Em clima de Copa do Mundo, o Brasil deu uma goleada na Argentina no Desafio Internacional de Judô, disputado no ginásio do Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte. Foram cinco vitórias, sendo quatro por ippon. O evento foi a abertura do BH 360º, evento coordenado pela prefeitura da capital mineira que contará com eventos de mais de 20 modalidades e visa incentivar a prática esportiva na cidade. A novidade foi que o evento foi disputado por equipes com duas mulheres e três homens.
“Desde a criação, esse evento foi um sucesso porque foi construído a várias mãos. É representativo de um bom momento entre a CBJ e a Federação Mineira de Judô, uma parceria extremamente saudável que permite que a gente crie esse ambiente favorável, um clima harmonioso entre todos os envolvidos”, disse Luiz Augusto Teixeira.
“Fico com um pouco chateado porque queria que o Paulo estivesse aqui. Mas é muito importante estar recebendo um evento internacional para abrir o BH 360º, que quer transformar a cidade não só na capital dos esporte radicais, mas de todos os esportes e o judô está entre eles. A CBJ está de parabéns pela organização”, disse Márcio Lacerda, prefeito de Belo Horizonte.
A cerimônia de abertura do BH 360º foi comandada pelo presidente da Câmara de Vereadores de Belo Horizonte, Léo Burguês. Foram convidados os representantes das 21 modalidades que estarão representadas no evento. Depois de agradecer a presença de todos, o vereador empolgou a torcida ao lembrar a rivalidade entre Brasil e Argentina, dois países com um grande tradição esportiva.
“O dia 31 de maio é um dia especial para Belo Horizonte, porque nos próximos 9 dias, a cidade vai se transformar na capital dos esportes radicais e de aventura. E vocês são nossos convidados especiais! Agora, vamos começar bem o evento ganhando da Argentina aqui. Brasil, Brasil, Brasil”, disse, Léo Burguês.
O medalhista olímpico Rafael Silva foi o responsável por declarar o BH 360º aberto.
“Serão milhares de atletas reunidos em diversos eventos ao longo da programação. E é uma honra para o judô estar abrindo este evento. Espero que vocês se divirtam com essa grande festa do esporte”, disse o medalhista de bronze em Londres 2012.
Os combates começaram às 13 horas e a primeira a entrar no tatame foi Érika Miranda. E ela mostrou que estava com muita fome de vitória porque com pouco mais de 30 segundos de luta conseguiu o ippon por imobilização sobre Andrea Cayún.
“Gostei muito de participar desse evento. Foi bom treinar no meu clube, com meus amigos, ter alguns familiares aqui no ginásio. Cuba é muito diferente de um Desafio mas estou com as energias recarregadas e isso é muito bom. Agora é buscar outra medalha de ouro”, disse Érika Miranda, citando a sua participação no Grand Prix de Havana já no próximo final de semana.
Logo depois foi a vez de Ketleyn Quadros vencer a jovem promessa do judô argentino, Paulo Delfino, com um minuto e vinte segundos de luta, também por imobilização. Charles Chibana foi o responsável por decretar a vitória a brasileira ao fazer três a zero com um ippon sobre Martin Laureano. O líder do ranking mundial na categoria meio leve (66kg) também usou a técnica de solo para conseguir a vitória depois de jogar o adversário duas vezes pela pontuação mínima (yuko).
“Foi uma experiência nova e muito gostosa. Muito legal ver o ginásio lotado, torcida apoiando, Belo Horizonte está de parabéns! Estou voltando de um treinamento muito forte no Japão e, por isso, foi muito gratificante participar de uma competição como essa”, disse Chibana.
No leve, Francisco Cuneo deu um pouco mais de trabalho para Bruno Mendonça mas também acabou derrotado por um ippon por imobilização. Antes, havia sido jogado duas vezes por yuko e um por wazari. Para encerrar o Desafio, o confronto que prometia ser mais equilibrado entre o atual campeão pan-americano sub 21, Ivan Duarte, e Gustavo Assis, bronze no mesmo evento, acabou sendo tranquilo para o brasileiro. Gustavo jogou o argentino três vezes sendo uma por wazari e duas por yuko.
“O Ivan é um adversário muito forte, que eu já conhecia. Já tinha lutado contra ele em outras ocasiões e nunca tinha vencido. Entrei com a estratégia de ser mais agressivo desde o início, antecipar as pegadas para controlar a luta. Encaixei um golpe e depois apenas me mantive à frente”, disse Gustavo, que contou com o apoio da família e dos colegas do clube presentes no ginásio.
Quando o árbitro sinalizou a vitória do brasileiro, os outros quatro atletas invadiram o tatame e fizeram uma grande festa. Nas arquibancadas, não foi diferente. A torcida, na maioria jovens e crianças, esbanjaram criatividade criaram gritos para provocar o adversário e apoiar os brasileiros. No fim dos combates, tiveram uma merecida recompensa e tiraram muitas fotos com os ídolos do judô nacional. Na avaliação dos técnicos, o evento foi positivo para todos.
“É muito positivo para a Argentina porque permite que estes jovens que não têm uma bagagem internacional muito grande experimentem a sensação de um ginásio torcendo contra, que lutem contra grandes atletas tops do mundo. Além disso, vivenciaram uma estrutura que pouco se vê em outros lugares do mundo. E olha que eu já viajei muito como atleta. Foi um evento muito bonito, muito colorido”, disse Ariel Sganga, técnico argentino.
“Primeiro, é um privilégio comandar a seleção num evento como este. Foi mais fácil porque tem uma harmonia, um entrosamento muito grande. A gente fica nervoso quando eles estão lutando mas quando acaba vemos que somos realmente uma equipe”, disse Mário Sabino, responsável pela equipe brasileira.
O próximo compromisso da seleção é o Grand Prix de Havana, já no próximo final de semana. O Brasil será representado por Eric Takabatake (60kg), Diego Santos (60kg), Leandro Cunha (73kg), Marcelo Contini (73kg), Victor Penalber (81kg), Tiago Camilo (90kg), Renan Nunes (100kg), Hugo Pessanha (100kg), Walter Santos (+100kg), Gabriela Chibana (48kg), Sarah Menezes (48kg), Raquel Silva (52kg), Érika Miranda (52kg), Katherine Campos (63kg) e Bárbara Timo (70kg).
Por: Assessoria de Imprensa da CBJ
