientes para que mais alunos sigam os passos de Ryan. Por falta de patrocínio não há fundos para custear inscrições e viagens de mais jovens promissores para competir.

Luiz Alberto Gama de Mendonça, à esquerda, foi patrono do projeto até morrer em 2014 — Foto: Arquivo pessoal

A Associação foi fundada pelo pai de Silvana, no Recife, na década de 1970. Em 2012 o primeiro brasileiro a ser campeão pan-americano de judô, Luiz Alberto Gama de Mendonça, convidou a sensei para dar aulas no então chamado Projeto Social Malacacheta, no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro.

Luiz-San, como era carinhosamente chamado, fez o projeto crescer até alcançar 150 alunos e custeava absolutamente tudo. Empresário, ele bancava material esportivo, quimonos e salários. Mas após seu falecimento, em 2014, o apoio acabou. Silvana e Rejane passaram se desdobrar em vários empregos e venderam até comida japonesa para mantê-lo.

Em 2017 as duas formalizaram a Associação Nagai como uma ONG para buscar novas parcerias. Conseguiram bolsas de estudo para mais de 30 alunos, inclusive Ryan, cursarem o ensino médio no colégio Elite. Bateram em muitas portas pedindo patrocínio, mas colecionaram nãos.

- A gente não tem uma estrutura para manter os outros atletas. No início o Ryan já demonstrava esse talento e eu tinha um pouco de medo: “E se ele classificar e eu não tiver dinheiro pra bancar um campeonato pra ele?” E hoje não é só com o Ryan. A gente tem outros atletas que estão se destacando, mas é muito difícil o apoio. Tem muita gente que é voluntária e chega junto para nos ajudar, mas infelizmente chega um momento em que é pela falta do dinheiro que a gente está deixando de dar um passo à frente.

Esse cenário de escassez se torna um prato cheio para os grandes clubes. Ryan foi assediado por algumas das mais tradicionais instituições do país para treinar em locais com melhor estrutura e recebendo salários. Mas, grato a todo o esforço das Senseis, não cogita abandonar o projeto e os companheiros.

Atenta a este movimento, a CBJ tenta ajudar com a parte da estrutura e também indicou Ryan para o programa de atletas das Forças Armadas. Uma vez que se tornar atleta militar ele garantirá uma renda como soldado.

- O Ryan lá é a pedra preciosa do projeto, e todas as atenções estão voltadas para ele. Temos um ciclo olímpico muito curto e temos que ser muito mais assertivos do que a gente já foi até agora, porque qualquer deslize ou qualquer erro que a gente cometa agora não dá tempo de corrigir.



terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

SESI-SP e CBJ celebram sucesso em parceria na realização da Seletiva Nacional Sub-18 e Sub-21


O ginásio do SESI-SP, em Osasco (SP), foi palco da maior competição nacional de judô, a Seletiva Nacional Sub-18 e Sub-21, que reuniu 781 atletas, de 145 clubes de todo o Brasil em quatro dias de disputa no período de 03 a 06 de fevereiro. O evento, que abriu o calendário do judô brasileiro em 2022, marcou o início da parceria entre SESI-SP e Confederação Brasileira de Judô na realização de competições nacionais da modalidade e foi prestigiado por autoridades das duas entidades, que celebraram o sucesso na organização do torneio.  

“Agradeço a receptividade do SESI. A gente ficou muito feliz de estar nessa estrutura. E a nossa retomada vem dentro de uma programação. Passamos quase dois anos inativos e, já às portas das Olimpíadas de Paris, essa Seletiva é muito significante, muito importante para os atletas”, pontuou Silvio Acácio Borges, presidente da CBJ.  

Ele e o gerente das equipes de Transição da CBJ foram recebidos pelo superintendente do SESI-SP, Alexandre Pflug, e pelo diretor das unidades Vila Leopoldina e Osasco, Marcel Miri, que destacaram a relevância do Judô e da parceria com a CBJ na realização dessa Seletiva. 

“Para ajudar o esporte não basta você ser apenas uma equipe de ponta, uma equipe que investe na categoria. A gente precisa aproximar cada vez mais as Federações e as Confederações e, com certeza, todas as modalidades serão muito bem acolhidas por essa equipe do SESI, com profissionais extremamente competentes e por toda a estrutura que a gente tem”, ressaltou Pflug. 

“É um prazer enorme receber essa Seletiva de Judô. O SESI está acostumado a essa nova época de fazer esporte, são dez anos já produzindo atleta e o judô é fundamental na vida do SESI. Ter a oportunidade, aqui em Osasco, de receber mais de 800 atletas de todo o Brasil nessa estrutura que a gente conseguiu montar através do Jader, do presidente da CBJ, para a gente está sendo maravilhoso. Daqui podem sair alguns atletas que, possivelmente, vão estar disputando os Jogos de Paris 2024”, projetou Miri. 

Anfitriões se destacam na Seletiva  

Anfitriões do evento, o SESI-SP foi representado por 30 atletas liderados pelo head coach Alexandre Lee, ex-atleta da seleção brasileira de judô e representante do Brasil nos Jogos de Atenas 2004. Após revelar talentos como Renan Torres (campeão dos Jogos Pan-Americanos Lima 2019) e Michael Marcelino (vice-campeão mundial juvenil e júnior), o SESI inicia o ciclo com uma equipe bastante renovada e promissora.  

Dez atletas da equipe conseguiram terminar entre os oito melhores de suas categorias e conseguiram a classificação para o Meeting Nacional da Base: Michel Augusto, Lucas Antonelli, Camila Vieira, Vinicius Ardina, Igor Lacava, Caio Barbosa, Maria Guilherme, Allan Ferreira, Yasmim Ferreira e Giovana Galkowski, maior destaque da equipe, que sagrou-se campeã no meio-pesado feminino júnior. 

Por: Assessoria de Imprensa da CBJ

Foto: Lara Monsores


Objetivo: Paris 2024 e muitos outros


No esporte de alto nível, talvez mais do que em qualquer outro lugar, há passos importantes a serem dados, passos na vida que, no final de uma carreira esportiva, antes de entrar em uma nova vida, permitem fazer um registro intransigente da vida de um atleta sucessos e fracassos. Dois competidores deixaram sua marca no judô mundial nos últimos anos. Dois campeões que, embora ainda não estejam no final de suas carreiras, já se projetam no futuro, mantendo os dois pés firmemente ancorados no presente.


Em apenas alguns dias, aprendemos muito sobre os próximos passos de Clarisse Agbegenou e Teddy Riner, os dois porta-bandeiras franceses que juntos conquistaram 15 títulos mundiais e 5 títulos olímpicos (individuais e por equipes).

Obviamente, desde Tóquio no verão passado, nos perguntamos: vamos vê-los novamente no tatame? Ambos, individualmente e separadamente, confirmaram que a resposta é sim! A Clarisse revelou-nos diretamente durante a entrevista que nos deu há pouco em Portugal e o Teddy confirmou-o também durante uma entrevista em vídeo que concedeu à revista l'Esprit du Judo.

Então, é claro que muitas coisas ainda podem acontecer até os  Jogos de Paris de 2024  , que é o grande objetivo deles e que, sem dúvida, será a última etapa de suas incríveis carreiras. O primeiro anúncio diz respeito a Clarisse Agbegnenou, que ontem revelou que está grávida. "É algo que eu ansiava como mulher. Então, estou fazendo uma pausa na minha carreira de judô, mas não se preocupe, estarei de volta para as  Olimpíadas de Paris de 2024.  " As coisas são ditas; o plano está pronto.

Fonte Clarisse Agbegnenou

De certa forma, já estamos um pouco nostálgicos porque sabemos que não a veremos no tatame nos próximos meses, mas que alegria saber que ela está prestes a abrir o que será, sem dúvida, a página mais bonita da vida dela. Obviamente, desejamos a ela toda a felicidade do mundo e estamos ansiosos pelo seu retorno. Não será fácil, com certeza, mas promete ser lindo.

Por sua vez, Teddy também anunciou que o intervalo pós-Jogos Olímpicos acabou e ele está de volta aos treinos porque quer seu terceiro título olímpico individual. Seria muito desrespeitoso alguém sugerir ao imenso campeão que ele falhou no Japão porque voltar com uma medalha de bronze individual e uma medalha de ouro por equipe mista é tudo menos um fracasso. Mas aceitamos que um terceiro título individual, que ele quer ganhar em Paris em 2024, seria absolutamente extraordinário e o faria esquecer que em Tóquio ele não conseguiu.

Para isso, o campeão não pode descansar sobre os louros, pois nos últimos anos a competição entre os pesos pesados ​​avançou muito. Se antes a maioria de seus adversários faziam de tudo para não cair, agora fazem de tudo para vencer. Esta é uma grande mudança que resultou em algumas derrotas do gigante francês.


Sempre no 'Espírito do Judô', Teddy dias que ele está começando a se preparar e nunca se afastou muito do judô ou do treinamento físico desde Tóquio. Poderíamos, portanto, vê-lo novamente no tatame do Grand Slam de Budapeste no próximo verão. Para pensar: se o desejo existe, por que não chegar ao Campeonato Mundial no Uzbequistão? Isso pode ser muita informação para digerir, especialmente para seus oponentes.

Teddy não é mais o jovem arrojado que nada pode parar. Isso é perfeitamente normal. Ele envelhece acumulando uma quantidade máxima de experiência, que sempre estará lá para compensar a falta de novidade.

O que talvez seja mais importante é que Clarisse e Teddy, ambos dizem: “Queremos nos divertir acima de tudo”. Isso é tudo o que podemos desejar para eles. Para nós, espectadores de suas carreiras excepcionais, podemos nos alegrar em saber que mais cedo ou mais tarde os veremos novamente, provavelmente mudados, transformados com certeza, mas sempre os mesmos. Enquanto isso, desejamos boa sorte a eles!

Por: Nicolas Messner - Federação Internacional de Judô
Fotos: Gabriela Sabau

Araras: Mari Hayse Silva é campeã da Seletiva Nacional Sub18 e vice-campeã na Sub21


Atleta formada pelo Projeto Kimono de Ouro da Associação Mercadante, Mari Hayse Silva (16 anos) disputou no último final de semana a Seletiva Nacional de Base Sub 18 e Sub 21, onde sagrou-se campeã na classe Sub 18, onde garantiu vaga para o Campeonato Sul-Americano na Argentina, e também foi vice-campeã na classe Sub 21, conquistando vaga na Seleção Brasileira Sub 21.


Mari fez parte do Projeto Kimono de Ouro desde o início 2014, quando tinha apenas oito anos de idade. Hoje, a judoca defende o Club Athletico Paulistano ao comando do sensei Douglas Vieira, vce-campeão oímpico em Los Angeles 1984 e é um dos maiores nomes do judô brasileiro.


Além de Mari, outros judocas que já compuseram o Projeto Kimono de Ouro também disputaram a competição, foram eles os atletas: João Paulo Segatelle (Clube Paineiras do Morumbi) que garantiu o 4° lugar, Octávio Chiossi (São João Tênis Clube), Vitor Turina (Ômega Academia) e Samuel Venâncio (Club Athletico Paulistano).


“Estamos extremamente felizes com o resultado apresentado pela Mari e os outros judocas, isso nos dá orgulho e mostra que estamos no caminho certo na formação de nossos atletas visando os próximos Jogos Olímpicos e Campeonatos Mundiais, é muito importante ressaltar e parabenizar o trabalho que vem sendo desenvolvido nos clubes atuais desses jovens judocas. Desejamos sorte a todos e estaremos sempre na torcida", comenta o professor kodansha 6º dan Marcos Mercadante.


Por: Associação Mercadante de Araras


Alunos do ICI tem 10% OFF na LevFish


O Instituto Camaradas Incansáveis (ICI) realiza parceria com a LevFish Boutique de Pescados e Frutos do Mar, onde todos os alunos do ICI tem 10% de desconto nas compras na LevFish. 

Instituto Camaradas Incansáveis, faça parte dessa equipe!
Rua Barão do Bananal, 475 - Bairro Pompéia - São Paulo

O ICI faz parte da equipe de Sponsors do Boletim OSOTOGARI

Por: ASCOM ICI


FIJ: Margaux volta a sorrir


No ano passado, Margaux Pinot sorriu muito pouco. O ano passado foi contraditório em sua experiência de vida porque, por um lado, ganhou uma medalha de ouro olímpica, mas, por outro, teve problemas que afetaram todas as áreas de sua vida. Agora ela está sorrindo novamente, o que é um bom presságio para uma safra de Pinot de alta qualidade em 2022.

Todo mundo tem desafios e quem disser o contrário está mentindo. A diferença está na gravidade desses problemas. Os de Margaux eram importantes, nível dez em uma escala de zero a dez. C'est la vie e às vezes a vida é uma merda. “Fiquei pensando várias vezes na minha cabeça, pensando na mesma coisa várias vezes”, Margaux nos confessou em Paris. Não vale a pena descrever o que aconteceu com ela porque todos sabem disso. A questão é que ela estava mentalmente exausta, magoada, desorientada. Assim, ninguém pode competir no mais alto nível. Margaux tropeçou em 2021. 

O ouro olímpico foi uma façanha porque seu judô não era o mesmo de sempre, ela era incapaz de produzir algo solvente. Onde ela encontrou o uchi-mata que deu à França a vitória na semifinal da competição por equipes ainda é algo que ninguém entende, nem mesmo ela. Após os Jogos e com o problema arraigado, Margaux ficou discreta, mas reapareceu no Grand Slam de Paris há alguns dias. Havia a curiosidade de saber qual versão da francesa encontraríamos. Como ela está diferente agora, levou quinze segundos para responder às nossas perguntas. Um rápido waza-ari contra o cubano Idelannis Gómez Feria e quinze segundos depois viu a vitória e um sorriso, o primeiro em muitos meses. 

Margaux Pinot em judogi branco

“Vim sem planos preconcebidos, sem estratégias. Fiz tudo por instinto. Geralmente começo como um diesel, vou mais devagar.” 

A segunda pedra de toque foi a japonesa Yoko Ono, outro nível, mais exigente. A luta durou mais, normal, mas no final Margaux saiu vitoriosa. Outro sorriso, a multidão esquentando e nós com um enorme ponto de interrogação para responder. O que aconteceu com Margaux para ser tão bom? 

“Resolvi meus problemas, me libertei, literalmente. Limpei tudo que estava sujo na minha vida, descobri quem são meus verdadeiros amigos, aqueles que me amam e aqueles que estão lá quando preciso deles.” 

Foi isso que a pesou, o que a impediu de ser feliz e se dedicar ao judô com a mente clara, porque o judô é o trabalho dela, o que a alimenta. Nas meias-finais as coisas atingiram a verdadeira dimensão do que representa o torneio de Paris, tendo como adversária a campeã do mundo, a croata Barbara Matic. Margaux segurou, armou o golpe e marcou waza-ari; para a final com o terceiro sorriso do ano. Aquele sorriso de satisfação estava guardado dentro dela, mas ela não tinha motivos para demonstrá-lo. Ela foi a protagonista da manhã, pelo que fez, pela forma como fez, porque veio do inferno. 

Em judogi branco Margaux Pinot derrotando Barbara Matic

Na final havia outro judoca japonês, Saki Niizoe, uma forma de dizer que nem todos ganham em Paris; aqui a demanda é absoluta em todas as lutas. Margaux venceu e sorriu novamente e mais uma vez no pódio. Quatro vitórias claras e contundentes, com técnicas diferentes e uma linguagem corporal que transpira bem-estar emocional. É claro que a terapia funciona. 

“Procuro novos objetivos, horizontes variados, faço tudo de uma forma diferente.” Margaux conquistou sua independência e agora é ela quem decide o que quer e como fazer. Talvez essa seja sua melhor vitória, perceber sua verdadeira força, aquela que está em sua vontade. O resto, o que se vê no tatame, é resultado das decisões que ela tomou. 

Talvez ela ganhe novamente, ou não, o judô não oferece garantias. O que ela prometeu a si mesma é nunca se curvar diante da adversidade, porque sua vida depende disso, porque a liberdade não é algo gratuito. E agradecemos pelo bem do judô e porque queremos vê-la sorrir novamente. 

Margaux Pinot derrotando Saki Niizoe

O padrão de Margaux, sua resposta aos desafios da vida foi se reconectar com o judô. Ela deu o seu melhor e para nós, em Paris, foi realmente o melhor. Ela sorriu porque ganhou por si mesma tanto quanto por qualquer medalha e agora continuará se concentrando no judô e nada mais. 

Fotos: Gabriela Sabau e Marina Mayorova


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Araras: Seletiva Nacional abre o calendário competitivo do Projeto Kimono de Ouro


Nos dias 02 e 03 de fevereiro, a equipe masculina Sub 18 do Projeto Kimono de Ouro disputou a Seletiva Nacional de Base do Judô Brasileiro, que aconteceu em Osasco/SP e foi organizada pela Confederação Brasileira de Judô.


A competição reuniu cerca de 300 atletas Sub 18 masculino. Os representantes ararenses foram Diego Leite (-50kg), Nicollas Veiga (-55kg), Nickolas Duarte (-55kg), Mario Gomes (-66kg) e Eliel Pastre (-73kg). Nossos judocas não obtiveram classificações, mas com certeza contribuiu muito para a evolução técnica de cada um. Esta competição é mais disputadas pelas categorias de base e reúnem atletas de todos os estados brasileiros.


Os atletas estiveram acompanhados pelos técnicos: Marcos Mercadante, Nathália Mercadante e Kleybe Souza.


“O próximo compromisso do Projeto Kimono de Ouro, é a Copa São Paulo, que acontece em março e até lá, teremos muito trabalho e ajustes para alcançarmos nossas metas”, destaca Kleybe Souza.


“Apesar de não termos tido atletas classificados, pudemos levar a experiência como aprendizado para essa equipe que consideramos jovem e que estava há tanto tempo sem competir devido à pandemia. A última competição de quatro dos nossos cinco atletas, foi em 2019 na classe sub 13, mas mesmo assim foram lá e representaram bem, fazendo lutas com atletas mais velhos e experientes", comenta o professor kodansha 6º dan Marcos Mercadante.


Por: Associação Mercadante de Araras


domingo, 6 de fevereiro de 2022

Instituto Reação lidera classificação final da Seletiva Sub-18 no feminino e no masculino


Além de definir os classificados para o Meeting, a Seletiva Nacional de Judô Sub-18 consagrou o Judô Comunitário Instituto Reação como o grande destaque da competição que contou com a participação de 121 entidades entre clubes e associações. Com dois campeões no masculino e uma campeã no feminino, os cariocas lideraram a classificação geral nos dois gêneros e saíram de São Paulo, onde foi disputada a Seletiva, com um excelente resultado.  

“Nós ficamos muito felizes e orgulhosos de colher frutos de um trabalho realizado a longo prazo. Dos 5 atletas que fizeram final, 4 começaram o judô no Instituto Reação e são acompanhados desde então pelos professores Márcio Ramalho e Daniel Loureiro, nosso coordenador de base. Agora, é treinar forte para melhorar ainda mais essa performance no Meeting da base no próximo mês”, comentou André Silva, um dos técnicos que acompanharam a equipe do Reação na Seletiva.  

Thayssa Assis (44kg), Antonio Neto (73kg) e Matheus Abreu (81kg) foram os campeões pelo time do Rio.  

Além deles, outros doze clubes conseguiram fazer campeões na classe Sub-18. O Clube Paineiras do Morumby (SP) fez uma dobradinha com Agatha Benedicto (52kg) e Calebe Santos (60kg). Hebraica (SP), Paulistano (SP), Grêmio Náutico União (RS), São Caetano (SP), Projeto Olhar Futuro (SP), Flamengo (RJ), Associação Videirense de Judô (SC), Academia Corpo Arte (DF), Juventus (PR), Associação Namie de Judô (SP) e Associação Nintai do Brasil (PR) também fizeram campeões Sub-18.  

Todos os oito melhores colocados em cada categoria de peso garantiram vaga no Meeting Nacional, que acontecerá nos dias 12 e 13 de março, em Porto Alegre (RS). Ao final da Seletiva, 59 clubes conseguiram classificar atletas para o Meeting. 

CONFIRA OS RESULTADOS E CLASSIFICAÇÃO FINAL DA SELETIVA SUB-18 

Por: Assessoria de Imprensa da CBJ


Flamengo e Grêmio Náutico União lideram classificação final na Seletiva Sub-21


Mais de 300 atletas da nova geração do judô brasileiro passaram pelo tatame do Sesi Osasco, em São Paulo, neste final de semana para a disputa da Seletiva Nacional Sub-21, que definiu os classificados para o Meeting Nacional. Cerca de 150 clubes estiveram representados na disputa e os grandes destaques dessa classe foram o Clube de Regatas do Flamengo, do Rio de Janeiro, e o Grêmio Náutico União, do Rio Grande do Sul, que lideraram a classificação final no feminino e masculino, respectivamente.  

Com três campeões - Maria Eduarda Diniz (63kg), Eliza Ramos (78kg) e Kauã Jorge Santos (81kg) - o carioca rubro-negro ainda ficou em primeiro lugar geral. Já o União, teve como campeões os judocas Henrique da Silva (60kg) e Vitor Fagundes (+100kg). 

CONFIRA OS RESULTADOS E O QUADRO GERAL 

“Esse desempenho é fruto de um treinamento muito bem feito, muito bem adaptado baseado em conhecimento científico. Fizemos um trabalho de sistema energético de acordo com cada atleta que a gente tem e também um trabalho estatístico de estudo. A gente estudou muito as atletas, estudamos uma forma de fazer a transição do que as adversárias fazem pro nosso treinamento do dia a dia e tentar chegar mais próximo da realidade nesse treinamento”, explicou Vinícius Morato, o Taz, treinador do Flamengo.  

“Nós somos um clube formador de atletas. Pegamos eles desde criança vamos formando até chegar às categorias de base, adulto. A gente tem uma equipe muito homogênea por causa disso, por formarmos o atleta desde muito cedo. Eu sempre digo que somos uma família, porque eles se conhecem desde muito cedo e temos uma união muito grande. Nós conseguimos fazer uma bolha com um grupo de atletas e treinamos todos os dias da pandemia. Só não treinamos quando o clube estava fechado. Então, quando viemos para essa competição, viemos muito tranquilos, pois sabíamos o quanto trabalhamos por esse resultado”, avaliou Rafael Garcia, técnico do Grêmio Náutico União.  

Além desses, mais oito clubes fizeram campeões na Seletiva Sub-21, evidenciando o alto nível competitivo do judô brasileiro. O Minas Tênis Clube teve os campeões Kayo Santos (100kg) e Jaqueline Nascimento (52kg); a Associação Atlética Judô Futuro (MS) foi campeã com Aléxia Nascimento (48kg); Bianca Reis (57kg) fez dobradinha Sub-18 e Sub-21 para a Academia Corpo Arte de Cultura Física (DF); Giovana Galkowski (78kg) deu um título ao SESI-SP, anfitrião do evento; Luana Oliveira (+78kg) colocou o São João Tênis Clube (SP) em primeiro; Guilherme Morais (90kg) garantiu um título à A.D. São Caetano (SP); Ryan Santos (73kg) botou a Academia Espaço Marques Guiness (DF) no lugar mais alto; e Paulo Rodrigues (66kg) foi campeão pela Kiai-Associação Canoense de Judô (RS).  

Os oito melhores de cada categoria classificaram-se para a disputa do Meeting Nacional de Judô, que acontecerá em Porto Alegre (RS), nos dias 12 e 13 de março. 

Por: Assessoria de Imprensa da CBJ


Grand Slam de Paris: Resultados do segundo dia


Frio, chuva e vento, o típico domingo parisiense de fevereiro. Tudo isso pode ser combatido com uma sopa quente e um casaco. Você também pode ir curtir outro tipo de chuva, uma das ippons. É para isso que serve o Grand Slam de Paris. O bom de um dilúvio de judô é que você não precisa de guarda-chuva e é quente. As categorias pesadas entraram na briga, sete de uma vez, trovão garantido. Com quatro tatamis no estádio, você não precisava se distrair porque os ippons estavam acontecendo a uma velocidade vertiginosa. Contamos por categoria, mas antes de contar acrescentamos que o que parece óbvio nem sempre é assim, porque o diabo se esconde nos detalhes.

Pouco antes do início do bloco final do segundo dia do Grand Slam de Paris 2022, uma cerimônia especial aconteceu no palco. O Sr. Marius Vizer, Presidente da FIJ, juntou-se ao Sr. Abdulaziz Albassam, Presidente da Federação Saudita de Judô, para receber o Prêmio Judô pela Paz.

Masculino -81kg: Final de alto vôo 

Tato Grigalashvili é um velho prematuro; tão jovem e já tão conhecido, é isso que mostra o talento. Ele ainda não conquistou nenhum título importante, permanecendo sempre nos portões, mas tendo acabado de completar 22 anos, o georgiano tem muito espaço para progressão. Ele é um mago do judô e em Paris ficou nas semifinais como se estivesse preparando um café na cozinha de sua casa. Lá o georgiano teve sua primeira grande prova de fogo. Sami Chouchi (BEL) tem a infelicidade de ser compatriota de Matthias Casse. Como Casse é o líder do ranking mundial e campeão mundial, Chouchi tem menos espaço, mas o belga costuma aproveitar as oportunidades. Por exemplo, ele ganhou o Grand Slam da Geórgia no ano passado e não é qualquer um que faz isso, especialmente porque ele venceu um grande amigo seu chamado Tato Grigalashvili. Eles se conhecem e gostam um do outro, o que significa uma luta muito dura, desta vez alcançando a pontuação de ouro com os nervos à flor da pele. Grigalashvili venceu, mas o resultado poderia ter sido diferente. Na final, enfrentou o japonês Sotaro Fujiwara. Nada é fácil nesta categoria e quando parece que o mais complicado já passou, surge um novo problema.  

Parecia que Grigalashivli tinha a iniciativa, até que Fujiwara marcou com ippon-seoi-nage. O georgiano respondeu imediatamente com seu próprio waza-ari. A final foi em alta, uma joia para os amantes do judô. Fujiwara concluiu com um espetacular tani-otoshi prolongando o domínio japonês em Paris. Já havia quatro medalhas de ouro e ainda havia muito para ver.

A batalha pelos bronzes refletia a densidade desse peso. O israelense e campeão mundial em 2019 Sagi Muki teve que medir forças com Chouchi e o uzbeque Sharofiddin Boltaboev, fera negra de alguns dos melhores, como Muki, enfrentou o canadense François Gauthier Drapeau. Tudo foi resolvido em pontuação de ouro. Chouchi terminou com waza-ari primeiro, confirmando que se Casse não estiver por perto, ele geralmente responde com medalhas. Boltaboev também ganhou pouco depois. No total foram 15 minutos para duas lutas. Bem-vindo ao universo de -81kg. 


Resultados finais
1. FUJIWARA Sotaro ( JPN )
2. GRIGALASHVILI Tato ( GEO )
3. CHOUCHI Sami ( BEL )
3. BOLTABOEV Sharofiddin ( UZB )
5. MUKI Sagi ( ISR )
5. GAUTHIER DRAPEAU François ( CAN )
7. PIETRI Loic ( FRA )
7. SCHIMIDT Guilherme ( BRA )

Feminino -70kg: Pinot 2022

Paris foi a data escolhida por Barbara Matic para dar sinais de vida. A croata vestiu-se a rigor para exibir o emblema vermelho nas costas que a credencia como campeã do mundo. Havia apenas vinte judocas registrados, mas alguns eram muito perigosos, como Yoko Ono, Assmaa Niang ou Maria Portela. No entanto, o perigo real veio de outro lugar. Margaux Pinot teve um 2021 agridoce porque conquistou o ouro olímpico por equipe, mas perdeu o torneio individual na primeira rodada. Ela foi incapaz de mostrar seu melhor judô. Parece que a longa pausa que ela recebeu desde Tóquio valeu a pena. Pinot destruiu primeiro a cubana Idelannis Gómez Feria, para depois fazer o mesmo com a japonesa Yoko Ono. A versão 2022 da francesa parece muito boa. Nas semifinais, ela eliminou sem hesitar o campeão mundial Matic. Outro judoca que pulou no trem do sucesso foi Saki Niizoe. Ono é mais conhecido, mas devemos nos lembrar do diabo e dos detalhes. Discretamente, sem fazer muito barulho, os japoneses chegaram à final após derrotar Prévot, Portela e Petersen. Nas meias-finais, aproveitou a ausência por lesão da alemã Giovanna Scoccimarro. Às vezes isso acontece e ela apareceu contra Pinot na final. 

Era a França contra o Japão, como nos velhos tempos. Foi uma final muito tensa, os judocas se anularam e assim chegaram ao período do placar de ouro, onde Pinot venceu com morote-seoi-nage. Com ouro e duas vitórias contra dois japoneses no mesmo dia, é um sim, o novo Pinot realmente tem algo novo! "Meu judô está melhor hoje do que todo o ano passado. É porque resolvi alguns outros problemas e me libertei mentalmente. Quando a cabeça está bem, todo o resto se encaixa", disse Pinot. Barbara Matic conquistou o bronze na pista rápida contra a britânica Kelly Petersen-Pollard e Ono também venceu na ausência de Scoccimarro.


Resultados finais
1. PINOT Margaux ( FRA )
2. NIIZOE Saki ( JPN )
3. ONO Yoko ( JPN )
3. MATIC Bárbara ( CRO )
5. SCOCCIMARRO Giovanna ( GER )
5. PETERSEN POLLARD Kelly ( GBR )
7. EME Clemence ( FRA )
7. ISSOUFI Kaila ( FRA )

Masculino -90kg: Elvis Japonês

Com o campeão olímpico Lasha Bekauri de férias e o campeão mundial Nikoloz Sherazadishvili dando seus primeiros passos na primeira divisão, um chefe era procurado aqui, pelo menos temporariamente. Havia muitos candidatos, mas nenhum se destacou acima do resto. Ainda era cedo. Pouco a pouco o assunto foi se acalmando e surgiu um neófito e um veterano. O japonês Sanshiro Murao está se tornando conhecido, mas é algo recente. Uma prata mundial e uma ouro em um grand slam aos 21 anos soa muito bem. O azeri Mammadali Mehdiyev é como os legionários que conquistaram um império com paciência e suor. Ele está na elite há uma década, não como um grande favorito, mas você sempre tem que contar com ele. Em Paris chegou à final com a intenção de parar os pés da geração jovem. Era assim que as coisas eram antes da final. 

Murao venceu porque não esperou, não quis contemporizar, que foi o que Mehdiyev fez. Os japoneses, com aquela quase peruca que lhe dá o ar de Elvis, executaram osoto-gari. Isso é outro ouro para o Japão!

Davlat Bobonov fez um ippon expresso para conquistar o bronze contra Beka Gviniashvili e o judoca turco Mihael Zgank tornou a tarde amarga para o francês Alexis Mathieu, com o segundo bronze.


Resultados finais
1. MURAO Sanshiro ( JPN )
2. MEHDIYEV Mammadali ( AZE )
3. BOBONOV Davlat ( UZB )
3. ZGANK Mihael ( TUR )
5. GVINIASHVILI Beka ( GEO )
5. MATHIEU Alexis ( FRA )
7. PARLATI Cristã ( ITA )
7. SILVA MORALES Ivan Felipe ( CUB )

Feminino -78kg: Rainha de Paris

Esta categoria era quase uma cópia carbono da categoria -70kg. Nem a campeã japonesa e olímpica Shori Hamada nem a campeã alemã e olímpica Anna Maria Wagner viajaram para Paris, mas havia a francesa Madeleine Malonga, ex-campeã mundial, que no ano passado perdeu a final mundial e olímpica contra Hamada e Wagner. São os três melhores! Na ausência dos dois primeiros, Malonga era claramente a favorita, mas era também a sua primeira competição desde os Jogos Olímpicos. Ela teve azar ou não conseguiu encontrar as fraquezas do coreano Jeongyun Lee e foi para casa assim que chegou. Com Malonga fora de ação, começou um torneio totalmente diferente. As mais inteligentes foram a japonesa Mami Umeki e a francesa Audrey Tcheumeo. Umeki é a quarta perna da cadeira, junto com Wagner, Malonga e Hamada. Tcheumeo foi vice-campeão olímpico no Rio.  

14 segundos depois Tcheumeo já estava na frente com sumi-gaeshi. Umeki ainda não tinha acordado e quando o fez, já era tarde demais. O atleta francês controlou o tempo e venceu. França 2, Japão 0 e quinto título em Paris para Tcheumeo.

Os bronzes foram para Malonga, que veio dos playoffs e seu carrasco na primeira rodada, Jeongyun Lee. Eles derrotaram Hyunji Yoon da Coréia e Emma Reid da Grã-Bretanha.


Resultados finais
1. TCHEUMEO Audrey ( FRA )
2. UMEKI Mami ( JPN )
3. LEE Jeongyun ( KOR )
3. MALONGA Madeleine ( FRA )
5. REID Emma ( GBR )
5. YOON Hyunji ( KOR )
7. POSVITE Fanny Estelle ( FRA )
7. AUSMA Natascha ( NED )

Masculino -100kg: Senhor Sim Senhor

Havia os velhos conhecidos, os veteranos endurecidos pela batalha e os recém-chegados. Havia Toma Nikiforov, Michael Korrel e Peter Paltchik, para dar três exemplos e Joris Agbégnénou e Nikoloz Sherazadishvili; muito músculo para uma única medalha de ouro. A velha guarda ganhou, como se quisesse reivindicar algo, o direito à longevidade e fechou a porta para os japoneses e franceses. A final foi uma partida entre dois judocas fortemente marcados, o soldado belga e profissional Toma Nikiforov e o israelense Peter Paltchik; um ótimo final de aparência. 

Ficou imediatamente aparente que eles se respeitavam. Foi uma luta tática, uma luta de kumi-kata. O período de ouro chegou com dois shido para Paltchik e um para Nikiforov. Porém, algo excepcional aconteceu: um ataque simultâneo e ambos pensaram que tinham vencido, mas o israelense usou a cabeça e o pescoço para conduzir sua tentativa e foi logicamente eliminado. Muzaffarbek Turboyev teve um bom dia. Ele primeiro esmagou Sherazadishvili em 30 segundos e depois ganhou o bronze fazendo mais ou menos a mesma coisa com o veterano holandês Michael Korrel. O outro bronze foi para o japonês Kentaro Iida, que derrotou o brasileiro Rafael Buzacarini. 


Resultados finais
1. NIKIFOROV Toma ( BEL )
2. PALTCHIK Peter ( ISR )
3. TUROBOYEV Muzaffarbek ( UZB )
3. IIDA Kentaro ( JPN )
5. KORREL Michael ( NED )
5. BUZACARINI Rafael ( BRA )
7. KUCZERA Piotr ( POL )
7. EICH Daniel ( SUI )

Feminino +78kg: Tomita x França

Esta categoria era como se o anfitrião da festa não quisesse alimentar seus convidados. A França tem uma escola de pesos pesados ​​muito forte. Quatro deles defenderam a honra nacional, incluindo Romane Dicko, vice-campeão olímpico. Com a brasileira e cabeça de chave Beatriz Souza eliminada em sua primeira partida, entre a França e uma medalha de ouro, apenas um japonês, Wakaba Tomita, ficou no caminho, mas tome cuidado porque dissemos 'japonês'.

Dicko em uma final é tudo menos absurdo. Ela é a adversária mais dura da melhor peso-pesado do circuito, a japonesa Akira Sone. No entanto, Tomita não deveria ser subestimado. Que? Nunca! Agora Dicko sabe disso, tendo concedido um belo ippon de Tomita. França 2, Japão 1. Léa Fontaine e Julia Tolofua foram as escudeiras perfeitas para Romane Dicko. Tolofua ganhou o bronze contra o turco Nihel Cheikh Rouhou. Fontaine perdeu para a coreana Hayum Kim, mas lutou pelo bronze em Paris pela segunda vez consecutiva e ainda é júnior.  


Resultados finais
1. TOMITA Wakaba ( JPN )
2. DICKO Romane ( FRA )
3. TOLOFUA Julia ( FRA )
3. KIM Hayun ( KOR )
5. CHEIKH ROUHOU Nihel ( TUN )
5. FONTAINE Lea ( FRA )
7. ASSELAH Sônia ( ALG )
7. SOUZA Beatriz ( BRA )

Masculino +100kg: Foguete Mongol

Em Paris, o japonês Kokoro Kageura está em casa. Ele desmoronou a montanha Riner aqui em 2020 e depois venceu o campeonato mundial, para retornar agora como chefe com comando no lugar. O rival a ser batido era ele. O problema dele é que ele descansou nos louros e acabou perdendo nas semifinais em uma partida inglória. Os detalhes às vezes são encontrados em si mesmo.

A final foi inédita, sem francês ou japonês na categoria coroada. Era como se o mongol Tsetsentsengel Odkhuu e o azerbaijano Ushangi Kokauri tivessem o partido errado, mas não, não era sobre isso. Eles foram consistentes, venceram suas lutas com firmeza e não mostraram fraquezas. 

Odkhuu se lançou como um foguete, moveu-se com velocidade, o que sempre incomoda Kokauri e acabou com a festa estrangulando seu oponente. Era uma obra de arte digna de ouro. Joseph Terhec e Guerman Andreev foram os últimos representantes de um contingente francês que correspondeu às expectativas com um total de 11 medalhas. No entanto, eles não conseguiram pegar mais. Guerman tropeçou porque encontrou Kageura, que não gostou nada de sua eliminação na semifinal e queria compensar isso. Terhec teve que dançar com o coreano Minjong Kim, que também não estava a fim de piadas. 


Resultados finais
1. ODKHUU Tsetsentsengel ( MGL )
2. KOKAURI Ushangi ( AZE )
3. KIM Minjong ( KOR )
3. KAGEURA Kokoro ( JPN )
5. TERHEC Joseph ( FRA )
5. ANDREEV Guerman ( FRA )
7. PUUMALAINEN Martti ( FIN )
7. SANAL Emre ( FRA )

Conclusão 

A intra-história deste segundo e último dia foi a batalha entre a França e o Japão. Houve três finais entre esses países; todos os três nas categorias femininas. O outro detalhe foi a esmagadora presença japonesa no pódio. 

Paris é uma grande festa, um desafio para qualquer atleta, uma parede que vale a pena escalar. Paris é uma referência temporária. Saber que Paris está lá, esperar, ano após ano, é a melhor terapia. Significa saber que, quando tudo der errado e como Rick disse a Ilsa, “sempre teremos Paris”. 

Fotos: Gabriela Sabau e Marina Mayorova

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