Layana Colman é ouro nos Jogos Olímpicos da Juventude Nanquim 2014

O judô brasileiro mostrou sua força mais uma vez no cenário internacional e colecionou mais um ouro para sua rica história de conquistas olímpicas. No começo da manhã desta segunda-feira, dia 18, a sul-matogrossense Layana Colman (52kg) provou mais uma vez o seu potencial e conquistou o ouro nos Jogos Olímpicos da Juventude (JOJ) Nanquim 2014. Com um minuto e 22 de luta, Layana conseguiu o ippon com uma finalização (chave de braço) sobre a búlgara Betina Temelkova que, assim como a brasileira, foi medalha de bronze no Mundial Sub 18 em Miami no ano passado. Esse é o primeiro ouro do Brasil na edição chinesa do torneio e a segunda do judô na história do JOJ. Em 2010, Flávia Gomes foi prata na primeira edição do torneio em Cingapura na categoria até 63kg.

Layana teve um caminho quase perfeito até a final e não foi projetada uma vez sequer. Estreou vencendo a guatemalteca Karla Lorenza por um yuko já nas oitavas-de-final e, na fase seguinte, derrotou a sueca Nellie Einstein por wazari e se garantiu na semifinal. Numa luta muito dura contra a vice-campeã mundial juvenil Mariam Janashvili, da Geórgia, a vitória veio na diferença de penalizações. E logo na decisão fez sua melhor exibição. Com muita autoridade, conseguiu um ippon contra Temelkova, da Bulgária.

"Estou muito feliz porque me privei de muita coisa para chegar até aqui e conseguir o que eu queria. A competição eu não ganhei aqui, eu ganhei nos meus treinos, com a minha vontade de me preparar. Graças a Deus deu tudo certo", comemorou Layana.

A técnica da seleção brasileira feminina sub 18, Danusa Shira, que orientou Layana durante a campanha em Nanquim, elogiou a atuação da brasileira, especialmente nos aspectos técnicos e psicológicos.

“A Layana estava muito bem preparada e focada. Ela vem mostrando ao longo da sua caminhada um crescimento técnico e um amadurecimento muito bom. Estudamos bastante as adversárisa e no treinamento da Suíça deu para treinar com muitas delas”, disse Danusa, lembrando o Treinamento de Campo promovido pela Federação Internacional de judô às vésperas da competição. “Ela lutou com muita garra, sua principal característica, sempre se impondo em todas as lutas”, concluiu.

Já José Basile, que lutava em uma categoria acima da sua porque não há a categoria 73kg nos JOJ, caiu nas oitavas de final diante do russo Mikhail Igolnikov, depois de estrear com um ippon sobre Nicolas Grinda, do principado de Mônaco. O presidente da CBJ Paulo Wanderley Teixeira assistiu ao primeiro combate do atleta de Santos ao lado do príncipe Albert, que praticou judô na juventude e tem a graduação de faixa marrom.

“No começo da luta tomei um susto porque o Nicolas, bem mais alto que o Basile, conseguiu um wazari antes do primeiro minuto de luta. O princípe ficou todo satisfeito e eu, apreensivo. Finalmente, veio o empate e, logo em seguida, um ippon de Deashi-barai. Ufa, vencemos a realeza e o prícipe, muito simpático, cumprimentou-me cordialmente”, contou o presidente.

Na repescagem, Basile chegou a estar vencendo Salim Farukhi, do Tadjiquistão, por um wazari mas acabou sofrendo o ippon faltando pouco menos de dois minutos para o fim da luta e ficou fora da disputa por medalhas.

Os dois atletas brasileiros voltam aos tatames no próximo dia 20, quando será realizada uma grande festa com a competição por equipes mistas, reunindo atletas de diferentes países e gêneros.

Nanquim 2014 – Ao todo, serão 103 atletas só na disputa do judô, sendo 52 no masculino e 51 no feminino, de 68 países diferentes. Apenas quatro categorias estarão em disputa em cada gênero e elas não seguem o padrão internacional quanto ao peso da classe juvenil. Por exemplo, atletas da categoria superligeiro e ligeiro lutam numa mesma categoria. O mesmo acontece com as categorias meio leve e leve e com o meio médio e médio. No pesado, há limite de peso, diferentemente do que acontece tradicionalmente: os meninos só podem pesar até 100 quilos e as mulheres até 78. 

Os Jogos Olímpicos da Juventude seguem o programa esportivo dos Jogos Olímpicos tradicionais, mas também trazem novidades na forma de disputa em algumas modalidades, como no basquete 3 x 3, uma das sensações do evento em 2010, nos revezamentos entre países, em equipes mistas de homens e mulheres, entre outras.

Autor: Assessoria de Imprensa