A primeira experiência olímpica da judoca Sarah Menezes durou pouco. Eliminada na estreia pela húngara Eva Csernoviczki, ela ficou apenas 77 segundos no tatame em Pequim, até perder por ippon. Parece pouco tempo. Mas foi mais que suficiente para a piauiense, então com 18 anos, aprender a lição que iria acompanha-la nos quatro anos seguintes.
“Eu entrei naquela Olimpíada de paraquedas. Em 2008, eu era uma Sarah que não sabia como era a pressão, não sabia como era uma Olimpíada. Hoje, não. Hoje eu sei como é”, disse a judoca em entrevista ao ESPN.com.br.
O “saber como é” de Sarah vai além dos 77 segundos. Nos quatro anos que separaram os eventos de Pequim e Londres, ela tornou-se uma das melhores do mundo em sua categoria, a de até 48 kg, para as atletas mais leves do esporte. Sarah rodou o planeta e, entre treinamentos e competições, evoluiu.
A piauiense, que treina em Teresina desde que começou no esporte, aos 9 anos, conquistou medalhas de bronze nos Mundiais de 2010, em Tóquio, e 2011, em Paris. Na capital francesa, neste ano, ficou com a prata no Grand Slam – foi a única representante da seleção no pódio.
“Eu participei de muitos treinamentos, de muitas competições fora do Brasil, então é outra mentalidade, estou com uma bagagem bem maior e chego hoje com uma bagagem diferente. Mudou muito. Essa Olimpíada será uma competição totalmente diferente”, afirma Sarah Menezes.
Medalha inédita – O judô já deu 15 medalhas a atletas brasileiros nos Jogos Olímpicos, sendo duas de ouro. Apenas um pódio foi conquistado nas categorias femininas, com a peso leve Ketleyn Quadros, em 2008. A busca, agora, é pelo primeiro ouro de uma mulher brasileira na modalidade.
Para Sarah Menezes, o talento para chegar ao topo do pódio, as brasileiras já têm. “O que está faltando hoje é confiança no seu talento e na capacidade, na técnica no judô. É acreditar mesmo. Judô todas têm, talento todas têm. O que falta ainda é ter essa coragem e acreditar no trabalho”, afirma a judoca, que demonstra já ter superado o problema.
“Estou me preparando como se fosse para o Mundial, porque todos os mundiais que eu disputei, consegui chegar até a semifinal e acabei perdendo por detalhes mínimos. Então eu vou para a Olimpíada pensando que posso chegar na final e brigar pela medalha de ouro”, diz Sarah Menezes.
