quinta-feira, 29 de julho de 2021

TÓQUIO 2020 - HISTÓRICO! Mayra Aguiar vence sul-coreana e conquista sua terceira medalha de bronze em Jogos Olímpicos


Tóquio, 29 de julho - Mayra Aguiar (78kg) chegou, pela terceira vez consecutiva, ao pódio olímpico e de forma emocionante, na madrugada desta quinta-feira, 29. Depois de vencer a primeira luta e cair nas quartas-de-final, a brasileira buscou uma recuperação na repescagem, vencendo Aleksandra Babintseva (RUS) e, em seguida, imobilizou Yoon Hyunji, da Coreia do Sul, por 20 segundos para assegurar sua terceira medalha de bronze olímpica. O feito é inédito entre as atletas mulheres de esportes individuais do Brasil. 

A medalha vem dez meses após Mayra sofrer uma grave lesão no joelho esquerdo que a fez passar por uma cirurgia e a afastou dos tatames até junho, quando lutou o Mundial, em Budapeste. As incertezas e as dificuldades superadas pela lesão e pela pandemia trouxeram um peso maior à essa conquista para a atleta.  

“Nunca chorei tanto. Estava chorando igual criança ali. É que está muito entalado. Tudo o que eu vivi, foi muito tempo de superação, uma atrás da outra. E, hoje, poder concretizar com uma medalha é muito importante para mim. É a maior conquista que eu já tive em toda a minha carreira. Por tudo o que aconteceu, tudo o que vivi, poder estar com isso concretizado é muito gostoso, está sendo muito bom”, celebrou a atleta.

O caminho da medalha 

Nas preliminares, Mayra venceu Inbar Lanir, de Israel, com um belo ippon e avançou às quartas-de-final, onde encarou a atual campeã mundial, Anna-Maria Wagner, da Alemanha. Em luta muito equilibrada, a brasileira acabou levando duas punições e precisou abrir ataques para não ser punida novamente. Em uma entrada, levou o contra-golpe, no golden score, e Wagner marcou o waza-ari que lhe garantiu nas semifinais.  

Para manter vivo o sonho da terceira medalha, Mayra precisou, então, passar pela russa Aleksandra Babintseva, na repescagem. Levando vantagem nas trocas de pegadas, a brasileira conseguiu forçar três erros da russa que, por fim, levou uma punição por saída de área, o que garantiu Mayra na disputa de bronze.  

Yoon veio das semifinais depois de perder, também nos shidos, para a francesa Madeleine Malonga. Mas, logos nos primeiros minutos de luta, Mayra se impôs e encaixou uma sequência de golpe com transição ao chão para imobilizar a coreana e garantir a 24ª medalha da história do judô brasileiro.  

Buzacarini cai para campeão europeu 

Na chave masculina do meio-pesado, o Brasil foi representado nesta quinta por Rafael Buzacarini, que lutava bem contra Toma Nikiforov, da Bélgica, mas caiu de waza-ari a 30 segundos do fim da luta.  

"Eu já tinha enfrentado ele. Minha estratégia era deixar a lutar seguir, ir longe, eu tinha recurso, tinha físico e estava preparado para ir longe. Na luta, eu até senti que ele estava cansando, mas foi um momento ali que eu acabei errando, andando para cima e ele acertou um golpe. Tive que abrir no final da luta e acabei perdendo. Difícil. Foram cinco anos treinando, mesmo dentro das adversidades, treinando para chegar mesmo que fossem dez minutos eu aguentar. Queria sair com a medalha”, lamentou Buzacarini. 

O judô brasileiro já conquistou uma medalha de bronze, com Daniel Cargnin, no segundo dia de competição, e um sétimo lugar, com Ketleyn Quadros, no quarto dia. 

Por: Assessoria de Imprensa da CBJ


Tóquio 2020 - O Invencível Hamada e o Lobo


No penúltimo dia do torneio olímpico individual de judô, assistimos mais uma vez a uma manifestação do judoca japonês, que conquistou os dois títulos, dominando todos os adversários. Se a dominação for óbvia, isso não significa que tudo está fácil, mas a equipe nipônica, comandada por Kosei Inoue, que já superou sua aposta, tem a capacidade de subir de nível em momentos cruciais.

Foi o que Aaron WOLF fez para lançar o adversário na final, quando tudo parecia congelado. Foi o que fez HAMADA contra a francesa que a havia derrotado na final do Mundial 2019, aqui em Tóquio. Desta vez, HAMADA não pretendia deixar sua chance passar.

Se o domínio japonês é indiscutível, até lógico, muitos países também estão presentes no grande encontro olímpico. Ainda hoje é o caso da França, que depois de um dia sem medalha, está de volta ao pódio. Também é bom ver tantos países ganhando medalhas. Com um dia de competição individual faltando, 22 nações já alcançaram o pódio e 33 entraram no bloco final. Agora estamos ansiosos para o dia dos pesos pesados. O Japão conseguirá dominar ou Teddy Riner fará história? Outras nações trarão spoilers? Descobriremos no dia 7, mas estamos muito impacientes.

-78 kg: HAMADA para o Japão esmaga todos os desafiadores
 finais
 MALONGA, Madeleine (FRA) vs HAMADA, Shori (JPN)

Mesmo com MALONGA sendo o número um do mundo e campeão mundial de 2019 aqui em Tóquio, o que HAMADA mostrou durante o dia é particularmente impressionante e trouxe motivos para os franceses ficarem um pouco assustados. Os especialistas diriam, antes do primeiro hajime, que MALONGA teve que se vigiar em ne-waza e foi assim que caiu. Durante a primeira sequência no chão, HAMADA calmy desdobrou a judoca francesa para imobilizá-la e ganhar o 7º título para o Japão, esmagando todos os adversários.


HAMADA Shori disse: " Senti-me muito bem por usar a contenção na final e antes dos Jogos treinei muito ne-waza. Lembrei-me da minha derrota contra o Malonga há 2 anos, então o plano era não cometer o mesmo erro. Eu queria chegar perto e começar o ne-waza o mais rápido possível porque sabia que seria o ponto fraco dela. "


Madeleine MALONGA disse: " Estou muito decepcionada. Eu queria muito esse título. Ontem fiquei tão triste por Pinot que hoje lutei por ela também. Este ano perdi meu título mundial e agora tenho a prata de novo. É um ótimo resultado, mas não vou parar até conseguir o ouro olímpico. "


Concursos para medalha de bronze
 ANTOMARCHI, Kaliema (CUB) vs WAGNER, Anna-Maria (GER) AGUIAR, Mayra (BRA) vs YOON, Hyunji (KOR)

No meio do caminho, Anna-Maria WAGNER (GER) acertou um waza-ari com um amplo uchi-mata, mas o mais difícil foi manter essa vantagem até o final, com um tornado cubano pela frente. A nova campeã mundial controlou os kumi-kata de seu oponente até o último segundo e deixou sua alegria explodir com esta segunda medalha para a delegação alemã.

Na segunda disputa pela medalha de bronze, Mayra AGUIAR (BRA) conquistou sua terceira medalha nos Jogos Olímpicos. Este é um resultado impressionante para o ex-campeão mundial que foi vítima de lesões nos últimos meses. Grandes campeãs nunca desistem e hoje ela está de volta ao seu melhor nível para conquistar a segunda medalha de bronze para a delegação brasileira.


Anna-Maria WAGNER disse: " Estou muito feliz por terminar este dia com uma medalha, mesmo que procurasse outra cor. Fiz isso no ataque, sempre à procura do ippon. "

MAYRA AGUIAR: " É a melhor medalha de toda a minha carreira. Depois de tudo o que aconteceu com as lesões e o Covid, esta medalha tem gosto de ouro. Agora posso voltar para casa feliz porque estou curtindo o judô de novo. "


Semi-finais
 MALONGA, Madeleine (FRA) vs YOON, Hyunji (KOR) HAMADA, Shori (JPN) vs WAGNER, Anna-Maria (GER)

Madeleine MALONGA (FRA) era a favorita e parece que deu tudo certo, estando ela na semifinal, mas a verdade é que a sua quartas-de-final contra Kaliema ANTOMARCHI (CUB) foi super apertada e poderia ter ido para o outro lado. As francesas, no período do placar de ouro, encontraram energia para marcar e ir ao encontro de YOON Hyunji (KOR), que derrotou a semeadora Guusje STEENHUIS (NED) pela vaga na final. Não houve uma semifinal real, já que o coreano foi penalizado três vezes rapidamente, a última por ter saído da área de competição, abrindo as portas da final para os franceses.

Na outra semifinal se enfrentaram os dois favoritos da segunda metade do sorteio. Anna-Maria WAGNER venceu o Campeonato Mundial na Hungria há um mês e meio. Sabendo que pode fazer de novo, ficou super motivada na manhã do torneio em Tóquio e depois de mais uma partida acirrada, contra Mayra AGUIAR, que está no circuito há muitos anos e hoje mostrou grande forma, Wagner fez o que foi necessário. Como todos os olhos estavam voltados para o outro competidor, as pessoas quase se esqueceram de ver que HAMADA Shori também se classificou para a semifinal do Japão e, portanto, estava perto de trazer mais uma oportunidade de medalha para o país-sede, que está cada vez mais fora de alcance em termos de medalhas.

Impressionante é a palavra. Depois de pouco mais de um minuto, HAMADA já havia criado várias oportunidades para marcar antes de concluir com um magistral juji-gatame para ippon.

Repescagem
 ANTOMARCHI, Kaliema (CUB) vs STEENHUIS, Guusje (NED) BABINTSEVA, Aleksandra (ROC) vs AGUIAR, Mayra (BRA)

Após a derrota na semifinal contra o número um do mundo francês, Kaliema ANTOMARCHI (CUB) ainda poderia ganhar uma medalha se conseguisse passar Guusje STEENHUIS (NED). Após 1 minuto e 34 segundos do primeiro placar de ouro do bloco final, STEENHUIS marcou waza-ari com um o-uchi-gari para entrar na disputa pela medalha de bronze. Foi o que ela pensou, mas o vídeo da arbitragem cancelou o placar e os atletas continuaram por mais de dois minutos, o que mudou o resultado final, já que quem acabou pontuando foi o cubano, com um maciço soto-maki-komi para ippon e um grande sorriso se espalhou pelo rosto de ANTOMARCHI. Mesmo assim, houve uma luta pela medalha de bronze.

A segunda repescagem viu Aleksandra BABINTSEVA, representando o Comitê Olímpico Russo e a duas vezes medalhista de bronze olímpica, Mayra AGUIAR do Brasil, se enfrentando para manter seu sonho olímpico vivo. Três shido contra BABINTSEVA e o resultado era conhecido. Foi AGUIAR quem iria para o concurso de medalha de bronze.


Resultados finais
 1 HAMADA Shori (JPN) 2 MALONGA Madeleine (FRA) 3 AGUIAR Mayra (BRA) 3 WAGNER Anna-Maria (GER) 5 YOON Hyunji (KOR) 5 ANTOMARCHI Kaliema (CUB) 7 STEENHUIS Guusje (NED) 7 BABINTSEVAksandra (Aleksandra ( ROC)

-100 kg: WOLF atinge o topo da final
 do Olympus
 WOLF, Aaron (JPN) vs CHO, Guham (KOR)


Os dois finalistas provaram ser os homens mais estáveis ​​da época. Quase impossível de arremessar, com precisão com as mãos e em seus ataques, a eletricidade entre esses titãs prometia ser épica. Por quatro minutos do tempo normal e mais de 5 minutos do placar dourado, os dois campeões se neutralizaram totalmente e nada parecia diferenciá-los. A pena seria do juiz, já que ambos já haviam sido penalizados duas vezes?


Não, porque depois de minutos e minutos de kumi-kata intenso, Aaron WOLF pôs fim ao suspense ao marcar um magnífico ippon com um o-uchi-gari perfeitamente executado. Quando um atleta é capaz de elevar seu nível como o WOLF fez por um minúsculo momento, ele produz lindos resultados. WOLF ganha seu primeiro ouro olímpico e o 8º para o Japão.


Aaron WOLF disse: " Minha condição física não estava boa hoje, mas estou feliz porque é o primeiro título para o Japão nesta categoria desde Sensei Inoue e estou duplamente feliz porque foi o último título importante conquistado na minha carreira, depois dos mundiais, do título asiático e do nacional japonês. Eu estava chorando no tatame por todos esses motivos. ”


Concursos para Medalha de Bronze
 ELNAHAS, Shady (CAN) vs FONSECA, Jorge (POR) ILIASOV, Niiaz (ROC) vs LIPARTELIANI, Varlam (GEO)

Jorge FONSECA é conhecido pela sua explosividade impressionante, mas também é conhecido por ter algumas dificuldades quando as lutas se prolongam. Hoje, contra Shady ELNAHAS, ele enfrentou outro atleta explosivo que é capaz de competir por mais tempo, mas o bicampeão mundial garantiu o primeiro lugar no pódio olímpico após marcar no momento certo, menos de 30 segundos para o fim. O mais complicado era manter essa vantagem, o que ele fez de maneira brilhante. Parabéns Jorge, uma merecida medalha.

A segunda medalha de bronze foi para Niiaz ILIASOV representando o Comitê Olímpico Russo, que marcou um waza-ari contra Varlam LIPARTELIANI (GEO), apesar de ele ter tentado de tudo para correr atrás de ILIASOV no final da partida, mas sem sucesso. Foi um emocionante ILIASOV quem saiu do tatame, conquistando uma segunda medalha para o ROC e a primeira para o time masculino.

Jorge FONSECA disse: " Estou feliz, mas sempre há um mas! Estava me sentindo ótimo e lutando tão bem como em Budapeste, até a semifinal quando tive cãibras nas mãos. Não conseguia fazer judô com tanta dor mas no final consegui obter o bronze, nada mal, nada mal."


Semi-finais
 LIPARTELIANI, Varlam (GEO) vs WOLF, Aaron (JPN) FONSECA, Jorge (POR) vs CHO, Guham (KOR)

Desde a primeira partida, o nível exibido pelos homens de -100kg foi incrível e várias finais em potencial aconteceram durante a sessão da manhã, finais que nunca acontecerão em Tóquio, é claro, porque o sorteio é o que é. Mesmo assim, a primeira semifinal já era uma parada obrigatória entre Varlam LIPARTELIANI, que há muito tempo buscava o título olímpico, e o campeão mundial de 2017 Aaron WOLF (JPN). Infelizmente para LIPARTELIANI, o LOBO, que esteve muito forte o dia todo, controlou perfeitamente a semifinal, construindo seus ataques passo a passo, executando no momento certo para acertar um waza-ari. LIPARTELIANI continua sendo um dos atletas mais bem sucedidos e consistentes de sua geração, apreciado dentro e fora do tatame e agora também é membro da Comissão de Atletas da IJF.

Na segunda semifinal encontramos o atual e bicampeão mundial Jorge FOJNSECA, que é sempre tão espetacular, mesmo estando em apuros contra Niiaz ILIASOV nas quartas-de-final. Ele teve que esperar até o período de pontuação de ouro para finalmente chegar à vitória. Quase tão espetacular, mas um pouco menos showman, CHO Guham (KOR) também se classificou para a semifinal, no que prometia ser uma partida explosiva. Foi explosivo, mas sem pontuação até 16 segundos do final, quando bloqueado em um canto da área de combate, CHO estava obviamente preparando um ataque e veio na forma de um ippon-seoi-nage canhoto, ganhando waza-ari . Por mais alguns segundos, FONSECA correu atrás de um CHO em fuga, que poderia então desfrutar de estar qualificado para a primeira final olímpica de sua carreira. Fonseca seguiu para a disputa pela medalha de bronze.

Repescagem
 ELNAHAS, Shady (CAN) vs PALTCHIK, Peter (ISR) ILIASOV, Niiaz (ROC) vs FREY, Karl-Richard (GER)

Shady ELNAHAS (CAN) e Peter PALTCHIK (ISR) foram jogadores de destaque nos últimos meses, atuando regularmente no circuito, mas era preciso sair do tatame após a luta entre eles. Com 45 segundos do período de pontuação dourada, Shady ELNAHAS marcou ippon com um o-uchi-gari que começou dentro da área de competição e terminou fora da zona de segurança. O ataque, totalmente válido, deu ao Canadá mais uma oportunidade de conquistar uma medalha.

Vencedor do Grand Slam Hungria 2020, medalhista de bronze em Tel Aviv este ano e quinto no Campeonato Europeu, Niiaz ILIASOV (ROC), que estava perto de derrubar o atual campeão mundial durante as rodadas preliminares, esteve presente na repescagem contra o antigo bronze mundial medalhista Karl-Richard FREY (GER), que hoje voltou a flertar com os melhores da categoria, mas não o suficiente para passar o ILIASOV, que venceu por waza-ari.


Resultados finais
 1 WOLF Aaron (JPN) 2 CHO Guham (KOR) 3 ILIASOV Niiaz (ROC) 3 FONSECA Jorge (POR) 5 LIPARTELIANI Varlam (GEO) 5 ELNAHAS Shady (CAN) 7 FREY Karl-Richard (GER) 7 PALTCHIK Peter ( ISR)

Por: Nicolas Messner - Federação Internacional de Judô


quarta-feira, 28 de julho de 2021

TÓQUIO 2020 - Portela e Macedo não avançam no individual, mas ainda podem buscar medalha com equipes, no sábado

Portela projeta Taimazova. Foto: Gaspar Nóbrega/COB


Os dois brasileiros que lutaram nesta quarta-feira, 28, em Tóquio não conseguiram avançar em suas chaves. Maria Portela, em sua terceira participação olímpica, parou nas oitavas-de-final após levar o terceiro shido em combate com a russa Madina Taimazova. Macedo, que fez sua estreia em Jogos Olímpicos, caiu de ippon no primeiro combate contra Islam Bosbayev, do Cazaquistão.  

Cabeça-de-chave no médio feminino, Portela teve uma primeira luta tranquila contra a representante do Time de Refugiados Olímpicos, Nigara Shaheen, vencendo-a por ippon em apenas 28 segundos de combate.  

Nas oitavas-de-final, a brasileira encarou Madina Taimazova, contra quem já havia lutado e vencido neste ano na final do Grand Slam de Tbilisi, na Geórgia. A luta foi muito parelha e estudada durante o tempo regulamentar de quatro minutos, com as duas atletas levando uma punição por falta de combatividade. Sem pontuação no placar, o combate foi para o Golden score, o ponto de ouro, e, novamente, ambas foram punidas, dessa vez, por evitarem a pegada. 

No terceiro minuto, Maria conseguiu encaixar um golpe e projetou Taimazova que chegou a tocar os ombros no chão, girou e caiu de frente. O lance precisou ser revisado pelo vídeo replay e os árbitros da mesa não validaram o ponto da brasileira.  

A luta seguiu indefinida até o décimo minuto de golden score, com as duas atletas já bastante desgastadas pelo longo combate. Taimazova arriscou algumas entradas e conseguiu, com isso, impor um volume suficiente de ataques para que a arbitragem punisse a brasileira por falta de combatividade, encerrando, ali, o sonho de Portela buscar sua primeira medalha olímpica.  

Decepcionada, a brasileira deixou o tatame chorando e lamentou não ter conseguido evoluir na competição. 

“Não consegui seguir na competição. Mas, agradeço a Deus, primeiramente, por ter me permitido chegar até aqui. Foram muitos desafios ao longo da classificação olímpica. E agradeço a todos aqueles que estiveram comigo nesse período de preparação, se doando cem por cento para que eu estivesse aqui da melhor forma possível”, resumiu.  

Sobre as decisões da arbitragem em sua luta, Maria demonstrou verdadeiro espírito olímpico, avaliando tecnicamente as situações de luta, sobretudo o último shido que sacramentou a vitória da adversária.  

"O árbitro, se a gente não define, ele tem que definir. E quem tiver um pouco mais de iniciativa, vai levar. Não foi culpa dele. Eu tinha que ter sido mais agressiva, imposto mais o ritmo, por mais que não fosse efetiva, que foi o que ela fez e acabou levando. Acredito que o que definiu, como a luta estava muito longa, ela teve um pouquinho mais de iniciativa ali naquele final e eu acabei tomando a punição. Mas, estava muito parecida a luta. Eu percebi que ela estava um pouco mais desgastada do que eu, só que ainda assim ela estava colocando mais golpe do que eu, mesmo que sem efetividade. Isso é como se ela tivesse dando um volume maior na luta, buscando mais a luta. E, por mais que eu quebrasse bastante o volume dela, eu quase joguei duas vezes, ainda assim não foi suficiente”, explicou Portela, que retornará ao tatame da Nippon Budokan no sábado, 31, para a competição por equipes mistas. “Agora quero ajudar a equipe para chegar no pódio. Sei que meu ponto é muito importante e o foco é esse, contribuir para que possamos evoluir na competição porque somos um time muito forte.” 

A derrota doída definida em decisões difíceis da arbitragem, tanto nas punições, quanto na interpretação do waza-ari ou não, fez com que a brasileira recebesse muitas mensagens de incentivo e indignação de fãs e da comunidade do judô por meio das redes sociais. Neste sentido, é importante esclarecer que, no judô, não existe a possibilidade de recurso, apelação, cancelamento ou mudança do resultado decretado pela arbitragem em cima do tatame.  

Mayra Aguiar e Rafael Buzacarini lutam na madrugada desta quarta para quinta-feira 

Os próximos brasileiros a lutarem na Budokan serão os meio-pesados Mayra Aguiar e Rafael Buzacarini. Mayra tentará buscar sua terceira medalha olímpica, o que seria um feito inédito no judô e em modalidades individuais. Já Buzacarini, que participou dos Jogos do Rio, tentará subir ao pódio olímpico pela primeira vez.  

As preliminares começam às 23h dessa quarta, 28, no Brasil, e o bloco final, com repescagem, semifinais e medalhas começará às 5h da manhã de quinta-feira, 28, também no horário de Brasília.  

O judô brasileiro tem, até o momento, um bronze, de Daniel Cargnin (66kg) e um sétimo lugar, de Ketleyn Quadros (63kg), como melhores resultados. 

Por: Assessoria de Imprensa da CBJ


Tóquio 2020 - Bekauri e Arai: um coquetel de juventude e experiência


O quinto dia de competição em Tóquio teve sua própria fisionomia com duas categorias muito disputadas onde muitos cenários puderam acontecer, dependendo da forma de cada um dos protagonistas. Com a eliminação prematura de alguns favoritos, como o francês Margaux PINOT feminino ou Nikoloz SHERAZADISHVILI (ESP), que não conseguiu chegar às semifinais, abriram-se oportunidades, nas quais foram engolidos forasteiros com grande potencial.

É o caso do vencedor do sexo masculino, que não nos surpreendeu inteiramente em encontrar nesse nível. Conhecíamos seu potencial desde o título mundial de juniores há dois anos, mas de lá para transformar esse potencial em energia real e a capacidade de vencer contra atletas muito mais experientes é um grande passo, que Lasha deu com muito entusiasmo.

Se é a juventude e o entusiasmo que vence na categoria masculina, é a experiência de Arai Chizuru, bicampeão mundial, que faz a diferença no feminino. Não foi extravagante, mas eficaz quando necessário e, acima de tudo, permitiu ao país-sede conquistar a sexta medalha de ouro individual, enquanto faltam ainda dois dias de competição para o torneio de equipes mistas.

-70 kg: Pontuações ARAI pela sexta vez para a final do
 Japão
 POLLERES, Michaela (AUT) vs ARAI, Chizuru (JPN)

Ela deve ter ficado exausta com a semifinal sem fim, mas a já bicampeã mundial do Japão, ARAI Chizuru, tornou-se hoje a sexta medalha de ouro do país-sede, por ocasião dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Ela precisava de apenas um único ko-soto-gake para ganhar o título, enquanto Michaela POLLERES (AUT) ganhou a prata.


Arai Chizuru disse: " Este local não me inspira porque perdi nas preliminares do Mundial 2019, mas mesmo que os últimos 2 anos tenham sido difíceis para mim, acreditei em mim mesmo e fiquei orgulhoso de voltar. Concentrei-me em fazer o meu melhor e funcionou. Na semifinal estrangulei meu oponente com apenas 3 dedos! "

Michaela POLLERES disse: " Eu estava um pouco nervosa esta manhã e tive lutas difíceis o dia todo. Mas eu estava me sentindo cada vez melhor depois de cada rodada. Agora eu tenho a medalha de prata e me sinto incrível. "


Concursos de medalha de bronze
 MATIC, Barbara (CRO) vs TAIMAZOVA, Madina (ROC) SCOCCIMARRO, Giovanna (GER) vs VAN DIJKE, Sanne (NED)

Contra todas as probabilidades, o vencedor da primeira luta pela medalha de bronze foi Madina TAIMAZOVA (ROC), que teve uma semifinal incrivelmente longa, mas ainda tinha energia suficiente para marcar um waza-ari e ganhar a primeira medalha ROC em Tóquio e a primeira medalha olímpica de sua jovem carreira. No segundo concurso de medalha de bronze, outra longa pontuação de ouro foi necessária para designar o vencedor como Sanne VAN DIJKE (NED), que marcou um belo ippon com um uki-goshi padrão.


Semi-finais
 VAN DIJKE, Sanne (NED) vs POLLERES, Michaela (AUT) TAIMAZOVA, Madina (ROC) vs ARAI, Chizuru (JPN)

A batalha entre Kim POLLING e Sanne VAN DIJKE durou meses na Holanda. Quem dos dois conseguiria seu ingresso para os Jogos? Não foi até o Campeonato Mundial Hungria 2021, em junho, que a resposta foi decidida. Então foi finalmente Sanne VAN DIJKE, medalhista mundial de bronze, que voou para o Japão em meados de julho, deixando o vencedor do Mundial de Judô 2019 em casa.

Visivelmente focada, totalmente motivada, a holandesa qualificou-se para a semifinal ao eliminar Gulnoza MATNIYAZOVA (UZB) e a italiana Alice BELLANDI. A lógica pode ter colocado a recente campeã mundial Barbara Matic (CRO) em sua semifinal, mas ela foi eliminada pela austríaca Michaela POLLERES, claramente em forma e gostando de estar na esteira da bela medalha de bronze de seu companheiro de equipe ontem no - Categoria 81 kg, Shamil BORCHASHVILI.


Com um waza-ari marcado de sumi-gaeshi, o POLLERES garantiu sua vaga na final, confirmando o efeito Yvonne Bönisch. Campeã olímpica em 2004, a treinadora alemã, depois de ter servido em Israel, foi nomeada técnica da Áustria no final de 2020. Em poucos meses ela já impôs seu estilo e os dois medalhistas da competição até agora são a prova disso.

Na segunda semifinal encontramos o inevitável lutador japonês ARAI Chizuru, já bicampeão mundial, mas nunca classificado durante os Jogos Olímpicos. A representante do Comitê Olímpico Russo, Madina TAIMAZOVA, estava em condições de finalmente oferecer uma medalha à sua delegação no judô, onde até agora nenhuma medalha foi conquistada por atletas da ROC no Budokan. Ao longo da sessão da manhã TAIMAZOVA movimentou literalmente tudo o que estava pelo seu caminho, incluindo Maria BERNABEU (ESP), Maria PORTELA (BRA) e Elisavet TELTSIDOU (GRE), que, na primeira volta, enviou uma das principais candidatas ao título, Margaux PINOT (FRA) de volta ao vestiário.

Assistimos a uma das competições mais longas do torneio, pois demorou 12:41 de pontuação de ouro para ARAI Chizuru pontuar ippon com uma técnica de shime-waza. Mais de 16 minutos são extremamente longos e isso se deveu principalmente à incrível flexibilidade de Madina TAIMAZOVA, que escapou de muitas tentativas de arremessos e trabalhos no chão feitos pelos japoneses, torcendo seu corpo em todas as direções. O estrangulamento parecia ser a última opção disponível. A judoca japonesa não perdeu a chance de entrar na final e potencialmente adicionar mais um ouro à já impressionante coleção japonesa, mas primeiro ela teve que lidar com a recuperação de uma luta tão longa.

Repescagem
 BELLANDI, Alice (ITA) vs MATIC, Barbara (CRO) TELTSIDOU, Elisavet (GRE) vs SCOCCIMARRO, Giovanna (GER)

A equipe italiana pode ter esperado uma festa melhor nestes Jogos de Tóquio, ou pelo menos esperava por ela. Mas a competição é acirrada e, apesar de tudo, duas medalhas já se refugiaram no pescoço dos atletas transalpinos. Uma nova oportunidade se apresentou a eles com a presença de Alice BELLANDI na repescagem de hoje. Ela enfrentou a atual campeã mundial, a croata Barbara Matic, um pouco abaixo do nível que exibiu em Budapeste há algumas semanas. Mais uma vez não foi uma partida fácil para a campeã mundial e ela teve que esperar o período de pontuação de ouro para executar um o-uchi-gari perfeito para o ippon, permitindo a entrada no concurso de medalha de bronze.

Vencedor do Grande Prêmio de Tashkent em 2019, Elisavet TELTSIDOU (GRE) enfrentou a Campeã Mundial Júnior de 2017 Giovanna SCOCCIMARRO (GER) para entrar no concurso de medalha de bronze. Demorou um longo período de pontuação de ouro novamente para o alemão pontuar ippon com uma técnica koshi-waza.


Resultados finais
 1 ARAI Chizuru (JPN) 2 POLLERES Michaela (AUT) 3 TAIMAZOVA Madina (ROC) 3 VAN DIJKE Sanne (NED) 5 SCOCCIMARRO Giovanna (GER) 5 MATIC Barbara (CRO) 7 BELLANDI Alice (ITA) 7 TELTSIDOU Elisavet (GRE )

-90kg: BEKAURI espalha sua juventude na final de
 Tóquio
 BEKAURI, Lasha (GEO) vs TRIPPEL, Eduard (GER)

Esta foi definitivamente uma das lutas mais esperadas do bloco final e começou imediatamente com um ritmo rápido, com uma mistura de seoi-nage invertido de TRIPPEL e baixo koshi-guruma de BEKAURI. Quando Lasha BEKAURI marcou um waza-ari, TRIPPEL sabia que seria difícil voltar. Ele tentou, mas o jovem georgiano conseguiu manter distância dos ataques do alemão e, ao final de uma nova jornada de judô, tornou-se o novo campeão olímpico na categoria masculina até 90kg; um novo nome no topo do mundo pelos próximos três anos.


Lasha BEKAURI disse: " Zurab Kakhabrishvili é o melhor médico do mundo porque há um mês em Budapeste machuquei gravemente meu ombro e estávamos com medo de Tóquio. Graças a ele hoje me senti ótimo e pude produzir meu melhor judô. Agora sou campeão olímpico. A vida é boa. "

Eduard TRIPPEL disse: " Você sabe que eu sei que posso lançar, mas para fazer isso eu tenho que estar relaxado e aproveitar o que estou fazendo. Todo mundo estava nervoso esta manhã. Eu não! Considerei isso como uma competição normal, então eu gostei muito. Por isso fiz judô bem e a medalha de prata é o resultado de tudo isso ” .


Concursos para medalha de bronze
 BOBONOV, Davlat (UZB) vs ZGANK, Mihael (TUR) TOTH, Krisztian (HUN) vs IGOLNIKOV, Mikhail (ROC)

Ele soube assim que pousou nas costas que a competição havia acabado e que, apesar de todos os esforços, ele não voltaria para casa com a medalha preciosa. Mihael ZGANK (TUR) ficou muito desapontado. Já Davlat BOBONOV (UZB) sabia que tinha feito a melhor jogada possível, com um tai-otoshi muito baixo, mandando uma onda de alegria pelas arquibancadas da delegação, onde toda a seleção uzbeque esperava pela primeira medalha. O dia foi longo, mas de repente, com momentos como aquele, parecia infinitamente mais curto.

Na segunda disputa pela medalha de bronze, com seu kumi-kata canhoto, Mikhail IGOLNIKOV (ROC) incomodou muitos de seus oponentes durante o dia e TOTH (HUN) não foi exceção. O húngaro lutou durante a prorrogação normal e extra, mas aos poucos ele construiu algo e em uma última explosão de energia marcou um waza-ari para ganhar uma merecida medalha.


Semifinais
 IGOLNIKOV, Mikhail (ROC) vs BEKAURI, Lasha (GEO) ZGANK, Mihael (TUR) vs TRIPPEL, Eduard (GER)

Na categoria de -90kg, participamos de duas competições. Na primeira, os favoritos Mikhail IGOLNIKOV (ROC) e Lasha BEKAURI (GEO) se afastaram dos demais para entrar na semifinal e na outra os azarões como Mihael ZGANK (TUR) e Eduard TRIPPEL (GER ) sobreviveu a um incrível jogo de eliminação. O atual campeão mundial, Nikoloz SHERAZADISHVILI (ESP) foi estrangulado nas quartas-de-final, Davlat BOBONOV (UZB) não resistiu a Lasha BEKAURI, Noel VAN T END (NED) e Ivan Felipe SILVA MORALES (CUB) sucumbiu à energia de Mihael ZGANK (TUR), enquanto TOTH Krisztian (HUN) e Nemanja MAJDOV (SRB) também não conseguiram chegar às últimas quatro.


A primeira semifinal, portanto, colocou dois favoritos, Mikhail IGOLNIKOV (ROC), ainda capaz de ganhar uma medalha para os atletas ROC e Lasha BEKAURI (GEO), claramente recuperado de sua lesão no ombro obtida em Budapeste durante o Campeonato Mundial de Equipes Mistas. Se tínhamos dúvidas sobre aquela lesão, temos a resposta, está tudo bem. BEKAURI se classificou para a final, com um único waza-ari que enviou IGOLNIKOV na luta pela medalha de bronze. Com apenas 21 anos, BEKAURI foi campeão mundial júnior e agora está em condições de conquistar o título olímpico.

Na outra semifinal se enfrentaram Mihael ZGANK (TUR) e Eduard TRIPPEL (GER), com a garantia de que um dos grandes líderes da manhã ainda estaria presente na final e este foi Eduard TRIPPEL, que depois de outro tenso e o longo período de pontuação de ouro finalmente atingiu um waza-ari incerto até que foi claramente confirmado pelo vídeo. 

Repescagem
 SHERAZADISHVILI, Nikoloz (ESP) vs BOBONOV, Davlat (UZB) VAN T END, Noel (NED) vs TOTH, Krisztian (HUN)

Se vários favoritos foram eliminados durante a sessão da manhã, encontramos vários deles na repescagem também, incluindo três dos medalhistas do último Campeonato Mundial Hungria 2021.

Bicampeão mundial, Nikoloz SHERAZADISHVILI (ESP) teve um início difícil com vários períodos de ouro e finalmente uma derrota para o adversário muitas vezes perigoso, contra quem ele admite ter dificuldade em competir, Mikhail IGOLNIKOV (ROC). Para continuar na esperança de uma medalha, o espanhol enfrentou Davlat BOBONOV (UZB), que foi uma das últimas chances do Uzbequistão de chegar ao pódio. Estava escrito que não era o dia de SHERAZADISHVILI, pois ele teria que se render a BOBONOV por uma vaga no concurso de medalha de bronze.

Na segunda partida de repescagem, campeão mundial de 2019 e vencedor do World Judo Masters nesta temporada, Noel VAN T END conheceu TOTH Krisztian (HUN), outro medalhista mundial, e com um movimento de ombro acertou um waza-ari que lhe ofereceu a possibilidade de ganhe bronze.

É importante destacar que, após dias de domínio japonês, pela primeira vez desde o início do torneio olímpico, não houve nenhum atleta japonês presente no bloco final masculino, já que MUKAI Shoichiro foi eliminado por TOTH Krisztian nas primeiras rodadas.


Resultados finais
 1 BEKAURI Lasha (GEO) 2 TRIPPEL Eduard (GER) 3 BOBONOV Davlat (UZB) 3 TOTH Krisztian (HUN) 5 IGOLNIKOV Mikhail (ROC) 5 ZGANK Mihael (TUR) 7 SHERAZADISHVILI (Nikoloz (ESP) 7 VAN T ENDILI (ESP) 7 VAN TUR NED)

Por: Nicolas Messner, Jo Crowley, Pedro Lasuen - Federação Internacional de Judô


terça-feira, 27 de julho de 2021

TÓQUIO 2020 - Ketleyn Quadros fica em sétimo após cair para holandesa na repescagem dos Jogos Olímpicos


TÓQUIO, 27 de julho - Treze anos depois de conquistar a primeira medalha do judô feminino brasileiro, em Pequim 2008, Ketleyn Quadros retornou ao tatame olímpico nesta terça-feira, 27, e, mais uma vez, chegou entre as oito melhores de sua categoria. Em Tóquio, porém, a medalha não veio, mas Ketleyn deixou o tatame orgulhosa de sua trajetória. Ela venceu duas lutas nas preliminares - uma por fusen-gachi (ausência) e outra por ippon - mas, caiu nas quartas e na repescagem, fechando sua segunda participação olímpica em sétimo lugar.  

“Difícil avaliar o que faltou neste momento. Mas, o que me deixa contente é ter dado o meu melhor. Eu realmente me preparei muito. Os obstáculos enfrentados para estar aqui no período de pandemia e ainda assim ter os meus melhores resultados e vir para uma Olimpíada com condição de medalha me deixam feliz. Foi uma jornada gigantesca, de muitas conquistas e eu tenho muito orgulho da caminhada. Óbvio que a gente numa competição, se preparando durante anos, seria, pelo menos para finalizar com uma chave de ouro todo esse caminho em cima do pódio. O meu máximo não foi suficiente para estar em cima do pódio. Mas dei o melhor que podia e isso me deixa tranquila, em paz”, avaliou Ketleyn ao sair do tatame.   

Em Tóquio, a caminha da brasileira começou com uma vitória inusitada em Jogos Olímpicos, por fusen-gachi, que é o W.O. do judô. Sua primeira adversária, Cergia David, de Honduras foi hospitalizada na véspera da competição por problemas intestinais e não teve condições de lutar.   

Nas oitavas-de-final, a Ketleyn fez um combate difícil com a mongol Ganchaik Bold e projetou a adversária duas vezes para avançar na chave. Em seguida, encarou a canadense Catherine Beauchemin-Pinard, em combate tenso na disputa pela melhor pegada. Ketleyn vinha bem na luta, mas acabou sendo projetada e imobilizada na sequência, o que deu à Pinard a vaga na semifinal.  

Com isso, a brasileira precisaria de uma vitória na repescagem contra a holandesa Jull Franssen para se garantir na disputa por um dos bronzes da categoria. Ketleyn começou a disputa mais agressiva e forçou duas punições à holandesa, que recuperou-se na metade da luta e empatou as punições. Em seguida, Franssen conseguiu imobilizar Ketleyn para vencer a repescagem.  

O gosto amargo de chegar tão próximo da medalha fez a brasileira deixar o tatame ainda avaliando seu futuro na seleção. Vivendo a melhor fase de sua vida esportiva aos 34 anos, quando questionada sobre a possibilidade de esticar a carreira até Paris, Ketleyn não descartou nenhuma opção.  

“Porque não pensaria? A gente que é atleta de alto rendimento, pelo menos eu, eu não penso em fazer judô por hobby. Se eu continuar o caminho é esse, sempre buscar ser o melhor e estar dentro de uma Olimpíada com condição de medalha. Acredito que tudo pode acontecer”, disse.  

O ouro do 63kg ficou com a pentacampeã mundial, Clarisse Agbegnenou, da França, em revanche da final de 2016 contra Tina Trstenjak, da Eslovênia. Os bronzes foram para Pinard (CAN) e Maria Centracchio (ITA).

No masculino, Eduardo Yudy parou em campeão mundial

No masculino, o Brasil foi representado pelo meio-médio Eduardo Yudy Santos, que teve uma primeira luta complicada com o campeão mundial e número dois do ranking, Sagi Muki, de Israel. Yudy começou bem, com golpes de perna que desequilibraram Muki. No entanto, o israelense encaixou o golpe perfeito e venceu o combate. 

“Infelizmente não consegui fazer o que eu queria fazer. Deixei muito ele fazer o jogo dele, na verdade. Eu estava muito preocupado com o jogo dele e acabei ficando muito defensivo”, explicou o brasileiro ao deixar o tatame em sua primeira participação olímpica. “Só tenho que agradecer mesmo. Fico muito feliz com essa jornada para chegar aqui, mas na questão de resultado, de competição, tenho muitas coisas para corrigir. Primeiro, preciso errar menos. Meu ataque é forte. Então, tenho que colocar o adversário para se preocupar. Depois a parte física. Viemos num ritmo de competição muito forte e ficou um pouco difícil na questão de periodização. Estou triste pelo resultado, mas sou grato por tudo que aconteceu comigo até chegar aqui”.  

Yudy é filho de pais brasileiros, mas nasceu no Japão, em Ibaraki. Lutar em Tóquio, portanto, representando o Brasil, teve um gosto especial para o atleta do Esporte Clube Pinheiros. 

Por: Assessoria de Imprensa da CBJ


Tóquio 2020 - Uma bela vingança, continuidade e liberdade


Não é fácil qualificar um dia como o que acabamos de passar. Mais uma vez, as emoções são muitas e variadas. Em primeiro lugar, temos dois novos campeões olímpicos magníficos: Clarisse AGBEGNENOU (FRA) e NAGASE Takanori (JPN).

O primeiro era esperado e, como várias das favoritas haviam feito até agora, ela não decepcionou seus apoiadores. Clarisse AGBEGNENOU (FRA) era a grande favorita, mas seus ombros eram largos e fortes o suficiente para carregar a bandeira durante a cerimônia de abertura e esta carga aqui hoje no Nippon Budokan.

Incentivada pelo time, ela não tremeu ao vencer o mesmo adversário que a derrotou há cinco anos no Rio, a atual campeã olímpica, Tina TRSTENJAK (SLO), que agora passou a bandeira para Clarisse. Desta vez o resultado é diferente, para grande satisfação da delegação francesa que, ao fim de quatro dias, conquistou a sua quarta medalha. Este é um bom desempenho geral. Havia um pequeno cheiro de vingança para Clarisse, mas uma vingança linda e respeitosa como só o esporte pode oferecer.

Na categoria masculina, muitos atletas que vinham se saindo bem há meses tinham grandes expectativas, sem que um ou outro realmente se destacasse da multidão de forma indiscutível. Foi finalmente o NAGASE japonês quem somou uma medalha à carteira do país-sede, como evidente continuidade ao que se passava desde o início do torneio olímpico.


Na faixa de -81kg, muitos esperavam por uma façanha de Saeid Mollaei, agora representando a Mongólia e o campeão mundial de 2018 esteve presente e se apresentou, atingindo seu melhor nível. O Sr. Marius Vizer, presidente da IJF disse: "A história de Saeid é incrível. Dois anos atrás, seu mundo desabou aqui em Tóquio durante o Campeonato Mundial e fomos testemunhas disso. Mas decidimos como uma família unida ficar ao lado de ele e apoiá-lo. Os resultados de hoje mostram que tomamos a decisão correta em defender seus direitos e sua vontade de ser um homem livre e também um atleta ”.

Amanhã será o quinto dia de competição e esperamos mais judô incrível. Estarão em ação duas categorias: a -70kg feminina e a masculina -90kg.


-63 kg: Vingança de AGBEGNENOU para ganhar a final de
 OURO
 AGBEGNENOU, Clarisse (FRA) vs TRSTENJAK, Tina (SLO)

O fato é que uma partida entre Clarisse AGBEGNENOU (FRA) e Tina TRSTENJAK (SLO) não é incomum, já que as duas atletas dominaram a categoria nos últimos anos. O fato é também que se trata de uma revanche da final dos Jogos Olímpicos do Rio de 2016. TRSTENJAK seria capaz de roubar o título novamente ou AGBEGNENOU finalmente alcançaria o cume do Olimpo?


O primeiro em ação com um seoi-nage perigoso foi TRSTENJAK, um ataque perfeitamente controlado pelos franceses, que na época estava perto de estrangular seu oponente, mas para uma fuga poderosa e determinada. O resto da partida foi igual, TRSTENJAK atacando sempre antes de AGBEGNENOU, para forçá-la a ser penalizada e ela foi penalizada, mas então foi a vez de TRSTENJAK receber dois shidos por falsos ataques. No placar de ouro, AGBEGNENOU finalmente concluiu um dia de competição perfeito lançando o melhor adversário. Há cinco anos, na mesma configuração, Clarisse perdeu, mas desta vez a história é diferente e os dois competidores pareciam felizes no final. Um para vencer e outro para assistir a alegria do primeiro.


Clarisse Agbegnenou disse: " Estou fazendo algumas coisas novas agora, como boxe e ioga, para me ajudar a melhorar diferentes aspectos do meu judô. Valeu a pena. Agora vou reservar um tempo para desfrutar das minhas medalhas, porque não desde Budapeste. Depois disso, vou fazer uma longa pausa. "

Tina TRSTENJAK disse: " É um grande dia após 5 anos difíceis. Eu queria a medalha de ouro, mas, ei, estes são os Jogos Olímpicos. A prata é ótima! "


Concursos para Medalha de Bronze
 FRANSSEN, Juul (NED) vs CENTRACCHIO, Maria (ITA) BARRIOS, Anriquelis (VEN) vs BEAUCHEMIN-PINARD, Catherine (CAN)

Maria CENTRACCHIO (ITA) não estava entre as favoritas da categoria e com certeza não é a judoca mais destacada da seleção italiana, mas esta noite é medalhista de bronze olímpica após vencer Juul FRANSSEN (NED) nos pênaltis. Até agora ela conquistou medalhas apenas duas vezes no Tour Mundial de Judô.

Anriquelis BARRIOS (VEN) e Catherine BEAUCHEMIN-PINARD (CAN) se opuseram no segundo concurso de medalha de bronze. Um período de pontuação de ouro foi necessário novamente para determinar o vencedor de uma partida disputada. O canadense precisou de pouco mais de três minutos de prorrogação para marcar um waza-ari libertador e conquistar a medalha de bronze.

Catherine BEAUCHEMIN-PINARD disse: "Na semifinal, perdi contra os melhores. Depois da semifinal foi difícil me concentrar, mas consegui. Então, segui o plano de agarrar as mangas dela e não cometer erros."

Maria CENTRACCHIO declarou: “Fui a última qualificada para os Jogos então decidi lutar sem pressão, só relaxada, para me divertir. Quando faço isso fico melhor! Foi assim que ganhei minha medalha de bronze”.


Semifinais
 AGBEGNENOU, Clarisse (FRA) vs BEAUCHEMIN-PINARD, Catherine (CAN) TRSTENJAK, Tina (SLO) vs CENTRACCHIO, Maria (ITA)

Na parte superior do sorteio não houve surpresa, pois Clarisse AGBEGNENOU (FRA), dominou todas as rodadas preliminares, primeiro contra Sandrine BILLIET (CPV) e depois Juul FRANSSEN (NED). As quartas-de-final foram um teste muito bom para o pentacampeão mundial. Ela claramente dominou a partida, mas teve que puxar um pouco mais de concentração, já que a judoca holandesa pode ser perigosa a qualquer momento. Mesmo assim, Clarisse controlou o combate perfeitamente, trazendo para a mesa um kata-guruma que não sabíamos que ela era especialista, para enfrentar Catherine BEAUCHEMIN-PINARD (CAN) para ter acesso à final. Com uma ação oportunista com os pés, AGBEGNENOU marcou o primeiro waza-ari, que seguiu várias sequências onde os franceses estavam claramente dominando. O resto da semifinal foi uma passagem só de ida para Clarisse chegar à segunda final olímpica consecutiva de sua carreira.

A metade inferior do sorteio foi dominada por Tina TRSTENJAK (SLO), que fez uma jornada mais difícil do que AGBEGNENOU. A atual campeã olímpica conta com muitos recursos e, embora comandada pelo waza-ari do venezuelano Anriquelis BARRIOS, conseguiu se classificar para a semifinal, ao enfrentar Maria CENTRACCHIO, uma das últimas chances da Itália de chegar ao pódio. Na verdade a Maria nem estava semeada, mas derrotou Agata OZDOBA-BLACH, que acabava de incomodar os fãs japoneses ao derrotar TASHIRO Miku. Tashiro tornou-se, portanto, o primeiro atleta local a não conseguir chegar ao pódio. No meio do caminho, TRSTENJAK colocou uma opção séria na final ao marcar um waza-ari com um lançamento de ombro oportunista, que ela garantiu ao derrubar CENTRACCHIO para ippon. Uma grande atuação novamente do atual campeão olímpico.

Repescagens
 FRANSSEN, Juul (NED) vs QUADROS, Ketleyn (BRA) BARRIOS, Anriquelis (VEN) vs OZDOBA-BLACH, Agata (POL)

Juul FRANSSEN, que não teve chance contra o poder de AGBEGNENOU, enfrentou a oposição de um veterano no circuito, Ketleyn QUADROS (BRA), que já era medalhista de bronze olímpico em 2008 em Pequim. Para quem sabe como é difícil permanecer no mais alto nível, ver uma atleta que competiu em Pequim e ganhou a medalha de bronze, o que significa que ela já era uma competidora de alto nível por vários anos antes daquela apresentação, e voltar a se apresentar 13 anos depois, em Tóquio, é incrível. Infelizmente para a hora, QUADROS, que dominava a luta contra Juul FRANSSEN, foi derrotado pelos holandeses, que se classificaram para a disputa pela medalha de bronze.

Dois dos principais animadores da sessão da manhã, Anriquelis BARRIOS (VEN) e Agata OZDOBA-BLACH (POL), se encontraram para acessar a segunda partida pela medalha de bronze e foi BARRIOS quem se classificou para ela depois de ter acertado um waza-ari com o- uchi-gari.


Resultados finais
 1 AGBEGNENOU Clarisse (FRA) 2 TRSTENJAK Tina (SLO) 3 CENTRACCHIO Maria (ITA) 3 BEAUCHEMIN-PINARD Catherine (CAN) 5 FRANSSEN Juul (NED) 5 BARRIOS Anriquelis (VEN) 7 QUADROS Ketleyn (BRA) 7 OZDOBA-BLACH Ágata (POL)

-81 kg: NAGAZE em ouro, MOLLAEI Voltar
 Final
 NAGASE, Takanori (JPN) vs MOLLAEI Saeid (MGL)


O que aconteceu nos -81kg mais uma vez vai além do quadro esportivo. Toda a história do Saeid Mollaei começou há dois anos aqui em Tóquio, por ocasião do Campeonato Mundial, quando o campeão mundial iraniano decidiu lutar pela liberdade. Desde então, Saeid tem lutado para voltar ao seu melhor nível e o mais extraordinário é que o fez no dia D, o dia com que sonhava.


Nagase provavelmente não é o judoca japonês mais espetacular, mas é eficiente. Demorando mais no preparo dos movimentos, ele é paciente e foi assim que trabalhou ao longo do dia e na final também. Por ter passado mais tempo no tatame do que MOLLAEI e especialmente na pontuação de ouro, NAGASE sabia o que fazer e a que horas. Com o tempo perfeito ele executou um tai-otoshi que mandou Saeid ao chão pela medalha de prata, enquanto NAGASE pegou o ouro.

Nagase Takanori disse: " Não sei dizer qual foi a parte mais difícil de hoje. Todas as competições foram difíceis e estou feliz, mas exausto. "

Saeid Mollaei disse: " 2 anos atrás eu disse que voltaria aqui e ganharia uma medalha olímpica. Sou um homem de palavra. Esta medalha é para minha família e para toda a família do judô. "


Concursos para medalha de bronze
 RESSEL, Dominic (GER) vs BORCHASHVILI, Shamil (AUT) GRIGALASHVILI, Tato (GEO) vs CASSE, Matthias (BEL)

As duas medalhas de bronze foram atribuídas a Shamil BORCHASHVILI com um waza-ari e um pin down para ippon, enquanto Matthias CASSE (BEL) marcou um belo ippon com um contra-ataque contra Tato GRIGALASHVILI (GEO) para subir ao pódio.

Matthias CASSE disse: "O Tato me derrotou na Europa e depois ganhei o Mundial contra ele. Hoje eu o derrotei na semifinal. Isso é esporte, vem e vai. "


Semifinais
 CASSE, Matthias (BEL) vs NAGASE, Takanori (JPN) BORCHASHVILI Shamil (AUT) vs MOLLAEI Saeid (MGL)

Tínhamos anunciado que a categoria de 81kg masculino seria totalmente imprevisível e isso estava correto. Não que seja porque o campeão mundial Matthias CASSE (BEL) estava na semifinal, isso se tornou previsível, já que o belga teve primeiras rodadas muito desafiadoras e em qualquer momento poderia ter perdido. É aí que você reconhece grandes campeões, algo que Matthias definitivamente é. Quando os tempos são difíceis, eles encontram a energia necessária para produzir a técnica vencedora. Quando CASSE foi jogado para waza-ari por Adrian GANDIA (PUR) no primeiro round, as coisas pareciam ruins para ele, mas ele voltou e venceu, como fez novamente contra Robin PACEK (SWE) e Alan KHUBETSOV (ROC), para enfrentar em Takanori NAGASE (JPN) na semifinal, que também teve que lutar para encontrar seu caminho nas rodadas preliminares.


Na segunda metade do sorteio muitos nomes poderiam ter passado, como Tato GRIGALASHVILI (GEO), mas foi derrotado por Saeid MOLLAEI (MGL) que estava em chamas, chegando à semifinal. Todos sonhavam com uma semifinal entre ele e Sagi Muki (ISR), mas o campeão mundial de 2019 foi derrotado na segunda rodada pela surpresa do dia, o austríaco Shamil BORCHASHVILI, que se juntou ao MOLLAEI na semifinal, ainda que o austríaco não estava entre os favoritos da categoria. Foi exatamente assim que a categoria ficou nos últimos anos, com diversos atletas aptos a vencer e estreantes aparecendo a cada evento.

É Saeid MOLLAEI quem se classifica para a final, depois de ter produzido dois movimentos no puro estilo Mollaei, que só ele pode executar, dois kata-guruma em duas formas diferentes. 

Repescagens
 KHUBETSOV, Alan (ROC) vs Ressel, Dominic (GER) BOLTABOEV, Sharofiddin (UZB) vs Grigalashvili, Tato (GEO)

Depois da partida eliminatória que foi disputada na sessão da manhã, apenas quatro atletas ainda estavam presentes na repescagem para ter mais uma chance de chegar ao pódio. Após quatro dias de competição, Alan KHUBETSOV foi o primeiro atleta do Comitê Olímpico Russo a conseguir uma medalha, mas antes teve que enfrentar Dominic RESSEL (GER), que estava muito perto de eliminar o NAGASE no quarto- final. Na sessão da manhã observamos muitos confrontos acirrados, terminando com longos períodos de ouro em que força e força estavam envolvidas. RESSEL produziu uma das melhores e melhores técnicas tghout contra KHUBETSOV e marcou ippon com um de-ashi-barai para entrar no concurso de medalha de bronze.

A segunda partida de repescagem viu Sharofiddin BOLTABOEV (UZB), também em posição de conquistar a primeira medalha do Uzbequistão, quando o país estava entre os favoritos para pisar em vários podia e Tato GRIGALASHVILI, que provavelmente pensou ter feito a parte mais difícil contra Saeid MOLLAEI na sessão da manhã quando o jogou para o waza-ari, mas isso sem contar com a capacidade do campeão mundial de Baku 2018, de transformar uma situação que parecia muito ruim em uma vitória clara.

Essa é a magia do esporte e principalmente do judô. Muitos especialistas concordaram que Tato GRIGALASHVILI tinha todas as chances de derrotar Saeid MOLLAEI nas quartas-de-final e o primeiro minuto da luta provou que eles estavam certos, mas então o representante da Mongólia executou um kata-guruma quase perfeito para waza-ari, seguido de alguns segundos depois, por outro waza-ari em um contra-ataque que apenas o campeão iraniano pode fazer, com seu estilo pouco ortodoxo. Talvez Tato estivesse muito confiante. Ser assim é necessário e bom e todos os campeões estão confiantes no que podem alcançar, mas há um limite que não devem ultrapassar. O georgiano ainda é jovem e vai aprender a lidar com isso. Se ele fizer isso, ele definitivamente será muito difícil de derrotar no futuro.

Tato GRIGALASHVILI foi o primeiro em ação a marcar um waza-ari com um o-uchi-gari para assumir a liderança, um waza-ari que Sharofiddin BOLTABOEV nunca conseguiu alcançar.


Resultados finais
 1 NAGASE Takanori (JPN) 2 MOLLAEI Saeid (MGL) 3 BORCHASHVILI Shamil (AUT) 3 CASSE Matthias (BEL) 5 GRIGALASHVILI Tato (GEO) 5 RESSEL Dominic (GER) 7 KHUBETSOV Alan (ROC) 7 BOLTABOEV Sharofiddin (UZB)

Por: Nicolas Messner, Jo Crowley, Pedro Lasuen e Grace Goulding - Federação Internacional de Judô
Fotos: Gabriela Sabau e Emanuele Di Feliciantonio

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