domingo, 21 de julho de 2019

Chiaki Ishii entra para o Hall da Fama do COB


Um pedacinho do Japão no Brasil. Na Praça da Liberdade, ponto central de um dos bairros de maior concentração de descendentes de japoneses, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) promoveu neste sábado, dia 20, uma verdadeira experiência olímpica para a população de São Paulo, em comemoração ao marco de um ano para os Jogos Tóquio 2020. O ponto alto foi a entrada de Chiaki Ishii, japonês naturalizado brasileiro, dono da primeira medalha olímpica do judô brasileiro, o bronze em Munique 1972 na categoria meio-pesado, no Hall da Fama do COB. Outros medalhistas olímpicos da modalidade como Aurélio Miguel, Leandro Guilheiro, Rafael Silva, Tiago Camilo, além de Rogério Sampaio, diretor-geral do COB, prestigiaram a homenagem ao precursor do esporte mais vitorioso do país nos Jogos.

“É uma honra receber esta homenagem. Agradeço ao COB e a CBJ, especialmente aos presidentes Paulo (Wanderley) e Silvio (Acácio Borges), que proporcionaram esse momento emocionante, um dos dias mais felizes da minha vida. Sempre tive o objetivo de disputar os Jogos Olímpicos. Perdi a seletiva em 1964 e decidi recomeçar do zero. Atravessei o oceano e imigrei para o Brasil. Precisei trabalhar na agricultura para sobreviver, mas sempre com a certeza que não perderia para ninguém no judô. Com apenas um judogui nas costas, treinei e lutei muito até conquistar a medalha de bronze olímpica. ”, disse Chiaki Ishii, que também foi o primeiro brasileiro a ganhar medalhas em Mundiais de judô, com o bronze em Ludwigschafen, em 1971. “Passados 47 anos da minha conquista, vejo que o judô brasileiro já ganhou 22 medalhas nos Jogos Olímpicos e fico muito feliz com o crescimento da modalidade”, completou.

“O projeto do Hall da Fama foi criado pelo COB para reconhecer grandes atletas brasileiros, que construíram, com muito sacrifício, uma tradição de medalhas olímpicas que temos hoje. A conquista de uma medalha era muito difícil. Hoje, o Brasil já vai para os Jogos com uma expectativa maior. Isso só foi possível com a participação de atletas como o sensei Ishii. Essa homenagem é mais que um reconhecimento. É um agradecimento, não só pela conquista olímpica, mas pelo legado que deixou para o judô.  Sem a história dele, certamente o Brasil não teria atingido as 22 medalhas que a modalidade conquistou até hoje em Jogos Olímpicos”, disse Rogério Sampaio, ouro em Barcelona 1992.

Chiaki Ishii ainda recebeu homenagens do presidente do Instituto Kodokan do Brasil, Takanori Sekine; e do presidente da Confederação Brasileira de Judô, Silvio Acácio Borges, responsável por entregar o uniforme do Time Brasil ao novo integrante do Hall da Fama do COB.

As mãos de Ishii ficarão eternizadas no mural que será inaugurado no Parque Aquático Maria Lenk. Além dele, o Hall da Fama do COB já conta com outros homenageados como Torben Grael (vela), a dupla Sandra Pires e Jackie Silva (vôlei de praia), Vanderlei Cordeiro de Lima (atletismo) e Hortência Marcari (basquete). Ainda em 2019, o COB homenageará outros nove nomes no Hall da Fama: Paula (basquete), Joaquim Cruz (atletismo), Bernardinho e José Roberto Guimarães (vôlei); e os já falecidos Guilherme Paraense (tiro esportivo), João do Pulo (atletismo), Maria Lenk (natação) e Sylvio Magalhães Padilha (atletismo).

A população interagiu muito com as novas modalidades olímpicas. O evento contou com clínicas esportivas de karatê, skate e surfe e com uma parede de escalada para que o público pudesse conhecer e praticar os esportes. Além destas atividades, houve uma exposição dos equipamentos usados pelos atletas das novas modalidades olímpicas. Rodrigo Koxa, recordista da maior onda surfada no mundo, foi um dos instrutores das clínicas. Já Vanderlei Cordeiro de Lima, bronze em Atenas 2004 e integrante do Hall da Fama do COB, se aventurou em cima de um simulador de surfe.

“Espetacular essa experiência de estar em cima de uma prancha. Deve-se valorizar todos os brasileiros que fizeram e ainda fazem história nesse esporte tão importante para o nosso país. Ficamos agora na expectativa de que eles possam representar o Brasil e que lá em Tóquio possam surfar as melhores ondas que os levem ao alto do pódio. Desejo toda sorte aos brasileiros nos Jogos Olímpicos ", disse Vanderlei, único latino-americano outorgado com a Medalha Pierre de Coubertin, a maior condecoração de cunho humanitário-esportivo concedida pelo Comitê Olímpico Internacional.

Um ano dos Jogos – O COB ainda realizou, em São Paulo, outros dois eventos para marcar a data. No último dia 14, a escultura #SOMOS TIME BRASIL foi instalada na área externa da Japan House, na Avenida Paulista, e chamou a atenção dos passantes da rua mais movimentada de São Paulo. No mesmo local, o Comitê promoveu no último dia 17, um evento para convidados para apresentar os preparativos para os Jogos Tóquio 2020.

De 24 a 28 de julho, as ações serão no Rio de Janeiro, mais precisamente no Parque Olímpico da Barra, na Game XP. O COB levará ao evento algumas experimentações esportivas, como parede de escalada, surfe em realidade virtual, dentre outras atividades, que serão abertas ao público do evento.

“O COB e todas as entidades estão envolvidas para oferecer as melhores estruturas de treinamento aos nossos atletas. O Rio 2016 deixou um legado importante, que são as instalações onde os atletas podem treinar e profissionais mais bem formados para desenvolver os treinamentos dos atletas. Isso tudo nos deixa confiantes de fazer uma boa participação em Tóquio. Sabemos dos desafios, mas estamos montando uma estrutura maravilhosa para que nossos atletas possam fazer a melhor aclimatação e ter comida brasileira antes e durante os Jogos Olímpicos. Acreditamos que esses pequenos detalhes façam toda a diferença”, afirmou Rogério Sampaio.

Por: Assessoria de imprensa do Comitê Olímpico do Brasil.


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