Superar os próprios limites
e vencer seus desafios é algo que todo o judoca carrega desde a faixa branca.
Desde cedo, todo mundo aprende no tatame que, tanto no judô quanto na vida,
derrotas e vitórias estão sempre por perto. De quimono, se aprende a cair para
em seguida levantar. Sem desistir e para seguir mais forte.
Lições essas que o mais novo
faixa preta do Rio Grande do Sul conhece bem. Iugo Fuke Urakami, da Judô Gaba,
tradicional equipe de São Leopoldo, no Vale do Sinos, recebeu a sonhada
graduação na semana passada em meio a uma das mais complicadas batalhas de sua
vida. O judoca de 39 anos encara um câncer há cerca de um ano e meio. E mesmo
assim, enquanto manteve condições físicas, não deixou de lado o curso.
A entrega da nova graduação
foi feita em uma cerimônia especial, na própria Gaba, com a presença do
presidente da Federação Gaúcha de Judô, César Cação; do diretor técnico, Luiz
Bayard; do kodansha Almerindo Batista; entre outros. O momento de alegria e
satisfação antecedeu a nova luta iniciada nos dias seguintes, com uma nova
série de sessões de quimioterapia.
Ver Iugo com a faixa preta
na cintura serve de inspiração. “Ele passou a ser um incentivo para
aqueles que pensam em, por qualquer motivo, desistir de fazer o exame para
faixa preta. Iugo teria todos os motivos para desistir, mas está firme”,
afirmou o sensei Eduardo Ferreira, testemunha próxima das batalhas de Iugo.
E testemunhas não faltaram
para ver Iugo ser promovido. “No dia, conseguimos reunir amigos que começaram
com ele muito novinhos. Reunimos no tatame pessoas que não chegaram à faixa
preta, mas ficaram sabendo da história e vieram para prestigiar”, contou o
professor Ferreira.
“Foi uma cerimônia muito
emocionante”, definiu o presidente César Cação. “Muitas das pessoas com quem
conversamos destacaram a dedicação dele com o judô. Iugo é um exemplo. Era um
sonho dele ser faixa preta e com certeza ele é merecedor”, destacou.
“Apesar de todas as
dificuldades do tratamento, Iugo sempre se manteve firme e focado no seu
objetivo”, ressaltou o diretor técnico da FGJ, Luiz Bayard. “O esporte nos
presenteia com estes momentos, que nos dão força e ânimo para seguir em
frente”, complementou. “Foi uma honra participar desta solenidade de promoção
do Iugo, que tem uma história muito bonita de dedicação e valorização do judô.”
Retorno ao judô depois da
faculdade
Hoje a batalha é pela saúde,
mas Iugo já teve outros tantos desafios antes. Na sua primeira passagem pela
Gaba, chegou até a faixa marrom. Nesse caminho, títulos e um bom desempenho que
lhe asseguraram o reconhecimento da própria FGJ, como atleta destaque, nos
primeiros anos da década passada.
Em seguida, Iugo deixou o
judô um pouco de lado para dedicar-se aos estudos. Venceu e formou-se em
jornalismo. Aí, quando voltou à Gaba, a meta era a faixa preta, alcançada
agora.
Foto: Judô Gaba / Divulgação
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Tiago Medina
Assessor de Imprensa
Federação Gaúcha de Judô
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