quinta-feira, 21 de julho de 2022

Araras: Associação Mercadante realiza exame de faixa


No último dia 11, os judocas da Associação Mercadante realizaram o exame de faixa. O evento contou com o prestígio dos pais e responsáveis dos alunos, o que contribuiu para um momento ainda mais especial para nossos pequenos.

Promovidos à faixa branca-ponta-cinza: Arthur Marianno, Greta Pedreschi, Helena Trevisan, Isabelli Alário, Leonardo Vancin, Lucas Andrioso, Luiza Alvarenga, Madson Souza e Marcos Guirau.

Promovidos à faixa cinza: Abraão Adão, Amanda Vitória, Arthur Teixeira, Caio Martins, Carlos Magnani, Davi Guariento, Flávia Jesus, Isaac Silva, João Guariento, Lorena Leandro, Maria Canassa, Maria Martins, Maria Martoni, Nicole Mercatelli, Noberthy França, Yago Martins, Yan Matheus e Yuri Raphael.

Promovidos à faixa azul: David Falcirolli, Diogo Vian, Elias Willian, Gabriel Oliveira, Gabriela Martins, Isadora Moura, João Wandekin, Letícia Camargo, Nicoly Borges e Robson Flores.

Promovidos à faixa laranja: Anna Machado, Arthur Marques, Ezequiel Pastre e Fabiano Moreira.

Promovido à faixa verde: João Lima. Promovida à faixa roxa: Isabelle Belmiro


As faixas simbolizam os ciclos de aprendizagem em que cada praticante se encontra. Eventos como este onde a criança se sente realizada e reconhecida, contribuem ainda mais para a disposição de continuar aprendendo e evoluindo através desse esporte. "Estou muito feliz em ver a evolução dos nossos judocas. Parabenizo a todos pela troca das faixas, e também aos pais pelo incentivo que dão aos seus filhos. Não tenho dúvidas que todos estão no caminho certo, o caminho do bem e da vitória, tanto dentro, como fora dos tatames", comenta o sensei kodansha Marcos Mercadante.

Por: Associação Mercadante de Araras


quarta-feira, 20 de julho de 2022

Educação CBJ divulga resultado do processo seletivo para estágio prático no Programa de Formação Continuada de Treinadores


A Coordenação de Educação da Confederação Brasileira de Judô divulgou, nesta quarta-feira (20), o resultado do processo seletivo para o Estágio Prático - Módulo I. O curso ofertou quatro vagas (duas femininas e duas masculinas) para treinadores filiados e seu objetivo é desenvolver de forma prática os conhecimentos, habilidades e competências abordadas no Programa de Formação Continuada de Treinadores.

Após análise das Fichas Técnicas e da documentação comprobatória, esses foram os selecionados:

Treinadoras aprovadas:

Milena Cristina Vilela Mendes Zacani - 131 pontos

Maria José de Jesus Souza - 119 pontos

Treinadores aprovados:

Thiago Valladão Fernandes - 149 pontos

Henrique Augusto Miniskowski da Silva - 135 pontos

Por: Assessoria de Imprensa da CBJ

Foto: Lara Monsores

terça-feira, 19 de julho de 2022

Bahia: Febaju lança edição 2022 da Revista Virtual Judô Bahia


A Federação Baiana de Judô (Febaju) lança nesta quarta-feira (13) a edição 2022 da Revista Virtual Judô Bahia. Os textos reunidos nessa edição têm como tema os avanços conquistados pela modalidade e pela entidade, além de trazer iniciativas afirmativas e inclusivas. A publicação inclui matérias sobre as competições internacionais que ocorreram na Bahia, mais um edição do Curso EAD que contemplou atletas do Brasil, o projeto Bahia Olímpica, artigo sobre a Arbitragem e a Pandemia, renovação do patrocínio da Unimed para realização do Circuito Baiano de Judô, e muito mais.

A Revista Virtual Judô Bahia é um periódico online e está disponível no endereço: https://febaju.com.br no menu Revista.

Por: FEBAJU

Rio Grande do Sul: Kageyama fatura o título do Campeonato do Interior


A Kageyama é a campeã do Campeonato do Interior, realizado no último sábado, no Ginásio da Fenachim, em Venâncio Aires. A equipe terminou a competição com 727 pontos, após seus judocas totalizarem 24 ouros, 26 pratas e 25 bronzes.

O vice-campeonato ficou com o TC Santa Cruz, que, apesar do segundo lugar, foi o time que mais conquistou ouros ao todo, 27. A diferença na pontuação total ficou por conta das pratas e bronzes, 16 cada, e a equipe terminou com 597 pontos, sendo seguida no pódio por Hunters, Tatsuya e AVA.

Ao todo, 18 equipes participaram do Campeonato do Interior, que marcou a volta de Venâncio Aires ao circuito estadual após quatro anos. Na abertura do evento, o prefeito Jarbas Barbosa foi ao ginásio da Fenachim, acompanhado do secretário de Esporte e Cultura, José Rosa, prestigiar os atletas.

A Divisão Aspirantes teve 16 equipes participantes, com o ATC levando a melhor sobre os adversários. Numa disputa parelha logo atrás, Bilhar, Assonaju, AVA e JMA completaram o pódio. Os resultados completos estão nesta página.

Por: Federação Gaúcha de Judô


segunda-feira, 18 de julho de 2022

Rio Grande do Sul: Rafael Macedo é prata, Daniel Cargnin, Ketleyn Quadros e Mayra Aguiar conquistam o bronze no Grand Prix de Zagreb


O gaúcho Daniel Cargnin voltou ao pódio do circuito internacional. Lutando desde o início da temporada na categoria 73kg, ele ganhou pela primeira vez uma medalha no novo peso em tatames europeus, faturando o bronze no Grand Prix de Zagreb, neste sábado. No mesmo dia, a colega sogipana Ketleyn Quadros (63kg) também conquistou o bronze no 63kg.

Com as medalhas, a dupla da Sogipa somou mais 350 pontos em suas respectivas categorias. Zagreb é a última competição internacional da Seleção Brasileira antes da convocação para o Mundial. Além disso, a pontuação conquistada na Croácia já contribui para o ciclo Paris-2024.

O caminho para ambos até o pódio passou por vitórias nas fases iniciais e reveses apenas nas semifinais. “Ainda estou nessa adaptação pro 73kg. Estou muito feliz pelo progresso, por estar desempenhando bem. Sei que tem muita coisa para melhorar ainda, mas é passo a passo”, avaliou Daniel, que, graças ao resultado, deverá entrar no top-50 do mundo na nova categoria.

Número 4 do peso 63kg, Ketleyn, que disputa seu quinto ciclo olímpico, se disse satisfeita: “Isso é sinal de caminho certo, de cada dia estar melhor, se superando. Espero que sirva de motivação e estímulo, já que essa é a última competição antes do Mundial. O trabalho continuará forte. Agora, é voltar, corrigir os detalhes para que os próximos resultados sejam melhores”.

Ainda no sábado, Tamires Crude (63kg), Luana Carvalho (70kg), Maria Portela (70kg) e Vinícius Panini (81kg) também lutaram. Portela ficou em 7º lugar e os demais pararam ainda nas primeiras rodadas.


Depois dos pódios do sábado, o judô gaúcho voltou a colaborar com a Seleção Brasileira com mais duas medalhas no domingo, no último dia de disputas do Grand Prix de Zagreb, na Croácia. Rafael Macedo (90kg) chegou à final e levou a prata, enquanto Mayra Aguiar (78kg) conquistou o bronze.

Macedo venceu quatro combates, sendo dois deles por ippon, até a final. Na decisão, foi superado por Beka Gviniashvili, da Geórgia, que é o atual número 5 do ranking mundial. Com o resultado, o judoca da Sogipa agrega 490 pontos no ranking mundial, o que deverá colocá-lo no top-20 da categoria.

Minutos mais tarde, foi a vez de Mayra Aguiar garantir sua medalha – a segunda em duas competições seguidas na Europa. Dessa vez, a gaúcha lutou quatro vezes. Na semi, perdeu para Natalie Powel, que veio a se sagrar campeã na sequência. No confronto valendo a medalha, a gaúcha derrotou Karen Stevenson, da Holanda.

“Foi mais um grande evento e estou muito feliz com a equipe masculina. Conquistamos medalhas em três categorias muito difíceis”, avaliou o sensei Antônio Carlos Pereira, o Kiko, técnico da Sogipa e da equipe masculina do Brasil. “O rendimento está melhorando, hoje, por exemplo, o Rafael fez uma grande competição”, acrescentou o professor, destacando as duas vitórias sobre o alemão Eduard Trippel, atual vice-campeão olímpico, uma no Grand Slam de Budapeste e outra em Zagreb.

O Brasil fechou a competição na Croácia com quatro pódios, uma prata e três bronzes. Todas as medalhas foram conquistadas por judocas da Sogipa. O Grand Prix de Zagreb foi o último torneio antes da convocação para o Mundial, marcado para ocorrer entre os dias 6 e 13 de outubro, em Tashkent, no Uzbequistão.

Por: Federação Gaúcha de Judô


domingo, 17 de julho de 2022

Macedo é prata e Mayra fatura bronze no último dia do Grand Prix de Zagreb


O judô brasileiro fechou, neste domingo, 17, sua participação no Grand Prix de Zagreb, na Croácia, com mais dois ótimos resultados. Rafael Macedo (90kg) conquistou a medalha de prata e Mayra Aguiar (78kg) levou o bronze no evento que foi a última etapa antes do Campeonato Mundial de Tashkent, em outubro. Ao todo, o Brasil teve uma prata e três bronzes na Croácia com as medalhas conquistadas por Daniel Cargnin (73kg) e Ketleyn Quadros (63kg), no sábado, 16. 

A campanha de Rafael Macedo foi marcada por belas projeções que lhe garantiram três vitórias seguidas nas preliminares, colecionando ippons e waza-aris. Na semifinal, mais uma vez, bateu o vice-campeão olímpico, Eduard Trippel, da Alemanha, nas punições, e só parou diante do georgiano Beka Gviniashvili, que venceu a final por ippon para ficar com o ouro.  

O peso médio brasileiro vem numa crescente neste ano, com três competições seguidas chegando às disputas por medalhas. Foi bronze em Antalya, quinto em Budapeste e, agora, prata em Zagreb, seu melhor resultado desde o título do Grand Slam de Tbilisi, em 2018. Desempenha que traz confiança para o campeonato mais importante da temporada. 

“Primeiramente, agradeço a Deus, à torcida. Foi a última competição antes do Mundial, uma boa preparação, uma bela competição para chegar bem no Mundial”, comentou o judoca. 

Já Mayra Aguiar, faturou sua quarta medalha em cinco competições disputadas em 2022. A única vez que ela não foi ao pódio foi no Grand Slam de Antalya, quando ficou em sétimo lugar. Na Croácia, estreou com vitória por fusen-gachi, o W.O. do judô, e avançou à semifinal com vitória sobre Petrunjela Pvic, da Croácia.

Na penúltima luta, caiu para a britânica Nathalie Powell, e não quis sair de mãos vazias. Foi para cima de Karen Stevenson, da Holanda, marcou um waza-ari e, em seguida, passou um susto com uma tentativa de imobilização por parte da adversária. Mayra conseguiu sair, recuperou o foco e projetou Stevenson de ippon para assegurar o bronze.  

Saldo positivo para o Brasil na última série de competições na Europa  

O judô brasileiro fecha a última de série de competições na Europa com um saldo muito positivo e mostrando força para brigar por mais medalhas no Campeonato Mundial, em outubro. Após o Grand Slam de Budapeste e o Grand Prix de Zagreb, a seleção retorna ao Brasil com um ouro, duas pratas e quatro bronzes conquistados por seis atletas diferentes: Guilherme Schimidt (81kg/ouro), Rafael Macedo (90kg/prata), Rafaela Silva (57kg/prata), Daniel Cargnin (73kg/bronze), Ketleyn Quadros (63kg/bronze) e Mayra Aguiar (78kg/2 bronzes).  

No ano, o Brasil fecha o primeiro semestre com 35 medalhas distribuídas entre etapas de Grand Slam, Grand Prix e Campeonato Pan-Americano. Em Grand Slam, etapas que mais valem pontos no ranking, foram dois ouros, seis pratas e seis bronzes. 

A partir de agora, o foco estará totalmente voltado para o Mundial. A preparação da seleção contará com um intercâmbio técnico na França com a seleção anfitriã, uma das mais fortes do mundo, além de treinamentos de campo nacionais. A lista de convocados será divulgada em breve pela comissão técnica da CBJ, levando em consideração os critérios estabelecidos aqui. 


Seleção Júnior fecha a Copa Europeia Sub-21 de Paks no quarto lugar geral


Chegou ao fim, neste domingo (17), a Copa Europeia Sub-21 de Paks, na Hungria. Com mais duas pratas e um bronze conquistados no segundo dia de competição, a Seleção Brasileira Júnior de Judô fechou sua participação com o quarto lugar no quadro geral de medalhas.

Na categoria -48kg, o Brasil teve dobradinha no pódio. Alexia Nascimento, segunda colocada no ranking mundial júnior, levou o bronze após vencer Giorgia Hagianu, da Romênia, e Rafaela Batista, terceira colocada, ficou com a prata após ser derrotada pela turca Merve Azak na grande final.

“Hoje representamos o Brasil aqui em Paks e estamos muito felizes pela conquista, por mais essas medalhas. Queríamos agradecer nossos clubes, nossos técnicos e a CBJ por toda ajuda e por todo suporte. Muito obrigada”, disse Alexia Nascimento, ao lado de Rafaela Batista, após descerem do pódio.

Finalizando o dia, Bianca Reis (57kg) parou em Ozlem Yildiz, da Turquia, após vencer três lutas, e terminou com a medalha de prata. Na mesma categoria, Júlia Henriques disputou o bronze, mas perdeu para a austríaca Verena Hiden e ficou na 5ª colocação.

“Valeu todo mundo pela torcida, pelo apoio. Foram muitas lutas difíceis, é uma categoria complicada. Mas é voltar para casa com essa aqui [medalha] e corrigir o que eu preciso nos treinos”, disse Bianca Reis.

A Seleção volta a competir entre os dias 10 e 14 de agosto, no Campeonato Mundial Sub-21, que acontecerá em Guayaquil, no Equador. 

Um sábado vitorioso também.

A Copa Europeia Sub-21 de Paks, na Hungria, teve início neste sábado (16) e a Seleção Júnior de Judô subiu ao pódio sete vezes com um ouro, três pratas e três bronzes. A competição é a última parada antes do Campeonato Mundial Júnior, que acontecerá em agosto, no Equador, e distribui pontos importantes para o ranking nacional e mundial.

Kaillany Cardoso (63kg), de 18 anos, foi campeã depois de uma bela campanha. Na fase preliminar, ela eliminou a húngara Giorgina Krupl, a libanesa Aquilina Chayeb e a austríaca Laura Kallinger, número 15 do mundo. Nas semifinais, venceu Anna Krizza, da Hungria, e na decisão conquistou o ouro em cima da romena Florentina Ivanescu.

“Eu queria agradecer primeiramente a Deus, e também à CBJ e ao Minas Tênis Clube por todo apoio que vocês me dão. Eu estou muito feliz”, disse Kaillany após a cerimônia de premiação.

Outros três brasileiros chegaram às finais, mas acabaram ficando com a medalha de prata. Ronald Lima (66kg) venceu cinco lutas e parou no turco Muhammed Demirel; Gabriel Falcão (73kg) perdeu a decisão em um golden score de seis minutos contra Jano Ruebo, da Alemanha, após levar três shidos; e Eliza Ramos (78kg) foi superada pela alemã Anna Monta Olek.

Nas disputas por bronze, o Brasil teve um excelente desempenho, vencendo três das quatro lutas que teve. Michel Augusto e Ryan Conceição fizeram dobradinha no pódio da categoria -60kg; e Matheus Pereira (66kg), com ippon, ganhou de Talha Buyukeser, da Turquia. Ana Soares (+78kg) também disputou o bronze, mas acabou ficando com a 5ª colocação após perder para a italiana Tiziana Marini.

Por: Assessoria de Imprensa da CBJ


GP de Zagreb: Resultados do terceiro dia.


-90kG - Masculino

Parecia o Dia da Marmota sem Bill Murray. Assim como em Budapeste, o cubano Iván Felipe Silva Morales enfrentou o espanhol Tristan Mosakhlishvili no segundo turno. Como em Budapeste, Silva Morales venceu. No entanto, houve um momento de discussão porque o espanhol jogou, mas acabou sendo penalizado por realizar o famoso e irregular abraço de urso. Isso é vida. os atletas aceitam as regras e a competição continua.

Nas quartas-de-final, o japonês Kenta Nagasawa marcou um ippon sensacional que enviou o cubano para a repescagem e, novamente, como dito antes, uma bebida doce é muitas vezes seguida por uma amarga. Nagasawa ficou com o mel nos lábios quando jogou a georgiana Beka Gviniashvili, não é fácil de fazer, mas foi revisada e Nagasawa foi desclassificada para um mergulho na cabeça. O georgiano chegou à final para enfrentar o brasileiro Rafael Macedo, que teve o mérito de eliminar o vice-campeão olímpico e sempre explosivo alemão, Eduard Trippel. 

Macedo anunciou a palestra com um uchi-mata acolhedor que enviou Gviniashvili voando, mas o georgiano tinha o trem de pouso para fora. Após o susto, Gviniashvili montou um ataque com um arremesso de quadril que Macedo não conseguia parar; waza-ari! Foi uma boa final, como toda a categoria e faltava um minuto e meio, tempo suficiente para Gviniashvili terminar o trabalho com o-goshi. Foi a sétima medalha de ouro para o georgiano. 

O campeão mundial de 2019 Noel Van T End (NED) contra Nagasawa (JPN) e Trippel (GER) emparelhado com o francês Francis Damier, foi o line-up e essas lutas foram para as medalhas de bronze; que inflação de talento, como é difícil ganhar uma medalha hoje em dia. Van T End cresce em grandes ocasiões, mas ele teve uma temporada difusa, não encontrando sua melhor forma. Em Zagreb ele mostrou mais coisas, coisas bonitas e também cerrou os dentes nos momentos mais difíceis. No entanto, não importa quanta boa vontade ele colocou, os japoneses foram superiores em todos os momentos. Ele atacou e Van T End sofreu e acumulou penalidades. Todo o bem que ele mostrou permaneceu na área de aquecimento na luta mais importante do dia para ele. 

Trippel é um judoca muito divertido para o público, sempre procurando derrubar o oponente. Damier mordeu a poeira imediatamente, em menos de um minuto e teve que nadar contra a correnteza, oferecendo mais aberturas para o alemão, que viu o francês quando as crianças observam doces no portão da escola. Mais um minuto foi necessário para derrubar Damier mais uma vez. Foi uma vitória limpa para Trippel. 


Resultados Finais
1. GVINIASHVILI Beka (GEO)
2. MACEDO Rafael (BRA))
3. NAGASAWA Kenta (JPN)
3. TRIPPEL Eduard (GER)
5. VAN T END NOEL (NED)
5. DAMIER Francis (FRA)
7. MADZHIDOV Dzhakhongir (TJK)
7. SILVA MORALES Ivan Felipe (CUB)

-78Kg - Feminino

O Inbar Lanir israelense contra a cubana Kaliema Antomarchi é a garantia de muitos quilowatts no tatame. O árbitro julgou que a cubana não marcou um waza-ari que das arquibancadas parecia uma coisa certa e Lanir aceitou o presente, imobilizou Antomarchi e tirou uma pedra muito desconfortável de seu sapato. As portas da final estavam abertas, o título era visível à distância, mas nesta categoria há sempre uma holandesa para contar.

Nas semifinais, Lanir não tremeu e empurrou a holandesa Natascha Ausma para fora de seu caminho. Lanir teve uma ótima campanha de verão com três finais consecutivas. Ela perdeu os dois primeiros e em Zagreb ela queria corrigir seu curso. Para isso, ela teve que vencer a britânica Natalie Powell, que eliminou a veterana brasileira Mayra Aguiar nas semifinais. 

Powell tem mais experiência que Lanir, mas o israelense está em excelente forma. Ela é poderosa e seu ne-waza é excelente, isso mostra que ela trabalha nele diariamente. O bom do judô é que é uma coisa de duas maneiras e acontece que Powell também é um especialista no chão. Em sua primeira oportunidade, ela estrangulou Lanir, que perdeu uma final novamente, mostrando muita consistência, mas não perfeição. Powell, por outro lado, adicionou seu quarto ouro do nível do Grande Prêmio, batendo Lanir com suas próprias armas. 

Parecia que os atletas estavam com pressa para terminar e voltar para casa. Aguiar marcou waza-ari contra Stevenson aos 19 segundos, mas depois ela ficou confiante demais, atacou mal e quase cedeu waza-ari. Foi um alerta sério o suficiente para ela ter calma porque o tempo estava do lado dela. Foram os holandeses que tiveram que reagir. Então Aguiar fez algo que só quem tem muita experiência pode fazer. A brasileira parecia adormecer, perdendo tempo, como se procurasse um shido e, de repente, lançou um ataque letal que terminou em ippon. Foi uma jogada brilhante que rendeu a Aguiar a Medalha número 28 no Circuito Mundial de Judô; Sim, sim, 28!

A segunda judoca holandesa da categoria, Natascha Ausma, para salvar a honra de seu país, tinha opções contra a polonesa Beata Pacut-Kloczko. Este jogo, para ser honesto, não foi tão bonito quanto o anterior, mas a recompensa foi a mesma. O placar dourado melhorou exponencialmente a qualidade do judô, com uma brutal trava de braço da holandesa, finalizando as coisas.


Resultados Finais
1. POWELL Natalie (GBR)
2. LANIR Inbar (ISR)
3. AGUIAR Mayra (BRA))
3. AUSMA Natascha (NED)
5. STEVENSON Karen (NED))
5. PACUT-KLOCZKO Beata (POL)
7. ANTOMARCHI Kaliema (CUB)
7. PAVIC Petrunjela (CRO)

-100Kg - Masculino

De manhã, no hotel, um treinador nos explicou o fenômeno Jorge Fonseca. "Todo mundo sabe o que o português vai fazer e ainda assim ele ainda é capaz de fazê-lo", disse nossa fonte, antes de acrescentar, "até que alguém descubra a fórmula para detê-lo e mais cedo ou mais tarde isso acaba acontecendo". Isso aconteceu e tem um nome: Piotr Kuczera (POL).

O judoca polonês enfrentou o português duas vezes em dois meses e em ambas as vezes o destruiu. Eles não foram vitórias apressadas, com shido como os protagonistas iniciais, mas triunfos foram construídos e concluídos com ippon. No Campeonato Europeu na Bulgária, muitos pensaram que a derrota de Fonseca foi um daqueles tropeços que às vezes ocorrem. No entanto, em Zagreb, Kuczera mostrou que é o gato preto do português e que a partir de agora serão os portugueses que terão que encontrar uma maneira de derrotar o polonês. 

Bill Murray reapareceu aqui para ver o espanhol Nikoloz Sherazadishvili refazer o que aconteceu na Hungria, eliminando o Azerbaijão Elmar Gasimov e o zsombor veg da Hungria. As semifinais foram muito altas com o espanhol contra o campeão europeu e medalhista de bronze na Mongólia, Michael Korrel. O holandês teve um dia doce, com rivais muito abaixo de suas capacidades. Sherazadishvili seria um teste adaptado a ele e o mesmo para os espanhóis. Um teste que terminou a quatro segundos do sino com um ippon desagradável do holandês. Korrel continua em sua linha, o espanhol ainda tem que progredir, embora ele tenha espaço devido à sua imensa qualidade. 

Falando em testes, a outra semifinal colocou o grande Kuczera contra a georgiana Ilia Sulamanidze; judoca com estilos ofensivos similares, do tipo que faz um querer pagar por uma passagem. Kuczera ficou sem gasolina e concedeu um ippon que levou o georgiano a uma partida final contra Korrel. 

Sulamanidze é um dos discretos; ele não faz barulho, ele não grita, ele passa despercebido. É assim que ele ganha, sem que muitos saibam. Um georgiano discreto? Ver para crer! Korrel está passando por um período onde tudo está indo em seu caminho e sua autoconfiança se multiplicou, mas tenha cuidado, já dissemos que Sulamanidze é especial. Por sua vez, Korrel aumenta seu potencial com a passagem dos minutos, porque ele tem pulmões de elefante, muitas vezes ganhando quando a luz do tanque de gás de seu rival acende. No golden score, ambos atacaram ao mesmo tempo e ambos pensaram que tinham marcado waza-ari. A decisão sorriu para Korrel. Resumindo, todos aqueles que viajaram para a Croácia foram danos korrelaterais!

Os suíços Daniel Eich e Sherazadishvili (ESP) se conheceram há uma semana. O espanhol venceu na época, mas declarou que era muito difícil porque Eich é mais pesado, quatro quilos a mais de músculo. Se o espanhol não gostou da experiência, em Zagreb recebeu uma segunda dose do suíço. Ambos exalaram e mostraram todo o seu poder. Parecia que o suíço era mais forte, mas o espanhol mais técnico. Eich já havia acumulado duas penalidades quando lançou um excelente ataque que milagrosamente não era waza-ari. O placar dourado chegou e Eich cresceu a cada minuto, atacou mais e acabou marcando waza-ari, cumprindo sua vingança de uma semana atrás. 

Zsombor Veg também buscava o segundo bronze consecutivo. Na frente dele estava Kuzcera (POL) que não parecia o mesmo que ele tinha pela manhã. Veg é um furacão que tem energia para se espalhar. Ele irritou Kuczera, pelo menos no início. Quando parecia que o polonês equilibrou a ordem das coisas, Veg o levantou do chão para um voo curto. Kuczera foi salvo do desastre e tentou um ataque, o primeiro, pouco para arranhar. Foi o gatilho para uma mudança, porque a partir daí o polonês tomou a iniciativa e o desconforto foi suportado pelos húngaros. Enquanto o diabo se esconde nos detalhes, Veg baixou a guarda e pousou waza-ari faltando cinco segundos, o que é a coisa mais irritante que um judoca pode fazer, mas também é uma lição que eles não esquecem. 


Resultados Finais
1. KORREL Michael (NED)
2. SULAMANIDZE ILIA (GEO)
3. EICH Daniel (SUI)
3. KUCZERA Piotr (POL)
5. SHERAZADISHVILI Nikoloz (ESP)
5. VEG Zsombor (HUN)
7. CATHARINA Simeon (NED))
7. SHARKHAN Nurlykhan (KAZ)

+78Kg - Feminino

São dois jovens, de 24 e 20 anos, que não se separam no circuito mundial de judô. As lutas entre Raz Hershko e Léa Fontaine estão a caminho de se tornarem clássicos, uma partida de judô Entre Real Madrid e Barcelona, há vários anos.

O israelense, número dois do mundo, teve um ano que muitos profissionais não conseguem em uma vida, com seis medalhas nos últimos seis torneios e de todas as cores. Zagreb não foi exceção na ascensão meteórica de Hershko, que é o número dois do mundo e quer subir mais um degrau. Antes de chegar à final, o oponente mais sério de Hershko foi o mongol Adiyasuren Amarsaikhan, a quem ela, no entanto, descartou em grande estilo, com waza-ari seguido por osae-komi. Neste momento, não encontramos muitos judocas com a determinação de Hershko. 

Uma delas é sérvia e em Zagreb ela mostrou que tamanho não importa. O nome dela é Milica Zabic. As lutas contra Idalys Ortíz são agonia. A cubana é a reitora do circuito, ela tem mais medalhas do que muitas judocas juntas e ela conhece todos os truques. É um jogo muito psicológico e, em geral, a coisa termina em golden score com hansoku-make. Em Zagreb, a cubana foi vítima de seu próprio jogo e perdeu contra Zabic. O sérvio bateu fortemente eliminando Fontaine. nas semifinais e privando o público da luta clássica entre a francesa e Hershko. Não nos arrependemos porque Zabic praticou judô de alta altitude o dia todo. 

A primeira coisa a dizer é que foi muito equilibrado. Ambos queriam mostrar uma atitude ofensiva para que o árbitro levasse isso em conta, porque nenhum deles conseguiu se impor claramente para marcar. Foi uma batalha também, para evitar shido. Zabic é seis anos mais velha, mas a que tem mais experiência foi Hershko, que adicionou sua 10ª medalha do Circuito Mundial de Judô à sua contagem, com apenas 24 anos. Quatro dessas medalhas são de ouro! Até agora ela é a judoca do ano na categoria dos pesos pesados e tem um apetite insaciável quando se trata de medalhas.

Fontaine teve que se contentar com o bronze, mas ela terminou bem, batendo a bósnia Larisa Ceric por waza-ari. Por quão jovem ela é, a francesa está começando a esculpir um futuro interessante para si mesma e uma aposta segura para seu país. 

Foi mais complicado para o georgiano Sophio Somkhishvili contra Amarsaikhan, que por acaso é como Fontaine. Aos 22 anos, a mongol já é a referência de sua equipe na categoria mais pesada. Amarsaikhan venceu por hansoku-make, levando seu segundo bronze em um grande prêmio. 


Resultados Finais
1. HERSHKO Raz (ISR)
2. ZABIC Milica (SRB))
3. FONTAINE Lea (FRA))
3. AMARSAIKHAN Adiyasuren (MGL))
5. CERIC Larisa (BIH))
5. SOMKHISHVILI Sophio (GEO)
7. AKBULUT Sebile (TUR)
7. MORILLO Moira (DOM)

+100Kg - Masculino

É muito bom ver os pesados atacarem com intenção ipponesca. Estamos falando de jovens que ultrapassam 120 quilos e se movem levemente. De fato, muitos ippons mais e mais rápidos foram registrados entre os maiores do que nos dois pesos anteriores. É uma evolução positiva e na direção certa e juntos eles fizeram nossa manhã feliz.

Quem não estava feliz era Lukas Krpalek. O campeão olímpico mediu 113 quilos, indiscutivelmente muito leve para a categoria e fora de forma. Seu contato com a realidade foi o italiano Lorenzo Agro Sylvain e o judoca tcheco sofreram uma provação. Ele era lento, exausto e tinha que enfrentar o golden score. Ele quase admitiu waza-ari e teve que recorrer a toda a sua técnica para marcar ippon e passar para a próxima rodada, onde continuou seu caminho tortuoso, desta vez contra o eslovaco Marius Fezl. Além de sua experiência, há uma coisa a evitar sempre contra Krpalek: ne-waza. No exercício de chão, o tcheco é um mestre, foi assim que conquistou seu primeiro título olímpico, com 100kg. Fezl cometeu o erro de abrir uma janela e Krpalek entrou na casa do eslovaco e venceu por Osae-Komi; duas vitórias, mas sem convencer ninguém. O jarro foi tanto para a fonte que no final ele foi quebrado. Krpalek saiu derrotado contra a georgiana Gela Zaalishvili nas quartas-de-final e a ironia é que ele perdeu onde é mais forte, em ne-waza por osae-komi. O epílogo de seu dia negro foi outra derrota que o impediu de lutar pelas medalhas contra Finn Martti Puumalainen. 

Zaalashvili pensou que tinha feito a parte difícil, mas ele encontrou o holandês Jur Spijkers, que o levou à loucura enquanto o georgiano ficava pensando em Krpalek. A outra semifinal foi inédita no Circuito Mundial de Judô entre o alemão Erik Abramov e o mongol Tsetsentsengel Odkhuu com vitória para o último. Aos 21 anos, o mongol já venceu os Grand Slams em Abu Dhabi e Paris. O holandês foi avisado de que seu rival era o favorito e que teria que trazer seu melhor judô. 

Odkhuu é mais magro, Spijkers stockier. O mongol estava procurando mobilidade para cansar o holandês. Com seu físico, Spijkers é mais adepto à queima-roupa, próximo. Quem conseguir impor seu estilo venceria. O que surpreendeu Odkhuu foi que Spijkers se moveu melhor e mais rápido do que ele havia previsto e dominou a luta. O mongol teve que fazer algo para mudar a dinâmica, mas não conseguiu encontrar a resposta. Spijkers, por outro lado, pressionou ainda mais e marcou ippon, fechando um dia arredondado para a Holanda, com dois ouros seguidos. Quanto a Spijkers, foi a segunda vez que ele ganhou em Zagreb, talvez ele se mude para a Croácia, pois é um ótimo lugar para ele. 

Azeri Ushangi Kokauri conquistou o primeiro bronze devido à ausência de Zaalashvili, que se machucou. 

Abramov (GER) derrotou Puumalainen (FIN) em grande forma para obter seu primeiro metal em um grande prêmio, fechando um torneio de enorme qualidade tanto em geral quanto em uma categoria pesada que anuncia um campeonato mundial extraordinário. 


Resultados Finais
1. SPIJKERS Jur (NED))
2. ODKHUU Tsetsentsengel (MGL)
3. KOKAURI Ushangi (AZE)
3. ABRAMOV Erik (GER)
5. ZAALISHVILI Gela (GEO)
5. PUUMALAINEN Martti (FIN)
7. SILVA Rafael (BRA))
7. KRPALEK Lukas (CZE)

Por: Pedro Lasuen - Federação Internacional de Judô
Fotos: Gabriela Sabau

sábado, 16 de julho de 2022

GP de Zagreb: Resultados do segundo dia.


63Kg - Feminino

No meio do caos masculino, o dia das mulheres foi um desfile de poder, ou seja, muito pelo contrário. Aqui o melhor não caiu na armadilha e impôs sua lei.

A venezuelana Anriquelis Barrios tem que cruzar o Atlântico toda vez que quiser competir no Circuito Mundial de Judô. Não é uma viagem fácil, por mais longa que seja, porque você tem que se adaptar, e embora ela passe algum tempo treinando na Espanha, ela está longe de casa. Pouco a pouco ela ganhou consistência e já é a número dois do mundo. Na Hungria ela levou o bronze e em Zagreb ela entrou na final com autoridade, mas foi muito azarada. A venezuelana derrotou a espanhola Cristina Cabaña Pérez, mas machucou o joelho direito e teve que abrir mão do ouro. Em troca, ela levou a prata! O título, sem lutar, mas sem ser desmerecido, foi para a canadense Catherine Beauchemin-Pinard. A dela era uma bela estrada e ela poderá celebrá-la amanhã com um bom copo de algo, depois de eliminar a mongol Gankhaich Bold e a brasileira Ketleyn Quadros. O Canadá registrou seu segundo ouro no torneio.

A israelense Gili Sharir não conseguiu somar a medalha de seu país nos últimos três torneios. O bronze em Zagreb foi para o Brasil nas mãos de Quadros, que cumprimentou Sharir com um waza-ari antes que os israelenses suassem. Quadros então dedicou-se a temporizar, esperando o momento certo para contra-atacar quando Sharir entrou. Se não houve ataque, a brasileira esperou e houve ne-waza. Ela trabalhou o suficiente para consumir tempo. Foi uma estratégia apropriada e vencedora e para a brasileira também representou sua nona medalha em nível grand prix, três de cada cor. 

A segunda batalha pelo bronze foi contra Bold e Cabaña Pérez. Após um primeiro ataque que anunciava coisas boas, a espanhola caiu na armadilha e foi resfriada com um ippon explosivo de Bold. Foi bom, sim, mas muito curto. 


Resultados Finais
1. BEAUCHEMIN-PINARD Catherine (CAN)
2. BARRIOS Anriquelis (VEN)
3. QUADROS Ketleyn (BRA)
3. BOLD Gankhaich (MGL)
5. SHARIR Gili (ISR)
5. CABANA PEREZ Cristina (ESP)
7. SANCHEZ Ariela (DOM)
7. OBERAN Iva (CRO)

73Kg - Masculino

No judô ninguém vive de seu passado, nem mesmo o mais recente; Atingindo os picos mais altos e caindo logo depois, é o nosso pão diário. É por isso que é tão difícil ser o melhor, porque o difícil não é chegar, mas ficar e às vezes nem isso é possível.

No sábado, dia 9 de julho, Hidayat Heydarov coroou o Everest, derrotando a atual campeã mundial e número um do ranking, Lasha Shavdatuashvili, na final do Grand Slam hungria. Sete dias depois, o Grande Prêmio de Zagreb foi o túmulo dos azeri e a recuperação do trono perdido para o georgiano, mas apenas por algumas rodadas. Heydarov foi eliminado pelo belga Abdul Malik Umayev, que o esmagou com dois waza-ari inagradáveis. 

Shavdatuashvili é o adversário que ninguém quer, mesmo quando perde e isso não acontece muitas vezes. O torneio zagreb está mostrando um nível muito alto, ainda mais alto do que alguns Grand Slams e estas são as palavras de vários treinadores pessoais. O georgiano caiu com uma queda no terceiro round para Pedro Medeiros, que marcou dois waza-ari para nenhum do campeão mundial e não podemos nos lembrar da última vez que ele perdeu dessa forma. A velha guarda teve sérios problemas, o último deles na forma do outro azeri, Rustam Orujov, que concluiu sua carreira croata enterrada pelo esloveno Martin Hojak. 

Era uma terra de ninguém, mas alguns representantes da aristocracia permaneceram. Primeiro, o ex-número 1 do mundo Manuel Lombardo. O italiano executou Umayev sem cerimônia. O segundo, Daniel Cargnin. O brasileiro derrotou Hojak e encontrou Lombardo nas semifinais. Acima, o cubano Magdiel Estrada, que veio quente de Budapeste, encontrou-se com o coreano Eunkyul Lee para um lugar na final. Lombardo ganhou facilmente, assim como Estrada. Tudo estava pronto para o último concurso.

Lombardo, muito discreto nos últimos meses, voltou em grande estilo com um ippon antológico aos treze segundos. A categoria não é um país para velhos, bem, não para todos, alguns resistem com elegância e poder. 

O Brasil garantiu a segunda medalha de bronze graças ao confronto entre Medeiros e Cargnin. O segundo começou como o favorito, mas como eles se conhecem perfeitamente, o melhor era esperar e ver sem arriscar nenhuma previsão. Cargnin surpreendeu Medeiros com uma varredura que se transformou em waza-ari, completando a vitória com ippon segundos depois. Foi agradável e lógico. 

Hojak e Lee era outra coisa. O coreano Lee não se importou em participar de seu primeiro bloco final em um grande prêmio. Ele foi para o tatame como se fosse a coisa mais normal do mundo e é assim que as medalhas são ganhas. Hojak já tinha dois, em princípio ele tinha mais experiência. Foi uma luta difícil, com chances de ambos os lados. Lee fez a jogada principal porque marcou waza-ari faltando cinco segundos, como um campeão confirmado. 


Resultados Finais
1. LOMBARDO Manuel (ITA)
2. ESTRADA Magdiel (CUB)
3. CARGNIN Daniel (BRA)
3. LEE Eunkyul (KOR)
5. MEDEIROS Pedro (BRA)
5. HOJAK Martin (SLO)
7. LE BLOUCH Kilian (FRA)
7. UMAYEV Abdul Malik (BEL)

70Kg - Feminino

Não é fácil medir-se contra um campeão mundial. Imagine se ela também competir em casa! Foi o que aconteceu com um bom grupo de candidatos que tiveram o infortúnio de enfrentar Barbara Matic.

A croata resolveu todas as suas lutas com equilíbrio, sem sofrimento, sendo superior em todos os momentos. Matic derrotou a húngara Szabina Gercsak, a alemã Sarah Maekelburg, a espanhola Ai Tsunoda Roustant e a australiana Aoife Coughlan. 

O último obstáculo para tornar o público delirante foi alemão e seu nome era Miriam Butkereit e não era pouca coisa, já que Butkereit ganhou bronze na Mongólia há três semanas e prata em Budapeste, onde Matic teve que se contentar com o bronze. A alemã está em um momento doce e ela não é daquelas que se assustam em solo hostil, com um campeão mundial na frente dela e o público contra ela. 

Matic não queria ser a típica anfitriã amigável que cumprimenta seus convidados com um sorriso, alguns canapés e um refrigerante. O croata marcou waza-ari após vinte segundos, dizendo a Butkereit que Zagreb é sua casa e que Budapeste já estava muito longe. Ainda assim, havia um longo caminho a percorrer e o alemão tentou e assustou a multidão com um ataque poderoso que desequilibrou Matic. A campeã mundial segurou e deixou o tempo passar, mas ela estava sob pressão. O bom para ela era que ela não foi penalizada e não teria razão para isso também. Um shido chegou com alguns segundos, nada importante. Matic ganhou e era o que o público esperava dela. 

Junto com o ouro de Matic, a Croácia teve a oportunidade de somar uma nova medalha, bronze, no mesmo peso. Lara Cvjetko enfrentou Tsunoda Roustant em um duelo muito apertado, com golden score e duas penalidades para cada um. Mais do que marcar, ambos tentaram não cometer o erro final que custou hansokumake. Foi exatamente o que aconteceu e o erro foi um falso ataque dos espanhóis. Cvjetko tornou o dia ainda mais agradável para o público. 

O mesmo poderia acontecer com a Venezuela, ou seja, outra medalha, graças a Elvismar Rodríguez, que teve que tirar Coughlan do seu caminho. A primeira tem mais medalhas e é a atual campeã pan-americana e oceânica, mas não tem melhor classificação. Rodríguez é o 16º do ranking e o australiano é o 14º. O venezuelano marcou waza-ari no meio da partida e não foi pego por Coughlan; um bom dia para a Venezuela. 


Resultados Finais
1. MATIC Barbara (CRO)
2. BUTKEREIT Miriam (GER)
3. CVJETKO Lara (CRO)
3. RODRIGUEZ Elvismar (VEN)
5. TSUNODA ROUSTANT Ai (ESP)
5. COUGHLAN Aoife (AUS)
7. POLLERES Michaela (AUT))
7. PORTELA Maria (BRA)

81Kg - Masculino

O primeiro a cair foi o principal favorito, Tato Grigalashvili. O georgiano empurrou como uma bola contra o francês Alpha Oumar Djalo e se despediu da luta pelo ouro. O segundo foi o holandês Frank de Wit, cujo carrasco era o Azeri Zelim Tckaev. Isso estava começando a se assemelhar seriamente à categoria anterior. Não havia ordem, a hierarquia era visível por sua ausência.

O português João Fernando aproveitou a confusão, eliminou Tckaev e caiu para as semifinais, onde perdeu para Djalo. 

Havia dois judocas que trouxeram um pouco de sanidade entre tanta loucura, com um passado muito recente em comum. O azerbaijão Saeid Mollaei queria acertar as contas com o brasileiro Guilherme Schimidt, seu carrasco na final de Budapeste. A luta aconteceu no penúltimo degrau, a semifinal, e foi favorável para Mollaei, que venceu por waza-ari a poucos segundos do final, redefinindo o contra-ataque para zero e chegando à sua segunda final consecutiva desde seu retorno ao Circuito Mundial de Judô. O ex-campeão mundial parece feliz, focado, ansioso para fazer judô e agradar seus novos companheiros de equipe. Quando o homem aparecer, sabemos que algo grande vai acontecer.

A final foi um jogo de kumi-kata, com vantagem para o francês que conseguiu empatar duas penalidades contra Mollaei. O Azeri não estava confortável e os franceses seguiram rigorosamente a estratégia estabelecida antes da luta. Faltando 40 segundos, ambos se impulsionaram e caíram, mas o árbitro julgou que o waza-ari era para Djalo. É uma grande vitória para o francês, o primeiro de sua carreira no Circuito Mundial de Judô. Quanto a Mollaei, ele está indo muito bem, muito perto do ouro, cada vez mais, mas ele continua tropeçando na última pedra. É uma questão de tempo porque o homem aparece. 

Grigalashvili contra Guilherme poderia muito bem ter sido uma final. Eles lutaram para o bronze, com o georgiano decepcionado, apesar de seu talento ser imenso; o brasileiro impulsionado por seu ímpeto vencedor de Budapeste. Para o Brasil foi a oportunidade de somar um terceiro bronze no mesmo dia, para a Geórgia foi uma questão de honra, porque é assim que o judoca leva o judô. Grigalashvili ofereceu seu repertório tradicional de gênio, atacando de ambos os lados, fazendo varreduras, variando as ofensas, mas sempre para a frente, que é o seu estilo. Guilherme estava com a cabeça debaixo d'água, mas nesse meio tempo o golden score chegou e cada um teve duas penalidades a seu favor. O mundo do judô começa a conhecer Grigalashvili! Ele não gosta de lutas longas e fica com raiva com o passar do tempo. Como ele tem mais talento que Guilherme, pelo menos no momento, a melhor chance do brasileiro era que o rival perdesse a paciência. Grigalashvili estava cansado, mas Guilherme também e ele não atacou, como o georgiano fez. Tato venceu devido ao acúmulo de penalidades, mas Guilherme certamente vai analisar a luta porque perdeu uma excelente oportunidade de vencer um dos grandes da categoria. 

O campeão africano, o marroquino Achraf Moutii enfrentou o português Fernando pelo último bronze do dia e o primeiro em um grande prêmio para qualquer um dos dois. Fernando é rápido e tentou surpreender Moutii, que teve que se defender por não tomar a iniciativa. À medida que a partida progredia, a intensidade desbotou, o inevitável shido e os nervos apareceram. Fernando foi feito de aço, e ele marcou ippon no golden score. O bronze não foi apenas sua primeira medalha neste nível, mas também a primeira para Portugal neste grande prêmio. 


Resultados Finais
1. DJALO Alpha Oumar (FRA)
2. MOLLAEI Saeid (AZE)
3. GRIGALASHVILI TATO (GEO)
3. FERNANDO João (POR)
5. SCHIMIDT Guilherme (BRA)
5. MOUTII Achraf (MAR))
7. TCKAEV Zelim (AZE)
7. MARCINKIEWICZ Sebastian (POL)

Fotos: Gabriela Sabau

sexta-feira, 15 de julho de 2022

GP de Zagreb: Resultados do primeiro dia.


-48kg

Não é uma tarefa fácil assumir a liderança. Há pessoas com dons inatos, enquanto outras têm um momento mais difícil; eles têm que passar por um período de adaptação.

É isso que está acontecendo com Catarina Costa. Sua excelente medalha de prata no Campeonato Europeu de Sófia e seu ouro em Lisboa catapultaram a judoca portuguesa para o quarto lugar no ranking mundial e a primeira semente em Zagreb. Quando se é o favorito no papel, os holofotes são direcionados para ela irreversivelmente. Costa ficou cego pelos holofotes e se despediu da Croácia pela porta dos fundos após ser derrotado pela americana Maria Célia Laborde no segundo round. 

Todos os olhos então se concentraram em Wakana Koga, 21 anos, da tremenda escola japonesa. Koga se livrou do belga Petit e dos Urdiales franceses facilmente, antes de deixar o Rishony israelense em uma vala. Por um tempo, poderíamos ter pensado em um duelo entre a Ásia e a Europa, Koga contra os outros, para estabelecer uma hegemonia. Havia um quarto europeu como o último bastião contra o empurrão de Koga. Foi nas semifinais e esse bastião se chama Milica Nikolic. Pela manhã, o sérvio havia chegado ao estádio sorrindo. A mensagem era clara, ela tinha dormido bem. Duas vitórias para começar e um teste de primeiro nível contra a espanhola Laura Martínez Abelenda, que o sérvio resolveu em seis segundos com um ippon que poderia marcar uma carreira, tanto para quem o executa quanto para quem o aceita. Sim, Nikolic estava em forma e foi assim que ela começou, com iniciativa e um caráter ofensivo contra os japoneses. Koga segurou e reverteu uma situação defensiva em um contra-ataque devastador no chão que terminou em ippon. Na final, a japonesa enfrentou Mélanie Vieu. 

Silenciosamente, enquanto todos os olhos se concentravam em Koga, a francesa passou pela derrota de Costa e derrotou Tamar Malca, de Israel, nas semifinais. Aqueles que descartaram Vieu cometeram um erro porque ela tinha acabado de ganhar o ouro nos Jogos do Mediterrâneo, ou seja, ela estava em uma dinâmica vencedora e esse é o mínimo necessário para enfrentar um atleta japonês em qualquer final. 

Uma coisa ficou clara desde o início, as oito medalhas de ouro que o Japão embalou em Budapeste há alguns dias foram a vanguarda do que poderia acontecer em Zagreb e Koga foi a responsável pela abertura da licitação. Koga levou 32 segundos para completar um shime-waza que era bonito, mas nos deixou com fome de mais. Koga tem se destacado, no controle total, longe de outros competidores e ela foi apenas a primeira judoca japonesa na corrida. 

Tugce Beder e Milica Nikolic inauguraram a distribuição de medalhas de bronze. No papel, parecia uma luta desequilibrada entre a turca, número 102 do mundo, e a multi-medalhista sérvia. Beder queimou o papel de presságios e ganhou com autoridade, graças a dois waza-ari providenciais. 

O segundo bronze foi para Martínez Abelenda, que eliminou o israelense Malca com um ippon didático. Com a prata de Tbilisi, os espanhóis tiveram outro saldo positivo antes do Campeonato Mundial em Tashkent. 


Resultados Finais
1. KOGA Wakana (JPN)
2. VIEU Melanie (FRA))
3. REBOCADOR BEDER (TUR)
3. MARTINEZ ABELENDA Laura (ESP)
5. NIKOLIC Milica (SRB))
5. MALCA Tamar (ISR)
7. LABORDE Maria Celia (EUA))
7. RISHONY Shira (ISR)

-52kg

O bom de Uta Abe é que ela não perde nosso tempo. Ela levou treze segundos para esmagar a canadense Kelly Deguchi em sua primeira partida do World Judô Tour desde os Jogos. Os japoneses fizeram em Zagreb o mesmo que seu irmão em Budapeste. Foi uma declaração de intenção, era sobre todos saberem que o campeão olímpico tinha desembarcado com a mesma vontade e um repertório técnico incrível.

Abe atropelou a brasileira Taba, fez o mesmo com o italiano Giorda e ficou na semifinal acumulando um tempo efetivo no tatame que não durou dois minutos em três lutas. A quarta vitória veio após quatro minutos contra a suíça Fabienne Kocher, que não foi presente. Abe venceu e foi previsto, mas a suíça, apesar de sua combatividade, nunca deu a sensação de que poderia parar os japoneses. Isso foi o que mais chamou nossa atenção, o sentimento de abe de domínio absoluto em todas as suas competições. 

Este é um peso que se permite o luxo de ter dois campeões olímpicos. Para o já citado Abe, devemos adicionar Distria Krasniqi, ouro a -48kg, mais confortável em -52kg, e no processo de adaptação. Aqui nos baseamos na experiência de nossa parceira Jo Crowley, porque o que Krasniqi fez em sua primeira partida foi impressionante. Jo nos explicou como o Kosovar se dedicou a jogar, sentir e, portanto, arriscar um contra-ataque letal contra a cipriota Sofia Asvesta. Você tem que ter muita coragem para brincar com fogo neste nível. Quando Krasniqi estava satisfeito, ela terminou Asvesta impiedosamente. O resto foi uma caminhada para o Kosovar, que já tinha feito uma nota mental que ela iria enfrentar Abe; era lógico e nada e ninguém alterou esse presságio. 

A francesa Amandine Buchard e a hungria Reka Pupp não estavam em Zagreb, mas se a final do campeonato mundial fosse entre Abe e Krasniqi, entenderíamos isso também. Elas são judocas extraordinários e ver duas campeãs olímpicas cara a cara é algo muito bonito. A diferença é que onde a Kosovar faz tudo bem, os japoneses são perfeitos. Abe bateu waza-ari seguido por osae-komi. Seu ouro, o segundo do Japão em Zagreb, foi um aviso para todos os outros, começando com Krasniqi. A chefe é Abe e ela mostrou. Como derrotá-la é o assunto pendente dos outros. 

Ballhaus fala alemão, Kocher não sabemos ao certo, nem sabemos que, se ambas falam alemão, poderiam ter dito algo um ao outro antes da disputa da medalha de bronze, mas elas falaram sobre o tatame, especialmente a suíça, marcando waza-ari que foi suficiente para levar a vitória e a medalha.

Gefen Primo derrotou o marroquino Soumayi Iraoui, que fez uma grande atuação, mas não o suficiente para subir ao pódio. A marroquina foi deixada nos portões, mas seu judô foi bem para o resto da temporada, o que é muito. 


Resultados Finais
1. ABE Uta (JPN)
2. KRASNIQI Distria (KOS)
3. KOCHER Fabienne (SUI)
3. PRIMO Gefen (ISR)
5. BALLHAUS Mascha (GER)
5. IRAOUI Soumiya (MAR)
7. BISHRELT Khorloodoi (MGL))
7. LOPEZ SHERIFF Estrella (ESP)

-57kg

Timna Nelson Levy é como uma vizinha que se tornou amiga, sempre sólida e presente. Ela tem tanta consistência que quando ela não está lá nos sentimos órfãos. Nelson Levy estava em Zagreb e ela deixou que fosse conhecido. Ela é uma das maiores expoentes da equipe feminina israelense, que, com base no esforço, não deixa nenhum torneio sem medalhas. É por isso que quando ela perdeu sua partida de quartas-de-final contra a eslovena Kaja Kajzer, tivemos caras tristes, porque o vizinho tinha perdido, mas também rostos tolos por ter subestimado Kajzer, que fez tudo bem e merecia vencer. Isso aconteceu nas quartas-de-final.

Christa Deguchi tem um estilo que nossa colega Jo Crowley descreve como "cauteloso, inteligente e humilde". Ok. Sabemos que o Grand Prix Zagreb foi seu primeiro torneio internacional em 2022 e que tivemos que segui-la de perto, assim como fizemos com sua compatriota Jessica Klimkait em Budapeste, porque elas são as duas últimas campeãs mundiais neste peso e elas são chamadas a se encontrar cara a cara em Tashkent. O que vimos foi uma Deguchi menos dominante do que o normal, mas melhor do que nos últimos tempos, mais paciente e calma. Ela teve que espremer essas virtudes ao máximo contra Mina Libeer. A primeira vez que vimos a belga, ela estava usando óculos e lendo um livro, parecendo uma bibliotecária inveterada. Então olhamos para os braços dela e percebemos que ela estava sendo levada a sério. Contra Deguchi, ela forçou o período de golden score e apresentou uma bela batalha frontal para o espectador e muito exigente para Deguchi, que venceu por ippon, mas deixou algumas penas ao longo do caminho. Aparentemente ela os recuperou, porque a eslovena Kajzer colocou pouca resistência e caiu por ippon com extrema facilidade. 

Ainda não falamos sobre Eteri Liparteliani, porque ela merece um capítulo separado. Se falarmos de Geórgia e judô, ela é, sem dúvida, a mulher mais famosa e aquela que conseguiu, por seus próprios méritos, que as pessoas não falam mais apenas sobre judô georgiano em termos masculinos. No momento, ela é a número quatro do mundo e ganhou dois bronzes, no Campeonato Europeu e em Tbilisi. Ela chegou em Zagreb querendo festejar, a mesma que o cubano Arnaes Odelín García tinha. O cubano marcou waza-ari primeiro, cabeceou firme para a final e tinha tudo sob controle até Liparteliani ter um golpe de gênio e marcar ippon faltando apenas alguns segundos. 

Com uma oposição de estilos em uma final entre dois grandes golpes, Liparteliani distribuiu ataques desde o início e perturbou Deguchi, que demorou a entrar no ritmo certo. Quando o fez, ela trouxe toda a sua classe e marcou com um belo o-uchi-gari que a levou ao topo de um pódio pela primeira vez em um ano. A canadense, como Abe, também tinha uma mensagem, uma mensagem clara de Christal. 

As duas últimas medalhas do dia foram para a Bélgica e a Mongólia. Libeer derrotou Odelín García por ippon e Ichinkhorloo Munkhtsedev fez o mesmo contra Kajzer. 


Resultados Finais
1. DEGUCHI Christa (CAN)
2. LIPARTELIANI Eteri (GEO)
3. MINA LIBEER (BEL)
3. MUNKHTSEDEV Ichinkhorloo (MGL))
5. ODELIN GARCIA Arnaes (CUB)
5. KAJZER Kaja (SLO)
7. NELSON LEVY Timna (ISR)
7. TOPOLOVEC Tihea (CRO)

-60kg

Quino Ruiz diz que seu pupilo, Francisco Garrigós, não tem medo de ninguém. Respeito, sim, sempre, mas sem medo. Ruiz também nos diz e vem repetindo há meses, que Garrigós atingiu uma maturidade extraordinária. Isso se traduz em fatos, como os títulos da Europa e dos Jogos mediterrâneos e também total confiança. Vamos diretamente à luta que a análise de Quino Ruiz ilustra.

Nas quartas-de-final em Zagreb ele foi contra Genki Koga, japonês, ou seja, muito bom e filho da lenda Toshihiko Koga. "Você vai ver", diz Ruiz, "ele vai comê-lo." Dois minutos depois, o espanhol levantou os japoneses do chão e não há muitos que conseguiram isso até então, para fazê-lo pousar nas mãos de um estrondoso ko-soto-gake, que, para aqueles que não entendem técnicas, poderia ser traduzido em badaboom! Poderia, e para muitos deveria ter sido a final, mas este é o Circuito Mundial de Judô, senhoras e senhores, e há um longo caminho a percorrer antes da linha de chegada. 

Na semifinal, ele encontrou um coreano concreto, Won Jin Kim, para uma luta sensacional, com quase sete minutos de golden score e a vitória final do coreano por waza-ari. Garrigós não tem medo, mas tem excelentes rivais. 

De vez em quando, a sorte acompanha os atletas. Magzhan Shamshadin (KAZ) foi campeão mundial júnior em 2015, mas mostrou pouco mais, até seu terceiro lugar em Tel Aviv este ano. Digamos que ele tenha um perfil discreto. Na Croácia ele se beneficiou de um empate e não perdeu a oportunidade porque no judô você também tem que ser inteligente. Seu teste de litmus veio nas semifinais contra o francês Maxim Merlin, porque uma vitória significava uma medalha garantida. Shamshadin não deixou Merlin fazer sua mágica e ganhou por ippon. Resta saber se o coreano Kim havia recuperado forças após seu confronto com Garrigós. 

Se Kim estava exausto, ele escondeu muito bem. Quanto a Shamshadin, nada foi deixado para trás no vestiário. O cazaque tentou em todos os sentidos, ele teve a iniciativa e o coreano não gostou. Como se não bastasse, Kim teve um contratempo, um pouco de sangue de uma ferida aberta, que ele também não gostava, então ele começou a atacar, o que surpreendeu o cazaque. O árbitro distribuiu shido e nenhum deles gostou disso. Nós gostamos porque não há nada melhor do que ver dois judocas querendo marcar ippon. No golden score, Shamshadin, mais completo, mais inteligente e mais oportuno, concluiu um dia glorioso com seu primeiro título de Grande Prêmio e a demonstração de que judô e inteligência andam lado a lado. 

Koga e Merlin lutaram pelo primeiro bronze com mais desejo do que arte, deve-se dizer. A diferença ocorreu em ne-waza. O francês atacou, mas caiu e Koga aproveitou o momento. A primeira vez ele não teve sucesso, mas na segunda vez ele não falhou. 

Sardalashvili estava esperando o campeão europeu Garrigós tirar o bronze dele. O judoca espanhol saiu como um furacão, para assustar, como se isso fosse possível contra um georgiano. Após o primeiro empurrão, Garrigós falhou e Sardalashvili marcou ippon com sumi-gaeshi, ganhando sua primeira medalha no Grande Prêmio. 


Resultados Finais
1. SHAMSHADIN Magzhan (KAZ)
2. KIM Won Jin (KOR)
3. KOGA Genki (JPN)
3. SARDALASHVILI Giorgi (GEO)
5. MERLIN Maxime (FRA))
5. GARRIGOS Francisco (ESP))
7. ENKHTAIVAN Ariunbold (MGL))
7. JUMAYEV Hakberdi (TKM)

-66kg

Viajar no verão está ficando cada vez mais desconfortável, especialmente se for para o trabalho. Se, além disso, eles perderem sua mala, eles fazem você querer ficar em casa. Denis Vieru, o mágico do judô, teve um momento ruim em um aeroporto e teve que usar as mesmas roupas por dois dias. Para um judoca, perder uma mala é como perder um filho em um supermercado. Para nossa surpresa, Vieru não parecia chateado. Enquanto experimentava um judogi fornecido pela Federação Internacional de Judô, o moldávio era impassível, calmo, certo de que se um meteorito caísse na Terra amanhã ele não moveria um músculo. Que sangue frio, tiramos o chapéu.

Vieru saiu no tatame com roupas emprestadas e se ele estava com raiva ou mais determinado, era impossível dizer porque sua linguagem corporal permanece inalterada em combate, em um balcão de bar ou na fila antes de embarcar em um avião. No entanto, no final, descobrimos que ele estava desconfortável. Primeiro ele despachou o cipriota Georgios Balarjishvili, mas só depois de um período de pontuação de ouro em que ele depositou muita energia. O próximo da lista foi o mongol Narmandakh Bayanmunkh; outro golden score, dois shido contra e Vieru menos impassível do que o habitual. O moldávio atacou, mas Bayanmunkh estava esperando por ele: erro, ippon e casa. Não havia notícias da mala. Se a eliminação do número um do mundo constituiu um terremoto, do outro lado da mesa também foram registrados choques sísmicos. 

O inimigo natural de Vieru em Zagreb foi Vazha Margvelashvili, medalhista de prata olímpica e candidata ao pódio regular. No entanto, estes não são bons tempos para o georgiano, que vem acumulando derrotas inesperadas há meses. Sim, é verdade, ele ganhou dois bronzes, em Paris e Tbilisi, mas um pouco mais era esperado dele, especialmente em Zagreb, onde ele caiu no primeiro obstáculo contra o sérvio Strahinja Buncic. 

Enquanto isso acontecia, um terceiro estava esfregando as mãos. O cazaque Yeldos Smetov também escolheu a Croácia para tirar a temperatura do circuito mundial. A dupla medalhista olímpica é uma temível judoca. Se, além disso, eles ramal o caminho para adversários duros, então melhor ainda. Smetov resolveu sua primeira partida contra o israelense Kokolayev e viu Buncic fazer o trabalho sujo contra Margvelashvili. Smetov eliminou Buncic, mas depois experimentou seu próprio remédio nas mãos do azerbaijão Yashar Najafov, que então eliminou o búlgaro Yanislav Gerchev nas semifinais. 

Aos 28 anos, Matteo Piras é o número 210 do mundo. Em outras palavras, seu nome não é o primeiro que vem à mente ao fazer previsões, mas Piras gosta de ser contrário. Depois de levar a prata nos Jogos mediterrâneos, Piras decidiu estender sua sequência e Zagreb não é um lugar ruim para bater na tabela. O italiano derrotou o romeno Lucian Bors Dumitrescu e ganhou seu passaporte para uma primeira final no Circuito Mundial de Judô, o que significa que nunca é tarde demais para começar, você só precisa acreditar. 

Tanto Piras quanto Najafov disputavam sua primeira final neste nível. Eles eram novatos, mas novatos com aspirações de ouro e é isso que torna este esporte ótimo, porque qualquer um pode ganhar, mesmo os mais modestos. A ilusão de alcançar um objetivo funciona, como o trabalho, e ambos trabalharam duro em Zagreb. Tinha que ser um vencedor e Nafajov marcou waza-ari, estreando seu recorde internacional. 

Bayanmunkh acrescentou um bronze para a contagem da Mongólia ao derrotar Gerchev no golden score. 

O holandês Ivo Verhorstert não é um holandês típico. Acostumados a ver homens e mulheres altos e fortes que fazem da Holanda uma equipe respeitada nas classes de pesos pesados, ver um peso leve daquele país é uma novidade refrescante. Verhorstert ganhou um lugar na luta pelo bronze, mas para isso ele teve que passar pelo romeno Bors Dumitrescu. O mais difícil foi não marcar o waza-ari, algo que Verhorstert conseguiu após três ataques, mas escapar de um terceiro shido, que teria jogado fora todos os esforços do holandês. O problema é que o romeno reagiu imediatamente e retribuiu o elogio com um waza-ari igualando. Ambos mereciam ganhar porque deram tudo de si, atacando incansavelmente, que é o que todos queremos ver. No golden score, o holandês ganhou um bronze que abre novas possibilidades para sua equipe. 


Resultados Finais
1. NAJAFOV Yashar (AZE)
2. PIRAS Matteo (ITA)
3. BAYANMUNKH Narmandakh (MGL)
3. VERHORSTERT Ivo (NED))
5. GERCHEV Yanislav (BUL)
5. BORS DUMITRESCU Lucian (ROU)
7. AN Jaehong (KOR)
7. SMETOV Yeldos (KAZ)

Fotos: Gabriela Sabau

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Pesquisa personalizada