sábado, 28 de julho de 2012

Dia histórico para o judô brasileiro: ouro e bronze em Londres


Sarah Menezes e Felipe Kitadai escreveram seus nomes na história do judô brasileiro e mundial neste sábado, na Arena ExCel. As dez mil pessoas que lotaram o ginásio no primeiro dia da modalidade nos Jogos Olímpicos de Londres aplaudiram de pé o ouro de Sarah Menezes e o bronze de Felipe Kitadai. Feito inédito por diversos motivos: foram as primeiras medalhas da categoria mais leve do judô em Jogos Olímpicos; já, qualitativamente, é o melhor resultado do judô brasileiro em Olimpíadas (um ouro e um bronze); já é também o melhor desempenho do judô feminino nos Jogos - a primeira final das mulheres; e com os dois pódios, o judô assume o posto de modalidade mais vitoriosa do Brasil em Jogos Olímpicos, superando a vela momentaneamente por 17 x 16.

"A ficha está caindo aos poucos. Sei que essa medalha vai mudar minha vida", disse Sarah Menezes, que recebeu o carinho de seu treinador desde os nove anos, Expedito Falcão, e de suas irmãs. Sâmia, a mais velha, comemorou 30 anos neste sábado. "O dia 28 de julho entrou para história", acrescentou Sarah, que recebeu as flores, no pódio, do presidente da CBJ, Paulo Wanderley Teixiera e falou com a presidente Dilma Rousseff por telefone.

Sarah Menezes venceu todas suas lutas por yuko, incluindo a final contra a atual campeã olímpica Alina Dumitru, da Romênia.

"Lembrei muito do Aurélio Miguel, que teve uma campanha parecida, mais tática do que cheia de ippons", confessa a campeã olímpica, de 22 anos. "Foi uma competição dura e o nervosismo foi saindo aos poucos. A luta mais fácil foi a final, contra a Dumitru. Eu estava confiante, fiz boas lutas com ela", completa a piauiense, que tem vantagem de 4 a 2 no confronto com a romena.

Felipe Kitadai, por sua vez, deu a si mesmo e a todos os brasileiros um grande presente em seu aniversário de 23 anos: o bronze olímpico.

"Quando eu acordei, tinha até esquecido que hoje era meu aniversário. Tomei um susto quando deram o parabéns", disse, com bom humor.

Kitadai também teve torcida especial na arquibancada: pai, mãe, namorada, amigos.

"Eu ouvia os gritos deles várias vezes. Nos momentos mais difíceis, lembrava que estava vivendo meu sonho, que sempre foi estar em uma olimpíada. Eu pegava força nos anéis olímpicos por todo lado", disse o judoca paulista, que beijou o tatame com o símbolo olímpico após receber o bronze. "Quando eu estava em desvantagem, pensava que ninguém poderia me tirar essa medalha. Eu queria muito".

Neste domingo lutam os meio-leves Leandro Cunha e Erika Miranda. Mesmo com medalhas ao redor do pescoço, Kitadai e Sarah vão participar do aquecimento de seus companheiros de equipe na Arena ExCel.

"Espero que essas medalhas motivem o restante da equipe", finalizou Sarah Menezes.

Manoela Penna, de Londres - CBJ
Fotos de Márcio Rodrigues

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