O Comitê Olímpico do Brasil realizou nos dias 19 e 20 março a segunda edição do Congresso Olímpico Brasileiro, evento que reúne gestores do esporte, atletas, autoridades e especialistas acadêmicos para discutir diversos temas relacionados ao movimento olímpico. Nesse ano, o Judô foi uma das modalidades em destaque no Congresso com a homenagem do Hall da Fama a Aurélio Miguel e também no Prêmio Esporte Inovação, vencido por pesquisadores que atuam com a modalidade. O evento foi prestigiado por autoridades, atletas e ex-atletas do judô, entre eles, o presidente da CBJ, Silvio Acácio Borges, e os medalhistas olímpicos Rafael Silva e Walter Carmona.
Campeão olímpico em Seul 1988 e bronze em Atlanta 1996, Aurélio foi um dos grandes ídolos do esporte que teve suas mãos eternizadas no Hall da Fama do COB durante o Congresso. Servílio de Oliveira, bronze no México em 1968, primeiro medalhista do boxe, e Hélia Rogério de Souza Pinto, a Fofão, campeã olímpica em Pequim 2008 e bronze em Atlanta 1996 e Sydney 2000 também fizeram os moldes de suas mãos no sábado, 19 de março, em cerimônia durante o Congresso.
“É importante manter a lembrança e a memória do esporte olímpico do Brasil. Quando disputei os Jogos Olímpicos de Seul, eu fui o sétimo ouro do Brasil. A partir de 1998, conseguimos as leis de incentivo, que fez com que conseguíssemos nos transformar numa grande potência. Só em Tóquio 2020, tivemos, por exemplo, medalhas de ouro no boxe, na vela, na maratona aquática, no surfe, na canoagem e na ginástica artística. Agradeço ao presidente do COB, Paulo Wanderley Teixeira, ao da Confederação Brasileira de Judô, Silvio Acácio Borges, e ao Bernard Rajzman, que quando era secretário nacional do esporte trouxe a nossa geração de volta às competições de judô. Foi a intermediação dele que culminou com a medalha do Rogério Sampaio em 1992”, disse Aurélio, citando o representante brasileiro no Comitê Olímpico Internacional, que também participou da cerimônia.
“Se hoje o Brasil chega nos Jogos Olímpicos com a condição de disputar várias medalhas olímpicas, conquistar 21 pódios na última edição, em Tóquio, foi porque outros grandes atletas desbravaram os caminhos. Homenagear, eternizar materialmente a história dele com a marca das mãos é de suma importância. O resgate e valorização da memória olímpica do Brasil é uma das missões do COB”, disse o presidente do COB, Paulo Wanderley Teixeira.
Prêmio de Inovação vai para o Judô
Um dos momentos mais aguardados do II Congresso Olímpico do Brasil era a divulgação do resultado do Prêmio Esporte Inovação, o concurso de soluções para os desafios enfrentados pelo esporte no Brasil. E o grande vencedor da votação popular entre os cinco trabalhos expostos no Centro de Convenções Salvador foi “Sistema Isports para Talentos Esportivos - Modalidade Judô”, de Caroline Godoy, Anderson Ara, Francisco Louzada Neto, Leandro Carlos Mazzei, Marcus Agostinho, e José Olívio Júnior. O projeto foi apresentado no Palco Talks, neste domingo, 20 de março, para todos os participantes. O trabalho foi premiado com R$ 15 mil e um dos autores também terá a oportunidade de viver a experiência dos Jogos Olímpicos Paris 2024.
“Falei pros meus alunos que estavam ajudando aqui que, como ex-atleta, a sensação é como se tivesse participando de uma competição real. O resultado a gente espera só no final, deu frio na barriga, ansiedade e quando passa o terceiro, o segundo, você pensa ‘nossa, e agora?’, mas é uma felicidade muito grande, satisfação, de reconhecimento. Nós somos pesquisadores, acima de tudo, e existimos para isso para contribuir com os setores que precisam de inovação. É quase como ganhar uma medalha olímpica”, disse Mazzei.
O projeto utiliza de matemática e estatística para coleta de dados em testes feitos para atletas de judô. O projeto foi validado pela Confederação Brasileira de Judô, com testes sugeridos pela CBJ. Todos os dados coletados são reunidos em uma nota que varia de 0 a 100. Assim, é possível comparar diferentes atletas, mas também o desenvolvimento de um mesmo esportista ao longo do tempo. De acordo com os autores, a metodologia pode ser facilmente replicada para outros esportes.
Atletas e ex-atletas prestigiam o Congresso em busca de conhecimento e inspiração
Com diversas palestras sobre planejamento de futuro, inovação, ciência do esporte, liderança, entre outros temas, o Congresso Olímpico ofereceu um cardápio diversificado de conhecimento que atraiu não só gestores e pesquisadores do esporte, mas também atletas de diversas modalidades. Peso pesado da seleção brasileira de judô, Rafael Silva “Baby” saiu direto do treinamento de campo com o francês Teddy Riner, no Rio de Janeiro, para Salvador e aprovou a experiência.
“O ambiente aqui é de Vila Olímpica, uma galera de vários esportes, focados em trabalhar para suas modalidades, desenvolver. Estou focando bem nas palestras de gestão, é uma coisa que eu tenho vontade de fazer no futuro, mas o ambiente é muito propício para pensarmos em novas soluções para o esporte”, analisou. “Planejamento na vida de um atleta é tudo. Você saber o que vai fazer no dia seguinte, saber quais são as competições que você vai participar, como você pode trabalhar melhor depois de cada vitória e de cada derrota. E planejar é difícil, principalmente pensando no cenário que passamos nos últimos anos, de pandemia, mas ao mesmo tempo é extremamente necessário. Estar aqui e ter um vislumbre de como uns países de fora pensam nisso, como vai ser o futuro nesse sentido, palestras interessantíssimas, é uma imersão muito boa para entender como funciona o esporte”, disse Baby.
Fonte: https://congresso.cob.org.br/pt
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