Quem foi ao judô da Olimpíada de Londres buscando lutas com muita técnica e pontos não saiu completamente satisfeito. As lutas da modalidade seguiram o padrão já visto em outras edições dos Jogos e contaram com duelos truncados e de poucos ippon, a pontuação máxima que já encerra a disputa ao ser obtida. Somente 47,5% das lutas foram concluídas desta maneira.
O número repete o que foi visto na Olimpíada de Pequim, em que também 47% das disputas contaram com ippon. O número é bem inferior se comparado ao Mundial de Paris, ocorrido em 2011, que viu a pontuação máxima do judô em 67,5% das lutas. Este fato, porém, tem uma explicação simples.
"Olimpíada é uma competição que só existe de quatro em quatro anos. E os melhores estão aqui. Em campeonatos mundiais e continentais atletas mais fracos também participam. Aqui é completamente diferente, o nível é muito mais próximo uns dos outros. Por isso é normal que não haja tantos ippon. E depois os atletas não querem perder, então não se arriscam tanto nas lutas", disse Rui Rosa, técnico da seleção portuguesa.
Outro ponto visto na Olimpíada de Londres foi o grande número de lutas decididas no golden score, a prorrogação de três minutos. Para o pesado Rafael "Baby" Silva conquistar seu bronze, por exemplo, foi necessário passar quatro vezes pelo tempo extra.
"Isso acontece porque o judô está se nivelando bastante. Os atletas não deixam fazer a pegada direito, não dão oportunidade. E a regra incentiva isso. Não dá tempo de manter a pegada. Todo mundo vem anulando e sai um judô em que a técnica deixa a desejar", afirmou Luiz Shinohara, treinador do time masculino do Brasil.
"Mas quando chega nesse nível aqui, os atletas estão muito próximos uns dos outros. Acho que um pouco em função disso é difícil de ter um ippon. Mas a busca tem que ser essa, sempre tentar o ippon, mas é difícil nesse nível", complementou.
O judô dos Jogos de Londres ainda teve como característica o excesso de punições recebidas pelos atletas. Foram 359 shido em 254 lutas, média de cerca de 1,41 penalidades aplicadas em cada combate. É um número bem superior ao Mundial de 2011, que teve uma média de cerca de 0,85 punições por duelo (452 shido em 531 lutas).
Por: Allan Farina - Terra Esportes
Foto: Marcelo Pereira/Terra
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