terça-feira, 24 de agosto de 2021

Judô de Atibaia Realiza Ação Educativa Entre os Professores


Sábado, 21 de agosto, foi mais um dia de grandes aprendizados para a equipe de professores da Associação Paulo Alvim de Judô de Atibaia!

Reunidos na sede da APAJA, os professores Thiago Valladão, Robson Greco, Jair Gimenez, Angélica da Silva, TiciannaPriolli, Cesar Moraes, Jonathan Santos, Yara Ferreira, Robson Tavares, Leonardo Macêdo e o vereador Pi do judô, fizeram na parte da manhã, o curso em primeiros socorros, ministrado por Adriano Baruffaldi do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, baseadona "Lei Lucas" (Lei nº 13.722 de 4 de outubro de 2018), que têm por objetivo capacitar os professores e funcionários em identificar e agir preventivamente em situações de emergência e urgência médicas, até que o suporte médico especializado, local ou remoto, se torne possível, priorizando a segurança e a vida dos alunos.


Na parte da tarde, Thiago Valladão, coordenador do Projeto Sócio Educativo da Associação Paulo Alvim de Judô de Atibaia/São João Tênis Clube/ Secretaria de Esportes e Lazer da PEA fez uma dinâmica com todos osprofessores, para a padronização de ensino,nos onze núcleos de Atibaia, da pedagogia aplicada nas aulas da modalidade e também aproveitou o momento, para reafirmar o objetivo de todas as açõesdeste grandioso projeto da cidade na formação de grandes cidadãos, colocando nossos alunos como os maiores beneficiários de todo trabalho desenvolvido e dos resultados, queatravés da experiência, não ficam somente na qualidade dos bons princípios, mas se estendem aos tatamis estaduais, nacionais e internacionais em competições ecolocaem todos os níveis, Atibaia em destaque como cidade de grandes campeões da modalidade.

Os judocas agradecem a Concessionária Rota das Bandeiras, Hotel Bourbon Atibaia, Atibaia Residence Hotel & Resort, MT Plus, CORA – Centro de Ortopedia e Reabilitação Atibaia,Centro Universitário UNIFAAT, Oficial Registro de Imóveis. 1º Tabelião de Notas e Protesto, 2º Tabelião de Notas e Protestos de Letras e Títulos, Estruturas Metálicas Ando, Colégio Atibaia, Centro Integrado Atibaia Odontologia, Fisioterapia e Reabilitação Esportiva Sérgio Nery, Fisioterapeuta Layla Nery, Viação Atibaia São Paulo, Academia R Sette, Preparador Físico Roger Fonseca, Psicóloga – Rubiana Shimoda, Centro Radiológico Atibaia – Alvinópolis, Imprensa de Atibaia e Boletim OSOTOGARI, que acreditam e apoiam o judô atibaiense.

Por: APAJA - Atibaia

Araras: Atleta Olímpico Eduardo Yudy recebe homenagem do Prefeito e Secretário de Esportes de Araras


Além da visita aos atletas do Projeto Kimono de Ouro da Associação Mercadante, o judoca olímpico Eduardo Yudy Santos (-81kg) ainda recebeu uma homenagem do prefeito de Araras, Pedrinho Eliseu, e do secretário de esportes, Douglas Marcucci.


A placa de homenagem representa toda a gratidão e reconhecimento por representar Araras e também pelo trabalho duro, esforço e exemplo a ser seguido.


"Estou muito orgulhoso por saber que Araras foi representada nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 por um judoca. Por isso, em nome de toda população ararense, parabenizo o atleta olímpico Eduardo Yudy Santos e aproveito para dizer que é uma honra poder compartilhar esse momento junto ao sensei Mercadante, esse triunfo é resultado de muito trabalho e dedicação. Sabemos o quanto ele batalha para poder realizar seus objetivos e de seus atletas", disse o prefeito de Araras, Pedrinho Eliseu.

Por: Associação Mercadante de Araras


segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Semana Hajime: Começa hoje, todas as segundas às 21h30



Todas segundas às 21h30. Programa Semana Hajime.

Guarde esse horário! Hoje tem a estreia e novidade no judô! 

Guarde o horário pra não perder a chance de bater um papo com uma atleta que disputou três vezes a Olimpíada e é multimedalhista do circuito mundial. 

Já sabe quem é?

Um novo programa pra curtir tudo do judô. Na mesma vibe e mesmo embalo do Programa Hajime Olímpico que animou as madrugadas da Olímpiada!

Vem com a gente!

Por: Luiz Pavani - Santa Maria - RS


Araras: Atleta Olímpico Eduardo Yudy Santos visita o Projeto Kimono de Ouro


Na última sexta-feira (20), o atleta olímpico Eduardo Yudy Santos (-81kg) esteve em Araras para cumprir sua promessa de visitar os atletas do Projeto Kimono de Ouro da Associação Marcos Mercadante de Judô, após as Olimpíadas de Tóquio 2020.


As crianças ficaram muito felizes em ver de perto o atleta olímpico que representou o Brasil a pouco tempo em Tóquio no Japão. 

Alguns dos nossos judocas tiveram até a chance em poder lutar com Yudy, conhecer suas técnicas e golpes preferidos.


Além de ídolo no judô, Yudy se mostrou também como um exemplo de caráter, respeito e humildade, atendendo e cumprimentando todos os alunos, professores e demais funcionários da Academia Mercadante.


"Fico extremamente orgulhoso em ver toda a gratidão do Yudy pelo Projeto Kimono de Ouro ao qual ele foi integrante e o parabenizo por ele ter aproveitado a oportunidade que foi dada em 2013, todo o esforço e trabalho foram recompensados. Desejo sorte a ele com seus próximos objetivos e tenho certeza que em 2024 iremos torcer por ele em Paris", finaliza o sensei kodansha Marcos Mercadante.

Veja também:

·    Jornal da EPTV 1º Edição – São Carlos/Araraquara – Eduardo Yudy Santos -81kg / Judoca que participou das Olimpíadas conversa com nova geração de atletas em Araras:

https://globoplay.globo.com/v/9788544/

Por: Associação Mercadante de Araras

domingo, 22 de agosto de 2021

Árbitro brasileiro de Judô comenta expectativa para segunda Paralimpíada: “Só tenho a agradecer”.


O Brasil terá um importante representante do Judô nas Paralimpíadas – que começam a partir do próximo dia 24 e vão até 5 de setembro, também em Tóquio, no Japão. Trata-se do árbitro Jeferson Vieira, que também é o vice-presidente da FJERJ (Federação de Judô do Estado do Rio de Janeiro). Como já excedeu a idade máxima de 55 anos, o brasileiro, que compõe o quadro da Federação Internacional de Judô (IJF), não foi chamado para os Jogos Olímpicos e não esperava o mesmo nas competições paralímpicas.

O árbitro, que já embarcou para o Japão – cercado de um cuidadoso protocolo sanitário contra a Covid-19 -, comentou a importância de arbitrar sua segunda Paralimpíadas. Em 2016, no Rio, Jeferson também atuou.

“A sensação é maravilhosa de estar em uma Paralimpíadas. É o sonho de qualquer árbitro, atleta e dirigente, e comigo não é diferente, ainda mais dentro do Japão. Eu tive o prazer de arbitrar as Paralimpíadas no Rio de Janeiro, na minha cidade, e agora vou arbitrar no país do Judô. Só tenho que agradecer”, disse o árbitro.

Por fim, Jeferson fez um balanço da participação do Judô nos Jogos de Tóquio, que manteve a tradição que dura desde 1984 de sempre trazer medalhas para o Brasil: “Nós sempre esperamos mais. Tivemos a grata surpresa da medalha do Daniel Cargnin. Já a Mayra Aguiar era uma medalha esperada, apesar dela ter ficado um tempo afastada por conta das cirurgias. Maria Suelen era outra chance de medalha, caso não se machucasse. O Rafael Baby era esperado uma medalha dele também, infelizmente não veio. A Maria Portela teve a dúvida sobre pontuação no ‘golden score’ de quase 11 minutos, na minha avaliação e do mundo todo, tinha sido ponto da Portela. Ela teria vencido e, com certeza, teria ido para a disputa de medalha”, concluiu.

Por: Comunicação Judô Rio


Atleta de Blumenau é campeão de judô no Pan-Americano Sub-21

Foto: Divulgação

O judoca da Secretaria Municipal do Esporte de Blumenau, Daniel Bolezina Lemes da Silva, de 19 anos, sagrou-se campeão pan-americano de judô pela classe júnior (sub-21), neste sábado, dia 14, em campeonato disputado em Cali, na Colômbia.

A disputa do Campeonato Pan-Americano Júnior significou o retorno das competições internacionais, em razão dos efeitos da pandemia do coronavírus. Daniel já havia integrado a equipe de apoio ao time Brasil que disputou a Olimpíada de Tóquio. Com esta experiência, ele conseguiu desenvolver um judô de alto nível na Colômbia, conquistando o ouro na categoria acima dos 100 kg.

O atleta de Blumenau começou a competição direto nas quartas de final. Nesta fase derrotou o colombiano Elmer Orejuela. Na disputa pela vaga na decisão, em confronto muito disputado, Daniel venceu o chileno Jose Mera por ippon.

Na grande final, Daniel superou o judoca argentino, Alejo Burgos, no Golden Score. Com um Ippon o blumenauense encerrou o confronto e subiu no lugar mais alto do pódio. O treinador Ademir Schultz Junior destaca o desempenho do atleta na primeira competição internacional.

“Foi fantástico. Uma satisfação enorme e a certeza que estamos no caminho certo. Agora temos a previsão ainda de ele ser convocado para o campeonato mundial da categoria no fim do ano”, diz.

Daniel é o jovem em pé de azul à esquerda. Foto: Divulgação

“Temos que parabenizar o atleta, que tem persistência, foco e comprometimento. Mas é importante lembrar que todo o trabalho de preparação conta com a dedicação dos técnicos, por isso, nossos parabéns e reconhecimento a Família Schultz pelo belo trabalho junto ao judô blumenauense, revelando talentos para o Brasil e para o mundo”, completa o secretário do Esporte, Ricardo Echelmeier.


sábado, 21 de agosto de 2021

Em sua segunda participação nos Jogos Paralímpicos, Alana Maldonado sonha com o ouro em Tóquio


Medalha de prata nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016, a paulista Alana Martins Maldonado, de 26 anos, está confiante e se diz preparada para alcançar o grande sonho: o ouro em Tóquio. A judoca, da categoria até 70kg, disputa, pela segunda vez, uma edição paralímpica e entra no tatame da tradicional arena Nippon Budokan, em 29 de agosto.
 
“Estou na minha melhor forma, física e técnica. Agora faço os últimos ajustes nos treinos para realizar meu sonho que é ser medalhista de ouro”, contou a atual campeã mundial da categoria.
 
Alana acompanhou a participação dos brasileiros na edição Olímpica em Tóquio e pretende levar para o tatame a lição aprendida com os colegas que voltaram com duas medalhas de bronze, com Mayra Aguiar e Daniel Cargnin. 

A atleta destacou também a determinação de Maria Portela, eliminada após ser penalizada no golden score depois de 15 minutos de luta. “Eu assisti o judô brasileiro nos Jogos Olímpicos e dava um frio na barriga pensar que eu logo estaria ali na Arena”, disse.
 
“As medalhas da Mayra e do Daniel foram incríveis. A luta da Maria Portela foi de muita superação e garra. É difícil fazer quase quatro minutos de luta normal e depois mais 12 de golden score. A verdade é que temos gente que estar preparadas para uma disputa de 15 minutos”,  afirmou Alana, que tem feito um trabalho de preparação física intenso para encarar as adversárias.
 
Em busca do topo
 
Na edição olímpica, entre julho e agosto, os japoneses tiveram êxito dentro de casa. Mas isso não assusta a brasileira. “O Japão dominou o judô olímpico e acredito que venha forte também no paralímpico. Aqui é a terra do judô, mas, na minha categoria, a japonesa é novata”, lembrou.
 
Alana tem consciência que o nível da competição é forte e vem pronta para enfrentar todas as adversárias, inclusive a maior rival, a mexicana Lênia Fabiola Ruvalcaba Alvarez. “A gente vem se enfrentando em várias finais. Sei que nos Jogos Paralímpicos estão as melhores lutadoras do mundo, então a preocupação não é só com a mexicana, mas com todas as adversárias”, afirmou a brasileira.
 
A disputa por medalhas entre Alana e Lênia é antiga. As duas se enfrentaram na final dos Jogos Parapanamericanos de Toronto, em 2015, e na final dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, quando a brasileira sofreu o revés após dois wazari e ficou com a prata. Agora, Alana vai pra cima da mexicana em busca do inédito primeiro lugar no pódio.
 
“Eu observo a luta da Lênia, mas ela também estuda a minha. Isso faz com que fique uma disputa bem calculada, na espera de um erro da adversária. Ela fica mais na defensiva e eu mais no ataque. Assim, se não entro no golpe, acabo tomando punição. Foi assim que perdi a final do Parapan”, lembrou Alana.
 
Histórico
 
Alana pratica judô desde os 4 anos de idade e começou na modalidade paralímpica com 14, quando foi diagnosticada com a doença de Stargardt, que provoca perde de visão progressiva.  
 
Nos Jogos Paralímpicos, o judô é disputado por atletas com deficiência visual e a paulista é da classe B3 (baixa visão).  
 
A primeira convocação de Alana da para a seleção brasileira paralímpica foi aos 14 anos. E o currículo da atleta é extenso: líder do ranking mundial na categoria até 70 kg; prata nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019; ouro no Campeonato Mundial 2018 em Portugal; prata na Copa do Mundo 2018 na Turquia; ouro na Copa do Mundo 2019 e 2017 no Uzbequistão; prata nos Jogos Paralímpicos Rio 2016; bronze nos Jogos Mundiais da  IBSA 2015 na Coreia do Sul e prata nos Jogos Parapan-Americanos Toronto 2015.

Agenda
 
As disputas da modalidade começam dia 27, sexta-feira. Alana entra no tatame dois dias depois. O sorteio para a chave acontece em 28 de agosto.
 

Vai começar a Paralimpíada! Confira agenda do judô


Vai começar a 16ª edição dos Jogos Paralímpicos. Na próxima terça-feira (24), às 8h (de Brasília), a Cerimônia de Abertura no Estádio Olímpico de Tóquio marcará o início do evento mais aguardado do paradesporto mundial.

Para facilitar a vida dos amantes do futebol de 5, goalball e judô, a Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) preparou um guia com a programação completa das nossas modalidades, dia a dia. Os canais SporTV e a TV Brasil vão transmitir parte das competições e a Globo, a semifinal e final do futebol de 5 caso o Brasil esteja presente.

Todo dia que houver modalidade da CBDV em ação, traremos cards em nossas redes sociais com o horário do evento para que você não perca nada. Nosso site oficial será abastecido com relatos dos jogos e informações envolvendo nossos atletas. Não se esqueça de seguir também os canais oficiais do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que conta com profissionais trabalhando in loco no Japão: Facebook, Instagram, Twitter e YouTube.

Confira aqui a programação diária do JUDÔ em Tóquio e boa Paralimpíada pra você!

DIA 24 (terça-feira)
08h00
CERIMÔNIA DE ABERTURA

DIA 26 (quinta-feira)
22h30 às 01h30
JUDÔ (preliminares)
Até 48kg feminino
Até 52 kg feminino: KARLA CARDOSO
Até 60 kg masculino: THIEGO MARQUES
Até 66 kg masculino

DIA 27 (sexta-feira)
04h00 às 06h40
JUDÔ (finais)
Até 48kg feminino
Até 52 kg feminino
Até 60 kg masculino
Até 66 kg masculino

22h30 às 01h30
JUDÔ (preliminares)
Até 57 kg feminino: LÚCIA ARAÚJO
Até 63 kg feminino
Até -73 kg masculino
Até -81 kg masculino: HARLLEY ARRUDA

DIA 28 (sábado)
04h00 às 06h40
JUDÔ (finais)
Até 57 kg feminino
Até 63 kg feminino
Até -73 kg masculino
Até -81 kg masculino

22h30 às 02h00
JUDÔ (preliminares)
Até 70 kg feminino: ALANA MALDONADO
Acima de 70 kg feminino: MEG EMMERICH
Até 90 kg masculino: ARTHUR SILVA
Até 100 kg masculino: ANTÔNIO TENÓRIO
Acima de 100 kg masculino: WILIANS ARAÚJO

DIA 29 (domingo)
04h30 às 07h50
JUDÔ (finais)
Até 70 kg feminino
Acima de 70 kg feminino
Até 90 kg masculino
Até 100 kg masculino
Acima de 100 kg masculino


Paralimpíada: Após ciclo dificílimo, Wilians quer fazer de Tóquio sua melhor volta por cima


O ippon é o chamado golpe perfeito do judô, aquele no qual se derruba o oponente de costas para o tatame para encerrar uma luta. Qualquer atleta aprende desde cedo que ele faz parte do jogo, o segredo é não se abater e dar a volta por cima. No caso do paraibano Wilians Araújo, um dos nove judocas que representarão o país nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, a maior dificuldade nos últimos anos nem foi se erguer após cair durante um combate, mas sim, superar os vários ippons que a vida lhe deu.

Apenas de 2019 para cá, o atleta que compete nos pesos-pesados do judô paralímpico (mais de 100 kg) passou por duas cirurgias delicadas, perdeu o pai para o câncer e encarou duas infecções pelo novo coronavírus, sendo uma assintomática. Por isso, seja qual for a medalha conquistada no Japão, ela terá gosto de vitória.

"Medalha paralímpica não tem cor. Será, se Deus permitir, o momento de concretizar mais um ciclo. O trabalho que é feito lá no Instituto Benjamin Constant... A CBDV, que fez de tudo para que pudéssemos treinar em segurança, o Comitê Paralímpico... Levar essa medalha para o Brasil seria coroar tudo isso", conta o judoca, medalhista de prata na Rio 2016 – ele também participou de Londres 2012.

O ciclo de Tóquio começou a se mostrar um desafio e tanto em 2019, quando Wilians rompeu o ligamento cruzado do joelho esquerdo e teve lesão de menisco. Foram seis meses de molho até o retorno no Grand Prix, em novembro, quando foi campeão brasileiro. O ano seguinte parecia promissor: ouro no Pan-Americano de Montreal, no Canadá, e no Aberto da Alemanha. Em março, porém, durante competição de judô regular no Rio, novo rompimento dos ligamentos, desta vez, do joelho direito. E em meio a uma pandemia que já assustava o planeta e chegava forte ao Brasil.

"Ali começou a luta para operar, foi tudo fechando. No começo eram só 15 dias, mas as coisas foram piorando, piorando... E fiquei preocupado porque nada de operação. Quando chegou em julho, foi possível realizar a cirurgia. Fiquei mais seis meses afastado dos tatames e só pude voltar a treinar em janeiro deste ano", explica.

#Acessibilidade: Wilians está fazendo agachamento na academia com uma barra apoiada nos ombros. Ao seu lado, o técnico Jaime Bragança observa. Foto: Alê Cabral/ CPB.

Enquanto se recuperava da cirurgia, veio o golpe mais dolorido: a notícia do câncer do pai, seu Severino. "Por incrível que pareça, com todas as coisas ruins que aconteceram, a pandemia fez com que eu me aproximasse do meu pai na hora que ele mais precisou. Se estivesse tudo normal no ano passado, eu teria descoberto que meu pai estava com câncer no meio da Paralimpíada. Eu pude cuidar dele, ir ao médico, estar presente até o último momento de vida dele."

Em outubro, no dia seguinte a Wilians completar seu 29º aniversário, o pai se foi, aos 58 anos. "Meu pai era um dos meus maiores incentivadores. No começo da minha carreira, ele não entendia muita coisa, mas, depois, era um grande torcedor. O que ficam são as lembranças boas. Ele e minha mãe me ensinaram a ser a pessoa que sou hoje, então sou muito grato. Lidar com isso ainda é... [pausa com a voz embargada]. Muito emocionante! São lembranças diárias, e essa dor que carrego no meu coração nunca vai passar. A gente só aprende a conviver. Mas eu sinto muita falta do meu pai."

Covid dupla

Mais recentemente, Wilians se deparou em duas ocasiões com resultados positivos para testes de Covid. Na primeira, quando ainda estava no Rio ao lado da esposa, Claudinete, disse não ter sentido absolutamente nada. Semanas depois, decidiu ir para Riachão do Poço, sua cidade natal na Paraíba, onde teria mais espaço e ar livre para treinar. Lá, sim, os sintomas vieram. Aliás, não só ele, mas a esposa, os sogros e uma afilhada também pegaram o novo coronavírus. Felizmente, com final feliz para todos.

Agora, concentrado com a delegação em Tóquio, Wilians só torce para chegar logo a estreia na Paralimpíada – no dia 28, às 22h30 (de Brasília): "Quero dar o meu melhor e sair daqui com a sensação de dever cumprido". Que os ippons, desta vez, sejam a seu favor.

#Acessibilidade: Wilians está de agasalho todo verde no pódio da Rio 2016, segurando a medalha de prata perto do ouvido direito. Foto: Cleber Mendes/MPIX/CPB.



sexta-feira, 20 de agosto de 2021

O judô vence, o olimpismo reina


Os Jogos Olímpicos, em Tóquio, em meio a máscaras e estradas tranquilas e sem trânsito, foram reduzidos à sua forma mais simples, apesar das complexidades logísticas. Tornou-se uma representação honesta da visão de Coubertin de participação no mais alto nível e exalava os valores do Olimpismo.

Coubertin nos disse: “O importante nos Jogos Olímpicos não é vencer, mas participar. Assim como na vida, o objetivo não é vencer, mas lutar bem. ”

A equipe de refugiados: o epítome dos ideais de Coubertin. Eles lutaram bem e são olímpicos para sempre.

Essa filosofia nunca foi melhor ilustrada do que pelos 11.000 atletas competindo em Tóquio neste verão, quase 400 deles no Nippon Budokan, em busca de medalhas de excelência no judô. A luta tem sido épica, com um período de qualificação conturbado, batalhas com doenças, restrições de viagem, quarentena, procedimentos de vacinação e assim por diante. É uma surpresa que qualquer um dos atletas ainda tivesse energia para lutar como eles fizeram.

Idalys Ortiz (CUB) deu-nos o seu melhor para ganhar a incrível 4ª medalha em 4 jogos olímpicos; resistência e excelência.

Meu apego irresistível aos Jogos, desta vez, era simplesmente fazer acontecer, fazer parte de um grupo de pessoas trabalhando para garantir que todos os nossos atletas tivessem todas as oportunidades de completar seus ciclos, se tornarem atletas olímpicos e alcançar seus objetivos. O potencial para uma decepção devastadora ao longo da vida com o adiamento e possível cancelamento desta edição foi ampliado, multiplicado e muito estressante. Era tão visível. 

Mas correu! Correu bem. Não tinha a sensação de festival dos Jogos anteriores ou as tribunas cheias de fãs de esportes e famílias de atletas, mas tinha a essência das Olimpíadas em abundância. Sem comercialismo e sem distração do esporte em si, fomos expostos à mais pura forma de judô competitivo e os valores do Olimpismo eram inconfundíveis. 

Vimos respeito em cada esquina, desde Smetov (KAZ) e Takato (JPN) entregando a semifinal mais acrobática e total que já vi (-60kg), até a equipe alemã apresentando presentes para a Equipe de Refugiados para agradecê-los por fazer parte de sua experiência. 

Takato (JPN) e Smetov (KAZ): uma masterclass, uma batalha ginástica de corações.

Foi-nos mostrada a amizade mais genuína quando Agbegnenou (FRA) estava a segundos de usar sua coroa como campeã olímpica de -63 kg e segurou sua oponente, Tina Trstenjak (SLO), no alto e eles celebraram as incríveis jornadas e conquistas um do outro antes mesmo de deixar o tatame . 

Dois campeões olímpicos de até -63 kg: um final de conto de fadas

Tivemos a excelência de Abe e Abe, Krpalek, a equipe mista francesa; esta é uma lista inesgotável. Não havia razão para perder um único segundo disso. Foi-nos negada a oportunidade de conviver e socializar e, por isso, o desporto era a nossa única prioridade e deu-nos o foco e o ímpeto de uma forma que nunca tivemos antes.

Os primeiros campeões olímpicos de equipes mistas

Em nossa comunidade de judô, tínhamos o luxo de mergulhar com tempo e precisão em nosso ambiente. Para mim, isso foi mais pronunciado nos pequenos momentos que observei. Posso listar alguns, mas sei que foram centenas, senão milhares desses momentos e cada um me impressionou e aumentou meu sentimento de inclusão e honra. 

Notei que treinadores entregavam bebidas para suas equipes de apoio, garantindo que seus médicos tomassem um café, os parceiros de treinamento se mantivessem hidratados e seus atletas não tivessem estresses externos. 

Vi Teddy e Tamerlan voltando para a área de aquecimento com apenas uma reflexão significativa para acompanhá-los. Uma vez lá, não houve alegria do Sr. Bashaev e nenhuma frustração ou temperamento do Sr. Riner. Houve apenas silêncio e um foco renovado pronto para competir novamente alguns minutos depois. Cada um ofereceu a resposta perfeita para seu dia inacabado e eles foram a definição quase invisível do que os campeões deveriam ser. Muito respeito e profissionalismo.

Houve momentos claros de abordagens individuais aceitas de preparação, não interrompidas por torcedores, colegas ou treinadores, mas protegidos por eles. Clarisse ficou sentada calmamente por muitos minutos, claramente meditando, o tapete de aquecimento movimentando-se ao seu redor. Dois de seus companheiros continuaram com o uchi-komi feroz e móvel, ambos sorrindo. A calma reinou, tal paradoxo para a expectativa de ansiedade e tensão nervosa. Ambos estavam lá, mas foram derrotados pelas soluções.


Vimos esse mesmo foco calmo todas as manhãs na área de competição, antes das primeiras partidas irem ao vivo. Ono e Krpalek foram fotografados sentados sozinhos, ocupando seu Budokan, escolhendo os resultados de seus dias.

Shohei Ono em seu Budokan

No dia 8, vimos os membros seniores da equipe se levantarem e liderarem, buscando o desenvolvimento, a excelência e o espírito de seus companheiros mais jovens. Afinal, Coubertin disse: “O espírito olímpico não é propriedade de uma raça nem de uma idade”. Ele estava tão certo. Quando Teddy se inclinou para frente e ofereceu um beijo na testa de um garoto de 23 anos, o Olympian Cysique pela primeira vez, um beijo na testa e um beijo na testa, senti sua honestidade e senti o coração dela inchar. Eles compartilhavam o mesmo espírito e o passavam um para o outro como um grande tag-team deveria fazer.

Espírito de equipe inegável levou a França. Teddy abraça a jovem Sarah-Leonie Cysique

A ética da equipe permeou os Jogos como um fio de seda, unindo-se a nós de maneira tão bela. Os voluntários aglomeraram-se, muitos para as funções atribuídas, mas cumpriram as suas funções com tanta alegria que a sua presença nos animou e facilitou todos estes momentos. Minha própria equipe de mídia da IJF trabalhou a toda velocidade para garantir que pudéssemos compartilhar tudo o que fosse possível com judocas e espectadores olímpicos em todo o mundo. É uma grande responsabilidade e fomos obrigados a fazer o nosso melhor trabalho. Foram dias longos, mas tão ricos e vibrantes que quase facilitou o trabalho, quase.  

Minha reflexão sobre este evento único de judô olímpico não está completa, mas dizer mais pode mascarar a pungência dos momentos já retransmitidos. Quero incluir a emoção sentida quando Sabrina se despediu e quero mencionar o brilho e o carisma de Bekauri. Eu quero acrescentar algo sobre mais de meus colegas que entregaram jogos mágicos em tempos tão desafiadores. Quero expressar minha gratidão pela oportunidade de estar lá.

Obrigada Sabrina

Na verdade, o que fica cimentado é o alívio que sinto que isso aconteceu. As Olimpíadas seguiram em frente. Os atletas venceram. O esporte venceu. O judô venceu.

Judô vence

Fotos: Nicolas Messner, Gabriela Sabau e Emanuele Di Feliciantonio

Os quatro principais motivos para o domínio do judô no Japão na Olimpíada


Você se pergunta por que os judocas do Japão tiveram tanto sucesso nas Olimpíadas? Investigamos e apresentamos os quatro principais motivos! Verifique-os aqui.

O Japão é o berço do judô, e esse esporte está entre os mais populares do país. Essas Olimpíadas foram as de maior sucesso da história do esporte no Japão, apesar de todos os desafios enfrentados por todos devido à pandemia de Covid-19. O judô foi o que mais contribuiu na corrida do ouro nas Olimpíadas do Japão, com uma equipe de 14 jogadores que terminou no pódio 12 vezes. E dessas 12 medalhas, os judocas japoneses ganharam nove de ouro! Eles nunca haviam experimentado tanto sucesso, e queríamos investigar as razões do domínio do Japão no judô. Se você também estiver curioso, junte-se a nós para descobrir os quatro principais motivos pelos quais os judocas japoneses tiveram tanto sucesso nas Olimpíadas.

Tatami em casa

Competir em casa sempre adiciona um pouco de vantagem para os jogadores ou times anfitriões. Embora os judocas japoneses não tenham tido o privilégio de ser aplaudidos pela torcida local devido aos rígidos protocolos antipandêmicos, eles certamente tiveram uma força adicional, já que atuaram no tatame doméstico. O Nippon Budokan é um lugar sagrado para todos os judocas japoneses. Eles definitivamente se sentem mais inspirados em uma luta nesta arena que foi construída para as Olimpíadas de Tóquio em 1964. É um local altamente sagrado, especialmente no Japão, e seus judocas sempre dão um pouco mais do que o esperado no tatame desta arena. 

Tradição

Como já falamos, o judô é originário do Japão e é um esporte tradicional no país. Esta arte marcial combina força atlética e força mental, o que reflete perfeitamente a alma japonesa. Portanto, é muito importante no Japão, não apenas como um esporte, mas como uma herança que representa o orgulho desta nação.

Jigoro Kano criou o judô no século 19, e esta arte marcial foi introduzida no programa Olimpíadas em Tóquio 1964. adivinhar qual país é o maior sucesso na história do judô dos Jogos Olímpicos? Claro, é o Japão. Cinquenta judocas representaram o Japão na história das Olimpíadas e eles conquistaram 84 medalhas. O Japão ganhou mais medalhas do que qualquer outro país no judô.

Eles têm muitos treinadores experientes e um monte de jovens talentos. Após décadas de muito treino e paciência, os melhores foram filtrados para unir espírito e corpo e sincronizar força e técnica. Como sociedade tradicional, o Japão sempre busca os melhores resultados possíveis neste esporte. Ganhar uma medalha de ouro e ouvir o hino nacional é o objetivo final de todos os judocas japoneses, pois é sua forma de preservar a tradição.

Fracasso de Londres

No entanto, os judocas do Japão nem sempre tiveram sucesso nas Olimpíadas. Eles tiveram uma experiência muito ruim em Londres 2012. Apesar de terem sido projetados para dominar pelo menos metade das 14 categorias, eles voltaram para casa com sete medalhas, mas apenas um ouro. Foram tempos difíceis para o judô no Japão, já que todos pensavam que seu domínio havia acabado.

As Olimpíadas de Londres foram apenas o culminar do declínio acentuado do judô no Japão. Eles conquistaram oito medalhas de ouro dois ciclos antes em Atenas, enquanto esse número caiu pela metade quatro anos depois, em Pequim. Apenas um ouro em Londres disparou o alarme, e o público do Japão queria uma revolução no judô.

Embora seus judocas tenham obtido sucesso no Campeonato Mundial e liderado o ranking mundial, eles foram eliminados muito cedo na competição. No entanto, eles analisaram bem a situação e treinaram muito para voltar ao caminho das vitórias. Esse trabalho árduo trouxe resultados impressionantes nove anos depois, quando os judocas do Japão tiveram o maior sucesso até agora. Eles precisavam chegar ao fundo do poço para voltar à moda e coletar nove medalhas de ouro no torneio recém-terminado. Apesar de não ter conseguido definir o contador de medalhas de ouro para dez após a derrota contra a França na categoria Seleção Mista , o Japão pode estar encantado com sua formação de judô.

Prosperando sob pressão

Os judocas japoneses estão sempre sob pressão devido às suas excelentes atuações anteriores e ao fato de serem considerados favoritos em todas as competições. O fato de o Japão ser a nação de maior sucesso neste esporte coloca os holofotes em seus judocas. Por outro lado, seus oponentes estão sempre extremamente motivados para colocar suas melhores lutas contra os judocas japoneses mais bem cotados. Eles tinham uma responsabilidade adicional - representar o país no tatame doméstico.

No entanto, o Japão enviou uma equipe poderosa para este torneio olímpico. Pelas regras do judô, apenas um jogador pode representar a nação em uma categoria. A escalação japonesa é tão numerosa que nenhum dos participantes da equipe olímpica competiu no Campeonato Mundial de Judô de 2021 . No entanto, eles tiveram muito sucesso nesse torneio também. Dessa forma, a equipe olímpica japonesa de judô teve mais tempo para se concentrar no evento mais importante. Sua mentalidade foi configurada perfeitamente e converteu toda a pressão em energia positiva que os levou ao sucesso.

Conclusão

O Japão ainda tem um futuro brilhante no judô, já que os membros de sua equipe olímpica são jovens o suficiente para participar de outro torneio. Paris sediará as próximas Olimpíadas em três anos, e o Japão terá a chance de se vingar na categoria de equipes mistas. Com novos talentos emergentes, não é impossível para os judocas do Japão melhorar esse recorde. Veremos como eles se prepararão e trarão glória à sua nação mais uma vez.


quinta-feira, 19 de agosto de 2021

FIJ: A Apoteose de Tóquio (2)


O calor e a ausência de tráfego foram a primeira coisa que notei depois de pousar no Japão. O primeiro é normal, mas o segundo não. Esse foi meu primeiro contato com alguns Jogos Olímpicos estranhos, atípicos, quase extravagantes. O Budokan ainda exalava uma mística contagiante, mesmo vazia, provavelmente ainda mais porque o silêncio era assustador; um silêncio quebrado todos os dias às 11h com uma única palavra: hajime.

Clarisse Agbegnenou

Ainda não processei a totalidade do que aconteceu porque foram demasiados detalhes, demasiados intra-histórias, mas consegui evidenciar alguns factos que, para mim, constituem o esqueleto de uma competição em última análise monumental. 

Sublinho, por exemplo, a atualidade do Kosovo com a história. Duas medalhas de ouro, como uma correia de transmissão entre Rio e Tóquio, a entronização do pequeno país entre os maiores. Ou a anunciada consagração da família Abe, as lágrimas de Uta e a serenidade de Hifumi. Ser programado para vencer não significa alcançá-lo e suportar com sucesso uma enorme pressão em uma idade tão jovem merece o máximo respeito. 

Também sublinho a revolução da linguagem. Clarisse Agbegnenou é uma ditadora simpática, elegante, pessoal e descontraída. Ela é tão elegante que ninguém se importa que ela tenha eliminado qualquer indício de insurgência. Ela é a imperatriz do judô por sua própria vontade e desfruta de um grande apoio por sua natureza franca. Aquela que foi porta-bandeira da França é uma bandeira e vê-la com duas medalhas de ouro é saber que, de vez em quando, o destino também é justo. 

Saeid Mollaei em Judogi Azul

Lembro-me de Saeid Mollaei com especial carinho. São dois anos de angústia, medo, dúvidas e incertezas. Mollaei é o amigo que mora na rede, de quem é preciso ficar de olho, só pra garantir, para que ele foque no trabalho e não saia da bolha. Não é fácil quando um regime tenta destruir sua reputação. A sua prata, as suas lágrimas e o seu sorriso agradecido têm o doce sabor da recompensa merecida, aquela que a vida lhe devia e que soube agarrar e nunca mais largar porque era a medalha da liberdade. 

Sublinho a anarquia dos georgianos, cuja equipe é como um show do ACDC sem serviço de segurança. Um caos organizado com um resultado final excepcional e um campeão olímpico, Lasha Bekauri, um jovem prodígio de uma escola imperecível. 

Não posso esquecer as lágrimas de Margaux Pinot, seu fracasso no torneio individual e sua provação na competição por equipes, até sua ressurreição em forma de uchi-mata, quando a França já havia feito as malas. Essa vitória in extremis manteve sua equipe viva. 

Destaco Idalys Ortíz e sua quarta medalha olímpica, sua magnífica oposição aos novos lotes, sua simplicidade e suas palavras calorosas após cada luta. 

Lukas Krpalek

Como também mantenho em minha retina o ippon libertador de Lukas Krpalek e seu encontro com o Olimpo. Duas medalhas de ouro consecutivas em duas categorias diferentes, especialmente na de Teddy Riner. O francês também assombra minha cabeça, com sua derrota inesperada e seu reaparecimento 24 horas depois. O bronze foi o gatilho para uma mudança de comportamento porque o Riner que vi na competição por equipes é aquele que todos queremos admirar, entregue à causa, comprometido, integrado em um coletivo. Talvez seja a sua mais bela vitória porque se afastou de tudo a que está acostumado, porque pela primeira vez dependeu dos outros. Pinot estava lá para lembrá-lo. 

Destaco a prodigiosa seleção japonesa, seu recorde de medalhas e sua derrota na final do torneio por equipes contra uma França desencadeada, naquele que foi o melhor exemplo do que é e deve ser esporte, da soma de trabalho e vontade e onde não há vitória é garantido com antecedência. 

Há uma tonelada de imagens na despensa do meu cérebro esperando por uma varredura fria, com as pulsações em repouso. A agonia de Sherazadishvili nos corredores do Budokan, a efervescência israelense, a vitória de um refugiado, a ausência do público e, acima de tudo, o não aparecimento de Covid. Isso merece mais uma medalha de ouro para todos. 

Acima de tudo, lembro-me do desejo de recomeçar quando tudo estivesse acabado. 

Teddy Riner em judogi branco

Fotografias de Gabriela Sabau, Emanuele Di Feliciantonio


FIJ: A Apoteose de Tóquio


Faz duas semanas que o torneio olímpico de judô terminou em apoteose com a vitória da seleção francesa na competição por equipes mistas. Depois disso, os Jogos continuaram por mais alguns dias e agora acabaram. Adiados e depois incertos por muitos meses, foram finalmente mantidos em estrito cumprimento das medidas sanitárias, o que permitiu aos nossos campeões se expressarem.

Vitória contra adversidades, os Jogos trouxeram-nos a sua cota de vitórias e derrotas, lágrimas de tristeza e alegria e para nós judocas, foram um regresso às raízes do nosso desporto, que o tornam uma edição excepcional em muitos aspectos.

É difícil fazer uma avaliação completa e exaustiva de todas as emoções proporcionadas por oito dias de intensa competição de judô. Oferecemos nossa perspectiva, necessariamente subjetiva, mas tão humana, sobre o que tivemos a chance e a honra de vivenciar, imersos como estávamos no coração do Nippon Budokan.

Foi esse mergulho no coração do estádio, que foi construído para os Jogos de 1964 e que viu o judô entrar no programa olímpico, que nos marcou pela primeira vez. É nesse estádio mítico que um certo Anton Geesink (NED) se torna campeão olímpico e permite que o judô inicie sua vertiginosa ascensão na família olímpica. Sem ele, talvez nosso esporte se tornasse novamente uma simples arte marcial, o que não é. Todos os campeões olímpicos da edição de 2021 são, portanto, herdeiros do gigante bataviano e cada vez que um hino nacional ressoava no estádio, ele tinha um pequeno perfume de 'Wilhelmus', o hino holandês.


Como os Jogos de Tóquio 2020 ocorreram sem público, temíamos que faltasse alguma coisa, aquela atmosfera especial que transforma um estádio em um caldeirão borbulhante. Portanto, é certo que o nível de ruído no Nippon Budokan não era o que estamos acostumados. Não soou 'Ike, Ike, Ike' para torcer pelos atletas locais. No entanto, o último dominou os debates durante as competições individuais, ganhando nada menos que 9 medalhas de ouro, um recorde. Apesar da ausência de milhares de espectadores, o clima do Budokan correspondeu às nossas expectativas e vimos Jogos Olímpicos realmente excelentes. A alegria dos campeões foi a mesma, a decepção também, por não poderem chegar ao pódio. Este foi um evento especial e fizemos dele um show de judô totalmente excepcional.

Além das medalhas, notamos que pela primeira vez uma equipe de refugiados participou da competição. Já presentes com dois representantes no Rio há 5 anos, desta vez seis atletas participaram das competições individuais antes de se alinharem em equipe. Este é o espírito olímpico, perfeitamente ilustrado pelos valores e código moral do judô.


Esta dimensão também foi magnificamente sublinhada pela entrada suave de Tahani Alqahtani da Arábia Saudita, que se opôs em um primeiro turno histórico ao israelense Raz Hershko. O esporte e o judô, em particular, permitem transcender as diferenças. Nesse dia, o judô fez história.

O único público que tivemos, formado por visitantes ilustres e membros da família olímpica, acertou. Todos os dias, o torneio de judô acolheu as maiores personalidades do mundo político, econômico e esportivo, incluindo o Presidente da República Francesa, Sr. Emmanuel Macron, o Presidente do Comitê Olímpico Internacional, Sr. Thomas Bach e até mesmo HSH Príncipe Albert II de Mônaco. Todos puderam curtir o clima que impera no Budokan e todos puderam apreciar o envolvimento de todos os atletas no respeito aos valores do nosso esporte.


O respeito pelas regras e a aceitação das decisões atingiram um nível excepcional. Claro que houve explosões de alegria e lágrimas de tristeza, claro que houve um compromisso inabalável de todos os competidores para vencer, mas tudo aconteceu do primeiro ao último minuto, no respeito estrito pelo adversário, pelos árbitros e pelo próprio local . Podemos dizer que o próprio fundador do judô, Kano Jigoro Shihan, ficaria orgulhoso de nossa família esportiva.

Por: Nicolas Messner - Federação internacional de Judô
Fotos: Nicolas Messner, Gabriela Sabau, Emanuele Di Feliciantonio

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