A seleção brasileira de judô já está em Almaty, no Cazaquistão, onde será disputado o IJF Masters, competição que reúne apenas os 16 atletas mais bem colocados de cada categoria no ranking mundial. O Brasil tem 14 representantes e está presente em 12 dos 14 pesos olímpicos: Felipe Kitadai (60kg/16º colocado no ranking), Leandro Cunha (66kg/7º), Bruno Mendonça(73kg/14º), Tiago Camilo (90kg/4º), Hugo Pessanha (90kg/10º), Luciano Correa (100kg, 17o), Rafael Silva (+100kg/6º), Daniel Hernandes (+100kg/10º), Sarah Menezes (48kg/3ª), Erika Miranda (52kg/6ª), Rafaela Silva (57kg/7ª), Mariana Silva (63kg/16ª), Mayra Aguiar (78kg/4ª), Maria Suelen Altheman (+78kg/10ª). O meio-pesado Luciano Correa foi convocado graça à desistência de Tagir Khaibulaev (RUS), quinto do ranking, enquanto Leandro Gulheiro, vice-lider nos meio-médios, não compete já que, matematicamente, os pontos em disputam não influenciarão na definição de sua vaga para os Jogos Olímpicos. Maria Portela, em 22o lugar, não conquistou a vaga.
A delegação chegou a Almaty na última terça-feira pela manhã, com muita neve e termômetros marcando dez graus negativos. São oito horas de fuso em relação ao Brasil. Mas a expectativa é das melhores:
“Estão todos bem, apesar do frio intenso e da longa viagem. O ginásio fica bem ao lado do hotel, o que é um facilitador para nós”, avalia o coordenador técnico da Confederação Brasileira de Judô, Ney Wilson.
A técnica Rosicleia Campos, eleita pelo Comitê Olímpico Brasileiro como melhor treinadora do país em 2011 em esportes individuais, está confiante que suas meninas saberão aproveitar a oportunidade de disputar o Masters.
“O formato da competição é simples: cada luta vencida marca pontos importantíssimos. Apesar de serem as 16 melhores, a possibilidade de subir ao pódio é, digamos, bem maior do que em um campeonato mundial, já que duas vitórias garante o bronze”, diz Rosicleia.
Na busca por garantir a vaga olímpica, apenas um quinto lugar no Cazaquistão vale 80 pontos (uma luta vencida, pois a competição começa nas oitavas de final). O bronze soma 160 pontos, a prata 240 e o ouro dá ao atleta 400 pontos no ranking mundial. Em 2011, Leandro Guilheiro ficou com a prata e Sarah Menezes com o bronze no Masters do Azerbaijão.
“Fizemos um estudo e acreditamos que com cerca de 700 pontos o atleta já esteja qualificado para Londres em algumas categorias”, afirma Ney Wilson. “Mas é um sistema complicado de pontuação da Federação Internacional de Judô (IJF, em inglês), em que as competições com mais de um ano vão perdendo seu peso na soma geral. Assim, quanto mais recentes forem os pontos conquistados, mais valor eles terão. E o Masters terá peso 100%. Um bom resultado aqui praticamente garante a vaga”, completa.
“Subir no pódio no Masters significa marcar pontos fundamentais para "desafogar" os atletas que terão até abril calendário pesado. Quanto mais pontos marcar logo, melhor. Faço uma analogia usada por um dos nossos atletas: é como estudar – quem se esforçar no primeiro bimestre diminuirá a possibilidade de ficar nas provas finais. Isso significa tranquilidade”, diz Rosicleia, que está no Cazaquistão juntamente com o técnico do time masculino, Luiz Shinohara.
Estarão classificados para Os Jogos Olímpicos de Londres 2012 os 22 homens e 14 mulheres mais bem ranqueados, no limite de um atleta por país em cada categoria. O Brasil tem atualmente 22 judocas dentro do critério de classificação para os Jogos de Londres, distribuídos em 13 categorias. Maria Portela (70kg), 22ª colocada no ranking, garantiria seu lugar em Londres através do sistema de cota continental. Após esta atualização no ranking, apenas Brasil, França, Japão e Coréia do Sul, além da Inglaterra, país sede dos Jogos, possuem representantes em todas as 14 categorias olímpicas.
Por: In Press Media Guide - CBJ