sábado, 19 de setembro de 2020

20 anos de Sydney: Tiago Camilo e Carlos Honorato relembram os momentos inesquecíveis de suas medalhas olímpicas


Conquistar uma medalha olímpica é o sonho que move e inspira os atletas. Vinte anos atrás, o trabalho duro, a dedicação e a perseverança levaram dois judocas brasileiros a ouvir seus nomes serem chamados para subir ao pódio dos Jogos Olímpicos de Sydney 2000. Tiago Camilo e Carlos Honorato nunca mais esqueceriam os dias que marcaram suas vidas e suas carreiras ao receberem suas tão sonhadas medalhas olímpicas.

Tiago Camilo lutava no peso Leve (-73kg) e tinha apenas 18 anos quando, no dia 18 de setembro de 2000, entrou no tatame, em Sydney, para enfrentar, na semifinal, o sul-coreano Youg-Sin Choi, no combate que mudaria sua carreira e garantiria sua medalha olímpica. Após superar seu adversário por ippon, garantindo sua classificação à final, Tiago teria que passar pelo italiano Giuseppe Madaloni para fechar sua primeira participação olímpica no topo do pódio. 

No entanto, ao tentar aplicar um golpe em seu adversário, o judoca brasileiro acabou sofrendo o ippon e ficou com a prata. Apesar da frustração momentanea pela amarga derrota numa final olímpica, Tiago entendeu, ao subir ao pódio, a grandeza de uma medalha olímpica, independentemente da cor e trouxe para casa uma doce lembrança.

"Tenho grandes recordações e boas memórias daquele dia. Foi um dia especial que ficou guardado na minha memória, no meu coração, que eu trago e carrego até hoje. Foi um dia de muita batalha, de lutas díficeis, finalizando com a medalha de prata, no pódio, com a bandeira do Brasil subindo. Uma grande conquista com apenas 18 anos”, relembrou. 

No caminho até o pódio, ele saiu atrás no placar e precisou correr atrás do resultado em suas três primeiras disputas. Na estreia, após sofrer um waza-ari do israelense Gil Offer, com apenas 50 segundos de combate, Tiago achou um ippon faltando menos de 1 minuto para o fim do combate. Contra o argeliano Nouredinne Yagoub, na segunda luta, o judoca brasileiro sofreu um yuko e respondeu com outro ippon faltando menos de dez segundos para o final. Já nas quartas-de-final a um passo da disputa de medalhas, após estar perdendo por um waza-ari e um koka, o paulista empatou o combate ainda com menos de 2 minutos para o fim e ganhou o duelo por decisão unânime dos árbitros.

“Eu fico extremamente feliz, foi uma conquista que abriu as portas para minha jornada olímpica. Já havia conquistado outros títulos mundiais - juvenil e júnior - dois anos atrás, só que essa foi a grande conquista que me projetou no cenário mundial. São 20 anos de boas lembranças e uma jornada de muita dedicação, de muito carinho e muito amor ao esporte. Faço isso com muito carinho, para que outros atletas, outras crianças, sejam impactados pela minha jornada", resume o judoca que, oito anos depois, conseguiu uma dobradinha conquistando o bronze em Pequim 2008.

Um ippon inesquecível

Carlos Honorato havia perdido a final da seletiva nacional e, também, a chance de representar o Brasil nas Olimpíadas de Sydney 2000. Porém, por um acaso do destino, o titular brasileiro do peso médio, Edelmar “Branco” Zanol, se contundiu, cabendo a Honorato a grande missão de ir buscar uma medalha olímpica.

Diante do japonês Hidehiko Yoshida, Carlos Honorato faria a luta que transformaria sua vida e faria o mundo do Judô reconhecer seu nome. Ao enfrentar o campeão mundial, o judoca brasileiro aplicou um uchi-mata monumental, que acabou por ocasionar uma fratura no braço do japonês, lembrado até hoje por Honorato: “Eu acho que são dois momentos (inesquecíveis). Primeiro, o belíssimo ippon que eu dei de uchi-mata no japonês Hidehiko Yoshida, nas quartas-de-final. Foi um momento muito feliz para mim.”

Na grande final, o brasileiro enfrentou o holandês Mark Huizinga e, após sofrer um contra-ataque, faltando menos de um minuto para o fim da luta, levou para casa a medalha de prata. Vinte anos depois, o judoca relembra com carinho o momento inesquecível em que subiu ao pódio olímpico.

“O momento que a gente já está ali atrás do pódio, que é anunciado seu nome e você sobe para receber a medalha, eu acho que é o momento ápice. Todo mundo está te aplaudindo, você está subindo no pódio e recebendo sua medalha junto com as flores. Eu acho que ali é o momento que mais marca”, contou Honorato.

Antes de conquistar a tão sonhada medalha olímpica, ele precisou derrotar grandes adversários. Na primeira rodada o peso médio brasileiro venceu o indonésio Krisna Bayu. Já nas oitavas de final, Honorato teve um duro duelo contra o espanhol Fernando Gonzalez, conquistando sua vitória e a vaga para as quartas-de-final por decisão dos árbitros. Após passar pelo japonês Yoshida e chegar à semifinal, Horonato garantiu sua presença no pódio ao derrotar francês Frédéric Demontfaucon.

“Então, no dia da minha medalha mesmo, são esses dois momentos. O momento do uchi-mata, que eu nunca vou esquecer, e eu acho que acabo sendo reconhecido ainda por causa disso, e, para mim, pessoalmente, o momento em que eu subi no pódio, com o anúncio do meu nome”, finalizou o ex-atleta.

Com essas duas medalhas de prata o judô brasileiro manteve sua tradição de pódios em Jogos Olímpicos. De Los Angeles 1984 ao Rio 2016, o Judô subiu ao pódio em todas as edições. Ao todo, são 22 medalhas olímpicas na história, que transformaram o Judô na modalidade mais vitoriosa do Brasil.  

Por: Assessoria de Imprensa da CBJ


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