quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Rio Grande do Sul: Por competitividade e qualidade, FGJ antecipa publicação do calendário 2022


Ainda é dezembro de 2021, mas o calendário de eventos de 2022 da Federação Gaúcha de Judô já está devidamente publicado. A antecipação da divulgação, feita de forma inédita, marcará uma nova fase nas competições da modalidade no Rio Grande do Sul, garantindo previsibilidade de fevereiro a dezembro, além de abranger cada vez mais público e fomentar a qualidade esportiva.

“Nossa intenção é, para o ano que vem, ter um circuito bem intenso, buscando a competitividade novamente e fortalecer as competições internas”, comentou o diretor técnico da FGJ, Douglas Potrich. São previstos 27 torneios em 17 datas diferentes de 2022.

O ano, porém, reserva mais novidades: “Vamos trabalhar em nível de ranking para os processos seletivos. Não teremos uma seletiva única para determinados campeonatos nacionais e sim vamos ter um processo onde o ranking vão apurar os atletas que terão direito a realizar a seletiva final desde o sub-13 até o sênior”, adiantou o dirigente. “Nossa busca é pelo resgate do bom nível da competitividade.”

Douglas ainda destacou os eventos pensados para o judô especial – com três disputas do judô for all – e à classe veteranos, cujo planejamento visa a preparação para competições de nível técnico mais elevado: “A meta é prepararmos eles para eventos maiores, como Brasileiro, Sul-Americano e Mundial”.

O primeiro evento previsto é para 19 de fevereiro, que será seletiva para Gymnasíade no sub-18. “Vamos propiciar cada vez mais qualidade”, concluiu o diretor técnico.

Por: Assessoria de Imprensa da Federação Gaúcha de Judô


Ponta Grossa: Associação Judô Carlos Silva (A.J.C.S) realizou seu tradicional Bōnenkai e Cerimônia de Troca de Faixas


No último sábado (18/12) a Associação Judô Carlos Silva (A.J.C.S) de Ponta Grossa (PR) que integra as equipes Yudansha Judô e projeto Leões do Tatame realizou seu tradicional Bōnenkai e Cerimônia de  Troca de Faixas. 


Na ocasião 54 alunos tiveram suas novas graduações entregues pelo Diretor Técnico e Professor Responsável sensei Carlos Silva e ainda foram entregues os troféus de Destaque e Revelação  2021, neste ano ainda foram concedidos dois Troféus Jita-kyoei aqueles que mais participaram ou apoiaram Ações Sociais realizadas pelas Associação durante o ano. 


O professor vê a importância do evento "Para nós esse momento de alegria e confraternização é o momento de estreitar a relação com pais e responsáveis e demonstrar tudo o que seus filhos aprenderam ao longo do ano, como novidade entregamos os troféus e em especial dois chamados de Jita-kyoei como reconhecimento da participação das diversas atividades de cunho social que realizamos durante o ano" ainda comenta o professor as expectativas para 2022 "logo no início do ano em Janeiro  iniciamos as nossas atividades com a participação do tradicional Shotyugueiko de Divinolândia e além deste evento retornamos o calendário competitivo, as ações de caráter social qual já desenvolvemos todos os anos e ainda traremos alguns Workshops e Treinamentos para nossos alunos e abertos à comunidade judoísta, mesmo com os desafios que todos enfrentamos em 2021 nos fortalecemos nosso trabalho além de conquistar novas parcerias como o Rotary Club de Ponta Grossa Campos Gerais, a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e com a Secretaria Municipal de Esportes de Ponta Grossa (SMESP) o que por sí só nos fazer perceber que estamos no caminho certo ao termos o apoio destes e tantas outras entidades importantíssimas" comenta.

Por: Associação Judô Carlos Silva - Ponta Grossa - Paraná


Rio Grande do Sul: “Legitimado” por resultados, Kiko projeta trabalho na Seleção Brasileira


Um dos técnicos mais vencedores da história do judô gaúcho e brasileiro, Antônio Carlos Pereira, o Kiko, carrega a partir de agora uma nova responsabilidade. É nele que são depositadas as esperanças de milhões de torcedores da modalidade, que apostam na experiência e no currículo dele agora à frente da Seleção Brasileira masculina.

A apresentação foi há menos de dez dias e, dentro de um mês, já ocorre a primeira competição desta nova fase. Sem projetar medalhas ou resultados, Kiko, histórico treinador da Sogipa, diz que tem como meta levar atletas o mais bem preparados física, técnica e mentalmente aos Jogos de Paris, em 2024, isso em um contexto de disputa onde o judô é cada vez mais globalizado e, com isso, com mais adversários de ponta. “Nosso desafio é bastante grande, gigante”, afirmou.

Nesta entrevista, ele revela os bastidores do convite – que o fez abdicar do cargo de secretário municipal do Esporte em Porto Alegre –, seus objetivos na nova função e o legado que espera deixar:

Como surgiu essa possibilidade de tornar-se técnico da Seleção Brasileira? E como estão sendo esses primeiros dias de trabalho?
Eu estava trabalhando normalmente na semana passada quando de repente recebo um telefonema do professor Ney Wilson, que fez esse convite. Fiquei um pouco surpreso e prometi a resposta para o outro dia após uma noite bem dormida. Fui para casa, recebi o apoio integral da família e tive uma conversa rápida com o prefeito Sebastião Melo, e ele acabou me liberando da minha função de secretário. Usei com ele o seguinte argumento: me preparei 35 anos como treinador para ter essa oportunidade, e eu não me preparei ou ambicionei nenhum dia a minha função de secretário. Coloquei esses pontos na balança e o próprio prefeito aconselhou a aceitar o convite.

O senhor já treinou atletas que foram campeões mundiais e que conquistaram medalhas olímpicas, agora, com esse convite, chegou a hora do seu auge?
O que me credencia e legitima a ter esse cargo é minha história como treinador. Fui um atleta razoável, mas modéstia à parte tenho muita obra, campeões mundiais, medalhistas olímpicos… Nos últimos 11 anos conquistamos 11 medalhas em Mundial adulto, seis medalhas olímpicas, 10 em Mundiais júnior, 12 em Jogos Pan-Americanos. É isso que me legitima. Com certeza estou chegando à seleção no meu auge.

Em que patamar o judô brasileiro se encontra hoje em nível mundial? O que precisaria melhor e onde é possível chegar?
O patamar do judô brasileiro sempre é alto. O problema é que às vezes pegamos algumas situações, o que é normal. O judô brasileiro sempre teve de um a três entre os melhores do mundo. Mas nosso desafio é bastante grande, gigante. Vimos que também o judô mundial está crescendo muito. Surgem potências com valores a todo instante. O judô globalizou. Há 30 anos, nós sabíamos quem eram os favoritos em cada categoria. Hoje, no masculino, é de 10 a 20 atletas favoritos a medalha naquele dia. Então esses são os desafios. É um desafio muito grande, nossa equipe também passa por uma renovação. Temos que dar tempo e oportunidade a novos valores. São todos grandes desafios.

Já existe uma principal meta para este primeiro ano na Seleção? E para o ciclo olímpico?
É muito cedo para estabelecer uma meta de quantas medalhas vamos conquistar no Mundial e nos Jogos Pan-Americanos. Minha meta é, sim, preparar os atletas para que eles cheguem bem aos Jogos Olímpicos. Cheguem com espírito de vencedor, com a confiança em alta. É esse, o nosso objetivo. Queremos que o atleta chegue com sua autoestima elevada para que, juntando sua boa preparação, ele consiga um bom desempenho.

O que vai mudar na sua rotina de treinamentos entre clube e Seleção?
Quando eu estiver no exterior estarei com alguns atletas da Sogipa. Quando estiver em Porto Alegre, estou treinando os atletas no Brasil. É um mix de ganha-ganha. Estarei com os atletas da Seleção Brasileira, que são da Sogipa, trabalhando em Porto Alegre. E com esses atletas que não são da Sogipa trabalhando no exterior. Não muda nada.

O judô gaúcho já tem diversos ícones e ídolos. Agora ter um treinador daqui no comando da Seleção, é um fato que pode motivar ainda mais os jovens da base?
Acho que sim. Não só os praticantes de judô daqui, mas do Brasil inteiro. Eu represento aquele treinador que saiu de baixo, da formação de atletas, visto a participação que tenho na formação de João Derly e Mayra Aguiar. Eu represento aquele professor que passou por todas as etapas e todos os níveis, judô de educação, de formação, de rendimento e de alto rendimento. Represento todos aqueles treinadores que começaram de baixo. Por si só acho que estimulo eles a trabalhar sério, com resiliência, obstinação e se conseguir trabalhar todos esses aspectos pode um dia ser treinador principal do Brasil na sua modalidade. É o estímulo e o legado que fica.


quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

FIJ construiu mais um dojô na África


Pela quarta vez, a Federação Internacional de Judô construiu um dojo na África, como parte de seu plano para continuar o desenvolvimento do judô. Desta vez, foi o Chade que se beneficiou da expertise da IJF.

A nova instalação, cuja ideia teve início há alguns anos, foi inaugurada no passado dia 17 de Dezembro na capital do Chade, N'Djamena, na presença do Ministro responsável pelo desporto, membros do governo, o assessor presidencial responsável pelos atletas e muitos convidados, incluindo muitos presidentes de federações nacionais de vários esportes.

Durante a inauguração, o representante do governo disse: “ Gostaria de agradecer por este encontro. Só posso expressar minha maior satisfação por poder assistir à inauguração deste novo dojo em nossa querida cidade. Estamos inaugurando uma ferramenta que pertence a vocês atletas, que foi iniciada por vocês e que será colocada a sua disposição. Gostaria de felicitar a Federação Chadiana de Judo e o seu Presidente, Sr. Abakar Djermah, pelo trabalho realizado ao serviço do desenvolvimento desportivo. Chad estará sempre ao seu lado tanto quanto possível. Este dojo ajudará a apoiar a seleção de nossos atletas para os Jogos Paris 2024. Também gostaria de estender meus mais calorosos agradecimentos à Federação Internacional de Judô, a todos os engenheiros e a todos que contribuíram para este grande sucesso. "


Abakar Djermah, Presidente da Federação Chadiana de Judô, declarou: " Permitam-me aproveitar este momento solene para lembrar que queríamos dar a este dojo o nome de um grande homem, Dalou Ladar, que contribuiu há muito tempo, treinando nossos Judô. Ele foi um homem que orientou e direcionou nossas escolhas, que teve senso de honra e trabalhou com sinceridade e que nos ensinou o código moral do Judô. Ele nos ensinou a excelência.

Após meu primeiro encontro com o Presidente da IJF, Sr. Marius Vizer, em 2011, lancei o projeto de construção de um dojo no Chade. Durante anos praticamos judô em superfícies de 4x4m em condições difíceis. O sonho era um dia poder criar um dojo respeitando as regras da competição internacional, como um legado a todos os judocas chadianos. Hoje, em 2021, está feito. Este dojo tem sido um sonho por várias gerações. Hoje temos a sorte de ter esta oportunidade e teremos que mantê-la e aproveitá-la ao máximo. Convido todas as federações nacionais a trabalharem de mãos dadas com suas federações internacionais. Hoje podemos realizar nossos sonhos por meio de nossos jovens atletas. Gostaria de concluir agradecendo à Federação Internacional de Judô, que deu o exemplo aqui no Chade. "


Se o projeto já nasceu há dez anos, é porque a fase de preparação e obtenção de todas as autorizações foi longa, mas a construção em si levou apenas duas semanas graças ao trabalho árduo da equipe técnica da IJF, da equipe de construção e do judoca voluntário .

Felix Fofiu, engenheiro-chefe do Projeto IJF Dojo explicou: " Quando iniciamos esse projeto, há uma longa fase de preparação. A primeira parte é sobre pesquisar se o projeto é viável. Depois, precisamos de todas as autorizações das autoridades locais. Quando finalmente podemos iniciar a construção, fazemos primeiro a laje de concreto, com a ajuda de empresas locais. Em paralelo, a estrutura do prédio é feita na Espanha pela Vall Structures. Isso leva cerca de um mês. Depois de tudo enviado podemos iniciar a fase final e essa parte, aqui no Chade, demorou duas semanas.

Passamos vários anos estudando soluções diferentes. O Centro é composto por dois edifícios: os vestiários e o próprio dojo. Desenhei o conceito e coordeno tudo do início ao fim. Aqui nós tivemos quatro especialistas em montagem do fabricante espanhol e até 10 judocas voluntários locais, que foram realmente úteis e que são a razão de termos terminado a construção tão rápido. "

Abakar Djermah e Felix Fofiu

O Sr. Fofiu estava claramente orgulhoso e na inauguração também falou, " Em nome da Federação Internacional de Judô e do Presidente da IJF, Sr. Marius Vizer, estamos orgulhosos de inaugurar o dojo que construímos para o benefício da Federação de Judô do Chade e toda a Família Chadiana do Judô. Esperamos que isso sirva para um desenvolvimento acelerado do judô no Chade e em toda a região. Obrigado, Presidente Abakar Djermah e ao judoca que ajudaram na construção do dojo. "

Após anos de treinamento em condições difíceis, este dojo abre novas oportunidades para o judô no Chade e na região, como foi o caso da Zâmbia e Mali, por exemplo, onde a IJF construiu outros dojos nos últimos anos. Para todos os judocas esta inauguração foi um presente extraordinário no final deste ano. Desejamos-lhes boa sorte e tudo de bom para o futuro. ”


Informação técnica

• Prédio com vestiários: 107 m2, divididos em dois vestiários, masculino e feminino, cada um com ducha e sanitários.

• O edifício dos camarins e a laje de concreto do dojo foram construídos por uma empresa de construção local e com materiais locais.

• Dojo: salão de 650 m2, destinado principalmente ao treinamento de judô, mas que também pode ser utilizado para competições.

• O dojo é feito de uma estrutura de moldura de alumínio de alta resistência, muito fácil de transportar e instalar (dois dias).

• Quanto à estrutura do edifício, optou-se por um sistema que dê proteção contra o calor do exterior.

• O dojo está equipado com 30 projetores de LED, luzes de saída de emergência automática e muitas tomadas. Extratores de ar irão garantir a ventilação do dojo.

Por: Nicolas Messner - Federação Internacional de Judô

Jornadas Heroicas: José Vicente Marino realiza depoimento sobre estratégia

Este vídeo introduz a ESTRATÉGIA, uma das competências que segundo a teoria do Esportismo você pode adquirir na prática esportiva e depois pode aplicar na vida profissional.

Para demonstrar as contribuições dessa competência, apresentamos o depoimento de José Vicente Marino atleta que já comandou empresas como Flora e Avon, cuja trajetória é detalhada na obra "Jornadas Heroicas".

Adquira seu livro na Amazon, ou nas melhores livrarias ou ainda mande e-mail para contato@icijudo.com.br

Por: ASCOM ICI


FIJ: Clarisse e Saeid


Queremos fugir dos estereótipos e usar as estatísticas de forma subjetiva. Queremos fazer isso para estabelecer quem foi a mulher e o homem do ano. Fazemo-lo assim para chegar a um terreno pouco quantificável, espaços reservados a sensações que também são arquitectos de vitórias ou derrotas. Esta é uma premiação totalmente parcial porque o esporte não seria o que é sem o aspecto mais essencial do ser humano: os sentimentos.

Clarisse Agbégnénou

Ela é Clarisse Agbégnénou. Se estivéssemos falando apenas de medalhas, é provável que o nome dela fosse concedido de qualquer maneira. A francesa foi a única atleta a ter conquistado títulos mundiais e olímpicos no mesmo ano. Para finalizar, Clarisse pode se orgulhar de não ter perdido nenhuma partida desde 2019. Este ano ela participou de três torneios, que não são muitos, mas os selecionou com cautela: master, campeonato mundial e olimpíada. Estes são os dados, frios e precisos. Para nós, o importante está em outro lugar. 

Clarisse Agbégnénou derrotando Tina Trstenjak

Clarisse é a melhor da categoria, -63kg, há cinco anos. Ela garantiu que Teddy Riner não seja mais falado exclusivamente no que se refere ao judô francês. Agora ela também é uma líder de público. Clarisse ajuda outras pessoas por meio de inúmeros planos e ações sociais, como muitos, dirão alguns. É verdade, mas ela faz isso com base em sua experiência pessoal, então ela se envolve mais. Ela tem status de estrela, mas ainda está perto e fala com todos. Por fim, ela continua uma raiva no tatame. O dela é um judô potente, forte, cheio de vontade e aquela força que a alimenta para saber o que quer. Ela exerce seu domínio com elegância, tem classe e não conhecemos nenhum jornalista que fale mal dela. Clarisse desperta simpatia por onde passa e suas lágrimas são torrentes de honestidade. Ninguém foi insensível ao seu título olímpico, nem mesmo sua rival e amiga Tina Trstenjak. Aquele abraço das duas na final de Tóquio foi a vitória do judô, o testamento vital de Clarisse. Quando ela está por perto está tudo bem e quando não está ainda está presente porque a sua ausência pesa como uma pedra. Ela mantém as coisas funcionando bem, não deixa espaço para surpresas e isso não nos incomoda, embora devesse. O dia em que ela realmente for embora será como o divórcio dos filhos e depois tiraremos o álbum de fotos para mantê-la por perto. Na realidade, Clarisse tem muito do que muitos outros nunca terão e isso é carisma. Ela mantém as coisas funcionando bem, não deixa espaço para surpresas e isso não nos incomoda, embora devesse. O dia em que ela realmente for embora será como o divórcio dos filhos e depois tiraremos o álbum de fotos para mantê-la por perto. Na realidade, Clarisse tem muito do que muitos outros nunca terão e isso é carisma. Ela mantém as coisas funcionando bem, não deixa espaço para surpresas e isso não nos incomoda, embora devesse. O dia em que ela realmente for embora será como o divórcio dos filhos e depois tiraremos o álbum de fotos para mantê-la por perto. Na realidade, Clarisse tem muito do que muitos outros nunca terão e isso é carisma. 

Saeid Mollaei

Ele é Saeid Mollaei. Ele nasceu no Irã, mora na Alemanha e concorre com um passaporte mongol. Ele não tem, por grande margem, o recorde de Clarisse, embora tenha sido campeão mundial em 2018. Este ano ele já conquistou medalhas, mas nenhum título. Porém, para nós, ele é o homem do ano. 

Saeid Mollaei derrotando Tato Grigalashvili

Saeid é um homem de honra, a sua palavra é sagrada e os factos o comprovam. O que Saeid viveu é algo inusitado, principalmente no mundo dos esportes, não pelo que aconteceu, mas pela forma como ele reagiu. Muitos regimes oprimem e atletas também são vítimas. Saeid decidiu enfrentar um governo, um estado, por princípio, porque era justo e ele queria ser livre. Essa história é conhecida, mas é sua e para ele nunca terá fim. O que acabou este ano é a ansiedade pela necessidade de fazer bem as coisas, de agradecer a quem sempre esteve ao seu lado, principalmente nos momentos mais difíceis. Saeid lutou com seu judô por dois anos, não conseguindo mostrar seu imenso talento. As derrotas cresciam, a frustração aumentava. Assim, em vez de se lamentar e se resignar, Saeid fez uma promessa, a de uma medalha olímpica. Não era segredo, ele prometia em voz alta e repetia após cada falha. Tóquio foi para ele a redenção absoluta, o pagamento de uma dívida moral com os pais que ele não pode ver, alguns amigos que cuidam dele e garantem sua segurança, uma esposa que é o mastro ao qual ele se agarra no meio da tempestade. 

Takanori Nagase e Saeid Mollaei antes da final olímpica

Saeid chegou ao Japão quase incógnito. Sua categoria, -81 kg, é mais imprevisível do que uma roda de roleta de cassino. Havia outros, aparentemente mais aptos durante o ano, mais jovens, com menos cicatrizes morais e sem peso na consciência. Saeid foi quem teve que atravessar o deserto sem ajuda e quase sem água. Isso era Tóquio para ele. Quando ganhou a semifinal contra o austríaco Borchashvili, os presentes choraram mais do que ele e sentimos pena do seu rival, mas foi a promessa finalmente cumprida e com um ippon feito em Mollaei. Significou um alívio infinito, o oásis no final da estrada, a razão última de todas as suas decisões. Saeid é um bom homem que sofreu o que nenhum atleta deveria experimentar, porque isso não é esporte. Ele sempre quis se afastar da política e praticar judô sem entender que tudo é política, mesmo que a gente não goste. No final, seu prêmio foi de prata porque Saeid não encontrou a chave para abrir a fechadura do Nagase do Japão, mas foi a prata mais saborosa de sua carreira, compartilhada por todos e respeitada como se fosse ouro. A estrada dele era sinuosa. 

Clarisse Agbégnénou

É por isso que Clarisse e Saeid são os nossos escolhidos, porque têm outra coisa, a capacidade de fazer chorar com atos simples, porque são movidos por impulsos pessoais e valores inegociáveis. É uma luta diária. Fazê-lo com classe e sem sair do roteiro está ao alcance de poucos. 

Fotos: Gabriela Sabau e Emanuele Di Feliciantonio

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

CBJ publica "Programa de Desenvolvimento Esportivo das Equipes de Transição da CBJ"


A Confederação Brasileira de Judô (CBJ), através da Gestão de Equipes de Transição, publicou o  "Programa de Desenvolvimento Esportivo das Equipes de Transição da CBJ".

"Alinhados à missão, visão e valores da CBJ, a Gestão das Equipes de Transição vem aperfeiçoando uma série de processos internos por meio de avaliações, registros e discussões com os treinadores e clubes formadores de atletas.

Com o objetivo de oferecer maior publicidade e transparência a esses processos e promover um alinhamento nacional entre as partes interessadas, elaboramos um documento norteador, visando auxiliar os treinadores de todo o Brasil no desenvolvimento dos seus atletas.

Entendemos que o Judô nacional alcançou o atual patamar de crescimento em face da autonomia que clubes e academias promovem seus trabalhos, contudo também existem muitas dificuldades específicas para cada instituição e suas respectivas federações estaduais. 

Neste sentido, buscamos nesse documento apresentar alguns indicativos de modo a auxiliar a organização de programas de treinamento e a realização de controles de forma alinhada às ações desenvolvidas na Seleção Brasileira de Transição.

Compreendemos que é um pequeno passo, mas sem dúvidas um passo fundamental para entregar aos nossos senseis um material de qualidade, com informações significativas, que servirá como apoio pedagógico e estratégico para o desenvolvimento do seu trabalho", escreveu Marcelo Theotonio.

Participaram deste projeto: 

Equipe de transição: Andrea Berti Guedes, alexandre Katsuragi, Douglas Potrich, Douglas Vieira, José Olívio, Marcus Agostinho e Marcelo Theotônio.

Consultores acadêmicos: Leandro Mazzei e Emerson Franchini

Especialistas convidados: Cristian Trajano, Guilherme Artioli, Mateus Saito, Roberta Lima e Thiago Ferreira.

Clique aqui e confira o documento na íntegra.

Por: Assessoria de Imprensa da CBJ


segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

FIJ: A Memória do Judô


Sentimo-nos um pouco culpados por colocar nossos colegas para trabalhar antes das férias. Enquanto a maioria prepara almoços e jantares especiais, pedimos a eles que olhem para trás mais uma vez, antes que o ano acabe. Eles são nossos fotógrafos e guardam em suas câmeras a memória do judô, em seu ano mais difícil. Desta vez, não pedimos que informem, mas que se envolvam. Queremos que eles escolham suas melhores composições e nos expliquem os motivos por que são profissionais e artistas. Eles raramente revelam suas opiniões, mas desta vez o fazem. Portanto, embora nos sintamos culpados, não pedimos perdão.

Emmanuele Di Feliciantonio

Poderá comprovar que não são as fotos mais bonitas, nem as mais espetaculares. Destes têm milhares, que publicamos ao longo do ano, acompanhando e aprimorando nossos artigos. Não é sobre isso agora; desta vez, queremos mergulhar na alma de alguns trabalhadores silenciosos. Por uma vez, eles falam e não vamos estragar tudo.

Começamos com Lars Moeller porque ele foi o primeiro a responder. Ele não precisa de grandes discursos para explicar sua escolha.  

Foto feita por Lars Moeller
Foto 1

“Ippon em 12 segundos! Do que se trata a fotografia de ação de judô: estar acordado e alerta e receber a única foto daquela luta. Há um bom detalhe com o tempo em segundo plano. ” 

Foto feita por Lars Moeller
Foto 2

"Preparação intensa da seleção alemã para o Campeonato Mundial na Hungria. O judô é um esporte cheio de ação e as imagens de ação são a esmagadora maioria. Gosto dessa foto porque não é uma ação de judô, mas é igualmente intensa." 

Emmanuele Di Feliciantonio fala um pouco mais; ele é italiano por um motivo.  

Foto feita por Emmanuele Di Feliciantonio

Foto 1: Paula Pareto, repescagem olímpica, –48Kg 

“Este é o abraço que reúne todos os sacrifícios de uma carreira; esse é o abraço que liberta o atleta. É uma expressão de alegria, sacrifício, metas alcançadas e derrotas. É também o pôr-do-sol de uma história esportiva e humana maravilhosa e com esta foto é certo agradecer a uma lenda do judô. ” 

Foto feita por Emmanuele Di Feliciantonio

Foto 2: Lukas Krpalek, final olímpica, + 100Kg 

“O trabalho compensa e também a consistência. Neste exato momento todos os sacrifícios deste grande atleta deram o resultado desejado. Nesse momento, Lukas se tornou uma lenda. O mais difícil não é ganhar a medalha, o mais difícil é conquistá-la novamente. E se você ganhar em outra categoria, tem um sabor completamente diferente. Estar lá e tirar esta foto torna meu trabalho realmente inestimável. ”

Ainda faltam quatro fotos, duas de Marina Mayorova e outras duas da chefe do grupo, Gabriela Sabau. Começamos com Marina.  

Foto feita por Marina Mayorova
Foto 1: 

“Jorge Fonseca é uma pessoa que demonstra todos os dias força de vontade, sede de vida, amor pela vida e capacidade de aproveitar o momento. Ele é um grande atleta e um grande artista, capaz de dar show em qualquer situação. ” 

Foto feita por Marina Mayorova
Foto 2: 

“Veteranos entre os veteranos! Principalmente nos grupos mais antigos, é o evento mais emocionante do judô. Esses atletas de cabelos grisalhos que mantiveram o desejo de competir, são os mais capazes de aproveitar as oportunidades de realmente viver, viajar, se comunicar com os amigos, lutar e vencer. O aspecto mais importante de tudo é desfrutar de tudo isso e por isso estou sempre vigilante por eles. ”

Agora é a vez de Gabriela. 

Foto feita por Gabriela Sabau
Foto 1: 

“Esta foto de Saeid Mollaei e do Presidente da Federação de Judô de Israel, Sr. Moshe Ponte, foi tirada durante o Grand Slam de Tel Aviv de 2021, depois que Saeid ganhou a medalha de prata com -81 kg. Após a cerimônia de premiação, Saeid desceu do pódio e colocou sua medalha no pescoço do Sr. Ponte. ”  

Foto feita por Gabriela Sabau
Foto 2: 

“Minha segunda escolha para 2021 é a foto com a equipe vencedora da primeira competição de equipes mistas nos Jogos Olímpicos. É uma foto que ilustra a alegria depois do árduo trabalho de uma longa jornada, de anos sendo sempre a segunda equipe. Na competição mais importante eles venceram e o mundo viu que o judô também pode ser um esporte coletivo. Escolhi esse ângulo específico porque, para mim, ele capta perfeitamente o espírito e a unidade da equipe. 

Gabriela Sabau e Marina Mayorova

Todos os quatro estão acostumados a se expressar por meio de suas imagens, embora sejam neutros. Ninguém sabe o que pensam disso ou daquilo. Por isso queríamos conhecê-los um pouco melhor e que eles nos ensinassem um pouco sobre o que têm dentro de nós. No próximo ano, nos sentiremos culpados novamente e faremos isso de novo de qualquer maneira. 

Fotos: Gabriela Sabau, Marina Mayorova, Emanuele Di Feliciantonio, Lars Moeller Jensen




FIJ divulga os resultados do Judo Awards 2021. Judoquinhas é top five!


A Federação Internacional de judô divulgou os resultados do IJF Judo Awards 2021. O vídeo acima apresenta o programa da premiação na íntegra. Mas os resultados estão descritos abaixo:

• Conquista de Coaching do ano: Driton Kuka, Kosovo
• Judo para crianças: Judo pela Paz Kilis, Turquia
• Judô pela Paz: Federações de Israel e da Arábia Saudita: partida na Olimpíada de Tóquio
• Herói da comunidade: Sabrina Filzmoser, Áustria
• Ippon do ano: Angelo Pantano, Itália
• Estrela em ascensão: Ilia Sulamanidze, Geórgia
• Judoca feminina do ano: Distria Krasniqi, Kosovo
• Judoca masculino do ano: Lasha Shavdatuashvili, Geórgia
• Momento do ano: Sarah Asahina, Japão

Brasil teve representante na premiação

O Canal Brasileiro Judoquinhas, da professora Patrícia Amaral e sua família, concorreu ao prêmio na categoria Judô para Crianças e fechou 2021 nos top five!

Professora Patrícia Amaral (foto arquivo pessoal)

"Momento único, para guardar para sempre! Para nos inspirar e nos encorajar a prosseguir!

Top 5 do Mundoooo!

Somos uma só família, a família do judô, e estamos aprendendo uns com os outros o tempo todo! Que todos nós possamos sempre honrar o único objetivo: JITA KYOEI!

Muito obrigada a Federação Internacional de Judô, em especial, queremos agradecer a Leandra Freitas,  por olhar para o nosso trabalho, olhar para a nossa família, e dedicar a nós esta honra. Não vencemos a premiação, mas sentarmos lado a lado com os melhores programas de judô infantil do mundo e participarmos desta celebração foi um grande presente para a nossa família!

Queremos agradecer a Deus, que nos entregou o Judoquinhas para administrar! 

Agradecemos às nossas famílias, ao Judocas de Cristo Missão Internacional e a toda comunidade Judoquinhas! 

Obrigada a todos os nossos novos amigos nessa jornada, todas as famílias que nos acompanham!

O evento está disponível no canal da IJF no Youtube.

* Agradeço ao meu pai que  um dia me perguntou: 'por que você não cria os seus próprios personagens de judô e faz um canal para crianças?' (Saudades, pai, para sempre o vovô de judoquinha)", disse Paricia Amaral em seu perfil em uma rede social.

O boletim OSOTOGARI parabeniza a equipe/família Judoquinhas pelo excelente trabalho realizado e pelas conquistas!

Por: Boletim OSOTOGARI



Ceará: Judoca cearense conquista medalha no Brasileiro Sênior 2021


Entre os dias 22 e 27 de novembro 2021 a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) realizou o Campeonato Brasileiro de Judô - SÊNIOR Feminino e Masculino na Arena CBJ, em Pindamonhangaba, São Paulo.

Representaram a Federação Cearense de Judô (FECJU) os seguintes judocas: 

Feminino: Danielly da Silva (-63kg), Erika Hellen (-70kg), Mariana Pinheiro (-78kg) e Gláucia Lima (+78kg);

Masculino: Jefferson Gutierrez (-60kg) e Joel Félix (-66kg);

O técnico da delegação cearense foi o professor Ângelo Sampaio.

A judoca Érika Hellen conquistou a medalha de prata na competição e Mariana Pinheiro a sétima colocação.

Por: FECJU

domingo, 19 de dezembro de 2021

Febaju comemora sucesso da 2ª edição da Copa Judô do Vale, em Juazeiro


Em 12 de dezembro, domingo, a Federação Baiana de Judô (Febaju) promoveu a 2ª edição da Copa Judô do Vale, no município de Juazeiro. Com a participação de 286 atletas, a atividade contou com apoio do governo estadual, através da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb) e da Prefeitura Municipal de Juazeiro.


O evento, que tem por finalidade fomentar a prática da modalidade no Vale do São Francisco, contou com o apoio do Deputado Estadual Zó Lima, que contribuiu na articulação para viabilidade da copa. Na oportunidade, o deputado confirmou apoio para a 3ª da Copa Judô do Vale em 2022, além da Super Etapa do Circuito Baiano que acontecerá em Juazeiro.


No sábado (11), aconteceu a Clínica de Arbitragem, ministrada pelo sensei Angel Peleteiro (FIJ A), onde foi abordada a atualização e aplicação das regras de arbitragem. Já o sensei Maicon França, ex-atleta da Seleção Brasileira e Coordenador do projeto Judô nas Escolas, foi o responsável por ministrar a palestra do Credenciamento Técnico sobre o treinamento para atletas de alto rendimento e a importância da formação continuada para professores de judô.

Participaram da atividade as seguintes academias/clubes: Associação de Judô Conde Koma; Associação Nihon de Judô; Associação Petrolinense de Judô; Clube Itapagipano de Judô; Clube Judô Juazeiro; Equipe Miranda de Judô; Judô Clube Kodokan e Judô Samurai-kan

Thaís Brandão - Assessoria de Comunicação da Federação Baiana de Judô (FEBAJU)


sábado, 18 de dezembro de 2021

Paraná: Natasha Ferreira se garante e conquista vaga na Seleção 2022


A Confederação Brasileira de Judô formou, nesta quarta-feira, 15, a Seleção Brasileira de Judô Feminina que representará o Brasil no primeiro ano do ciclo Paris 2024. Depois de um longo dia de competição, 14 atletas – 2 por categoria – foram classificadas para integrar a equipe principal. O resultado final trouxe uma grande renovação para o time brasileiro, que contará com oito estreantes. 

No peso Ligeiro (48kg), Amanda Lima (MG), de 22 anos, passou em primeiro lugar e terá a companhia de Natasha Ferreira (PR), também de 22 anos, ambas novatas na seleção. Gabriela Chibana, que representou o Brasil em Tóquio, não lutou a Seletiva e Nathália Brígida, que também brigou pela vaga do 48kg no ciclo passado lutou no 52kg e não conseguiu se classificar.  

Nessa categoria, os grandes destaques foram Yasmim Lima (RJ), de 25 anos, e Maria Taba (MG), de 22 anos, que levaram a melhor na fase final e se garantiram na equipe principal pela primeira vez. A grande surpresa dessa categoria foi a eliminação precoce de Larissa Pimenta (SP), que representou muito bem o Brasil nos Jogos de Tóquio, mas que acabou caindo na repescagem das eliminatórias para Gabriela Conceição (MG) depois de perder nas quartas para Jaqueline Nascimento (MG).  

O peso leve (57kg) terá a campeã olímpica Rafaela Silva (RJ), que foi dispensada da Seletiva pelo critério de medalhista olímpica no Rio 2016, ao lado de Jéssica Lima (RS), de 24 anos, e da jovem Thayane Lemos (RJ), que ainda é da seleção júnior.  

Aléxia Castilhos (RS), que já era da seleção, defendeu bem seu posto e manteve a vaga para 2022 passando em primeiro lugar na Seletiva. Ela terá a companhia de Tamires Crude (RJ), que retorna à seleção em nova categoria depois de representar o Brasil no peso Leve (57kg). Ketleyn Quadros (RS), que ficou não precisou lutar a Seletiva pelo critério de ter ficado em 7º lugar em Tóquio, e está garantida na seleção.  

O peso médio (70kg) terá a novata Luana Carvalho (RJ), de apenas 19 anos, medalhista de bronze no Mundial Júnior deste ano, e a experiente Maria Portela (RS), que chegou a perder para Luana na fase eliminatória, mas recuperou-se na poule e venceu todas as lutas para se manter na seleção. Luana garantiu sua vaga batendo Ellen Santana (SP) na última luta do quadrangular.  

No meio-pesado, além de Mayra Aguiar (RS), medalhista em Tóquio e, portanto, dispensada da Seletiva, o Brasil contará com a novata Beatriz Freitas (SP), de apenas 19 anos, e pela experiente Nathália Parisoto (RS).  

O peso pesado (+78kg) terá Maria Suelen Altheman (SP), que ficou em 7º nos Jogos de Tóquio, e foi dispensada da Seletiva, ao lado de Beatriz Souza (SP), atual número 2 do mundo, que dominou suas adversárias na Seletiva e manteve sua posição na equipe principal. Camila Yamakawa (MS) retorna à seleção principal fechando o grupo de 18 judocas brasileiras na seleção 2022.  

Essas atletas entram na zona de investimento direto da CBJ e participarão de etapas do Circuito Mundial IJF em busca da classificação para o Mundial de 2022, que acontecerá em agosto. Uma nova Seletiva será realizada em setembro de 2022 para, novamente, formar o grupo de atletas que rodarão o circuito no restante do ciclo. 

Com informações da Saaessoria de Imprensa da CBJ


sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Rio de Janeiro: Aos 19 anos, Ryan Conceição chega à Seleção Brasileira Sênior na categoria ligeiro


A coroação de um ano mágico. Assim pode ser definida a classificação de Ryan Conceição (60kg/Associação Nagai) para a seleção brasileira de judô. O jovem de apenas 19 anos amontou ouros em sua prateleira em 2021: campeão do Carioca no Sub 21 e no Sênior, campeão do Estadual no Sub 21 – e bronze no Sênior -, campeão do Torneio Encerramento Sub 21 e Sênior, campeão Brasileiro Sub e, agora, segundo colocado na Seletiva Nacional – Projeto Paris 2024. Com o desempenho na competição disputada nesta sexta, 17/12, em Pindamonhangaba (SP), ele garante a vaga entre os judocas que a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) enviará para as competições internacionais em 2022 e terá a chance de buscar pontos no ranking mundial e, consequentemente, entrar na briga pela vaga nos Jogos Olímpicos Paris 2024.

“É muito importante pra mim. Tenho esse sonho já faz tempo, mas não é um sonho só meu. É meu, da minha sensei, dos meus amigos. Cheguei aqui um pouquinho desacreditado, não que eu não achasse que era capaz, mas é que tudo está acontecendo tão rápido! É tudo fruto do que minha sensei sonhou pra mim. Mesmo sendo de uma equipe pequena, a gente está sempre lá treinando, sempre dando o meu máximo. Acho que hoje eu dei muito orgulho pra minha sensei, pra minha família e pros meus amigos. Quero muito inspirar os outros judocas da minha equipe para que eles vejam que é possível”, disse o judoca do projeto social da sensei Silvana Nagai, no Complexo do Alemão, um dos maiores conglomerados de favelas do Brasil.

Ryan começou com vitória sobre Bruno Watanabe (MG) por ippon e depois, na semifinal da chave, derrotou Allan Kuwabara por waza-ari, garantindo a vaga na poule. Na fase de todos contra todos, vitória por waza-ari sobre Felipe Santos (MG) e por ippon sobre Matheus Takaki (DF), o que já garantia a classificação porque Kuwabara também havia vencido as suas duas lutas. Na decisão da primeira colocação, o jovem Ryan acabou derrotado pelo experiente Allan, medalhista em Mundial Júnior de 2011 e com dois ciclos olímpicos já orbitando a seleção. Um grande desempenho do judoca de 19 anos.

“A gente acredita que esse seja o processo mais justo, democrático e que, apesar de ser em apenas um dia, é como acontece num Mundial, numa Olimpíada”, resume o gerente de Alto Rendimento da CBJ, Ney Wilson Pereira.

Na seleção, Ryan vai se juntar a Yasmim Lima (52kg/Instituto Reação), Thayane Lemos (57kg/Instituto Reação), Tamires Crude (63kg/Instituto Reação) e Luana de Carvalho (70kg/Umbra-Vasco) que também passaram pela Seletiva e a Rafaela Silva (57kg/Flamengo), medalhista olímpica na Rio 2016 e, por isso, dispensada da disputa do processo.

Na Seletiva masculina, o segundo melhor desempenho dentre os atletas do Time Judô Rio foi de Pedro Medeiros (73kg/Umbra-Vasco). Ele venceu Gustavo Siqueira (MG) por ippon na primeira luta da chave. Na sequência, derrotou Igor Silva (RS) por ippon e fechou a participação na primeira fase com a terceira vitória, outro ippon, sobre Gabriel Lira (73kg/Instituto Reação). Gabriel que já havia passado por Jonas Ribeiro (SP) e Paulo Cruz (BA), acabou caindo na repescagem para David Lima (RS) e ficou fora da poule. Na fase de todos contra todos, Pedro não conseguiu repetir o grande desempenho na chave e acabou derrotado por David Lima (RS), Jeferson Santos Jr (SP) e Júlio Koda Filho (MG).

Além dos três, a FJERJ também foi representada por Matheus Pereira (66kg/Instituto Reação), Talles Leandro (66kg/Instituto Reação), Cauan Mendes (66kg/Flamengo), Lucas Silva (73kg/Flamengo), Renan Furtado (81kg/Instituto Reação), Kauan dos Santos (81kg/Flamengo), Cleyanderson da Silva (90kg/Jequiá IC), Gustavo Assis (90kg/Instituto Reação), Yuri Gomes (100kg/JC Leonardo Lara), Daniel Nazaré (100kg/Flamengo), Yuri Santos (+100kg/Umbra-Vasco), Ruan Silva (+100kg/Instituto Reação) e Arthur Barboza (+100kg/Instituto Reação), que não conseguiram avançar na primeira fase.

Dois atletas por categoria foram apurados na Seletiva, que reuniu 104 atletas de 42 clubes em um dia inteiro de disputas. “O nível de competitividade foi bem elevado em algumas categorias. Em poucas o campeão teve três vitórias na poule. É um aspecto que tem que ser considerado, um parâmetro importante que, quando se junta os quatro melhores na poule, a disputa é muito parelha. É claro, é o início de um trabalho e eu acredito que, em setembro, estaremos em outro patamar”, comentou Kiko Pereira, o novo técnico da seleção masculina de judô.

Por: Valter França - Time Judô Rio

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