sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Bronze era limite possível para Baby desde o sorteio. Francês é invencível


É praticamente impossível vencer Teddy Riner, agora bicampeão olímpico. E se a categoria dos pesados do judô tem dono, o segundo bronze olímpico de Rafael Silva mostra que o brasileiro só está atrás do 'bicho papão' francês, deixando a sensação de que, com um pouco de sorte, era possível ter chegado ainda mais longe.

A sorte não sorriu para Baby no sorteio olímpico: caiu na mesma chave que Riner e acabou derrotado em um duelo nas quartas de final – o que obrigou o brasileiro a superar a repescagem para brigar pela medalha.

Riner é mais atlético que seus rivais na categoria, possui uma condição física extraordinária. Se aproveita de uma porcentagem de gordura muito menor e chega inteiro ao fim dos combates, enquanto os adversários sofrem com o cansaço. No Rio, praticamente não suou para vencer.

Baby chegou ao seu limite, ainda não tem condições de vencer Riner. Para isso, teria que ter muito mais preparo físico.

O azar no sorteio e a derrota inevitável para Riner não abalaram Baby, que novamente fez sua própria sorte no torneio olímpico. Fez uma campanha equilibrada e consciente, não arriscando muito nas lutas e, com maturidade, obteve suas vitórias de forma tranquila.

Resultado que põe o brasileiro no seleto grupo dos judocas donos de duas medalhas olímpicas e coroa o esforço do judoca em um ciclo olímpico conturbado, em que teve que superar uma lesão que quase comprometeu sua vaga na equipe brasileira.

Com o bronze de Baby, o judô brasileiro encerra sua participação no Rio com três medalhas – um desempenho inferior ao obtido em Londres, quando chegou a quatro pódios. Não é um fracasso, mas é necessário fazer uma reflexão sobre o que ocorreu com uma equipe que se esperava mais.

Foto: Toru Hanai/Reuters

*William ‘Gulô’ Freitas é coordenador de pós-graduação e professor universitário na área de lutas, além de diretor da Associação de Judô Gulô. Faixa preta de judô 5º Dan pela CBJ (Confederação Brasileira de Judô), ele é um dos comentaristas do Placar UOL Olimpíada

Rafael Silva vence e é bronze no judô da Rio-2016


Na categoria em que você tem de enfrentar o melhor atleta da história de sua modalidade, um cara que não perde há 108 lutas e tem oito títulos mundiais, ganhar uma medalha olímpica, qualquer que seja, é um título. Foi assim com Rafael Silva, o Baby, nesta sexta-feira.

O destino colocou o brasileiro na mesma chave do francês Teddy Riner, o gigante de todos os predicados do parágrafo anterior. Rafael segurou o rival por cinco minutos, mas perdeu por um wazari. Ainda restava o bronze. E o mato-grossense de 27 anos não iria deixar que uma derrota que a maioria dos especialistas já previa o abalasse.

Rafael Silva é medalhista olímpico. Conquistou nesta sexta-feira seu segundo bronze, assim como Londres-2012. "Estou muito feliz, tive muita fé, Deus me ajudou muito a voltar dessa lesão, só tenho a agradecer a toda a minha equipe de trabalho, todo mundo que confiou no meu trabalho. A medalha em casa é muito boa. A torcida ajudou bastante, me empurrou, buscando cada shido, cada ponto. Em casa é outra coisa, estou feliz demais", disse ao SporTV depois da conquista. 

O adversário do brasileiro na luta pela medalha, quem diria, também tem a ver com o algoz de Baby nas quartas de final da Rio-2016. Abdullo Tangriev, vigésimo do ranking mundial, e também o último a derrotar Teddy Riner em Olimpíadas.

A luta não foi das mais movimentadas e os atletas receberam um shido cada logo no início, mas o rival de Baby se mostrou muito cansado e foi só o brasileiro atacar com mais foco, que conseguiu derrubá-lo, caracterizando um yuko, suficiente para o pódio. 

Além de ter sido o último de a derrotar o multicampeão, Tangruiev tem uma história de polêmica. Ele foi pego por uso de maconha em 2012 e acabou suspenso por 2 anos do judô, voltando a competir apenas em julho de 2012.

A equipe de judô do Brasil iniciou as disputas no Rio de Janeiro cercada de expectativas e termina sua participação nos Jogos com três medalhas. Além do bronze de Baby, Mayra Aguiar também ficou com o bronze e Rafaela Silva conquistou o único outro. O planejamento do COB, no entanto, era de conquista de mais medalhas, cinco vindas do judô. 

Foto: Markus Schreiber / AP

Rafael Silva vence holandês na repescagem e disputará o bronze


Rafael Silva, o Baby, voltou ao tatame nesta sexta-feira (12) na busca para conquistar o bronze na Rio-2016 após ter sido derrotado por Teddy Riner nas quartas de final. Contra o holandês Roy Meyer, terceiro do mundo, Baby venceu graças a dois shidos recebidos pelo adversário. 

Baby buscou derrubar Roy Meyer durante toda luta, mas sem sucesso. O adversário quase não ofereceu perigo, no entanto, e logo sofreu a primeira penalidade. Logo depois, os dois lutadores receberam shidos.  

Além do bronze em Londres-2012, Rafael Baby tem como resultados mais expressivos a prata no Mundial de 2013 e o bronze no de 2014. Com 2,03 m e 160 kg, o peso-pesado do judô sempre se deu bem em sua categoria, mas vem de uma lesão grave e tem uma chave difícil como desafio.

A equipe de judô do Brasil iniciou as disputas no Rio de Janeiro cercada de expectativa, mas em seis dias tem até agora duas medalhas: o ouro conquistado por Rafaela Silva e o bronze por Mayra Aguiar. Felipe Kitadai, Charles Chibana, Alex Pombo, Victor Penalber, Tiago Camilo, Rafael Buzacarini, Sarah Menezes, Érika Miranda, Mariana Silva e Maria Portela se despediram sem pódio.

Quando o COB (Comitê Olímpico do Brasil) fez o planejamento para que o país chegasse ao top-10 do quadro de medalhas, pensou em cinco medalhas vindas dos tatames. Porém, não será possível igualar a projeção. Além de Rafael Silva, que busca a primeira medalha masculina para os judocas no Rio,  Maria Suelen Altheman fecha a participação brasileira nesta sexta-feira.

Foto: Toshifumi kitamura/AFP/Getty Images

Rafael Silva cai para francês invicto e disputará repescagem na Rio-2016


Rafael Silva, o Baby, teve o seu maior desafio no caminho da medalha de ouro no judô pela categoria acima de 100 kg da Rio-2016 e não resistiu e vai para a repescagem na busca pelo bronze. O brasileiro enfrentou logo nas quartas de final o francês invicto há 108 lutas, Teddy Riner.

Na Arena Carioca 2, Baby recebeu muito o apoio da torcida e entrou no tatame para o combate ao som de "Olele, Olala, o Baby vem aí e o bicho vai pegar". O rival foi muito vaiado, enquanto os torcedores franceses tentavam gritar o nome de Teddy Riner. Todos os gritos abafados pelos brasileiros, mas nem todo o apoio foi suficiente para bater o Riner. 

Rafael Silva segurou o adversário grande parte da luta, mas não conseguiu nenhum ataque, o que lhe rendeu três penalidades. Baby ficou evitando a queda até os 2 minutos, quando Riner conseguiu um wazari. Aí não deu mais para correr atrás do prejuízo.

Teddy Riner não sabe o que é perder há muito tempo e também não sabe o que é perder para Baby. Em sete encontros, agora oito, o francês venceu todas as lutas. 

Baby agora vai enfrentar o holandês Roy Meyer na primeira luta da repescagem. Os combates voltam na Arena Carioca 2, a partir das 15h30. 

Baby tentará repetir bronze de Londres

Além do bronze em Londres-2012, Rafael Baby tem como resultados mais expressivos a prata no Mundial de 2013 e o bronze no de 2014. Com 2,03 m e 160 kg, o peso-pesado do judô sempre se deu bem em sua categoria, mas vem de uma lesão grave e tem uma chave difícil como desafio.

A equipe de judô do Brasil iniciou as disputas no Rio de Janeiro cercada de expectativa, mas em seis dias tem até agora duas medalhas: o ouro conquistado por Rafaela Silva e o bronze por Mayra Aguiar. Felipe Kitadai, Charles Chibana, Alex Pombo, Victor Penalber, Tiago Camilo, Rafael Buzacarini, Sarah Menezes, Érika Miranda, Mariana Silva e Maria Portela se despediram sem pódio.

Quando o COB (Comitê Olímpico do Brasil) fez o planejamento para que o país chegasse ao top-10 do quadro de medalhas, pensou em cinco medalhas vindas dos tatames. Porém, não será possível igualar a projeção. Além de Rafael Silva, que busca a primeira medalha masculina para os judocas no Rio,  Maria Suelen Altheman fecha a participação brasileira nesta sexta-feira.   

Foto: Toru Hanai/Reuters

Maria Suelen perde na estreia e deixa Rio-2016 sem medalha


A brasileira Maria Suelen se despediu dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro logo em sua estreia na categoria acima de 78 kg do judô nesta sexta-feira. A judoca sofreu um golpe contabilizado como yuko no terceiro minuto de luta contra a sul-coreana Minjeong Kim e não conseguiu reverter a desvantagem na Arena Carioca 2.

“Acho que não faltou nada, ainda não tive tempo de ver a luta, está muito em cima. Isso e Olimpíada. A gente se prepara quatro anos e acabei saindo com a derrota”, disse a judoca.

Maria Suelen foi uma das judocas mais regulares do Brasil no último ciclo olímpica. Quinta colocada nos Jogos Olímpicos de Londres-2012, ela foi vice-campeã nos Mundiais de 2013, disputado no Rio de Janeiro, e de 2014, na Rússia. Porém, após a segunda prata mundial a atleta teve que se recuperar de uma grave lesão no joelho direito, que a afastou dos tatames até abril de 2015.

Para ela, foi um privilégio lutar no Brasil. “Fico feliz de estar lutando no meu país, não sei quando vai ter outra Olimpíada, então foi um privilégio lutar dentro de casa. A torcida ficou do nosso lado na vitória e na derrota. Está de parabéns".

A equipe de judô do Brasil iniciou as disputas no Rio de Janeiro cercada de expectativa, mas em seis dias tem até agora duas medalhas: o ouro conquistado por Rafaela Silva e o bronze por Mayra Aguiar. Felipe Kitadai, Charles Chibana, Alex Pombo, Victor Penalber, Tiago Camilo, Rafael Buzacarini, Sarah Menezes, Érika Miranda, Mariana Silva e Maria Portela também se despediram sem pódio.

Quando o COB (Comitê Olímpico do Brasil) fez o planejamento para que o país chegasse ao top-10 do quadro de medalhas, pensou em cinco medalhas vindas dos tatames. Porém, não será possível igualar a projeção. Além de Maria Suelen, o Brasil fecha a sua participação no judô nesta sexta-feira com Rafael Baby, que busca a primeira medalha masculina para os judocas no Rio.

De acordo com Maria Suelen, a preparação do judô foi adequada. “Faltar, não faltou nada. Toda a comissão e equipe se dedicaram ao máximo. A gente teve tudo, fizemos vários treinamentos. Judô é isso. A gente aprende a cair e tem que levantar”, finalizou.

Foto: Toru Hanai/Reuters

Egípcio se recusa a apertar mão de israelense após derrota no judô


Um incidente diplomático marcou o último dia do judô nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, quando o israelense Or Sasson venceu, por ippon, o egípcio Islam El Shehaby. O perdedor se recusou a apertar a mão do rival ao final do combate e tentou deixar a área de luta sem fazer a reverência tradicional da modalidade.

O público que estava na Arena Carioca 2 percebeu a atitude e vaiou muito o egípcio, que foi obrigado a voltar para a área de tatame e se curvar no tatame, como fazem todos os judocas após o combate. O gesto foi apenas protocolar: enquanto todos alguns curvam-se até em ângulos de até 90 graus, ele apenas fez um sinal com a cabeça.

Este pode não ter sido o único incidente do tipo ocorrido com israelenses no judô da Rio-2016. No segundo dia de lutas, na categoria meio-leve feminino, a israelense Gili Cohen e a saudita Joud Fahmy estavam na mesma chave e podiam se encontrar nas oitavas de final. Fahmy, porém, não lutou em sua estreia, contra Christianne Legentil, da Mauritânia. A delegação da Arábia Saudita disse que a atleta estava afastada, mas o jornal Times of Israel publicou que o W.O. foi causado para que a atleta não enfrentasse uma israelense.

"Isso aconteceu hoje de manhã. Quero entender o que aconteceu e volto a questão", resumiu Mario Andrada, diretor de comunicação da Rio-2016 sobre possível punição ao egípcio.

Foto: Markus Schreiber/AP

Mayra Aguiar cai no funk e canta com Preta Gil em comemoração do bronze


A noite era toda dela. Mayra Aguiar esbanjou felicidade depois de conquistar a medalha de bronze nas Olimpíadas. A judoca comemorou com tudo que tinha direito no show de Preta Gil. Sem o namorado, caiu no funk e subiu no palco para fazer um dueto com a cantora.

Mayra foi para o Espaço Time Brasil, na Zona Oeste da cidade, e fez a festa. Entre uma taça e outra de champanhe, mostrou que tem um repertório eclético. Cantou de Cazuza a Daniela Mercury passando por Timbalada, Gusttavo Lima e Wesley Safadão. Tinha todas as letras na ponta da língua.

Mas o ponto alto foi quando subiu no palco para cantar ‘Bang’ de Anitta e dançou a coreografia toda. Ainda mostrou rebolado para descer até o chão ao som de ‘Ela não anda, ela desfila’, de MC Bola.

Mayra ainda fez um dueto com Preta Gil. Durante a performance de ’Meu Corpo Quer Você’, não decepcionou e mostrou que tem afinação. Pegou o microfone para cantar o refrão: ‘E se você não vem, meu mundo se desfaz’.

Mas a menina desinibida também mostrava seu lado contido. Enquanto dançava com as amigas, já que o namorado Vinicius Coelho não estava presente, ela ficava acanhada diante das câmeras e virava de lado para não ser pega pelos flashes. 

Nada que atrapalhasse a diversão. Ela só parou de cantar e dançar nas várias vezes em que foi tietada. A cada passo pelo salão, era um "pit stop" para uma selfie ou para encher a taça de champanhe e fazer um novo brinde com as amigas.

Mas a noite não foi longa. Mayra deixou o local pouco depois da meia noite antes mesmo de o show de Preta Gil acabar. Apesar do dia intenso e cansativo, a judoca ainda tinha um compromisso antes de descansar. Foi direto para a TV Globo para participar do programa Balada Olímpica. Tudo para prestigiar o amigo Flávio Canto.

E não vai parar por aí. Nesta sexta-feira, ela ainda tem uma maratona de entrevistas e compromissos. Segundo ela, tudo vale a pena. “Depois que a ficha vai caindo, depois que a gente vê a dimensão. Mas estou muito feliz, a gente acaba ficando com um sobrenome a mais ‘Mayra medalhista olímpica’. A gente sabe o quanto é difícil, o quanto é duro, mas a medalha é muito especial”, disse ela.

Foto:  Time Brasil/Francisco Silva

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Mayra Aguiar vence cubana e é bronze na Rio-2016


Perder na semifinal deve ter sido duro para Mayra Aguiar. E quem sofreu com a raiva da brasileira foi a cubana Yalennis Castillo. Ela precisou de quatro minutos para vencer, mas desde o primeiro minuto teve tanta vontade que nem mesmo a rival parecia acreditar ser capaz de tirar a medalha de bronze do Brasil. Assim, o Brasil ficou com o bronze na categoria até 78 kg. 

"É um tempo muito curto, mas eu consegui trocar o sentimento (após perder na semi) por um sentimento até de um pouco de raiva. Eu não gosto de perder, eu não admito perder. Eu ia deixar o corpo no tatame, mas não ia sair sem a medalha. Eu não poderia ser apática na luta com ela (cubana) e acho que deu certo. Consegui o que eu queria e saí com a vitória", disse Mayra após o bronze. 

Apesar de a vitória ter sido apenas por um yuko, Mayra dominou a luta e por pouco não venceu por imobilização no primeiro minuto logo depois. A rival conseguiu se defender. A brasileira tentou novamente terminar o combate antes dos quatro minutos, mas a cubana acabou se segurando até o final.

Yalennis Castillo é apenas a número 61 do ranking mundial, mas tem uma medalha de prata em seu currículo, conquistada em Pequim. 

Na final da categoria até 78 kg a maior rival de Mayra: Kayla Harrison se sagrou campeã olímpica sobre a algoz de Mayra da brasileira na semifinal. 

O Brasil tem agora dois judocas ainda na Rio-2016. Maria Suelen Altheman e Rafael Silva entrarão no tatame nesta sexta (12) a partir das 10h. Uma das principais modalidades do Brasil em termos de medalha, o Brasil esperava superar os quatro pódios de Londres-2012 no Rio de Janeiro, o que não acontecerá. No máximo, os brasileiro empatarão com quatro anos atrás.  

O caminho na Rio-2016
Na estreia contra a australiana Miranda Giambelli, Mayra conseguiu o triunfo mais rápido de uma atleta brasileira no judô até o momento: 42 segundos. Antes dela, a luta mais rápida de um brasileiro na Rio-2016 era de Rafaela Silva, campeã dos leves (57kg), na primeira rodada, ao vencer a alemã Myriam Roper em 45 segundos.

Na segunda luta, Mayra derrotou a alemã Luise Malzahn, atual quinta colocada do ranking mundial, graças a um shido por falta de combatividade aplicado contra a rival a um minuto do fim.

Mayra caiu na semifinal para a francesa Audrey Tcheumeo por dois shidos em luta que a brasileira quase não conseguiu atacar.

Foto: Reuters

Vem aí o XXXIII Torneio de Judô Toraichiro Suzuki


A Associação Registrense de Judô anuncia a realização do XXXIII Torneio de Judô Toraichiro Suzuki, em 11 de setembro, no ginásio Mário Covas. Haverá premiação especial para os campeões da classe absoluto.

Serviço:
XXXIII Torneio de Judô Toraichiro Suzuki
Dia 11 de setembro, domingo
Centro Esportivo "Governador Mário Covas"
Rua: São Paulo, s/nº – Jardim Planalto –Registro SP
Abertura: 09:00hs

Por: ARJU



Mayra Aguiar confirma favoritismo e já está nas semifinais do judô


Uma das favoritas ao ouro na categoria até 78 kg do judô, a brasileira Mayra Aguiar já está nas semifinais dos  Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Após uma estreia arrasadora resolvida em 42 segundos, a ela derrotou a alemã Luise Malzahn, atual quinta colocada do ranking mundial, graça a um shido por falta e combatividade aplicado contra a rival a um minuto do fim.

Após a punição a adversária, Mayra não correu mais riscos conseguiu neutralizar as tentativas da alemã e ficou a uma vitória de uma medalha. Bronze em Londres-2012, ela irá encarar a francesa Audrey Tcheumeo.    

Na estreia contra a australiana Miranda Giambelli:, Mayra conseguiu o triunfo mais rápido de uma atleta brasileira no judô até o momento. Antes dela, a luta mais rápida de um brasileiro na Rio-2016 era de Rafaela Silva, campeã dos leves (57kg), na primeira rodada, ao vencer a alemã Myriam Roper em 45 segundos.

Mayra não deu espaço para a rival sequer respirar. Logo nos primeiros segundos ela aplicou um golpe marcado como wazari e já encaixou uma imobilização que a levou à vitória pela contagem máxima (ippon).

Campeã mundial em 2014, Mayra Aguiar chega aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro como uma das favoritas a medalhas. Ela conseguiu o bronze em Londres-2012, mas vive a expectativa de uma campanha ainda melhor em casa. Sua maior adversária e algoz na Inglaterra, a norte-americana Kayla Harrison, está do outro lado da chave e, caso vençam suas lutas, elas só se encontram na decisão.

A equipe de judô do Brasil iniciou as disputas no Rio de Janeiro cercada de expectativa, mas em cinco dias tem até agora apenas a medalha de ouro conquistada por Rafaela Silva. Felipe Kitadai, Charles Chibana, Alex Pombo, Victor Penalber, Tiago Camilo Sarah Menezes, Érika Miranda, Mariana Silva e Maria Portela se despediram sem pódio.

Quando o COB (Comitê Olímpico do Brasil) fez o planejamento para que o país chegasse ao top-10 do quadro de medalhas, pensou em cinco medalhas vindas dos tatames. Para chegar a esta projeção, todos os judocas que ainda estão na disputa precisariam de medalhas. Além de Mayra Aguiar, o meio-pesado Rafael Buzacarini (nesta quinta) e os pesados Rafael Silva e Maria Suelen Altheman são as esperanças.

Foto: Danilo Verpa/NOPP

Buzacarini é eliminado e Brasil não tem mais chance de superar Londres-2012


O judô brasileiro entrou no tatame da Rio-2016 como a principal aposta de medalha do país. Nesta quinta (11), no entanto, após a derrota de Rafael Buzacarini nas oitavas de final dos meio pesados para o japonês Ryunosuke Haga, as coisas complicaram.

A meta era superar o rendimento de Londres-2012. Na Inglaterra, foram quatro medalhas: ouro de Sarah Menezes e bronzes de Felipe Kitadai, Mayra Aguiar e Rafael Silva. Com a saída de Buzacarini, o país só fica com mais três judocas com chance de medalha - Mayra Aguiar, Maria Suelen Altheman e Rafael Silva. 

O judô era a modalidade com mais expectativas quanto ao número alto de pódios para o Brasil. Apesar disto, o país conseguiu apenas um até o momento – medalha de ouro com Rafaela Silva.

A luta

O japonês quase conseguiu imobilizar Buzacarini com dois minutos de combate. O brasileiro continuou só na defensiva, sem encaixar ataques. Assim, o rival venceu por um shido, punição por falta de combatividade. 

"Shido é isso.  Eu abri para tentar igualar, mas acabei levando o shido. Mas bola para frente, vamos continuar lutando", disse ao SporTV  após a eliminação. 

Em sua primeira luta, Buzacarini derrotou o uruguaio Pablo Aprahamian com uma bonita chave de braço. O brasileiro dominou a luta e quando o duelo chegou a casa dos dois minutos, conseguiu imobiliza-lo e aplicar a chave de braço. Restou ao uruguaio pedir o fim da luta, caracterizando um ippon. 

Rafael Buzacarini se classificou para a Olimpíada do Rio de Janeiro ao conseguir uma boa arrancada no ranking mundial no último ano, no segundo semestre, desbancando o veterano Luciano Corrêa, campeão mundial em 2008.

Há um ano, o judoca nem imaginava que conseguiria chegar ao Jogos Olímpicos. Buzacarini não era nem faixa preta. Ele não conseguia vencer um dos torneios para ganhar a cor necessária. Mesmo assim chegou à seleção brasileira e a Confederação Brasileira de Judô concedeu a ele a faixa por sua evolução como atleta. 

Foto: Danilo Verpa/Folhapress/NOPP

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Olimpíada não tem dono. São quatro anos em um dia", diz Tiago Camilo


Tiago Camilo deixa os Jogos Olímpicos com duas medalhas olímpicas, mas sem o sonhado pódio em frente ao público brasileiro. Nesta quarta-feira, ele foi derrotado nas oitavas de final da chave dos médios (90kg) da Olimpíada do Rio de Janeiro por Mammadali Mehdiyev, do Azerbaijão. Emocionado, ele destacou o legado que deixou em Jogos Olímpicos.

Em sua estreia, em Sydney-2000, ele conquistou uma surpreendente medalha de prata, ainda nos 73kg. Em Pequim-2008, mais experiente, foi a vez do bronze, nos 81kg. Em Londres-2012 e no Rio de Janeiro-2016, ele tentou a terceira medalha no terceiro peso diferente. Não foi possível.

"Eu fiquei feliz por receber o carinho do público. É um reconhecimento por toda a carreira, por tudo que construiu no judô. Mas queria ter dado mais alegrias para eles com a conquista de mais uma medalha. Nada vai apagar o que eu já conquistei, mas queria ter escrito uma história diferente aqui hoje", falou, após segurar o choro em frente aos jornalistas.

O atleta era uma das esperanças de medalha do judô brasileiro nos Jogos. Campeão mundial em 2007, ele é mais um dos que saiu sem pódio. A campeã olímpica de 2012, Sarah Menezes, o medalhista de bronze em Londres, Felipe Kitadai, e o terceiro colocado do Mundial de 2015, Victor Penalber, também ficaram fora do pódio.

“Olimpíada não tem dono. Tudo pode acontecer, é totalmente diferente de qualquer competição. Tem grandes atletas jovens chegando. O judô cresceu muito. O Brasil cresceu muito, e tem que continuar, porque os outros países cresceram também. É uma competição que a pressão é muito grande, porque são quatro anos em um só dia”, completou.

Ele descartou que os atletas tenham sentido pressão por competir com a torcida vibrante. "É muito bom competir em casa. É um sentimento de amor que sempre tive pelo judô, por toda a minha história no esporte. Fico triste por ter acabado dessa forma, sem medalha", disse o judoca, que continuará a carreira por mais um ano e não disputará uma nova Olimpíada.
"Quero lutar mais um Mundial, em 2017. É muito difícil chegar até 2020", comentou. Ao ser questionado se deixava a seleção brasileira no ano que vem, ele simplesmente confirmou: "É isso mesmo".

Nesta quarta-feira, Tiago Camilo perdeu para Mehdiyev após sofrer um golpe seguido de imobilização que rendeu uma wazari e um yuko ao rival. Depois de uma boa estreia vencida por ippon, ele destacou que entrou no tatame sabendo que teria uma missão difícil para chegar às quartas.

"Sabia que ia ser uma luta difícil, já tinha lutado com ele duas vezes na Europa, ganhei uma e perdi outra. Acabei errando na pegada e depois não consegui reverter", disse. "Mas estive sempre controlando as ações e buscando pontuar. Estava na frente, mas em uma dividida levei o contragolpe. Faltava pouco tempo para acabar e o atleta começou a fugir. Não consegui reverter a pontuação".


Taubaté: III Etapa Circuito Paulista de Judô para Cegos


Aconteceu no dia 06 de agosto de 2016 no centro de treinamento da Moóca na cidade de São Paulo a III Etapa Circuito Paulista de Judô para Cegos organizado pela Federação Paulista de Desporto para Cegos – FPDC.

Sendo a primeira vez que o Clube da Moóca realiza um evento desse porte para pessoas com deficiência visual.

Visando o fechamento do circuito paulista de judô para cegos o Presidente da FPDC afirmou: “é muito importante o crescimento e desenvolvimento do judô no Estado de São Paulo”.

O sensei Regis Cândido da Silva, faixa preta 5º DAN, Diretor Técnico da FPDC, declarou a abertura da etapa e desejou uma excelente competição aos atletas.

A FPDC parabenizou todas as equipes que participaram do evento e ressaltou que o calendário competitivo para 2017 inicia-se em março. Entre tanto a Federação talvez realizasse mais eventos neste ano.

Toda a Diretoria da FPDC agradece as entidades participantes: Centro de Emancipação Social e Esportiva de Cegos – CESEC/São Paulo, Centro de Reabilitação e Hospital – PROVISÃO/São José dos Campos, Instituto Athlon/São José dos Campos e Associação de País e Amigos e Deficientes Visuais – APADV/São Bernardo do Campo.

Por: Associação Pró Judô Taubaté

Medalha "é melhor resposta contra violência do Brasil", diz Rafaela Silva


Ouro na categoria peso leve -57 kg, judoca diz à BBC Brasil que 'essa Olimpíada está ajudando o povo brasileiro a abrir os olhos, a ver que a gente batalha muito'.

Um dia após a conquista do ouro na Olimpíada do Rio, a judoca brasileira Rafaela Silva mal dormiu, agitada pelo momento histórico e em meio ao assédio de fãs e da imprensa.

Em conversa com a repórter da BBC Júlia Dias Carneiro, a atleta criada na Cidade de Deus disse esperar que a vitória mostre ao Brasil a importância dos Jogos para o esporte.

“Acho que o país não está vivendo um momento tão bom agora, mas acho que essa Olimpíada está ajudando o povo brasileiro a abrir os olhos, a ver que a gente batalha muito, que a gente vive isso, é a nossa vida, estar realizando um sonho e eles estarem podendo dividir essa emoção com a gente”, afirmou.

Rafaela disse que seu triunfo representa ainda uma resposta pacífica às críticas e insultos racistas que sofreu pela internet após sua derrota na Olimpíada de Londres, em 2012.

“Foi bem difícil pra mim: eu tinha apenas 19 anos, estava na minha primeira Olimpíada, com vontade de realizar um sonho e fui eliminada na segunda luta. Só queria falar com meus amigos, minha família, ter um apoio, um incentivo e eu fui recebida com críticas, preconceito. E eu nunca tinha sofrido aquilo. Me machucou bastante”, contou.

“Eu pensei em desistir do judô e comecei a fazer um trabalho psicológico, voltei a treinar e no ano seguinte o atleta que falaram que era vergonha para minha família estava sendo campeão mundial, agora está sendo campeã olímpica. Acho que é muito importante poder mostrar não com violência, como acontece no Brasil, onde um agride o outro, aparece a notícia de que a pessoa morreu, ou brigou na rua e tomou uma facada, e poder responder com uma medalha de ouro, acho que não tem resposta melhor que essa.”

Questionada sobre o impacto de sua realização para as novas gerações, ela lembrou a infância e adolescência na região da Cidade de Deus, quando “tinha que correr para dentro de casa quando começava o tiroteio”.

“É muito importante para crianças da comunidade, porque a gente vivia num mundo bem agressivo, não podia brincar, tinha que correr pra dentro de casa quando começava o tiroteio. E ver que uma menina que corria de uma bala perdida agora corre das pessoas querendo tirar fotos, entrevista, porque conquistei uma medalha olímpica dentro da minha casa. Isso é muito importante para mostrar a todo mundo que uma criança que saiu da comunidade pode conquistar o mundo.”

Foto: BBC

Adotado por brasileiros, refugiado do Congo é eliminado da Rio-2016


Popole Misenga subiu no tatame e a torcida na Arena Carioca 2 começou a gritar. Ele nasceu do outro lado do Oceano Atlântico, mas os brasileiros o acolheram como se fosse judoca da casa.

Ele faz parte do primeiro time dos refugiados nos Jogos Olímpicos. Misenga veio da antiga República Democrática do Congo, chegou ao Brasil em 2013, rodou por favelas e passou fome até chegar à Rio-2016.

Nesta quarta-feira (10), ele venceu sua primeira luta olímpica. Contra Avtar Singh, da Índia, Misenga conseguiu um yuko no último minuto. Quando a luta terminou, virou-se para a arquibancada e fez um coração em retribuição ao apoio dos brasileiros.

Porém, na segunda luta do dia, o atleta não conseguiu superar o sul-coreano Donghan Gwak e acabou derrotado por estrangulamento, dando adeus ao torneio e ao sonho de conquistar uma medalha olímpica. Após ser eliminado do torneio, Misenga celebrou o desempenho contra o campeão mundial da modalidade e ressaltou a oportunidade dada por Geraldo Bernardes, coordenador do instituto Reação.

“Se hoje estou aqui nesses grandes jogos do mundo, com uma pessoa que é campeão do mundo, é porque sou aluno do Geraldo. O judô salvou minha vida, e o Geraldo me ajudou muito no passado e ainda ajuda. Ele é meu pai”, celebrou Misenga ao comentar, com bastante carinho, sobre seu treinador, em entrevista ao canal "Sportv".

Ao lado de seu pupilo, Geraldo retribuiu o carinho demonstrado pelo atleta e exaltou o feito conseguido por Popole mesmo com preparação abaixo da de seus rivais na busca por uma medalha olímpica.

“Foi um trabalho que realizamos no instituto Reação, o ciclo olímpico dele foi de 1 ano e 4 meses, enquanto dos outros atletas é de quatro ano. Foi um grande resultado. Escapar de um campeão mundial é sinal que houve trabalho com ele e ele tem merecimento muito grande. Até porque ele não participou das principais competições do ciclo olímpico”, salientou o técnico.

Foto: Markus Schreiber/AP Photo

Tiago Camilo perde e dá adeus a Olimpíadas sem medalha no Rio


Prata em Sydney-2000 e bronze em Pequim-2008, o brasileiro Tiago Camilo se despediu de Olimpíadas com uma derrota nas oitavas de final para Mammadali Mehdiyev, do Azerbaijão, pela categoria até 90 kg do judô, nesta quarta-feira, na Arena Carioca 2.

O judoca de 34 anos, que já anunciou que disputa no Rio de Janeiro sua última edição dos Jogos, levou a virada após conseguir um yuko no começo da luta e não tem mais chances de medalha. Ele acabou levando um golpe do rival a menos de um minuto do fim pontuado como wazari e ainda sofreu uma imobilização que deu um yuko ao rival.

Mammadali Mehdiyev já havia derrotado na rodada anterior o russo Kirill Denisov, que era um dos favoritos a medalhas no Rio.

Tiago Camilo participou de sua quarta e última Olimpíada no Rio de Janeiro, já que anunciou que pretende encerrar a carreira em 2017. Prata em Sydney-2000 na categoria até 73 kg e bronze em Pequim-2008 na categoria até 81 kg, ele tentava com o apoio da torcida se tornar o judoca brasileiro com mais medalhas olímpicas.

Vale destacar que outro judoca com larga história no judô, o grego Ilias Iliadis, também se despediu dos tatames. Tricampeão mundial e bronze nos Jogos de Londres-2012, ele perdeu para o chinês Xunzhao Cheng por ippon e se despediu antes das oitavas de final. Em entrevista ao Sportv, ele confirmou que se aposentará após a Olimpíada do Rio.

Primeira luta

Na estreia, conseguiu um ippon contra o sul-africano Zack Piontek no último segundo. Ele teve um começo de combate ativo e ainda no primeiro minuto obteve um yuko, vantagem que segurou até o último segundo. Com o Piontek já no desespero, o brasileiro encaixou mais um golpe marcado como ippon pelos árbitros.

O Brasil chegou ao quinto dia de competições no judô com uma medalha de ouro, conquistada por Rafaela Silva na última segunda-feira. Já Felipe Kitadai, Charles Chibana, Alex Pombo, Victor Penalber, Sarah Menezes, Érika Miranda e Mariana Silva e despediram sem medalhas. Além de Tiago Camilo, Maria Portela também competiu nesta quarta-feira e perdeu nas oitavas.

Foto: Jonne Roriz/Exemplus/COB

Maria Portela é eliminada por irregularidade no "golden score" das oitavas


A judoca brasileira Maria Portela não resistiu à austríaca Bernadette Graf, atual sétima colocada do ranking mundial, e caiu nas oitavas de final dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Após uma estreia vitoriosa, ela deu adeus às chances de medalha nesta quarta-feira ao ser penalizada por uma irregularidade no "golden score" da categoria até 70 kg do judô, na Arena Carioca 2.

Portela tentou um golpe popularmente conhecido como "abraço de urso", em que o judoca abraça o adversário para fazer a projeção. Desde a última mudança de regras, em 2013, é preciso que o atleta faça a pegada no quimono antes de tentar o abraço. No caso de Portela, os árbitros consideraram que a pegada no quimono não foi configurada. Ela apenas defendeu a tentativa da austríaca antes de aplicar o golpe.

A brasileira deixou o tatame chorando com a derrota em uma luta contra uma favorita em que conseguiu manter o equilíbrio durante todo o tempo. As duas judocas não conseguiram pontuações ao longo dos primeiros quatro minutos e a brasileira corria pouco riscos até cometer a irregularidade. Ela deixou o tatame chorando.

Primeira luta e retrospecto 

Na estreia, Portela teve a luta decidida contra a marroquina Assmaa Niang apenas no "golden score". Depois de quatro minutos de um combate travado e marcado por penalizações - dois "shidos" para cada judoca por falta de combatividade - ela entrou Mais ativa no tempo extra e encaixou um golpe logo no primeiro minuto e ganhou com um yuko.

Maria Portela participou de sua segunda Olimpíada na carreira. Na primeira, em Londres-2012, acabou derrotada na estreia pela colombiana Yuri Alvear por ippon. Atualmente ela ocupa a 13ª colocação do ranking mundial da categoria.

O Brasil chega ao quinto dia de competições no judô com uma medalha de ouro, conquistada por Rafaela Silva na última segunda-feira. Já Felipe Kitadai, Charles Chibana, Alex Pombo, Victor Penalber, Sarah Menezes, Érika Miranda e Mariana Silva e despediram sem medalhas. Tiago Camilo, que também disputa sua chave masculina nesta quarta-feira, também perdeu nas oitavas de final.

Por: Bruno Doro - Olimpíadas uol
Foto: Reuters/Toru Hanai

Suelen Altheman quer comemorar aniversário no pódio olímpico


Judoca luta nesta sexta-feira, 12 de agosto, dia em que completará 28 anos.

Conquistar uma medalha olímpica é o acontecimento mais marcante na vida de qualquer atleta. Subir ao pódio olímpico no dia do aniversário torna a conquista ainda mais especial. E este é o objetivo da judoca Maria Suelen Altheman, que lutará pelo ouro da categoria +78 kg, na próxima sexta-feira, dia 12 agosto, exatamente na data em que completará 28 anos.

"Estou em perfeitas condições físicas, técnicas, táticas e psicológicas  para competir. Disputar uma Olimpíada em casa já é um sonho, mas Deus me presenteou fazendo com que eu competisse nesse dia. Esse é o melhor presente que eu já ganhei", declara Suelen.

Depois de uma intensa fase de preparação, quando pode contar com o apoio do sensei Ivo Nascimento, seu técnico na Associação de Judô Rogério Sampaio, que treinou com ela por alguns dias, em Mangaratiba, Suelen se diz pronta para enfrentar qualquer adversária. "Foi de extrema importância ele estar presente comigo nessa reta final. Ele me conhece bem porque está no dia-a-dia comigo", diz. 

Em sua segunda participação em Jogos Olímpicos, Maria Suelen Altheman, que conquistou o vice-campeonato mundial, por duas vezes, em 2013 e 2014, e chegou a ocupar a posição número um do ranking da Federação Internacional de Judô, se mostra mais madura e confiante, sem temer nenhuma adversária. "Quem quer ganhar uma Olimpíada não escolhe adversário, devido a todas as circunstâncias que passei nesse ciclo olímpico, acredito estar preparada para enfrentar quem vier", afirma.

Jornalista Myrian Rosário - MR Comunicação

Judoca de Samoa cuidava de uvas em trabalho temporário quando soube que iria ao Rio

Benjamin Waterhouse (de azul., no chão) durante disputa dos Jogos

Benjamin Waterhouse cuidava de videiras quando um e-mail chegou a seu computador. Era uma mensagem de seu treinador, Patrick Mahon. A mensagem era importante: informava que ele havia sido selecionado para representar a Samoa Americana na competição de judô dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

O notebook, porém, estava quebrado. Coube ao seu irmão mais velho informa-lo do que havia acontecido. Benjamin, então, teria que deixar mais cedo o trabalho sazonal na Thornhill Hotirculture, empresa que contrata força de trabalho temporária para atuar nas viniculturas e horticulturas na região de Hawke's Bay, na Nova Zelândia.

"Meus amigos me falaram e eu fui. É um trabalho bem duro fisicamente. São oito horas por dia. Foram três meses fazendo isso, acho", declarou ao ESPN.com.br, logo após perder na estreia da categoria leve para Chamara Repiyallage, do Sri Lanka, na última segunda-feira.

Waterhouse começou a praticar judô aos 12 anos, principalmente por influência de seu irmão mais velho , Trivolta, que representou Samoa nos Jogos Olímpicos de 200, em Sydney.

"Meu irmão praticava. Eu queria ser como ele... Meu irmão mais velho é um modelo para mim", afirmou.

O caminho no judô teria um final feliz em Londres-2012, mas uma fato esperado acabou com sua competição. Em um torneio em Paris, ele enfrentava um chinês quando rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo. "Foi algo bem difícil", resumiu, enquanto levantava a calça e mostrava uma proteção no joelho.

Difícil também foi a luta perdida no Rio de Janeiro, que o mandou para casa bem mais cedo que o esperado - seu objetivo era chegar pelo menos até as quartas de final.

Sem competições, resta a ele esperar. "Ficarei no Rio até todos os outros atletas participarem", disse.


Rafaela fez tudo após o ouro. Menos entrar na lanchonete da Vila de Atletas


Entre os problemas que Rafaela Silva enfrentaria depois de ser campeã olímpica, a fome não era um que ela estava pronta para enfrentar. Pudera: uma pessoa que sente fome diariamente para se manter nos 63 kg de sua categoria nunca imaginaria que ficaria sem comer depois de chegar ao ápice de sua carreira.

Assim que subiu ao pódio dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, foi ovacionada pela torcida que cantou junto com ela o hino nacional, Rafaela desceu para falar com dezenas de jornalistas que a esperavam. Quando foi perguntada sobre o que queria fazer agora que era campeã olímpica, respondeu rápido: “Agora eu só quero comer. Estava segurando o peso”. Seu objetivo, ela disse, era conhecer a lanchonete da Vila dos atletas.

Não era para acontecer. Depois de sair da Arena Carioca 2, onde ganhou suas cinco lutas na Olimpíada, ela começou a maratona que todo medalhista olímpico brasileiro deve enfrentar. Primeiro foi aos estúdios da TV Globo, no Parque Olímpico da Barra da Tijuca – a tempo do Jornal Nacional. Depois, foi a vez do estúdio do SporTV, montado em frente ao portão de entrada da sede dos Jogos.

Ela só chegou à Vila Olímpica perto das 3h da manhã, após participar de quatro programas diferentes. Sabe o que ela comeu nesse meio tempo? Dois hambúrgueres, comprados pela equipe de comunicação da CBJ (Confederação Brasileira de Judô) na lanchonete que atende aos jornalistas na Olimpíada.

A lanchonete da Vila, aquela que Rafaela está ansiosa para conhecer, estava fechada. E ainda não tinha aberto quando ela saiu, às 9h da manhã, para mais uma maratona. Rafaela foi para o Espaço Time Brasil, um pavilhão montado pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil) em um shopping na Barra. Lá, mais entrevistas e fome. “Eu não consegui nada ainda. Só bebi água e suco. Acordei com o pessoal batendo no quarto, querendo abraçar, ver a medalha”.

Mas como vida de campeã olímpica é bem mais complicada do que todo mundo imagina, Rafaela não estava liberada para fazer o que quisesse após mais esse compromisso. Depois de deixar o espaço do COB, era hora de atender aos patrocinadores e mais jornalistas. O almoço foi rápido e lá foi ela para o centro do Rio de Janeiro, em um hotel, para dar mais entrevistas e se encontrar com representantes das empresas que bancam a CBJ. No dia seguinte, ela tinha agendadas dez entradas aos vivo na televisão, com Globo, SporTV, Band, Record...

Já tinham se passado 24 horas da conquista da medalha. E aquela lanchonete da Vila dos Atletas, em que ela poderia comer à vontade e não pagar nada, ainda estava longe da campeã olímpica.


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