sábado, 25 de setembro de 2021

GP de Zagreb: Guilherme Schimidt garante prata para o Brasil


O judô brasileiro começou o ciclo Paris 2024 da mesma forma como encerrou o de Tóquio 2020: no pódio. Neste sábado, 25, o novato Guilherme Schimidt, de 20 anos, conquistou a medalha de prata na final do peso meio-médio masculino (81kg) do Grand Prix de Zagreb, na Croácia. Ele venceu três lutas e só parou na final diante do número um do mundo, Tato Grigalashvili, da Geórgia. Essa foi a primeira medalha do brasileiro em Grand Prix. 

Guilherme Schimidt disputando a final do peso meio-médio masculino contra o número um do mundo, Tato Grigalashvili, da Geórgia.

“Conquistei a medalha de prata na primeira competição pós-Tóquio. Estou muito feliz. Essa medalha vai em homenagem ao meu Sensei que faleceu, Sensei Carlinhos. Obrigado a todos que torceram. Que essa seja a primeira de muitas que virão pela frente”, comemorou o judoca brasileiro, que somou 490 pontos no ranking mundial e deve melhorar sua 35ª posição. 

Schimidt estreou nas oitavas-de-final, batendo o francês Tizie Gnamien por ippon com uma chave de braço. Nas quartas, superou Jose Maria Izquieta, da Espanha, por waza-ari, e avançou à semifinal, onde superou o moldavo Dorin Gotonoaga, por ippon.  

Na luta pelo ouro, Schimidt encarou uma pedreira, o atual número um do mundo, Tato Grigalashvili, da Geórgia, vice-campeão mundial e quinto colocado nos Jogos de Tóquio. O adversário conseguiu um waza-ari de vantagem logo no início da luta e administrou o placar. O brasileiro se manteve agressivo no combate, conseguiu forçar duas punições em Grigalashvili, mas não alcançou a pontuação para ficar com a vitória. 

Guilherme Schimidt é uma das caras novas do judô brasileiro para este ciclo olímpico. Entre seus principais resultados, estão o ouro no Pan-Americano Sênior de Guadalajara, neste ano, e o bronze no Mundial Júnior de 2019. Ele passou pelos dojôs do SESI-Taguatinga e Academia Espaço Marques Guiness, do Distrito Federal, e, hoje, representa o tradicional Minas Tênis Clube, trilhando caminho parecido ao de seus conterrâneas e ídolos do judô nacional, Ketleyn Quadros, Érika Miranda e Luciano Corrêa, que atuou como técnico da seleção, orientando o pupilo em Zagreb.  

Outros três brasileiros também lutaram neste sábado, mas não conseguiram avançar em suas chaves. Luana Carvalho (70kg), caçula da equipe com apenas 19 anos, estreou com boa vitória sobre Shaked Amihai, de Israel, por ippon, mas parou na experiente Anka Pogacnik, da Eslovênia.  

Ainda nos 70kg, Millena Silva, de 21 anos, não conseguiu passar por Andela Violic, da Croácia, na primeira luta, assim como Michael Marcelino (73kg) parou em Jeroen Casse, da Bélgica, nas punições (3-2).  

Dos sete representantes brasileiros em Zagreb, dois chegaram às disputas por medalhas: Natasha Ferreira (48kg) perdeu o bronze e ficou em quinto lugar, além de Guilherme Schimidt, que foi até a final. O time brasileiro foi composto por judocas Sub-23, em sua maioria, que começam a ganhar experiência internacional em competições adultas e a somar os primeiros pontos no ranking mundial. 

Quinta colocada em seu primeiro Grand Prix, Natasha Ferreira vê evolução e motiva-se para corrida rumo à Paris 2024

Peso Ligeiro (48kg) de 22 anos, Natasha Ferreira, em sua segunda participação apenas em etapas do Circuito Mundial Sênior, garantiu o Brasil nas disputas por medalhas do Grand Prix nesta sexta, 24, primeiro dia de competição, e ficou muito perto do pódio, terminando em quinto lugar.  
Natasha disputa o bronze contra a holandesa Gersjes Amber

“Depois do início da pandemia, eu não tive oportunidade de participar de competições sênior nem no Brasil. Mas, me dediquei ao máximo nos treinamentos de campo e sempre mantive o foco na minha preparação”, conta.  

A medalha em Zagreb escapou por muito pouco. Depois de passar pelas preliminares com vitórias seguras sobre Lois Petit, da Bélgica, e Katharina Tanzer, da Áustria, a brasileira caiu na semifinal diante da francesa Melanie Vieu.  

Na disputa pelo bronze, ela enfrentou uma adversária mais experiente, a holandesa Gersjes Amber, de 24 anos, campeã mundial júnior em 2017. Mais alta, Amber conseguiu projetar Natasha para abrir um waza-ari de vantagem. A brasileira não recuou e empatou o duelo com uma bela técnica de pernas.  


No tempo extra, Natasha ainda impôs maior volume de ataques, forçando uma punição à holandesa. Depois de quase 7 minutos de luta no golden score, Amber encaixou um uchi-mata e venceu a luta por ippon. 

Essa foi a primeira competição de Natasha Ferreira com a seleção principal desde que subiu da classe Sub-21 para a Sênior. Em 2019, ela integrou a equipe júnior do Brasil que lutou o Grand Slam de Brasília, em sua primeira experiência em eventos desse nível.   

“Faltou pouco para a medalha. (Do júnior para o sênior) Não senti tanto na força e na preparação física, mas talvez, a maior diferença seja a parte da experiência, que foi o que eu senti. Vim para Zagreb com o objetivo de medalhar. Infelizmente, a medalha não veio. Mas, acredito que tenha sido uma boa estreia em Grand Prix e já senti uma evolução do Grand Slam de Brasília que lutei quando ainda era Sub-21. Minha maior motivação é alcançar a vaga olímpica de Paris, em 2024, e treino todos os dias pensando nisso. Quero chegar nos pódios o quanto antes”, projetou a judoca da Sociedade Morgenau, do Paraná. 

A próxima competição do Circuito Mundial será o Grand Slam de Paris, na França, nos dias 16 e 17 de outubro. 

Por: Assessoria de Imprensa da CBJ



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