sábado, 4 de agosto de 2012

Brasil conquista melhor resultado olímpico da história


Foram sete dias de muitas emoções. Choros de alegria e tristeza. União. Serenidade. E a certeza de que o judô brasileiro vive um momento ímpar. Foram quatro medalhas conquistadas no tatame da Arena ExCel, palco da modalidade nos Jogos Olímpicos de Londres. O melhor resultado olímpico da história do judô brasileiro em termos de quantidade e qualidade das medalhas alcançadas. Com quatro jovens judocas vindos de quatro cidades diferentes, de norte a sul do Brasil, a meta estipulada pela Confederação Brasileira de Judô foi 100% alcançada. Subiram ao pódio Sarah Menezes (48kg, ouro), Mayra Aguiar (78kg, bronze), Felipe Kitadai (60kg, bronze) e Rafael Silva (+100kg, bronze). Tiago Camilo (90kg) e Suelen Altheman (+78kg) terminaram em quinto lugar e Leandro Guilheiro (81kg) em sétimo.

As quatro medalhas do judô brasileiro nos Jogos Olímpicos de Londres conferiram a modalidade algumas marcas importantes:

- A meta estipulada pela CBJ antes dos Jogos foi atingida em sua plenitude: classificar pela primeira vez as 14 categorias; conquistar quatro medalhas; fazer uma final olímpica feminina; e trazer um ouro.

- Com as quatro medalhas, o judô chegou a 19 pódios olímpicos na história e passou momentaneamente a vela (16) como esporte que mais medalhas deu ao Brasil nos Jogos em todos os tempos.

- Este é o melhor resultado da história do judô brasileiro em Jogos Olímpicos. Qualitativamente, os melhores haviam sido Seul 88 e Barcelona 92, com um ouro cada. Quantitativamente, foram Los Angeles 84 (uma prata, dois bronzes) e Pequim (três bronzes).

- É também a oitava olimpíada consecutiva (desde Los Angeles 1984) que o Brasil traz medalhas olímpicas no judô – única modalidade a alcançar o feito.

- A última medalha de ouro no judô havia sido com Rogério Sampaio em 1992. Antes dele, apenas Aurélio Miguel havia conseguido o feito.

- Foram as primeiras medalhas olímpicas das categorias ligeiro e pesado masculino. As outras cinco (meio-leve, leve, meio-médio, médio, meio-pesado) já haviam subido ao pódio em edições anteriores.

- Mayra Aguiar, aos 20 anos, é a atleta mais jovem a conquistar uma medalha individual para o Brasil em qualquer esporte na história dos Jogos Olímpicos.

- Local de nascimento e idade dos atletas medalhistas:

Sarah Menezes, 21 anos, Piauí
Mayra Aguiar, 21 anos, Rio Grande do Sul
Felipe Kitadai, 23 anos, São Paulo
Rafael Silva, 25 anos, Mato Grosso do Sul

- Com as quatro medalhas, o judô chegou a 19 pódios olímpicos na história e passou momentaneamente a vela (16) como esporte que mais medalhas deu ao Brasil nos Jogos em todos os tempos.

- Todas as medalhas olímpicas do judô brasileiro:

3 ouros, 3 pratas, 13 bronzes:

1972 (Munique/GER): Chiaki Ishii (-93kg, bronze)

1984 (Los Angeles/USA): Douglas Vieira (-95kg, prata), Walter Carmona (-86kg, bronze) e Luís Onmura (-71kg, bronze)

1988 (Seul/KOR): Aurélio Miguel (-95kg, ouro)

1992 (Barcelona/ESP): Rogério Sampaio (-65kg, ouro)

1996 (Atlanta/USA): Aurélio Miguel (-95kg, bronze) e Henrique Guimarães (-65kg, bronze)

2000 (Sydney/AUS): Tiago Camilo (-73kg, prata) e Carlos Honorato (-90kg, prata)

2004 (Atenas/GRE): Leandro Guilheiro (-73kg, bronze) e Flávio Canto (-81kg, bronze)

2008 (Pequim/CHN): Ketleyn Quadros (-57kg, bronze), Leandro Guilheiro (-73kg, bronze) e Tiago Camilo (-81kg, bronze)

2012 (Londres/ING): Sarah Menezes (48kg, ouro), Mayra Aguiar (78kg, bronze), Felipe Kitadai (60kg, bronze), Rafael Silva (+100kg, bronze)

Perfil dos medalhistas:

Sarah Gabrielle Cabral de Menezes
Nascimento: 26/3/90, Teresina, PI
Altura: 1,54m
Peso: 48kg
Principais títulos: Campeã Olímpica Londres 2012 # 3ª colocada no Mundial Sênior de Paris (2011) #  3ª colocada no Mundial Sênior de Tóquio (2010) # Bicampeã Mundial Sub 20 (2008/2009) # Vice-campeã do Grand Slam do Rio de Janeiro (2011) # 3ª colocada World Masters (2011/2012) # 3ª colocada nos Jogos Pan-Americano de Guadalajara (2011)

Categoria: Ligeiro (48kg)
Clube: Academia de Judô Expedito Falcão/PI
Kumikata: Destra
Principal Golpe: Ippon-seoi-nage e Kouchigari
Ranking Mundial: 3º (2º com descartes)
Participação Olímpica: 2008 (48kg, sem colocação), 2012 (48kg, ouro)

Mayra Aguiar da Silva
Nascimento: 3/8/91, em Porto Alegre, RS
Altura: 1,77m
Peso: 78kg
Principais títulos: Bronze Olímpico Londres 2012 # Vice-campeã no Mundial Sênior de Tóquio (10) # 3ª colocada no Mundial Sênior de Paris (11) # Campeã no Mundial Sub 20 de Agadir (10) # Campeã do Grand Slam do Rio de Janeiro (11) # Campeã do Grand Slam de Paris (2012) # Campeã do World Masters (2012) # Prata nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro (2007)

Categoria: Meio-pesado (78kg)
Clube: Sogipa/RS
Kumikata: Canhota
Principal Golpe: Uchimata e Osotogari
Ranking Mundial: 1º

Participação Olímpica: 2008 (70kg, sem colocação), 2012 (78kg, bronze)

Felipe Eidji Kitadai
Nascimento:  28/7/89, em São Paulo, SP
Altura: 1,64m
Peso: 60kg
Principais títulos: Bronze Olímpico Londres 2012 # Campeão dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara (2011) # Vice-campeão no Mundial por Equipes de Paris (2011) # Campeão da Copa do Mundo de Roma (2010) # Ouro nos Jogos da Lusofonia (2009)

Categoria: Ligeiro (60kg)
Clube: Sogipa/RS
Kumikata: Destro
Principal Golpe: Ouchigari e Taeotoshi
Ranking Mundial: 14º (11º com descartes)

Participação Olímpica: Londres 2012 (60kg, bronze)

Rafael Carlos da Silva
Nascimento: 11/5/87, em Campo Grande, MS
Altura: 2,03m
Peso: 150kg
Principais títulos: Bronze Olímpico Londres 2012 # Vice-campeão no Mundial por Equipes de Paris (2011) # Vice-campeão no Mundial por Equipes de Antalya (2010) # Vice-campeão dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara (2011) # Campeão do World Masters (2012) # Vice-campeão do Grand Slam de Paris (2012) # Campeão da Copa do Mundo de Budapeste (2011)

Categoria: Pesado (+100kg)
Clube: Pinheiros/SP
Kumikata: Destro
Principal Golpe: Uchimata
Ranking Mundial: 3o

Participação Olímpica: Londres 2012 (+100kg, bronze)

Manoela Penna, de Londres - CBJ


sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Rafael Silva, 168kg, quer mais gordinhos no esporte após pódio inédito


Das 19 medalhas que fazem do judô o esporte que mais levou o Brasil ao pódio em Olimpíadas, apenas a última foi conquistada por um peso-pesado, e Rafael Silva quer fazer do bronze inédito obtido desta sexta-feira uma forma de motivar mais pessoas acima do peso a praticar o esporte.

O judoca de 168kg, apelidado de Baby --o filhote da Família Dinossauros da TV--, superou as expectativas anteriores aos Jogos Olímpicos ao conquistar a quarta medalha do judô brasileiro em Londres, alcançando no último dia de disputa a meta do judô do Brasil na Olimpíada depois que favoritos ao pódio ficaram pelo caminho.

"É a primeira medalha no pesado do Brasil, ainda bem que eu estou conseguindo fazer história", disse o judoca, que venceu na disputa do bronze o sul-coreano Sung-Min Kim por um yuko, no golden score, após o adversário receber a segunda punição da arbitragem por falta de combatividade.

"O Brasil tem uma carência grande nos pesados, poucos pesados treinando. Espero que com essa medalha eu consiga recrutar mais pesados para treinar", acrescentou o brasileiro, cuja voz tranquila e fala mansa se opõem ao tamanho.

Baby muitas vezes é obrigado a treinar fora do país diante da falta de judocas da mesma categoria no Brasil para acompanhá-lo. Ele foi convocado para a seleção brasileira justamente através de um programa da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) em busca de talentos em duas categorias que o Brasil nunca tinha subido ao pódio, os pesados e os ligeiros.

Justamente nelas o Brasil conseguiu medalhas em Londres, com Felipe Kitadai na categoria até 60kg juntando-se ao peso-pesado nos pódios inéditos. Sarah Menezes ainda conquistou um ouro e Mayra Aguiar um bronze, na melhor participação da história do judô brasileiro em Jogos Olímpicos.

Com a próxima Olimpíada realizada em casa, a expectativa dos judocas brasileiros é ir ainda melhor nos Jogos Rio-2016.

"Acho que vem muita coisa boa por aí, 2016 esta aí para provar. O Brasil tinha potencial de conseguir mais medalhas, já fez uma campanha histórica, e acho que 2016 vai ser muito melhor", disse Rafael Silva.

No último ano, sob supervisão da seleção brasileira de judô, Baby passou de 155kg para 168kg e reduziu o percentual de gordura de 18 para 14 por cento, de forma a ganhar mais massa muscular numa categoria que tem peso livre acima dos 100kg.

O brasileiro foi muito exigido fisicamente nos combates desta sexta-feira, com quatro lutas sendo decididas no golden score após terminarem empatadas. Nas quartas de final ele foi derrotado pelo russo Alexander Mikhaylin, na decisão dos árbitros, mas recuperou-se no combate seguinte da repescagem, contra o húngaro Barna Bor, e finalmente chegou ao pódio ao derrotar o sul-coreano.

"Foram quatro golden score e eu estou morto. Amanhã acho que vou acordar cheio de dor no corpo", disse o brasileiro, que também venceu na prorrogação do judô o lituano Marius Paskevicius, nas oitavas de final. Só a primeira luta, com o islandês Thormodur Jonsson, foi decidida no tempo normal, com um ippon.

"Eu me esfolei, mas ainda bem que deu tudo certo. A luta final é tudo ou nada, se você perder fica em 5o, e ainda bem que eu consegui a medalha", afirmou o judoca, que começou tarde no esporte, com 15 anos, e 10 anos depois já conquistou uma medalha olímpica.

Por: Pedro Fonseca - Terra Esportes
Foto: Kim Kyung-Hoon/Reuters

Por "Su Su", técnica do judô abandona postura contida


Rosicleia Campos, a técnica da seleção feminina de judô do Brasil, se segurou até o último dia da disputa da modalidade nos Jogos de Londres, nesta sexta-feira. Ela só não se aguentou quando "Su Su" teve a chance de conquistar a medalha de bronze na categoria pesado.

Ao longo dos Jogos, Rosicleia estava cumprindo quase à risca a nova regra que só autoriza os treinadores a falarem com os atletas quando o combate está paralisado. Era uma mudança de estilo em relação ao perfil escandaloso da treinadora em outras competições, a destacar o Pan-2007 no Rio e a Olimpíada de Pequim-2008.

Enquanto as judocas brasileiras estavam em combate na capital britânica, a técnica se preocupava mais em passar instruções técnicas e táticas do que em tentar motivar as atletas. Foi com ela à beira do tatame que Sarah Menezes se tornou a primeira brasileira campeã olímpica de judô e que Mayra Aguiar conquistou a medalha de bronze.

Tudo mudou quando Maria Suelen Altheman, chamada pela treinadora de "Su Su", disputou a medalha de bronze contra a chinesa Wen Tong, que acabou vencendo o combate e deixando a brasileira em 5o lugar na categoria acima de 78kg.

"Vai Su Su, essa é a luta da sua vida", "Você precisa querer mais que ela", "Sacode ela, Su Su", "Puxa ela, você está muito devagar", foram alguns dos gritos de incentivo de Rosicleia, inclusive em alguns momentos que o combate não estava parado.

"É por causa do meu relacionamento com ela, a Suelen responde bem assim", disse Rosi, como é chamada a ex-judoca olímpica, à Reuters após a luta. "Ela foi bem, faltou pouco", acrescentou a treinadora, que além dos gritos costuma lutar junto com as atletas fazendo os movimentos do lado de fora.

A nova regra da Federação Internacional de Judô para os técnicos determina que se o treinador for advertido duas vezes por falar com o atleta fora do momento permitido, ele é expulso. A brasileira não foi advertida nenhuma vez.


Por Pedro Fonseca - Terra Esportes

Rafael Silva conquista o bronze, e Brasil bate recorde de medalhas no judô


Rafael Silva assegurou uma medalha histórica para o judô brasileiro em Londres. Ao derrotar o sul-coreano Kim Sung-Min na disputa pelo bronze da categoria acima de 100 kg, ele conquistou o quarto pódio da seleção no tatame, um recorde para o Brasil em Olimpíadas.

Com o bronze de Rafael, o judô do Brasil encerra sua participação com quatro medalhas. Silva agora se junta a Sarah Menezes (ouro), Mayra Aguiar (bronze) e Felipe Kitadai (bronze), outros medalhistas do esporte nesta Olimpíada.

É a melhor campanha do judô brasileiro na história em Olimpíadas, superando de vez as três medalhas conquistadas nos Jogos de Los Angeles em 1984. A marca de quatro pódios também era a meta traçada pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ) para Londres.

Rafael ainda atingiu outro feito histórico: conquistou a primeira medalha do Brasil entre os pesos pesados do judô em Olimpíadas. 

Terceiro do ranking, Rafael já tinha enfrentado o sul-coreano quarto do mundo outras três vezes, com duas vitórias, incluindo a última no Grand Slam de Paris em fevereiro deste ano. Em Londres, a luta começou truncada, com o brasileiro se defendendo bem das entradas rápidas do adversário.

Depois de cinco minutos sem pontuação, os dois foram para o golden score com uma punição cada. O sul-coreano acumulou uma segunda advertência e, com um yuko, Rafael assegurou a medalha.

“Estou muito feliz, é muito gratificante representar bem o Brasil, ali na disputa do bronze é tudo ou nada, mas o Brasil inteiro estava torcendo para mim e eu fiquei muito feliz”, comentou Rafael ao canal Sportv depois da conquista. 

Além do judô, somente a natação deu uma medalha ao Brasil até agora, com a prata de Thiago Pereira nos 400 m medley.

Rafael Silva, também conhecido como “Baby”, venceu suas duas primeiras lutas, contra islandês Thormoduz Jonsson e o lituano Marius Paskevicius.

Depois, perdeu combate muito equilibrado para o russo Alexander Mikhaylin, ex-campeão mundial. O duelo, que valia vaga para as semifinais, foi para a decisão dos juízes depois de empates no tempo normal e no golden score.

Depois, na repescagem, Silva novamente foi para a decisão nas mãos dos juízes e venceu o húngaro Barna Bor.

O campeão da categoria foi o francês Teddy Rinner, que já venceu o título mundial seis vezes e entrou como grande favorito na disputa. Na final, ele derrotou o algoz de Rafael, o russo Alexander Mikhaylin, por um wazari.

Por: José Ricardo Leite - UOL Esporte

Maria Suelen chora e diz que falha custou sua medalha de bronze no judô


A judoca brasileira Maria Suellen Altheman chorou pouco após perder a disputa da medalha de bronze do judô nos Jogos Olímpicos de Londres e disse que cometeu uma falha que rendeu a derrota.

Ela perdeu  para a chinesa heptacampeã mundial Wen Tong no duelo decisivo. A atleta asiática conseguiu um ippon restando 44 segundos para o fim.

“Foi uma falha, fiquei muito chateada. Ela era a favorita, e eu não era a favorita e acabei disputando medalha. Apesar disso a gente sempre espera medalha. Acho que fiz uma boa campanha, treinei muito para estar aqui. Eu sabia que ia chegar e não ia ser fácil”, falou, chorando.

Tong estava invicta desde 2009, mas acabou sendo derrotada na semifinal da categoria acima de 100 kg, diante da cubana Idalys Ortiz. A brasileira já havia enfrentado a chinesa em janeiro deste ano no Masters de Almaty, e foi derrotada.

Mais calma no final das entrevistas, Maria Suelen já fez planos para os Jogos de 2016 “Agora vou treinar para o Rio, quem sabe lá não vem uma medalha mais gostosa por ser em casa”, finalizou.


Por: José Ricardo Leite - UOL Esportes
Foto: Flavio Florido

Aine Schmidt viaja com a seleção sub 20


A judoca do Palmeiras/Mogi, Aine Schmidt, viajou no dia 01 de agosto com a seleção sub17 e sub 20, cuja equipe é integrante,  para a Europa, onde participará de treinos e do European Cup sub20 na República Tcheca e na Alemanha.

Aine já conquistou neste ano o European Cup da Romenia e foi vice-campeã na Alemanha, a Copa São Paulo e é tetra-campeã Brasileira. Este ano também venceu a disputa pela vaga na seleção paulista que disputará o Brasileiro Sub 20 que será realizado no Rio de Janeiro.É integrante da equipe de treinamento do Centro de Excelência Esportiva de São Paulo (projeto Futuro).

Por: Paulo Schmidt

Judoca ararense disputa título nacional em Manaus.


A mais nova revelação do Projeto Kimono de Ouro da Associação Marcos Mercadante de Judô, Sandy Souza, disputará no próximo domingo (05), o Campeonato Brasileiro Sub 13, em Manaus (AM).

Sandy é a penúltima filha de uma família com quatro irmãos e, apesar de ser a segunda mais nova da casa, foi ela quem apresentou o judô aos irmãos.

“Em casa, somos eu e mais três irmãos. O Willian é o mais velho, hoje tem 18 anos, o Kleybe  16 e a Sarah 08. Eu fui a primeira a praticar o esporte, iniciei com 08 anos de idade, no “Projeto Social da Mercadante”, depois que o Sensei (o professor Marcos Mercadante) foi até a minha escola e apresentou o seu trabalho. Como eu já queria praticar um esporte, cheguei em casa e falei com minha mãe, que foi quem conversou com meu pai e de pronto os dois já vieram até a  associação e me matricularam. A minha mãe já pegou o kimono e comecei. 

Depois disso meus irmãos foram, aos poucos, também se iniciando no esporte. O Kleybe, hoje é auxiliar do professor de uma turma, aqui mesmo na Mercadante", conta Sandy, rapidamente, sua história.

Natural de Araras, Sandy, até pelo fato da pouca idade, nunca saiu para tão longe da família e agora, pela primeira vez, deixará para trás seus entes para ir em busca de um grande feito: o título de campeã brasileira Sub 13.

A atleta será acompanhada de perto pelo professor Marcos Mercadante, que já na sexta-feira embarca com Sandy para Manaus. “Será a primeira vez que ela vai estar dentro de um avião", comenta Marcos.

Por: Associação Mercadante de Araras

Atleta Joseense viaja para treinamento e competições na Europa


Nesta terça feira, 01 de agosto de 2012, a equipe brasileira sub 20 de judô embarcou para Europa, rumo a Praga/CZE e Berlim/GER, onde estará participando de treinamentos e competições que fazem parte do circuito europeu, o mais forte evento da modalidade nesta faixa etária, concentrando os maiores nomes do judô mundial, e, retornando ao Brasil no dia 16 de agosto.

São José dos Campos será representado por um judoca da Associação Desportiva da Policia Militar Regional São José dos Campos / Fábrica de Campeões. Nicolas Felipe de Almeida dos Santos, judoca com grande experiência internacional que coloca mais esta viagem em seu currículo, visando o desenvolvimento da carreira esportiva dentro da modalidade e atendendo às exigências técnicas da Confederação Brasileira de Judô.

O judoca agradece seus patrocinadores que apoiam a equipe da ADPM-Fábrica de Campeões.

Por: ADPM São José dos Campos

Pivôs de polêmica no judô terminam lado a lado com bronze no pódio


Um incidente nas quartas de final do torneio peso-meio-leve (até 66kg) masculino roubou a cena no segundo dia do judô nas Olimpíadas de Londres 2012. A luta entre o japonês Masashi Ebiuma e o sul-coreano Jun-Ho Cho terminou na decisão dos árbitros, que apontaram vitória de Cho, mas o resultado foi revogado e invertido após reunião com a comissão de revisão em vídeo. Ironicamente, Ebinuma, derrotado em seguida na semifinal, terminaria lado a lado no pódio com Cho, que venceu sua chave na repescagem e conquistou a medalha de bronze.

O combate entre Ebinuma e Cho foi equilibradíssimo, e nenhum dos dois pontuou no tempo regulamentar. No golden score (três minutos de morte súbita), o japonês chegou a ter um yuko apontado a seu favor, mas após revisão em vídeo, recurso utilizado pela primeira vez em Olimpíadas neste ano, a pontuação foi revogada. Com o empate em 0 a 0, a decisão recaiu para os árbitros, que levantam bandeiras nas cores do quimono do judoca que consideram vencedor. O trio, cujo árbitro central era o brasileiro Edson Minakawa, levantou unanimemente bandeiras azuis, a favor de Cho.

A decisão foi amplamente vaiada pelo público no Complexo Excel e, imediatamente, o trio foi chamado pela comissão de revisão da Federação Internacional de Judô (FIJ). O diretor de árbitros Juan Carlos Barcos, após consultar-se com o presidente da FIJ, Marius Vizer, recomendou a mudança de resultado. O trio retornou aos seus lugares, Minakawa revogou a decisão anterior e solicitou nova bandeirada. Desta vez, a decisão foi unânime em favor de Ebinuma e recebeu ainda mais vaias do público presente. Ao deixar o tatame, Cho recebeu uma ovação de pé da torcida.

- Queremos garantir que o lutador certo venceu. A luta foi muito parelha - disse Nicolas Messner, porta-voz da FIJ, à agência de notícias Reuters. Segundo ele, foi a primeira vez que uma decisão dos árbitros foi revogada pela comissão de arbitragem.

Ebinuma, todavia, acabou surpreendido por Lasha Shavdatuashvili na semifinal. Vigésimo-primeiro do ranking mundial, o jovem de 20 anos, da Geórgia, conseguiu um ippon e eliminou o japonês, grande favorito. Shavdatuashvili terminaria com a medalha de ouro ao derrotar o húngaro Miklos Ungvari na grande final. Ebinuma, por sua vez, superou o polonês Pawel Zagrodnik, algoz do brasileiro Leandro Cunha, na decisão da medalha de bronze.

Jun-Ho Cho se recuperou da decepção com o resultado e foi à repescagem, onde derrotou o britânico Colin Oates. Na luta pelo bronze, foi novamente ao golden score contra o espanhol Sugoi Uriarte. De quimono branco, o sul-coreano teve bandeirada unânime ao seu favor e, desta vez, a decisão não foi revogada.

No torneio feminino do peso-meio-leve (até 52kg), a cubana Yanet Bermoy Acosta, uma das favoritas ao ouro, deixou o título escapar ao ser derrotada pela norte-coreana An Kum Ae no golden score, com um yuko.

Foto: Reuters


quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Algoz de Mayra superou abuso sexual para dar aos EUA seu 1º ouro no judô


Responsável por tirar a brasileira Mayra Aguiar da final olímpica, a norte-americana Kayla Harrison entrou para a história ao ganhar a primeira medalha dos Estados Unidos no judô em Olimpíadas. A conquista marca a superação da judoca de 22 anos, que continuou no esporte mesmo depois de sofrer abuso sexual de seu treinador na adolescência.

Kayla começou no esporte aos seis anos, incentivada pela mãe, que é faixa-preta. Logo ela foi treinar com Daniel Doyle, que era amigo da família e homem de confiança de seus pais. Atualmente, ele cumpre pena de dez anos de prisão.

Doyle começou a abusar Kayla quando ela tinha 11 anos. Ela ficou até os 15 sofrendo em silêncio, até que contou para um amigo seu, que contou para sua mãe, que contou para a polícia. Durante o período em que foi violentada, a campeã olímpica chegou a pensar em suicídio.

Mas ela conseguiu se livrar desse peso e, nos anos seguintes, conquistou os títulos do Mundial e do Pan-Americano. Em Londres, a consagração veio depois de derrotar a favorita Mayra Aguiar na semifinal, e bater a anfitriã britânica Gemma Gibbons na decisão.

"Esse ouro é muito importante porque a coloca em outro nível. Ela estava em uma idade em que podia voltar e fazer tudo de novo. Todo mundo sabe o que ela passou, e ela é um grande modelo para mulheres de todo o mundo. As pessoas vão olhar para ela, ver sua história e vão dar muita força", comemorou o técnico de Kayla, Edward Liddie.

"Ela é uma profissional. Ela sabia da pressão que tinha nos ombros, de ser a primeira medalha de ouro. E fez o que precisava fazer. Ela é uma garota muito forte", completou o treinador, que ainda fez questão de elogiar a brasileira Mayra Aguiar, que ficou com o bronze: "Temos um profundo respeito por ela. Nós somos amigos, é uma rivalidade sadia, foi uma luta dura, como sempre é. Foi a luta mais dura do dia"

Campeã olímpica rejeita MMA

Kayla já foi colega de treino de Ronda Rousey, ex-judoca medalhista olímpica que atualmente é campeã de MMA no Strikeforce. Mas a campeã não pensa em seguir os passos dela: “Não sei, não penso nisso ainda. Eu gosto muito do meu rosto para tomar porrada nele".

Um dos treinadores de Kayla, Jimmy Pedro, disse não concordar com essa possível mudança e disparou: "Ela é campeã olímpica, é muita classe para o MMA”. 

Por: Gustavo Franceschini - UOL Esporte
Foto: Franck Fife - AFP

Bronze foi conquistado com braço esquerdo parcialmente imobilizado, diz Mayra


Mayra Aguiar demorou 1min29 para vencer a holandesa Marhinde Verkerk e ganhar a medalha de bronze, mas sofreu bem mais que isso. Com o braço esquerdo lesionado desde a semifinal, quando foi finalizada por Kayla Harrison, a brasileira revelou, depois da luta, que foi para o combate com muitas dores e com a área parcialmente imobilizada.

Eu fiz a esparadrapagem [sic] antes da luta, mas eu pensei: ?Pode arrancar um pedaço do meu braço que eu vou lá ganhar o bronze?, disse a judoca, que logo depois da cerimônia de entrega das medalhas já estava com aplicação de gelo na região do cotovelo esquerdo.

A lesão veio no momento mais duro do torneio. Mayra já perdia por um yuko para Kayla Harrison, sua grande rival, quando foi derrubada, levou uma chave de braço e pediu o encerramento da luta batendo no tatame.

Ela teve uma lesão ligamentar leve, mas vamos fazer uma ressonância na Vila Olímpica para saber melhor. Nós aplicamos um analgésico via oral, fizemos a bandagem e pedimos para ela terminar logo a luta, disse Breno Schor, médico da seleção de judô.

Mayra entrou no tatame movendo o braço esquerdo com muitas dores, e sem poder girá-lo para os lados. Mesmo assim, encaixou o jogo logo de cara, aplicou um belo golpe na holandesa e garantiu, com um ippon, o terceiro lugar nos Jogos Olímpicos de Londres. 

Por: Gustavo Franceschini - UOL Esportes

Entre o tatame e o pódio, o "amarelo" nunca luta no judô brasileiro


Depois de seis dias comentando e analisando o judô nas olimpíadas de forma intensa, vejo que competir em jogos olímpicos é muito mais difícil do que pensamos nesta modalidade.

Este é o cenário até o fechamento deste texto: o Japão tem uma medalha de ouro, igual ao Brasil, e hoje também foi eliminado. O Reino Unido, país-sede, não tinha conquistado nenhuma medalha até hoje (foi prata). No primeiro ciclo olímpico que o judô utilizou um ranking mundial para sua classificação, apenas duas atletas que chegaram em primeiro do ranking confirmaram o ouro na sua categoria. No masculino nenhum atleta conseguiu manter o favoritismo.

Tivemos atletas que foram convidados pelo Comitê Olímpico Internacional, ou seja, ficaram de fora dos 22 atletas no masculino e das 14 atletas no feminino no ranking mundial, e entram na cota para difundir a modalidade pelo mundo. E alguns desses se tornaram campeões olímpicos e ou eliminaram atletas “top Five” do ranking.

Atletas que chegaram como “zebras” conquistaram medalhas. Isso demonstra que mesmo o Japão, país que criou a modalidade, e países como o Reino Unido, que luta em casa e tem uma excelente política esportiva, encontram dificuldades.

Considerações feitas vejo comentários maldosos sobre os atletas brasileiros serem “amarelões” por não terem conseguido desempenhar seu máximo. Tiago Camilo, campeão mundial, juvenil, júnior e sênior, que tem participação em três olimpíadas, com duas medalhas e um 5º lugar, prata em Sydney-00, bronze em Pequim-08 e quinto em Londres-12, e Leandro Guilheiro, campeão mundial júnior, vice-campeão mundial sênior, participação em três olimpíadas, com duas medalhas, bronze em Atenas-04 e Pequim-08, foram dois dos principais alvos dos nossos “comentaristas” de plantão.

Participar em uma edição de Jogos Olímpicos é o sonho de todo atleta amador no Brasil. Eles enfrentam diversas dificuldades, inclusive financeiras, no início da carreira, além de outros aspectos como treinos, alimentação, lesões, cirurgias, muitas vezes precisam abdicar de uma vida social, entre outros.

Ser vencedor ou vencido faz parte do contexto competitivo. Nossos atletas realmente chegaram bem preparados, com boa estrutura. Em alguns casos, foram à Londres como favoritos na categoria, em outros não, mas lutaram com adversários que também chegaram com objetivo de ganhar e vêm preparados.

Assistir ao esporte somente em ano de Olimpíadas e chamar os atletas de "amarelões" se torna fácil. Criticar a atuação por uma falha ou pela estratégia de luta faz parte. Mas esses judocas, que vêm do “país do futebol”, são os nossos verdadeiros “samurais” e, com muito esforço, honra e orgulho, representaram nosso Brasil.

O único “amarelão” que entrou para lutar foi o da bandeira do Brasil no peito dos atletas. Sendo assim parabenizo todos os que participaram e os que ainda vão participar, sabendo que somos brasileiros e não desistimos nunca.

Por: Wiliam Freitas - UOL Esporte

Judoca saudita luta com véu em Londres e faz história


Na zona liberada a jornalistas, enquanto a brasileira Maria Portela e a cubana Onix Cortes choram pela derrota na primeira rodada, Wojdan Ali Seraj Abdulrahim Shaherkani, caminha sorridente, carregando uma mala com rodinhas e tendo ao lado dis fortões.  O mais novo é o irmão, que não deixa de segurar na sua mão. O mais velho, de tão forte, parece Aurélio Miguel anabolizado. É o pai, Ali Shaherkani, ex-judoca da Arábia Saudita.

O véu, cinza, na cabeça, se destaca. Ele é o grande motivo por Wojdan, uma garota tímida, de 16 anos, sem nenhuma graduação no judô, seja procurada por jornalistas enquanto campeãs derrotadas e vencedoras passam ao lado. Para que Wojda, da categoria +78 quilos, pudesse lutar de véu – o hijab – a delegação da Arábia Saudita ameaçou retirar-se dos jogos. No início, o comitê olímpico proibiu, argumentando que o jihab poderia estrangular Wojdan. Depois, foi anunciado um acordo.

De certa forma, foi uma vitória dos direitos humanos. O Comitê Olímpico incentiva a participação de mulheres, algo que é um tabu em um país extremante conservado como a Arábia Saudita, que segue as regras clericais dos muçulmanos. Até 2012, Arábia Saudita, Brunei e Qatar eram os países que não deixavam mulheres competir. O Comitê mandou um convite especial para Wojdan e para Sarah Attar, corredora dos 800m.

O príncipe Nawaf ben Faysal, que comanda o esporte na Arábia Saudita permitiu, desde que usassem o véu e que estivessem sempre acompanhadas de um parente próximo. Nem foi preciso dizer duas vezes. Ali não deixa a filha por um segundo. E serve de intérprete para uma entrevista que não se desenrola. Eu falo inglês aguaiano, ela fala árabe e ele traduz em inglês saudiita. “Estou muito feliz em conviver com tanta gente e em representar meu país”, é o que dá para entender.

Não importa. Amanhã, as 6h33min do Brasil, quando enfrentar Melissa Mojica, de Porto Rico, e muito provavelmente, ser eliminada com um rápido ippon, Wojdan Ali Seraj Abdulrahim Shaherkani já fará parte da história olímpica.


Cubano é desclassificado por morder dedo de rival e reclama: "Ele pôs a mão na minha boca"


O cubano Oreydi Despaigne se inspirou em Mike Tyson, mas não conseguiu avançar das oitavas de final da categoria até 100 kg no judô. Mesmo vencendo a luta contra o uzbeque Ramziddin Sayidov, ele mordeu o dedo do rival e acabou sendo desclassificado por atitude antidesportiva.

Despaigne vencia com um wazari no último minuto do combate, contra dois yukos do rival. Os dois competidores seguravam um no quimono do outro e, ao sentir a mordida na mão direita, o uzbeque parou a luta, reclamando da atitude do cubano. Os juízes analisaram o lance em vídeo e decidiram desclassificar o cubano.

"Fiz uma boa luta, mas estou desapontado com essa injustiça. Foi ele quem colocou a mão na minha boca", protestou o cubano, alegando que seus lábios estariam inchados pelo impacto. 

Técnico de Despaigne, Justo Noda tentou argumentar, mas os juízes estavam convencidos da agressão do judoca. "Nunca vi algo assim em quarenta anos de judô", reclamou o treinador do cubano.

Atleta de 30 anos, Oreydi Despaigne tem seus principais resultados na carreira em Mundiais e Pan-Americanos. Ele foi terceiro colocado no Mundial do Brasil, em 2007. No Pan, teve um bronze em Santo Domingo-2003 e foi o campeão no Rio de Janeiro, quando o brasileiro Luciano Corrêa foi medalhista de bronze - Luciano foi eliminado na segunda luta, nesta quinta.

Foto: Darren Staples/Reuters

De medalha nova, Kitadai relembra o susto: "Foi como criança com brinquedo novo"


Felipe Kitadai já está com a medalha no peito de novo. Depois de quebrar a haste da peça ao tentar tomar banho com ela, o judoca já está com uma nova e promete seguir colado nela até voltar ao Brasil. Recuperado, ele contou do susto que levou quando o incidente aconteceu.

“Foi uma tristeza, né? Foi como uma criança que quebra o brinquedo novo”, disse Kitadai, que promete seguir se arriscando com a medalha. “Só vou tomar mais cuidado no banho”, disse o judoca.

Kitadai ganhou seu bronze no último sábado, no primeiro dia de competições nas Olimpíadas. Contente, ele decidiu ficar grudado na medalha até voltar para casa. A ideia era comer, dormir, tomar banho e até participar do aquecimento dos companheiros com ela. “Eu estava querendo colocar no bolso”, disse ele.

O cuidado com a medalha era tão grande que ele não quis molhá-la. Para isso, entrou no banho com ela nos dentes, mas não aguentou o peso e viu ela cair e quebrar a haste que prende a fita. Ciente do ocorrido, o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) pediu uma nova para o COI (Comitê Olímpico Internacional), que atendeu a solicitação e enviou a peça para a Vila Olímpica na última quarta.

“No total fiquei umas 20 horas sem medalha, porque eu entreguei a minha antes de receber de volta. Deu um pouco de agonia”, contou o judoca. 

Por: Gustavo Franceschini - UOL

Luciano Corrêa reencontra algoz de Pequim e é eliminado na segunda luta


O judoca Luciano Corrêa foi eliminado em sua segunda luta na categoria até 100 kg ao ser derrotado novamente pelo holandês Henk Grol, vice-líder do ranking, que já tinha vencido o brasileiro algoz nos Jogos de Pequim há quatro anos.

"O momento é de tristeza. Ser eliminado de uma Olimpíada é difícil, cair duas vezes para o mesmo cara é mais difícil ainda", disse Luciano Corrêa, sereno, na saída do ginásio.

“Comecei bem, mas tive problemas no final. Acho que meu oponente foi melhor. Ele teve uma tática mais bem definida. É uma derrota dolorosa para mim, é realmente triste, mas tenho que pensar no futuro”, lamentou Luciano. 

O brasileiro dominou a pegada no início da luta, mas o holandês conseguiu entrar antes nos golpes e fez com que Luciano tomasse três punições, acumulando um wazari, pontuação que o levou à vitória. Além de ter eliminado o brasileiro nos Jogos de 2008, o holandês também derrotou Luciano no Grand Slam de Paris no ano passado.

"Ele usou a estratégia de pegar na minha manga, e isso acarretou as punições", disse o brasileiro, que levou dois shidos por falta de combatividade e um por um ataque falso. "Acho que perdeu por detalhes. O outro tem a pegada melhor que a dele, mas ele tentou. Não conseguir é um detalhe", disse Luiz Shinohara, técnico da seleção masculina. 

A derrota era, até certo ponto, esperada. Henk Grol é o vice-líder do ranking mundial, foi bronze em Pequim em 2008, quando derrotou o próprio Luciano, e foi duas vezes prata em Mundiais no atual ciclo olímpico, enquanto brasileiro ficou distante dos melhores resultados.

Luciano, 16º do ranking olímpico, chegou a Londres como azarão, apesar de já ter um título mundial no currículo. Nem mesmo a “maldição” dos favoritos, que derrubou o cazaque Maxim Rakov, primeiro do mundo, logo na estreia, ajudou o brasileiro, que não teve uma estreia digna de parâmetro.

Seu primeiro rival do dia foi o malinês Oumar Kone, convidado da organização que não ofereceu resistência e logo sofreu um ippon por imobilização. Da arquibancada, quem também sofreu foi Joanna Maranhão, namorada do judoca, que assistiu a todo o confronto tensa, sem falar muito, e visivelmente nervosa. Só no minuto final, quando a derrota estava próxima, ela arriscou alguns gritos de incentivo, mas não pôde fazer muito até o fim do combate.

"Tenho um orgulho dele que não tenho nem palavras. Isso não diminui o valor dele para mim e para o Brasil inteiro. Taticamente ele estava muito bem, e o Grol não é qualquer um", disse a nadadora.

Algoz de Luciano, o holandês Henk Grol acabou ficando com o bronze. O ouro foi para o russo Tagir Khaibulaev, que derrotou o mongol Tuvshinbayar Naidan na final. 

Por: Gustavo Franceschini - UOL
Foto: AFP PHOTO / Johannes Eisele

Mayra supera derrota para rival, vence holandesa e consegue a medalha de bronze


Mayra Aguiar recuperou-se rapidamente da derrota que a tirou da briga pela sonhada medalha de ouro. Minutos depois de ser finalizada pela norte-americana Kayla Harrison, a brasileira venceu a holandesa Marhinde Verkerk por ippon e conquistou a medalha de bronze na véspera de seu aniversário de 21 anos, tornando-se apenas a terceira atleta do país na história a subir no pódio olímpico.

Antes dela, somente Ketleyn Quadros, com bronze em 2008, e Sarah Menezes, ouro há poucos dias em Londres, já haviam conseguido o feito. Mayra também dá ao Brasil uma quarta medalha que era aguardada desde o último sábado, quando saíram as três primeiras de uma só vez.

"Na hora em que acabou a luta (na semifinal), estralou o meu braço. Ela me deu uma chave de braço. Aí, levantei e só deu vontade de chorar. Engoli o choro, falei não acabou o dia ainda, vamos levar uma medalha pra casa. Foi duro", declarou Mayra após a luta, em entrevista à Record.

Mayra dominou a luta desde o começo, e precisou de menos de 1min30s para fazer um sassai e derrubar a holandesa de costas no tatame, assegurando o ippon. 

O bronze de Mayra fez o Brasil superar a sua melhor campanha do judô em Olimpíadas, com três medalhas. Em Londres, os brasileiros empataram em número de pódios com Los Angeles-1984, mas coroaram o desempenho com um ouro, conquistado por Sarah Menezes. 

A medalha consagra uma atleta que apareceu pela primeira vez aos 15 anos. Mayra surgiu para o grande público quando foi medalha de prata no Pan do Rio de Janeiro, em 2007. Um ano depois, ela foi a Pequim como promessa e não correspondeu, caindo na primeira rodada.

No último ciclo, no entanto, ela mostrou que a aposta que era feita nela não era gratuita. No período, ela foi vice-campeã e medalha de bronze em dois Mundiais seguidos, conquistou Grand Slams e tornou-se a primeira atleta do país, entre homens e mulheres, a assumir a liderança do ranking mundial desde que ele tornou-se olímpico. 

Por tudo isso, apesar da importância do bronze, a sensação de que ela poderia ter ido além é inevitável, inclusive na torcida presente no ginásio. Mas ela negou que tenha ficado um gosto amargo: "Uma medalha olímpica não tem preço. Independente da cor, é algo que vou levar por toda a minha vida. Não foi o resultado esperado, entrei pra ser campeã, mas faz parte. Ainda estou no clima de competição, mas daqui a pouco vou deitar e vou ver que tenho uma medalha olímpica".

Primeira colocada do ranking, Mayra Aguiar entrou como favorita, varreu as duas primeiras adversárias que teve pela manhã e chegou à semifinal contra sua principal rival, a norte-americana Kayla Harrison, que acabou levando a medalha de ouro na luta seguinte. Apesar da luta disputada, ela não resistiu ao jogo de chão da oponente e sofreu um ippon por finalização quando já perdia por um yuko.

Por: Gustavo Franceschini - UOL
Foto: Leonardo Aversa

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

No judô, medalhista dispensa presidente da Colômbia por premiação


Depois de Yuri Alvear conquistar a primeira medalha colombiana do judô nos Jogos de Londres, o presidente do país, Juan Manuel Santos, quis agradecê-la por telefone. O problema é que ela estava muito ocupada para falar com ele.

"No momento eu estava indo para a cerimônia de medalhas e não podia falar com ele", disse, sorrindo, Alvear, que ganhou o bronze na categoria até 70 kg.

"Eu disse a ele que eu poderia ligar quando a cerimônia acabasse."

Além da colombiana Edith Bosch, da Holanda, também levou uma medalha de bronze. A alemã Kerstin Thiele ficou com a prata e Lucie Decosse levou a medalha de ouro da categoria até 70 kg do judô.


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