Foi muito rápido. Com menos de uma hora de competição na manhã desta sexta-feira, 14 de março, o Brasil já tinha faturado dois ouros na categoria pesado com David Moura e Claudirene Cezar. Como havia apenas cinco competidores tanto no feminino quanto no masculino, as chaves foram disputadas em forma de rodízio todos contra todos e os brasileiros venceram todos os oito confrontos – quatro em cada naipe - por ippon. Outro brasileiro em ação no dia foi Rafael Buzacarini, da categoria meio-pesado, que ficou na terceira colocação.
Claudirene Cezar foi a primeira a garantir o lugar no topo do pódio. Depois de vencer a equatoriana Marlin Acosta, a venezuelana Yuliana Bolívar e a argentina Samantha da Cunha por ippon, Preta, como é conhecida, precisa de uma vitória contra a colombiana Jéssica Aya para conquistar a primeira colocação. Mas Claudirene nem precisou lutar já que a adversária que já havia perdido todos os confrontos anteriores não apareceu para lutar.
“Foi uma boa competição, de nível alto, judô está cada dia mais forte no continente. Fiquei feliz com a vitória porque me preparei bem pra essa competição. Se a atleta da Colômbia viesse, ia lutar com a mesma determinação mas, infelizmente, aconteceu isso. De certa forma, facilitou mas não ia faltar vontade para garantir essa medalha”, disse Claudirene.
David Moura teve que efetivamente fazer os quatro combates pra chegar ao ouro. Somados os tempos das lutas, o mato-grossense demorou exatos quatro minutos e treze segundos para chegar ao topo do pódio.
“Eu entrei bem concentrado, aqueci bastante porque sabia que as lutas iam ser bastante rápidas. Eu queria resolver tudo muito rápido porque o andamento da competição, por ter poucos atletas, ia ser corrido. E a estratégia deu certo”, disse.
Na última luta, David usou sua técnica preferida, yoko-tomoe – técnica de sacrifício, onde se deita no chão e se joga o adversário para o lado com os pés -, para jogar Luis Ignácio Salazar. Assim, ele cumpre o objetivo de repetir os feitos de seu pai Fenelon Oscar Muller, campeão sul-americano em 1975, e de seu tio, Luiz Virgílio Moura, em 1979.
“Esse era um dos meus objetivos e consegui cumprir. Acho que dei orgulho para minha família hoje! Quanto à técnica, estou feliz por estar funcionando. Agora, é treinar forte para manter o ritmo nas próximas competições”, disse David, que esse ano já foi prata no Grand Slam de Paris e sétimo colocado no Open de Oberwart.
A última medalha do dia e da competição veio com Rafael Buzacarini na categoria meio-pesado. O brasileiro perdeu na primeira luta para o venezuelano Antoni Peña por duas punições por falta de combatividade. Como havia apenas seis atletas inscritos, Buzacarini foi direto para a disputa do bronze contra Yeison Donoso, do Chile. A medalha veio depois que o adversário foi eliminado da luta por receber quatro punições.
“Senti um pouco a pressão por ser o último a ter que garantir uma medalha. Não queria ficar de fora de jeito nenhum. Tracei uma estratégia com o sensei Fulvio e deu tudo certo. Teve momentos que eu podia até ter jogado mas preferi ser mais conservador e garantir minha medalha”, disse Rafael, atual 18º colocado do ranking mundial.
Desse jeito, o judô brasileiro ficou no topo do quadro medalhas com cinco ouros, duas pratas e sete bronzes e 100% de aproveitamento - 14 pódios em 14 categorias. A segunda colocação foi do Equador com três ouros, duas pratas e cinco bronzes e em terceiro, a Colômbia com dois ouros, uma prata e quatro bronzes. No número total de medalhas, o Brasil, logicamente, permaneceu em primeiro. A Venezuela ficou em segundo com 11 e o Equador em terceiro com dez.
O próximo compromisso dos atletas que participaram dos Jogos Sul-americanos agora é o treinamento de campo internacional de Saquarema que vai até o próximo dia 23 e conta com quase 150 atletas de nove diferentes países, entre elas as potências França, Rússia e Alemanha. Nos dias 17 e 18 de março, a seleção brasileira participará do Aberto Pan-americano de Montevideo e nos dias 22 e 23 de março do Aberto Pan-americanos de Buenos Aires (22 e 23 de março).
Confira abaixo a lista de atletas convocados para os Abertos Pan-americanos de Montevideo e Buenos Aires:
Gabriela Chibana (48kg)
Nathália Brigida (48kg)
Raquel Silva (52kg)
Flávia Gomes (57kg)
Katherine Campos (63kg)
Mariana Silva (63kg)
Samanta Soares (78kg)
Rochele Nunes (+78kg)
Allan Kuwabara (60kg)
Eric Takabatake (60kg)
Luiz Revite (66kg)
Marcelo Contini (73kg)
Eduardo Bettoni (90kg)
Hugo Pessanha (100kg)
Gabriel Santos (+100kg)
Por: Assessoria de Imprensa da CBJ