Com a prata conquistada por Jéssica Lima (57kg), no sábado, 02, o Brasil encerrou a campanha com o melhor resultado da história e em quarto lugar geral no quadro de medalhas por países. Japão liderou com folga, seguido pelos russos e bielorrussos que lutaram sob bandeira neutra, além da Coreia do Sul, em 3º.
Mayra foi implacável para garantir o ouro
A campanha de Mayra em Tóquio começou com vitória nas punições sobre a russa Antonina Shmeleva.
Nas fases seguintes, a chave traduziu o que é o Grand Slam de Tóquio, colocando duas japonesas no caminho da brasileira. Nenhuma delas chegou a ameaçar Mayra nas lutas.
Primeiro, ela projetou Mizuki Sugimura por ippon e seguiu para o combate com Mami Umeki. Umeki tem três medalhas mundiais, sendo um ouro em 2015, um bronze em 2021 e a prata de 2017, onde perdeu a final da mesma forma para Mayra Aguiar. Tinha tudo, portanto, para ser um duelo equilibrado.
A luta, contudo, não durou muito tempo. No primeiro ataque, Mayra acertou um golpe na perna de apoio da japonesa e completou o desequilíbrio forçando a adversária para trás, caindo direto de costas ao solo. Isso tudo em, aproximadamente, sete segundos de combate.
Até Mayra pareceu surpreender-se com a vitória relâmpago. Comemorou brevemente de forma contida e logo retomou o foco. Ainda faltava a luta mais importante.
O duelo final pelo prestigioso título no Japão foi contra a israelense Inbar Lanir que, neste ano, conquistou o ouro no Mundial de Doha e no World Masters, que não tiveram a participação da brasileira.
Isso porque, Mayra focou em poucas competições neste ano e acertou no alvo em todos os “tiros” que deu. Foi campeã pan-americana e bronze no Grand Slam de Baku, em setembro. Escolheu Tóquio como o maior desafio de 2023 e cumpriu a meta.
Derrubou Lanir lateralmente, marcando um waza-ari nos primeiros minutos da final. Seguiu muito superior na estratégia de pegadas e não permitiu que a israelense entrasse nenhum golpe. No final, atacou e tentou uma chave de braço fazendo o tempo jogar a seu favor e foi isso.
“Mais um objetivo cumprido”, foi o que ouviu da treinadora da seleção, Andrea Berti, parabenizando a atleta ao sair do tatame.
Bronze escapa de Larissa Pimenta nas punições
Outra brasileira que teve bom desempenho nas eliminatórias foi a meio-leve Larissa Pimenta (52kg). Ela contou com um pouquinho de sorte na primeira luta para derrotar a japonesa Rin Kamiya, que foi desclassificada do combate depois de projetar Pimenta com uma técnica proibida pela nova regra, o seoi nage invertido. O árbitro de área chegou a pontuar o waza-ari para a japonesa, mas a comissão de vídeo corrigiu a marcação e desclassificou Kamiya.
Nas oitavas, Larissa passou pela croata Ana Viktojia Puljz, nas punições (3-2), e acabou caindo para a francesa Astride Gneto, também nas punições, nas quartas-de-final.
Para manter-se viva na competição, Pimenta passou por Aleksandra Kaleta, da Polônia, dominando as ações e forçando três punições à adversária.
A disputa pelo bronze foi com a israelense Gefen Primo, número 7 do mundo. Em luta amarrada, o jogo da brasileira não encaixou e ela acabou sofrendo três punições, terminando o Grand Slam em quinto lugar.
Willian Lima fica em sétimo lugar
Quem chegou muito perto do bloco final foi o meio-leve Willian Lima (66kg). Depois de estrear com boa vitória por waza-ari sobre o japonês Yamato Fukuda, atual campeão mundial jr, Willian bateu Orlando Polanco, de Cuba, nas punições, chegou às quartas-de-final.
Encarou o mongol Baskhuu Yondonperenlei, número 2 do mundo, que venceu o brasileiro com uma imobilização no golden score.
Na repescagem, Will acabou batendo no estrangulamento de Hekim Agamammedov, do Turcomenistão, e terminou sua campanha com um sétimo lugar, melhor resultado do Brasil entre os homens.
Leonardo Gonçalves (100kg), Rafael Buzacarini (100kg), Rafael Silva (+100kg), Ketleyn Quadros (63kg) e Jéssica Pereira (52kg) estrearam com vitórias, mas não chegaram às quartas-de-final. O novato Michel Augusto (60kg) caiu na primeira para o vice-campeão olímpico, Yeldos Smetov, do Cazaquistão.
O Grand Slam de Tóquio foi a última etapa do Circuito Mundial IJF em 2023 e distribuiu até mil pontos (ouro) no ranking de classificação olímpica para Paris 2024. A seleção brasileira seguirá por mais algumas semanas treinando no Japão até a pausa de fim de ano.
O circuito retorna no ano que vem, em janeiro, no Grand Prix de Portugal.
Por: Assessoria de Imprensa da CBJ
Foto: Gabriela Sabau