A especialização precoce no judô pode ser prejudicial ao desenvolvimento dos atletas, defende o pesquisador e ex-atleta Antônio Carlos Tavares Júnior. Doutor pelo Programa de Pós-graduação em Ciências da Motricidade da Unesp, ele critica a alta carga de treinamento imposta a crianças no Brasil e sugere um modelo mais equilibrado, inspirado em países como Japão e França, onde a especialização esportiva ocorre mais tarde.
Segundo Tavares Júnior, estudos mostram que o desempenho em competições infantis não é um indicativo de sucesso na vida adulta. Ao contrário, uma exposição precoce a altas cargas de treino pode resultar em um acúmulo de lesões e na desistência precoce do esporte. No Japão, por exemplo, crianças não participam de competições individuais antes dos 10 anos, e o foco inicial está no desenvolvimento motor geral, não na especialização.
A pesquisa do estudioso também constatou que outros esportes seguem a mesma lógica. A Alemanha, por exemplo, proibiu cabeceios no futebol infantil para evitar choques de cabeça. No Canadá, foi criada uma política de desenvolvimento de longo prazo para garantir que os jovens escolham sua especialização esportiva no momento adequado, após a puberdade.
No Brasil, a cultura da especialização precoce ainda é forte, com treinamentos intensos desde cedo. Apesar disso, o judô nacional se mantém entre as principais potências olímpicas, com estruturação crescente e maior valorização científica do treinamento. Para Tavares Júnior, essa é uma oportunidade para aprimorar a metodologia, garantindo que a prática esportiva seja sustentável e eficaz a longo prazo.
Leia a matéria completa na Revista da Unesp: [Jornal da Unesp | “A não especialização é o segredo do sucesso”]. Texto de Pablo Nogueira.
Por: Boletim OSOTOGARI
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