Se no judô alcançar a faixa preta já é um feito, o caminho de Camila Borba Corrêa, 19 anos, é motivo de ainda mais orgulho. Integrante da Academia Judokai, sob a instrução de Paulo Adriano, ela se tornou, em dezembro, a primeira mulher bajeense a alcançar o shodan, que é a faixa preta no judô. Para isso, participou da cerimônia "bonenkai", no dia 11, em Porto Alegre, atingindo, assim, o primeiro grau.
Para chegar a esse estágio, foram 16 anos de intensos treinamentos e uma série de requisitos que eram exigidos para avançar na prática da arte marcial. Inclusive, Camila teve que lidar com o tempo, o que lhe acarretou, até mesmo, na perda do emprego, pelas constantes viagens a Porto Alegre, em busca das qualificações necessárias para atingir a faixa preta. “Pessoal pensa que o judô é agressivo, para homens. Porém, trabalhamos com crianças, pessoas de todas as faixas etárias, alunos com paralisia, deficiência auditiva, visual. Judô significa ‘caminho suave’ e foi ciado durante a guerra para ajudar as mulheres e as crianças a se defenderem, pois não tinham espadas”, relata.
Na Judokai, Camila já é alvo de inspiração de muitas meninas que começam à prática do judô. Para alcançar o feito, destaca todo o apoio de Paulo Adriano.
“Foi uma pessoa que nunca desistiu de mim. A mensagem que deixo é que as pessoas lutem pelo o que elas querem. Eu escutei muito que não tinha merecimento. Porém, fui atrás quando que queria”, destaca.
O feito alcançado por Camila não simboliza, apenas, uma vitória das artes marciais em Bagé, mas sim, o protagonismo feminino, no sentido de mais mulheres ocupando grandes funções na sociedade.
Por: Yuri Cougo Dias - Jornal Minuano
Foto: Divulgação
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