Entre os dias 1º e 3 de outubro de 2025, Aracaju (SE) recebeu o EnANPAD 2025, um dos maiores eventos científicos da área de Administração no Brasil. Com o tema “Sustentabilidade em gestão: reconhecendo identidades, experiências locais e desafios globais”, o encontro reuniu mais de 2 mil participantes em três dias de intensos debates, apresentações e reflexões sobre os rumos da gestão pública e privada.
Foi nesse cenário que o Faixa Preta Kôdansha Rodrigo Guimarães Motta, Doutor em Administração pela PUC-SP, apresentou um trabalho que provocou reflexões profundas sobre ética, poder e comunicação institucional no esporte. O trabalho foi submetido e aprovado por "em "Peer Blind Review" (avaliação cega por pares) por professores doutores em administração. O estudo analisou uma matéria publicada pela Revista Budô em 2021, revelando como o discurso de ódio foi mobilizado como ferramenta política para deslegitimar o movimento RenovaJudô e preservar a hegemonia da Federação Paulista de Judô (FPJudô).
A pesquisa mostra que, após 30 anos de comando ininterrupto, a FPJudô enfrentou uma crise institucional marcada pela recusa à alternância de poder. Em resposta, surgiu o RenovaJudô, um movimento que propunha renovação e transparência. A Revista Budô, então, passou a veicular conteúdos que atacavam sistematicamente os opositores, utilizando estratégias discursivas que os associavam à desordem, à imoralidade e à ameaça à estabilidade.
Trechos como “meia dúzia de professores numa cruzada” ou “bando de alienados” revelam uma tentativa de criminalizar moralmente os adversários, reduzindo sua atuação a algo patológico e antijudô. A apropriação de argumentos jurídicos e o uso da liberdade de expressão como escudo reforçando a estratégia de autopreservação institucional.
Segundo Motta, essa forma de discurso de ódio é covarde, pois se esconde atrás da retórica da liberdade para atacar, intimidar e impedir a transformação. O estudo conclui que reconhecer esse tipo de manifestação como discurso de ódio é um passo essencial para superá-lo — e para que o judô volte a ser guiado pelos princípios que o fundaram: respeito, disciplina e crescimento mútuo.
Mais do que uma denúncia, o trabalho apresentado no EnANPAD 2025 é um convite à reflexão. Dirigentes, professores e judocas são chamados a pensar sobre o papel da comunicação institucional e da gestão ética no esporte. O judô, como arte marcial e filosofia de vida, merece instituições que honrem seus valores — dentro e fora do tatame.
Confira o material completo da apresentação no link abaixo:
Por: ASCOM ICI
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