Em uma cerimônia marcada por emoção e reconhecimento, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) eternizou mais quatro nomes na história do esporte nacional. Na noite desta terça-feira (13), no icônico Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, Daiane dos Santos (ginástica artística), Gustavo Kuerten (tênis), Edinanci Silva (judô) e Afrânio Costa (tiro esportivo, in memoriam) foram oficialmente incluídos no Hall da Fama do COB. O evento celebra a trajetória de grandes atletas brasileiros, exaltando suas contribuições para o desenvolvimento do esporte no país.
Entre os homenageados, um dos destaques da noite foi a judoca Edinanci Silva. Paraibana, Edinanci entrou para a história ao se tornar a quinta judoca a fazer parte do seleto grupo do Hall da Fama, ao lado de nomes como Chiaki Ishii, Aurélio Miguel, Rogério Sampaio e Walter Carmona.
A trajetória de Edinanci é marcada por superação, conquistas e pioneirismo. Por orientação médica, iniciou no judô aos 15 anos — idade considerada tardia para os padrões da modalidade — mas rapidamente se destacou. Na categoria meio-pesado (-78kg), construiu uma carreira sólida e vitoriosa, tornando-se a primeira mulher brasileira a disputar quatro edições consecutivas dos Jogos Olímpicos: Atlanta 1996, Sydney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008.
Além da longevidade e consistência no alto rendimento, Edinanci conquistou resultados expressivos: dois bronzes em Campeonatos Mundiais de Judô — Paris 1997 e Osaka 2003 — e duas medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos, em Santo Domingo 2003 e no Rio de Janeiro 2007.
Durante a homenagem, emocionada, Edinanci recebeu a placa simbólica das mãos do campeão olímpico Emanuel Rego. Com a voz embargada, ela refletiu sobre o caminho percorrido até ali:
— "Nem tenho palavras para dizer o que estou sentindo neste momento. É muita luta, muita entrega em quatro anos, para a gente chegar em uma competição, entrar no tatame, e fazer apenas quatro minutos de luta, que muitas vezes viram trinta, quinze segundos. Só tenho a agradecer ao COB, à CBJ, a todos os técnicos que passaram em minha carreira, em especial à tia Rose que está aí. Só tenho a agradecer por lembrarem meu nome e por permitir que mais uma história de uma nordestina possa acompanhar a história olímpica do país."
A marca de suas mãos agora ficará registrada no Centro de Treinamento do COB, como símbolo de uma trajetória que inspira não apenas atletas, mas todos que acreditam na força da dedicação e da perseverança. A história de Edinanci Silva é um capítulo essencial na narrativa do esporte brasileiro — uma prova viva de que o talento aliado à resiliência pode levar uma nordestina ao topo do mundo.
Com informações do Globo Esporte
