sexta-feira, 1 de maio de 2020

Boletim OSOTOGARI Opinião: Um 1º de maio muito diferente para professores de judô


Hoje, 1º de maio. Data simbólica que representa o dia do trabalho, dia do trabalhador. 

Este ano está sendo um pouco diferente. Um pouco não, muito diferente.

E vamos olhar para a classe trabalhadora da área que está diretamente ligada com a modalidade que move o boletim OSOTOGARI: Os professores de judô.

Nessa quarentena, o que informamos regularmente são as lives e treinos on line que ocorrem para que, de alguma maneira, possamos manter o assunto judô em evidência e ajudar alunos e professores informados. Poucas ações e notícias diferentes disso acontecem neste período de isolamento.

Por outro lado, nos motiva a refletir e compartilhar opiniões que nos ajudem a formular soluções para a coletividade do judô, afinal, o boletim OSOTOGARI existe também para esse fim.

Seremos objetivos nas colocações. No começo, até estava interessante, afinal, seria uma breve parada de 15 dias, manteríamos as aulas online e os alunos motivados, prontos para recomeçarem os treinamentos com força total assim que as autoridades liberassem o distanciamento social.

Não foi isso que aconteceu. Não é isso que está acontecendo. O período se prolongou e manter os alunos ativos com aulas à distância começou a ficar mais difícil. A distância física promove a distância online no momento que o período de isolamento social aumenta. Muda-se o foco para outros interesses. 

A crise de saúde está aí, junto com a crise política que está resultando em uma crise econômica. E não se vê uma luz no fim desse túnel por enquanto, pois mesmo que liberarem aos poucos o isolamento social, sabe-se lá quando, as atividades com o judô será uma das últimas, por ser esporte de contato. Os professores não recebem pelos serviços que prestavam e o dinheiro começa a faltar, enquanto o retorno das aulas não acontece. 

Muitos não comentam, por orgulho ou mesmo vergonha, para não se expor. A situação mexe com a dignidade de trabalhadores que se dedicam de corpo e alma na profissão que escolheram e a realizam com empenho, excelência e maestria, mas que agora se vêem à deriva, desamparados e divididos entre voltar às suas atividades profissionais e se resguardar para manterem a saúde.

Não é uma observação sensacionalista, nem tampouco pessimista. Sejamos realistas. Teremos que nos preparar. 

Com tudo o que foi dito e com o que acontece nesse período de isolamento sobre a contaminação e seus efeitos colaterais indesejados e perigosos, quem terá coragem de retornar aos treinamentos assim que estes forem liberados? 

Pontos a serem considerados:

  • Quanto tempo levará para que os pais fiquem confortáveis e seguros para levar seus filhos para as aulas de judô?
  • Como ficará o planejamento das academias e clubes com relação aos alunos que retornarão e aos que não retornarão aos treinos imediatamente após a liberação?
  • De que forma saber quem volta e quem não volta?
  • Os cuidados e garantias que poderão ser oferecidos aos alunos para minimizar a possibilidade de um contágio durante os treinos?
  • Tem como calcular os custos para por em prática soluções de segurança e o impacto financeiro para a academia?
  • Quanto tempo esse receio em retornar às aulas, após a liberação, durará?

São considerações que temos e que precisamos discutir para que todos estejam preparados para essa nova realidade que nos foi imposta para sairmos da zona de conforto e procurarmos saídas criativas para driblar essa crise.

O tempo para a realização dessas ações está diretamente ligada a sobrevivência ou não das academias de judô. Não pode demorar, e para isso, temos que torcer muito, temos que ter fé e muita coragem.

Vai passar, mas não podemos ficar de braços cruzados esperando.

Por: Everton Monteiro – Boletim OSOTOGARI



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