quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

João Derly visita sede da CBJ e deixa mensagem de incentivo para seleção brasileira


A sede da Confederação Brasileira de Judô recebeu a ilustre visita do bicampeão mundial, João Derly, nessa quarta-feira, 25. Com agenda no Rio de Janeiro, o judoca aproveitou a oportunidade para conhecer a casa do Judô brasileiro, onde foi recebido pelo presidente Silvio Acácio Borges e pelo gestor executivo Robnelson Ferreira.  

“A Confederação sempre foi importante em toda a minha formação, desde oportunidades para as competições fora e chegando aos resultados que cheguei. Então, poder ver um pouquinho do trabalho, apesar de acompanhar muito por fora, mas sempre o presencial é mais forte, ver as dificuldades que enfrentam, de como estão conseguindo lidar com essas dificuldades para continuar mantendo e até melhorando os resultados. É uma alegria enorme poder estar na nossa casa”, disse.  

Derly entrou para a história do esporte brasileiro ao tornar-se o primeiro campeão mundial de judô, título conquistado no Mundial do Cairo, no Egito, em 2005. Repetiu o feito no Mundial do Rio, em 2007, e, por dez anos, ostentou o status de único bicampeão mundial do judô brasileiro até que sua pupila e conterrânea, Mayra Aguiar, igualou o bi mundial em 2017 e chegou ao tri, em 2022.  

Nesse mesmo ano, Rafaela Silva conquistou o bi mundial e o judô brasileiro viu dois nomes da nova geração consolidarem-se entre os melhores do mundo com as medalhas de Beatriz Souza e Daniel Cargnin, em nova categoria. Derly vê com bons olhos essa mistura de gerações na seleção atual e deixa um conselho para quem está chegando.  

“A gente vive de ciclos. Claro que tem atletas, como a Mayra e a Rafa, que são atletas mais experientes. Mas, já vem uma transição com uma nova geração que já está chegando junto. É bom, porque você suga um pouquinho dessa geração vitoriosa e faz com que a gente consiga continuar trazendo os resultados. O desejo é sempre esse. A partir do momento em que a gente encerra a carreira a gente vira torcedor, né? Que essa gurizada saiba agarrar as oportunidades e transformar isso em resultados”, projeta.  

A seleção brasileira de judô estreia no Circuito Mundial IJF a partir desta sexta-feira, 27, no Grand Prix de Portugal. A delegação terá 25 atletas lutando pelas primeiras medalhas do ano. 

Por: Assessoria de Imprensa da CBJ

Foto: Lara Monsores



Rio Grande do Sul tem cinco convocados para a primeira disputa internacional da Seleção Brasileira em 2023


O judô gaúcho teve cinco atletas convocados para integrarem a Seleção Brasileira que disputará o Grand Prix de Portugal, a partir da próxima sexta-feira. Será a primeira competição do circuito mundial em 2023, na cidade de Almada, próximo a Lisboa.

Entre os 25 atletas do grupo, estão Ketleyn Quadros (63kg) e Aléxia Castilhos (70kg); Matheus Takaki (60kg), Marcelo Gomes (90kg) e Leonardo Gonçalves (100kg). Todos os cinco são da Sogipa. A relação completa dos atletas está no site da CBJ.

A ideia de montagem deste grupo foi mesclar os atletas da elite da Seleção com nomes novos oriundos da Seletiva Nacional. Dentre os judocas do RS, será a primeira competição de Takaki pela Seleção Brasileira. O técnico Antônio Carlos Pereira segue à frente do time masculino.

Por: Federação Gaúcha de Judô


Rio Grande do Sul: Credenciamento Técnico tem participação de mais de 200 professores


Primeiro evento organizado pela Federação Gaúcha de Judô em 2023, o Credenciamento Técnico contou com a participação de mais de duas centenas de professores gaúchos. O curso no último sábado contou com a participação do medalhista olímpico e mundial Daniel Cargnin, que foi um dos palestrantes, ao lado do sensei Emiliano Dias e do diretor técnico da FGJ, Douglas Potrich.

Ao longo do dia, o Sesc também sediou um treinamento de campo para as categorias sub-13 e sub-15. A atividade contou com dezenas de atletas de equipes de diferentes cidades do Estado.

treino sub13 sub15

Em 11 de fevereiro, a FGJ realiza a primeira etapa do circuito das copas, que será em Capão da Canoa.

Por: Federação Gaúcha de Judô


Um novo recomeço para Aléxia Castilhos nos 70kg


Apesar de serem extremamente desafiadores, recomeços são a chance perfeita para escrevermos um novo capítulo na nossa história. Aléxia Castilhos é um exemplo disso. Após quase dez temporadas defendendo a Seleção Brasileira de Judô no meio-médio (-63kg), a gaúcha de 27 anos decidiu subir de categoria e embarcar em uma nova jornada nos 70kg. O primeiro grande teste internacional será no Grand Prix de Portugal, neste final de semana. 

“Eu estou muito motivada e muito ansiosa, sabe? É diferente de antigamente, quando eu ia pro 63kg, porque é algo novo agora. Então eu meio que quero desfrutar de tudo e aproveitar”, contou Aléxia.

Mudar de categoria significou começar do zero. Depois de superar lesões e cirurgias, a judoca precisou ser resiliente e trabalhar duro para reconquistar seu lugar na Seleção, passando por todas as competições nacionais de 2022. Lutou com novas adversárias, mas manteve-se sempre confiante. 

“Eu já estudava [as adversárias do 70kg] quando eu estava no 63kg. A gente competia, treinava e eu via muito o que estava acontecendo. Eu treino com a Maria Portela, que é uma das melhores do mundo, então eu acho que estou muito preparada. E eu gosto muito de pegar meninas que eu nunca lutei, porque assim como é algo novo para elas, é para mim também”, explicou.

O caminho nos 70kg começou com um primeiro teste no Campeonato Brasileiro Sênior, em Rondônia, onde Aléxia caiu nas oitavas-de-final e não chegou às disputas por medalhas. Em seguida, no Troféu Brasil, perdeu a final para Eduarda Vaz e viu escapar a chance de se classificar diretamente para a Seletiva.  

Precisou, então, passar pelo Qualifying e, dessa vez, não desperdiçou a oportunidade. Venceu a competição e levou a última vaga para a Seletiva de novembro. 

Lutando em casa, em Porto Alegre, com o apoio da torcida e da família no ginásio da Sogipa, seu clube desde as categorias de base, Aléxia reencontrou sua melhor versão no tatame. Venceu seis lutas e, invicta, conquistou o primeiro lugar na Seletiva. Em janeiro, na terceira etapa, repetiu o desempenho, dessa vez, em São Paulo. Cinco lutas. Cinco vitórias.

“Em novembro eu estava mais preparada psicologicamente, porque eu sabia que a Seletiva era um ponto alvo. Essa de janeiro nos pegou de surpresa, porque mudou o calendário. Nessa, peguei meninas mais duras. Foi muito bom ver que, mesmo achando que não estou no meu auge e não estou no meu melhor, consegui me sair bem, me superar e sair com esse título.”

A dobradinha renderá à Aléxia investimento direto da CBJ para que ela represente o Brasil em duas etapas do Circuito Mundial IJF. A primeira parada será no Grand Prix de Portugal, neste final de semana, valendo 700 pontos no ranking mundial. 

“Eu estou muito animada. Inclusive acho que por isso estou mais preparada psicologicamente para Portugal do que estive para a Seletiva agora de janeiro. Estou bem, estou feliz e acho que isso é o principal”, conclui. 

A Seleção Brasileira em Portugal será representada por outros 24 atletas. O evento marca a abertura da temporada internacional de judô e tem expectativa de reunir os melhores do mundo nos dias 27, 28 e 29 de janeiro, em Almada. 

Canal Olímpico do Brasil e o Sportv transmitirão as finais ao vivo, no Brasil, a partir das 14h (horário de Brasília). As preliminares serão exibidas pelo live.ijf.org com horário ainda a confirmar.

Por: Assessoria de Imprensa da CBJ

Foto: Anderson Neves



Bianca Reis é eleita a melhor atleta dos Jogos da Juventude 2022


A judoca Bianca Reis foi eleita a melhor atleta dos Jogos da Juventude 2022, competição multiesportiva do Comitê Olímpico do Brasil que anualmente reúne mais de quatro mil jovens de todo o país. O anúncio aconteceu na manhã desta quarta-feira (25) e, ao lado do ginasta José Olímpio, eleito o melhor atleta masculino, ela será homenageada durante a cerimônia do Prêmio Brasil Olímpico, no dia 02 de fevereiro, no Rio de Janeiro.

“Receber o Prêmio Brasil Olímpico significa reconhecimento. Não só pelo resultado das competições, mas por todo o trabalho por trás das medalhas. Significa que as incontáveis horas no tatame e na academia valeram a pena. Tanto que me proporcionaram vitórias e agora esse prêmio de destaque”, celebrou Bianca.

Aos 17 anos, Bianca é um dos nomes mais promissores do judô brasileiro. Em 2022, foi Vice-Campeã Mundial Sub-18, ouro nos Jogos Sul-Americanos da Juventude e Campeã Pan-Americana nas classes Sub-18 e Sub-21. No cenário nacional, foram 14 medalhas de ouro, três de prata e três de bronze, incluindo o bicampeonato nos Jogos da Juventude em Aracaju. Para ela, foi o melhor ano da carreira.

“2022 foi até agora o melhor ano que eu tive na minha carreira. Consegui resultados em competições que antes tinha perdido e em outras que nem tinha participado ainda. Também foi bastante desafiador, porque conciliar treino e estudo não é fácil. Acho também que com esse reconhecimento nós atletas nos sentimos motivados a continuar sonhando alto e correndo atrás de novas vitórias. Nós damos a vida pelo esporte que amamos, ser valorizado por isso é tudo que a gente quer”.

Bianca fará sua estreia em 2023 no Meeting Nacional de Judô Sub-18 e Sub-21, em Campo Grande (MS), no dia 04 de fevereiro, dois dias após o Prêmio Brasil Olímpico. No último ano, ela foi campeã em ambas as classes e agora busca a dobradinha no Sub-21.

Por: Assessoria de Imprensa da CBJ

Foto: Beto Noval/COB


Febaju realiza "Melhores do Ano de 2022" em Lauro de Freitas


A Federação Baiana de Judô (Febaju) promoveu no último domingo (22) a cerimônia dos Melhores do Ano 2022 do judô baiano, com homenagens a atletas, entidadea parceiras e clubes de destaque na última temporada. A atividade foi realizada na Arena de Esportes da Bahia, em Lauro de Freitas e contou com as presenças da Deputada Estadual Olívia Santana, a prefeita de Taperoá, Cristianne Guimarães, os vereadores Augusto Vasconcelos e Toinho do Judô, o secretário de Trabalho, Esporte e Lazer de Lauro de Freitas, Uilson de Souza, o coordenador de Esporte e Lazer de Lauro de Freitas, Marcus Vinícius D´Oliveira, os presidentes e representantes de diversas entidades esportivas baianas como Evelin Lôbo, Márcio Mascarenhas, Evandro Nascimento, Ana Paula Senna, Afonso Nunes.

Foram homenageados (as) os (as) atletas que lideraram o ranking estadual baiano nesta temporada nas classes Iniciantes, Sub-11, Sub-13, Sub-15, Sub-18, Sub-21, Sênior, Veterano A, Veterano B e Veterano C e judocas que participaram do Curso de Formação de Faixa Preta em 2022.

Por: Federação Baiana de Judô

Araras: Judocas da Associação Mercadante participam do Shotyugueiko da AABB de Curitiba


Na busca por uma melhor preparação física e tática, visando a participação do “Meeting Nacional Sub 18 e 21”, que acontecerá na primeira semana de fevereiro em Campo Grande/MS, quatro judocas do Projeto Kimono de Ouro estão na capital paranaense, onde acontece o Shotyugueiko da AABB (Associação Atlética Banco do Brasil) a partir do dia 24 até o próximo sábado (28).



Os judocas Ana Maceno, Diego Leite, Isabelle Belmiro e Mário Gomes treinarão entre os 120 atletas participantes do treinamento em Curitiba/PR.


Este treinamento é tradicional na região e contará com excelentes judocas de toda a parte sul do país. O evento é organizado pelo sensei Alan Vieira, onde contará com a participação de mestres renomados do judô brasileiro durante os cinco dias. Um dos professores que irão contribuir para a grandeza do shotyugueiko, é o nosso querido sensei kodansha Marcos Mercadante, que além de estar presente nos treinos, também irá ministrar a palestra motivacional “Além dos Tatames”, contanto um pouco sobre sua história e trajetória dentro do esporte que mudou sua vida.


“Agradeço ao sensei e amigo Alan Vieira pelo convite para seu treinamento de campo, com toda certeza contribuirá muito para o crescimento de todos os participantes”, diz o sensei kodansha Marcos Mercadante.


Por: Associação Mercadante de Araras


quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Jigoro Kano: Um berço fervente (2)


No primeiro artigo dedicado a Jigoro Kano, o fundador do judô, olhamos para sua infância, seu local de nascimento perto de Kobe e um pouco da história do Japão, a fim de começar a entender quem ele era e quais foram as fases de sua vida que o guiaram para a criação do judô.

Jigoro Kano, de 20 anos (à direita) - © Instituto Kodokan

Para entender o personagem ainda melhor, é importante estudar sua família um pouco mais de perto, porque aqui novamente podemos encontrar as raízes profundas de sua motivação futura. 

Jigoro Kano, do lado de seu pai, veio de uma linhagem de sacerdotes, os Shōgenji, cujas origens remontam à época do deus xintoísta Kamotaketsunumi no Mikoto, na mitologia japonesa, de milhares de anos atrás. Inicialmente localizado nas proximidades de Kagoshima, o Shōgenji finalmente se estabeleceu em Ôtsu. 

O avô paterno de Jigoro Kano, Shōgenji Maretake, era o principal sacerdote do templo Hiyoshi-taisha, um santuário xintoísta, que faz parte da lista de 22 templos xintoístas. Inclui 22 edifícios, a maioria dos quais estão localizados na região de Quioto, listados a partir do período Heian (794-1185). Como tal, esses santuários recebem ofertas especiais da Corte Imperial do Japão. O Templo Hiyoshi-taisha está localizado em Otsu, na província de Shiga, a leste de Quioto. 

Shōgenji Maretake era um renomado com conhecimento especial de poesia clássica japonesa, bem como poesia clássica chinesa, mas também por sua grande família, já que ele tinha nada menos que quinze filhos (dez meninos e cinco meninas). Foi um de seus filhos, Shōgenji Marenu, que o sucedeu à frente do Hiyoshi-taisha. Um dos irmãos do avô de Kano, ele próprio um autor de poesia, tornou-se tutor de crianças da nobreza japonesa. Se Jigoro Kano realmente não conhecia esses membros de sua família, já que ele tinha apenas três anos de idade quando seu avô morreu, não é menos verdade que ele se banhou, desde a mais tenra infância, em um mundo onde o formigamento intelectual era forte.

Jigoro Kano (centro) em seu dia de formatura em Tóquio - © The Kodokan Institute

O pai de Jigoro Kano, filho de Shōgenji Maretake, nasceu em outubro de 1813. Jirōsaku Mareshiba, que sonhava em descobrir o mundo, deixou o berço da família e começou a explorar o Japão. Ele acabou deixando suas malas em Mikage, onde conheceu a família Kano. Eles eram uma antiga linhagem japonesa envolvida na fabricação e comércio de saquê desde pelo menos o século 17. 

Jirōsaku Mareshiba, portanto, começou a trabalhar com os Kanos, neste caso com Jisaku Kano. Este último, muito feliz com os esforços feitos por Jirōsaku Mareshiba, agradeceu-lhe dando-lhe sua filha Sadako. Ainda mais surpreendente para um observador moderno, embora fosse comum no Japão naquela época, Jisaku Kano o adotou. Foi assim que Shōgenji Maretake tomou o nome de Kano, que então permaneceu na família, da qual Jigoro obviamente se beneficiou. 

Com o passar dos anos, Jirōsaku 'Kano' tornou-se o representante oficial dos Kanos. Ele estava no centro do desenvolvimento das primeiras empresas comerciais japonesas, foi também um dos membros fundadores da primeira linha marítima entre Kobe, Oita e Edo (Tóquio) e interveio no desenvolvimento militar-industrial do país. Mais tarde, ele entrou na administração e esteve envolvido no desenvolvimento das relações comerciais do Japão nos estaleiros e na expansão do Palácio Imperial. Quando Jirōsaku Kano morreu em 1885, ele era o Secretário-Geral da Marinha Nacional. 

Se voltarmos à infância de Jigoro Kano, alguns anos antes, em Kobe, estamos em plena abertura do Japão ao mundo e os contatos com o exterior estão se intensificando. A família Kano estava na linha de frente. Jigoro herdou, portanto, uma forte bagagem intelectual do ramo paterno e a bagagem de abertura ao mundo do ramo materno; uma mistura que fazia maravilhas.

Jirōsaku Kano, pai de Jirogo Kano - © O Instituto Kodokan

Jigoro tinha dois irmãos (Kyūsaburō e Kensaku) e duas irmãs (Ryūko e Katsuko). Ele era o mais novo dos meninos. Seu irmão mais velho trabalhou com seu pai e várias famílias ao redor de Kobe antes de se mudar para o norte do Japão para iniciar seu próprio negócio. Seu segundo irmão participou da construção do porto de Osaka, enquanto sua irmã teve três filhos que seguiram os ensinamentos de Jigoro, mais tarde em sua idade adulta. Voltaremos a isso em um artigo posterior, quando nos concentraremos nas conquistas do fundador do judô. 

É notável ressaltar que um de seus sobrinhos, Nango Jirō, tornou-se o segundo presidente do Kodokan. Também é importante dizer que a maioria dos membros da família Kano ocupou cargos de importância ou foi casada com notáveis na administração japonesa, bem como na indústria ou no setor privado. A família Kano estava bem estabelecida e desempenhou um papel importante no desenvolvimento do Japão. 

Como vimos no primeiro artigo, infelizmente, Kano perdeu a mãe muito cedo, quando tinha apenas dez anos de idade. No entanto, mesmo que ele só a conhecesse durante os primeiros anos de sua vida, ela continuou a inspirá-lo por um longo tempo com sua abordagem educacional que era cheia de sentimentos e amor, sendo rigorosa. Sadako era um guia para Kano, quer ela estivesse fisicamente presente em sua vida ou não. Ela lançou as bases do que seria sua vida como educadora. 

É inegável que Kano, desde a sua mais tenra infância, mostrou habilidades surpreendentes em questões da mente. Sendo de grande curiosidade, ele estava sedento de conhecimento e floresceu na descoberta de tudo ao seu redor. Seus pais, mais tarde apenas seu pai, bem como toda a sua família, queriam o melhor para seus filhos e davam considerável importância à educação. Kano deveria, portanto, ter frequentado uma das escolas do bairro de Mikage, a chamada "Terakoya".

O irmão mais velho do bisavô de Jigoro Kano assumiu a Kiku-Masamune Sake Brewing - © Kiku Masamune

Essas escolas apareceram no início do século 17. Eles eram uma espécie de extensão das estruturas escolares em relação aos templos budistas. Antes do período Edo no Japão, as escolas públicas eram apenas para os filhos de samurais e famílias governantes. Então eles gradualmente se abriram para a ascensão da classe mercante. Numerosos nas grandes cidades, bem como nas regiões rurais e costeiras, eles não correspondiam à ideia que os pais de Jigoro tinham de aprendizado. Eles foram abolidos no início da era Meiji e substituídos por um sistema com escolas públicas para todos. 

Aqui está o que Jigoro Kano disse sobre isso: "Quando eu era criança, não havia escolas primárias como hoje e a maioria das crianças do bairro foi para o que eram chamados de terakoyas, onde recebiam educação primária. No entanto, no que me diz respeito, meu pai, que era originalmente filho de Shōgenji Maretake, ministro do Santuário Hiyoshi de Gōshū, um estudioso de letras japonesas, chinesas e budistas, estudou letras chinesas desde a infância. Ele foi adotado pela família Kanō enquanto ele estava passando pelos arredores de Mikage e ele passou a comentar sobre as Conversas de Confúcio, o que agradou o avô Kanō que finalmente o adotou; é por isso que meu pai não aceitou que eu pudesse ser enviado para um terakoya comum. A partir dos sete anos de idade, sob a orientação, é claro, de meu pai e meu avô, comecei a visitar a casa de um homem chamado Yamamoto Chikuun, um pintor de Sanuki que tinha uma segunda casa em Mikage, onde aprendi, em particular, caligrafia e os clássicos chineses. Então fui a um médico chamado Yamagishi, onde dei meus primeiros passos em kanji." (Fonte: http://judo-o-miru.fr/kano-jigoro/sa-formation)

Jigoro Kano, portanto, assistia a aulas particulares. Após a morte de sua mãe, Kanō foi enviado para se juntar a seu pai em Tóquio. Ele tinha apenas um desejo na vida: aprender e transmitir. Ele entrou em um primeiro curso particular, onde continuou seu aprendizado de clássicos chineses e caligrafia. Suas habilidades foram notadas por seu professor. Ubukata Keidō aconselhou-o a estudar inglês. Ele então se matriculou no curso particular de Sannyū. Ele foi então equipado para seguir os estudos japoneses e os estudos ocidentais ao mesmo tempo. 

Muito rapidamente, Kano ingressou no curso privado de Ikuei, com o ensino orientado para línguas estrangeiras e, em seguida, ele entrou em uma primeira escola pública, a Escola de Línguas Estrangeiras. Ele continuou sua maratona de educação entrando na escola Kaisei. Graduou-se em 1877, o que abriu as portas para a Universidade de Tóquio, que acabara de ser fundada. Durante um primeiro curso universitário de quatro anos, ele se interessou por economia e ciência política, que ele completou com um ano de estudo em filosofia.

Jigoro Kano tinha apenas vinte anos e seu conhecimento já era enciclopédico. Com uma cabeça bem construída, parecia óbvio que uma grande carreira estava aberta para ele. Fortalecido por sua herança familiar, ele estava pronto para enfrentar a vida, mas sofreu e vinha sofrendo há muito tempo devido à sua pequena estatura e às provocações e bullying que recebia na escola. Ele tinha uma solução, mas para isso ele tinha que estudar, estudar em um campo que à primeira vista parecia o oposto do que ele havia empreendido. Ele tinha que ser capaz de se defender. Isso veremos em um episódio futuro.

Por: Nicolas Messner - Federação Internacional de Judô

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Pesquisa: Identificação sobre a importância de Habilidades Psicológicas necessárias para o desenvolvimento do talento esportivo no judô


O professor Dr. Leandro Carlos Mazzei e a mestranda Mariane Cristina Vedana estão realizando uma pesquisa sobre as Habilidades Psicológicas necessárias para o desenvolvimento do talento esportivo no judô.

Para tanto, solicitam a ajuda de todos que se interessam pelo assunto para responder a pesquisa, que levará apenas alguns minutos e a sua vivência e experiência será de grande importância para contribuir com o ganho de informações para o judô brasileiro.

As respostas são confidenciais e não serão identificadas individualmente.

Clique no link abaixo para responder a pesquisa.


Por: boletim OSOTOGARI


Temporada 2023 da Seleção Brasileira de Judô começa nesta sexta-feira (27), no Grand Prix de Portugal


A Seleção Brasileira de Judô terá seu primeiro desafio no Circuito Mundial IJF 2023 a partir desta sexta-feira (27), no Grand Prix de Portugal. Com expectativa de receber mais de 560 judocas de 82 países, a competição marca a abertura do ano pré-olímpico e vai reunir alguns dos principais nomes da modalidade em Almada, cidade da região metropolitana de Lisboa, nos dias 27, 28 e 29 de janeiro.

Para a estreia, o Brasil vai contar com 25 atletas, mesclando o grupo de elite da seleção e novos nomes que chegaram pela Seletiva Nacional.

Para muitos, será a primeira oportunidade de marcar pontos no ranking mundial e abrir caminho para a classificação rumo ao Mundial de Doha, em maio. 

Essa será a segunda edição do Grand Prix de Portugal. Em 2022, o Brasil conquistou duas medalhas: ouro com Rafaela Silva (57kg) e bronze com Maria Portela (70kg). Uma boa colocação na etapa significa um ganho de até 700 pontos (campeão) no ranking mundial sênior. 

Confira abaixo a delegação brasileira em Portugal:

Atletas

Seleção Feminina:

48kg — Amanda Lima (Minas Tênis Clube/FMJ)

48kg — Natasha Ferreira (Sociedade Morgenau/F.PR.JUDÔ)

52kg — Thayná Lemos (Instituto Reação/FJERJ)

52kg — Yasmim Lima (Instituto Reação/FJERJ)

57kg — Jéssica Pereira (Instituto Reação/FJERJ)

57kg — Rafaela Silva (C.R. Flamengo/FJERJ)

63kg — Gabriella Mantena (Minas Tênis Clube/FMJ)

63kg — Ketleyn Quadros (Sogipa/FGJ)

70kg — Aléxia Castilhos (Sogipa/FGJ)

70kg — Ellen Froner (E.C. Pinheiros/FPJ)

78kg — Millena Silva (Minas Tênis Clube/FMJ)

78kg — Samanta Soares (Instituto Reação/FJERJ

+78kg — Giovanna Santos (C.R. Flamengo/FJERJ)

Seleção Masculina:

60kg — Matheus Takaki (Sogipa/FGJ)

60kg — Ryan Conceição (Instituto Reação/FJERJ)

66kg — Eric Takabatake (E.C. Pinheiros/FPJ)

66kg — Phelipe Pelim (E.C. Pinheiros/FPJ)

73kg — Michael Marcelino (SESI-SP/FPJ)

81kg — Eduardo Yudy Santos (E.C. Pinheiros/FPJ)

90kg — Giovani Ferreira (E.C. Pinheiros/FPJ)

90kg — Marcelo Gomes (Sogipa/FGJ)

100kg — Eduardo Bettoni (Minas Tênis Clube/FMJ)

100kg — Leonardo Gonçalves (Sogipa/FGJ)

+100kg — João Cesarino (Instituto Reação/FJERJ)

+100kg — Rafael Silva (E.C. Pinheiros/FPJ)

Comissão Técnica

Marcelo Theotonio — Chefe de Delegação

Maicon Maia — Sub-chefe de Delegação

Antonio Carlos "Kiko" Pereira — Treinador

Andrea Berti — Treinadora

Marcus Agostinho — Treinador

Rafael Sugino — Médico

Ricardo Amadei — Fisioterapeuta

Danilo Mansueto — Fisioterapeuta

AGENDA GRAND PRIX PORTUGAL 2023

Sexta-feira (27/01) — F: -48kg; -52kg; -57kg e M: -60kg; -66kg

Sábado (28/01) — F: -63kg; -70kg e M: -73kg; -81kg

Domingo (29/01) — F: -78kg; +78kg e M: -90kg; -100kg; +100kg

Horários:

Preliminares — a confirmar

Finais — 14h (horário de Brasília)

Transmissão ao vivo:

Preliminares — Live IJF

Finais — Canal Olímpico do Brasil

Por: Assessoria de Imprensa da CBJ

Foto: Anderson Neves


segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Projeto Budô: Vídeo com a História de Jigoro Kano supera 52 mil visualizações


Quando o assunto é pesquisa sobre judô, o Canal do Projeto Budô tem sido a referência no assunto. Várias escolas de judô estão utilizando o conteúdo do canal para estudos, principalmente para realização de exames de faixa. 

A organização minimalista do canal se supera em conteúdo e qualidade. Tudo desenvolvido com a mais pura paixão e técnica e os números não negam essa tendência.

De forma totalmente orgânica, o Canal do Projeto Budô tem chegado à milhares de pessoas e de dojôs que buscam material sobre judô em formato audiovisual e se surpreendem com o material que é disponibilizado, totalmente de graça, e com uma didática surpreendente.

E o vídeo com a história de Jigoro Kano acaba de superar a marca dos 52 mil views. Para um canal de nicho os números surpreendem, e o melhor, motiva o professor Vinícius Erchov a continuar produzindo e publicando mais conteúdos interessantes e que ajudam os judocas a aprenderem o verdadeiro judô tradicional japonês.

Vale destacar que quando professor Erchov produziu esse vídeo ele estava graduado no 5º dan. Atualmente Vinícius Erchov é Kôdansha 6º dan.

Confira abaixo o vídeo com a História de Jigoro Kano:


O Projeto Budô faz parte da equipe de sponsors do boletim OSOTOGARI

Seja um Aluno em 2023!

(11) 9-8222-0115
Rua Antonio de Mariz, 123
Lapa, São Paulo - SP

www.projetobudo.com.br

(8054) Projeto Budô - YouTube

Por: Boletim OSOTOGARI




domingo, 22 de janeiro de 2023

Feliz Ano Novo Chinês


Com o Ano Novo Chinês chegando, veio uma aula especial de treinamento que ocorreu na China. A ex-atleta olímpica, Li Shufang, ainda está muito envolvida com o judô e usa seu judogi regularmente, trabalhando com crianças para transferir sua paixão pelo esporte. Com uma medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 2000 em Sydney, ela também competiu em 2004 em Atenas.


A sessão especial de judô foi a última aula de treinamento do ano chinês. "Organizamos um evento especial de amizade. Durante o dia, as crianças receberam prêmios e presentes", explicou Li Shufang, antes de acrescentar: "Ficamos no tatame para dizer adeus ao ano velho e dar as boas-vindas ao novo e desejamos às crianças de todo o mundo sucesso em seus estudos, crescimento saudável e judô feliz". 

Li Shufang então explicou: "Na China, a maioria dos pais não tem uma compreensão profunda do judô e não tem conhecimento suficiente dos valores do judô. Esperamos que mais pessoas possam ter uma compreensão correta do judô no futuro. Para isso, precisamos divulgar melhor quem somos e o que fazemos em nossos dojos. O judô não é apenas sobre competição, mas mais sobre obter felicidade com ela. Muitas pessoas ignoram o significado educacional mais amplo desse movimento. Remodelar e comercializar o judô não é uma tarefa fácil", mas pode-se dizer que o que Li Shufang está fazendo é ajudar a aumentar a conscientização sobre o que o judô pode trazer para a sociedade.


O objetivo é que, independentemente das habilidades existentes ou origem social, as crianças devem ser ensinadas os verdadeiros valores do esporte. "Reinventamos tudo e vamos estabelecer um novo modelo de clube, onde a parte mais importante é a diversão. Algumas crianças querem treinar loucamente, mas a maioria das crianças não", disse Li Shufang. 

"Acreditamos firmemente que o judô foi criado como uma ferramenta para cultivar pessoas melhores para a sociedade. Seguimos esta ideia para difundir e promover os nossos valores. Acreditamos que o verdadeiro valor das competições de judô e medalhas internacionais está no desenvolvimento físico, psicológico e moral das pessoas. Isso significa que todos desempenharão um papel importante no judô, desde que se concentrem no autodesenvolvimento, independentemente de terem talento no judô. Desta forma, eles podem ganhar uma saúde melhor, dominar novas habilidades psicológicas, como definição de metas e tomada de decisões, e se tornar pessoas úteis para a sociedade.


Através da orientação de treinamento fornecida pela Federação Internacional de Judô e com inspiração vinda de todo o mundo, Li Shufang estabeleceu seu próprio currículo. "Nossa visão é trabalhar para que todas as crianças tenham a oportunidade de participar de cursos de judô em nossas escolas. Queremos levá-los ao tatame. Sob as iniciativas do IJF, nos esforçamos para ajudar as crianças a estabelecer os valores fundamentais do judô: amizade, honra, respeito, modéstia, cortesia, coragem, autocontrole, sinceridade e também diversão. Isso contribuirá para o desenvolvimento do judô no mundo e esperamos melhorar nossa sociedade e promover a equidade, a excelência e a justiça. Esperamos educar as crianças através do judô e seus valores e construir uma sociedade melhor".


Li Shufang e seus amigos esperam compartilhar suas histórias e ideias amplamente porque esperam espalhar os valores do judô através da promoção do esporte para educar as crianças e construir uma sociedade melhor. Não há dúvida de que eles terão sucesso. Enquanto isso, feliz ano novo!

Por: Nicolas Messner - Federação Internacional de Judô

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