Desde meados da segunda quinzena de março estamos em isolamento social. Vamos olhar e analisar especificamente o nosso lado, o judô.
Escolas, clubes e academias, bem como todas as entidades que regem a modalidade estão em stand by. Professores se desdobrando para manter seus alunos próximos para que não desistam das aulas e treinos neste momento crítico e oferecem vídeo aulas, dicas de exercícios, conselhos, mensagens através das redes sociais e aplicativos de mensagem.
Os atletas competidores, no caso os de São Paulo, que já estavam iniciando a temporada competitiva, compareceram em peso no primeiro torneio oficial de São Paulo, o Troféu Yokichi Kimura na cidade de Mogi das Cruzes, que tradicionalmente serve de termômetro e preparação para a a Copa São Paulo 2020, cuja data de realização coincidiu com o início da campanha de isolamento social e foi cancelada. Agora treinam em casa para se manterem competitivos e prontos, na medida do possível, para quando as competições forem retomadas.
A sensação é que estamos todos posicionados em uma linha de largada e assim que soar o sinal sairemos todos "correndo" de volta às atividades. Será assim mesmo?
Vamos fazer uma análise da situação com algumas perguntas. A liberação para o retorno às aulas e treinamentos trará de volta todos os alunos e atletas? O terror midiático frente ao perigo de contágio do vírus trará conforto para as pessoas, principalmente aos pais, que serão os responsáveis por levar seus filhos aos clubes e academias?
E as competições? Os organizadores se sentirão confortáveis e seguros em realizar seus eventos, sem ter a certeza de que haverá participantes suficientes que cubram os custos com a realização? E, novamente, os pais levarão seus filhos? Os professores responsáveis terão tranquilidade para inscrever seus atletas nas competições num primeiro momento após esse relaxamento?
Dúvidas pairam no ar. Quando haverá o relaxamento do isolamento social? Após o relaxamento social, quanto tempo levará para que todos se sintam seguros em retomar à rotina de treinos e aulas? Quais medidas preventivas serão adotadas para dar essa segurança aos praticantes? Quantos conseguirão retornar após essa crise, que afetou também a renda familiar de muitos?
São perguntas com diferentes respostas e afetará a vida de cada um individualmente. Cada um está sofrendo impactos diferenciados, mas todos estão sendo impactados.
Precisamos de muita discussão para chegar a soluções que possam ajudar todos: Gestores de clubes e academias, professores, pais e alunos. A retomada das atividades do judô precisará ser bem orientada para que o retorno possa oferecer segurança e confiança e que tudo volte à normalidade o mais breve possível.
Por: Everton Monteiro - Boletim OSOTOGARI