Recuperando-se de uma cirurgia no joelho, por conta de uma contusão séria durante sua participação no Grand Slam do Rio de Janeiro, Rochele Jesus Nunes teve a simpatia de nos atender em uma entrevista “Uchi Komi”.
Aos 22 anos, essa faixa preta nidan, natural de Pelotas-RS, Está morando em Porto Alegre há quatro meses. Antes estava morando em Canoas. Integrante da equipe de judô do SOGIPA e da Seleção Brasileira, tem como técnico Antonio Carlos Pereira, o Kiko, e preparador físico Wagner Zaccani.
Rochele lamenta-se da lesão ocorrida na semifinal do Grand Slam do Rio de Janeiro, que irá afastá-la por um tempo dos tatames. Ela rompeu o ligamento cruzado anterior e sofreu a intervenção cirúrgica esta semana. Segundo Rochele, mesmo sendo difícil, não é um momento que se sinta derrotada, mas sim um momento de aprendizado. Agora vai aproveitar para estudar e se dedicar um pouco a ela, a família e amigos.
Ela cita um fato curioso durante a cirurgia: Enquanto estava voltando dos efeitos da anestesia, no fim da cirurgia, o médico a levou até os seus pais, que estavam acompanhados de uma equipe da Sportv. Ela saiu falando a seguinte frase: “Eu amo muito meu pai, amo muito minha mãe, amo muito a minha vó, eu vou ser uma campeã mundial, uma campeã olímpica e eu quero comida”.
Quem disse isso a ela foram seus pais, pois ela confessou que não de lembra de nada!
Principais títulos:
- Bronze no Grand Slam do Rio de janeiro 2011;
- Ouro na Copa do Mundo de Miami 2010;
- Bi-campeã do Troféu Brasil (2010-2011);
- Bronze no Mundial Junior 2006;
- Bronze na Copa do Mundo da Venezuela 2010;
- Bi-campeã do Grand Prix (2009-2010);
- Campeã Brasileira Sênior 2009.
B.O.: Quando e como foi que conheceu o judô? Que idade tinha?
Rochele:Tinha 7 anos. Na época fazia ballet e meu irmão mais velho, o Renan Nunes, já fazia judô. Cansada do sossego das aulas de ballet, minha mãe acabou me deixando fazer judô e nunca mais parei. Conforme fui crescendo, fui para turma dos mais velhos, com o professor Maduro, que me ajudou a estar onde estou hoje e também na conquista do bronze no mundial junior. Ele ainda me auxilia, mas não é mais meu técnico. Em 2009 fui para o SOGIPA, com o Projeto Olímpico para os Jogos de 2012. este é o clube que defendo até hoje, onde obtive uns dos meus melhores resultados, o bronze no Grand Slam que veio para somar na minha caminhada e no que acredito.
B.O.: Como foi sua trajetória até chegar à Seleção Brasileira?
Rochele: Comecei na seleção aos 15 anos, na juvenil (classe), quando ganhei a seletiva para o Pan-Americano de 2005, depois em 2006, ganhei a seletiva novamente, o que acabou me dano a oportunidade de ir ao Mundial Junior, onde foi bronze. Em 2007 ganhei as primeira seletivapara os jogos Pan-Americanos, mas perdi a da fase final. Em 2008 voltei à seleção de base e fui novamente ao Mundial Junior, na Tailândia, mas perdi a primeira luta. Em 2009 teve a primeira edição do Grand Slam do Rio e tinha ganho o direito de participar porque ganhei a seletiva sub 23. Fiquei em quinto e fui convocada para o Mundial na Holanda. Depois, no final do ano, perdi a seletiva, mas continuei entre os quatro, participei novamente do Grand Slam, mas perdi a primeira luta. Só que com os resultados internacionais que tive durante o ano, conquistei a posição número 2 na seleção que já me garantia no Grand Slam e Copa do Mundo de São Paulo de 2011. Em março teve a seletiva, mas acabei perdendo e ficando como a número 3. Aí em junho fui para o Grand Slam e medalhei, subindo assim dez posições no ranking mundial. Agora, lesionada, fica um pouco mais difícil, mas ainda tenho esperança. O que falta agora é tempo.
B.O.: Como é sua preparação para as competições? Como é sua periodização, preparação física, tática e técnica?
Rochele: Faço treinamento de força três vezes na semana e técnico duas vezes. A noite os treinos de judô todos os dias. A preparação depende do campeonato e também do que estou sentindo falta. Olho bastante vídeos, não somente das minhas adversárias, mas também dos atletas que estão sempre medalhando lá fora. Acho importante aproveitar o que os outros atletas têm de bom para introduzir nas minhas lutas.
B.O.: Na sua classe, quais os países a serem superados?
Rochele: Japão, China e Cuba são para mim os que sempre estão medalhando mais e são as principais do mundo.
B.O.: O que costuma fazer quando não está treinando e competindo?
Rochele: Gosto de ir ao cinema com meu noivo e sair com os amigos para dançar.
B.O.: Qual seu objetivo com o judô a curto, médio e longo prazo?
Rochele: No momento ser campeã mundial e olímpica. Depois de me formar
Pretendo trabalhar junto à Confederação (CBJ) como fisioterapeuta e também dar aulas em faculdade e ajudar em palestras e as equipes das próximas gerações que eu estiver perto.
B.O.: Para encerrarmos nosso “Uchikomi”, por favor, deixe uma mensagem para os judocas.
Rochele:"Lembro que tudo é possível. É só acreditar e correr atrás sempre, tanto no judô quanto na vida. Agradeço a todos que sempre torcem por mim e aceditam no meu potencial. E... pra cima deles!!!!"