Maria Portela, Daniel Cargnin e Mayra Aguiar já estão garantidos nos Jogos de Tóquio em 2021
MÁRCIO RODRIGUES/MPIX/CBJ/JC
Não é apenas o futebol que está sofrendo com a falta de treinamentos com contato físico no Rio Grande do Sul. Alguns esportes dependem e muito dos trabalhos em grupo para aprimorar a técnica e não perder o timing. Modalidades como a natação e o atletismo conseguem manter uma rotina de treinamentos em tempos de pandemia do coronavírus. Já o judô sofre bastante, com os atletas proibidos de ir para o tatame para desenvolver golpes e manter a alta performance.
Uma das principais escolas de judô do País está tendo problemas para dar sequência à preparação visando a retomada do calendário de competições e a disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados para 2021 devido à Covid-19. De acordo com o técnico da Sogipa, Antônio Carlos Pereira, o Kiko, os judocas estão ansiosos pelo retorno dos treinos com contato, já que são movidos pelo "agarrada", como cita o treinador.
"Os judocas estão no limite. Entramos na nona semana de treinos e eles não aguentam mais trabalhar apenas a parte física. Assim como o jogador de futebol é louco pelo trabalho com bola, os judocas são loucos por se agarrar e fazer lutinha", compara o técnico. A equipe aguarda a definição do calendário mundial que deve ser atualizado em setembro. A previsão é de que as competições retornem já no mês da divulgação.
As restrições impostas pelos decretos do Estado e do município vem atrapalhando a evolução das atividades no dia a dia dos atletas. Embora, o clube tenha adotado as mesmas regras da dupla Grenal, por se tratar de atletas profissionais, os treinamentos se limitam a atividades individuais na sala de musculação, corridas e trabalhos regenerativos. Basicamente, melhoria de força física.
"Eles não estão colocando o kimono. Por mais que os judocas estejam treinando fisicamente, nada se compara ao treino com luta. Eles não estão realizando treinos táticos com o kimono", detalha Kiko. O técnico alerta que os atletas chegaram a um momento delicado, precisando tomar cuidados com lesões. "Eles já passaram pelo período da base, agora, precisam evoluir. A gente está sentindo, assim como o pessoal do futebol, que a qualquer momento pode surgir uma lesão. A parte física é importantíssima, mas não é essencial", alerta.
Nove judocas sogipanos foram convocados para um período de treinos em Portugal. O grupo aguarda a autorização do Comitê Olímpico do Brasil (COB) para o embarque, que deve ocorrer no próximo final de semana. O treinamento no exterior irá garantir condições seguras de preparação para os atletas que estão na busca por uma vaga olímpica em Tóquio. "Esta fase será importante para que eles voltem a treinar o judô tecnicamente", afirma Kiko.
O grupo, que permanecerá em terras lusitanas até o dia 24 de agosto, é formado por: Nathália Brígida (48kg), Aléxia Castilhos (63kg), Ketleyn Quadros (63kg), Maria Portela (70kg), Mayra Aguiar (78kg), Daniel Cargnin (66kg), David Lima (73kg), João Pedro Macedo (81kg) e Leonardo Gonçalves (100kg). Mayra, Maria Portela e Daniel, já estão garantidos nos Jogos de Tóquio, em 2021. Os demais ainda precisam somar pontos no ranking. Além do Judô, o triplista Almir Júnior também embarcará para o período de treinos em Portugal.
Por: Deivison Ávila - Jornal do Comércio
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