sexta-feira, 6 de abril de 2012

Baby supera "judô artificial" e aplica agressividade a rivais.

Para um esporte que cobra anos de dedicação pelo desempenho em alto nível, iniciar a prática com 15 anos de idade pode tarde demais. Tiago Camilo começou com quatro anos e Leandro Guilheiro, com cinco. Hoje, ambos têm duas medalhas olímpicas. Depois de superar o início tardio e "artificial", Rafael Silva agora busca seu primeiro pódio em Olimpíada, deixando para trás também a fama de pacato e o apelido Baby.

Aos 15 anos, o judoca peso-pesado começou a treinar em Rolândia, no Paraná. "É meio complicado quando você começa tarde porque tem muita defasagem técnica. Quando você é criança, você vai aprendendo a coisa meio ao natural. Os fundamentos do judô: como andar, a postura. Isso eu tive que aprender por meios artificiais. Tive que repetir muito para colocar isso dentro do inconsciente, de conseguir fazer sem pensar muito", apontou o atleta, em entrevista exclusiva ao Terra.

Três anos mais tarde, Rafael se mudou para São Paulo, para morar no Projeto Futuro, que desenvolve jovens talentos, e ganhou o apelido de Baby, facilmente explicado pelo jeito calmo e a silhueta avantajada. Além disso, era o mais novo no centro de treinamento. Aos 24 anos, se prepara para disputar sua primeira Olimpíada sem acreditar que a fama pacata acabe por causar prejuízo nas lutas.

"Acho que não tenho problema. Sou bem tranquilo. Meus adversários que têm que sentir a agressividade. Fora do tatame, o negócio tem que ser mais calmo", apontou. Para mudar de postura no tatame, Rafael tem algumas manhas: ouve música pesada (Metallica, AC/DC, Iron Maiden) e assiste a vídeos de UFC. "Tem algumas coisas que você faz que te colocam em posição de alto rendimento. Essas coisas me deixam mais ligado", disse.

A rotina até os Jogos de Londres promete ser intensa, mas tranquila: com a agressividade controlada, ele segue trabalhando no Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo. E fazendo repetições para evitar a antiga artificialidade. "É meu estilo. Tenho que fazer muita repetição. Tenho que trabalhar esse lado pra sair natural. O Leandro (Guilheiro) é um cara que parece que faz o negócio muito fácil, muito natural. Para mim é um pouco diferente, tenho que trabalhar, repetir mais."

Por: Danilo Vital - Terra Esportes
Foto: Edson Lopes Jr

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